quinta-feira, 7 de março de 2024
Oração íntima
Senhor!… Tu
que me deste
Paz e consolo
à vida,
Não me dês
condição
Para espalhar
na vida a sombra da discórdia,
Ou estender na
estrada as pedras da aflição…
Tu que
acendeste em mim
A luz do
entendimento,
Na fé com que
me alteias,
Não consintas,
Jesus, que eu suprima a esperança
Das estradas
alheias.
Tu que me
concedeste o verbo edificante
Que nos induz
A prática do
bem,
Nunca me
deixes formular palavra,
Capaz de
condenar ou de ferir alguém.
Tu que me desvendaste
O sublime
valor da provação,
Que a Lei de
Causa e Efeito determina,
Não me faças
entregue à queixa e ao desencanto,
Em que eu
possa esquecer a Justiça Divina.
Tu que me
conferiste o privilégio
E a bênção do
serviço,
Como ensejo
celeste e dom perfeito,
Não permitas
que eu viva sem trabalho,
Desfrutando o
descanso sem proveito.
Naquilo que eu
deseje
E naquilo que
eu sinta, pense, diga ou faça,
Contrariamente
à Eterna Lei do Amor,
Em tudo quanto
eu queira sem que o queiras,
Não me
aproves, Senhor!…
Maria Dolores / Chico Xavier
Livro: Antologia da Espiritualidade
quarta-feira, 6 de março de 2024
Refugia-te em paz
“Havia muitos
que iam e vinham e não tinham tempo para comer.” — (Marcos, 6:31)
O convite do
Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte, a fim de repousarem a
mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.
Todas as
estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm, atormentados pelos
interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimento
espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam
carregadas de desilusões. Outras muitas correm às aventuras, sedentas de
novidade emocional, e regressam com o tédio destruidor.
Nunca houve no
mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de
religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto nas almas.
A legislação
trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos, como nunca; no entanto, em
tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.
As máquinas da
civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia, as
aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento científico.
Avançou a
técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o
trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a
paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de
pão e vestuário.
Aprimoraram-se
as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia.
Como acontecia
nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos homens
permanece no vaivém dos caminhos, entre a procura desorientada e o achado
falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde
menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e a
desencarnação em desespero.
Ó meu amigo,
se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino Mestre, retira-te a um
lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.
É possível que
não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço de
natureza física onde repouses do cansaço material, todavia, penetra o
santuário, dentro de ti mesmo.
Há muitos
sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo, o fluxo e o
refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do
cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz espiritual.
São os princípios fantasistas de paz e
justiça, de amor e felicidade que o Plano da carne te impôs. Em certas
circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto, não
vivas exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.
Refugia-te no
templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as
verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o
Senhor te destinou.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 147
terça-feira, 5 de março de 2024
Refúgio
Às
vezes, dizes, coração amigo:
—
“Como guardar-me em paz, na agitação do mundo?
Tanto
fel ao redor!… Tanta gente em perigo!…
Tantas
tribulações sem que se saiba, a fundo,
De
que modo evitar a invasão desmedida
Das
nuvens de aflição que atormentam a vida!…”
E
contigo outras almas no caminho
Padecem
sob o impacto violento
Das
lâminas brutais do sofrimento
Que
lhes ferem o ser, desolado e sozinho…
Aqui,
alguém lastima um coração querido
Que
ficou para trás, exânime e caído
Em
trágicos enganos;
Ali
tombam, a golpes desumanos
Dos
chamados engenhos do progresso,
Existências
repletas de esperança,
Ante
as brechas de sombra em que a morte se lança
Entre
o ouro e o sucesso…
Dos
recursos plebeus aos valores mais altos,
Sobram
as provações que chegam, de imprevisto,
No
clamoroso misto
De
sequestros e assaltos.
Nos
lares em geral, sob múltiplos níveis,
As
desvinculações de pessoas amadas
São
lesões e feridas desatadas
Para
as almas sensíveis.
Assemelha-se
a Terra à nave firme e atenta,
Sob
rude tormenta.
Entretanto,
alma boa,
Em
plena luta que te aperfeiçoa,
Podes
deter a paz contigo, estrada afora,
Prendendo-te
ao dever que em tudo nos melhora.
Todo
trabalho são é lúcido recanto
Que
se nos faz refúgio aprazível e santo.
Um
lar para servir,
Um
filho a proteger,
A
nobre preleção enviada ao porvir,
A
página a escrever,
Um
doente a zelar,
O
trecho musical que se tem a compor,
O
campo a cultivar
E o
serviço do bem que é mensagem de amor…
Tudo
isso, na terra, é cobertura,
Sustentando
o equilíbrio da criatura.
Se
buscas, em verdade, a paz, no dia a dia,
Coloca
a tua fonte de alegria
E
todos os impulsos que são teus
No
trabalho que o mundo te confia
Porque
o trabalho é sempre uma Bênção de Deus.
Maria Dolores / Chico
Xavier
Livro: Caminhos do
amor
domingo, 3 de março de 2024
Evangelho no lar
Finalidade e
importância:
1- Estudar o
Evangelho de Jesus possibilita compreender os ensinamentos cristãos, cuja
prática nos conduz
ao
aprimoramento moral.
2- Criar em
todos os lares o hábito de se reunir em família, para despertar e acentuar nos
familiares o sentimento de fraternidade.
3- Pelo
momento de paz que o Evangelho proporciona ao Lar, pela união das criaturas,
propiciando a cada um uma vivência tranquila e equilibrada.
4- Higienizar
o Lar por pensamentos e sentimentos elevados e favorecer a influência dos
Mensageiros do Bem.
5- Facilitar
no Lar e fora dele o amparo necessário diante das dificuldades materiais e
espirituais, mantendo operantes os princípios da vigilância e da oração.
6- Elevar o
padrão vibratório dos componentes do Lar e contribuir com o Plano Espiritual na
obtenção de um mundo melhor.
7- Tornar o
Evangelho conhecido, compreendido, sentido e exemplificado em todos os
ambientes.
Como fazer:
• Escolha, na
semana, um dia e horário em que a família possa se reunir durante mais ou menos
trinta minutos.
• Crianças
também podem fazer parte da reunião.
• Pode ocorrer
a presença de visitantes ocasionais e, neste caso, podem ser convidados a
participar; caso não sejam espíritas, devem ser esclarecidos sobre a finalidade
da reunião.
• Há inclusive
a possibilidade de a reunião ser realizada por uma só pessoa. O roteiro a ser
seguido é o mesmo.
sábado, 2 de março de 2024
Mais Luz - Edição 672 - 03/03/2024
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/70974160b7cc/saibamos-cooperar
Incêndio na
serraria – Hilário Silva
Ante o
Evangelho: O Homem de Bem
Mensagem da
Semana: Saibamos cooperar – Fonte Viva, 146
Poema: À mulher brasileira – Pedro de Alcântara
Oração: Oração das meninas – Maria Celeste
sexta-feira, 1 de março de 2024
CEJG - 70 anos!
"O Centro
Espírita, meus filhos, é um tabernáculo.
Não importa
onde o ergamos psiquicamente.
A construção
mental atrai para ali mestres e orientadores, mas também aflitos e
desesperados, fazendo que se transforme em uma escola de educação e de
reeducação; em um hospital para o atendimento de mazelas, em uma oficina para o
trabalho de dignificação."
Bezerra de Menezes (Livro: Jesus e nós - Divaldo
Franco)
Incêndio na serraria
I
O grupo de senhoras estava em prece.
Chamados a ouvi-las, nós, os desencarnados, tínhamos o
coração enternecido.
Desejavam construir uma escola. E mentalizavam no doce
requerimento o modesto edifício, limpo e alvo, que ofertariam aos pequeninos.
— Senhor, — dizia a mais experiente das quatro, —
Senhor, inspirai-nos e protegei-nos. Agradecemos as dádivas que já recebemos em
Vosso nome. O pedaço de terra, a pedra e a cal… Agora, Senhor, precisamos de
madeira para dar início… Confiadas em Vosso amor, visitaremos a fábrica de
móveis… Rogaremos auxílio, contando com Vossa bênção.
Em seguida, levantaram-se para sair. E, comovidos, junto delas, pusemo-nos igualmente em marcha.
II
Contudo, o Dr. Alberto, — era ele engenheiro hábil, —
ao ouvir a sucinta exposição, esfriou, desapontado.
Mas, mesmo assim, a conversação se fez viva.
— Não temos interesse algum em concessão semelhante, —
disse.
— Doutor, mas é uma escola destinada às crianças menos
felizes, — falou D. Rute, a maior responsável.
— As portas serão abertas em nome de Deus, — falou D.
Constância.
— Contamos com o senhor — acentuou Dona Ester.
— Deus recompensará o que possa fazer aduziu D.
Amália.
— E que temos a ver com Deus? — Falou ele, mordaz. — A
educação é obra para governos. Não será lícito imiscuir o Criador em negócios
que não lhe dizem respeito. Digo isso em consideração às senhoras, porque, de
mim mesmo, sou materialista confesso. Ateu. Ateu puro.
D. Rute sorriu, delicada, mas não se deu por vencida.
E aclarou:
— Decerto que esperamos do governo que nos dirige
providências mais amplas a favor dos meninos. Entretanto, até que isso
aconteça, não será compreensível fazer algo de nossa parte? O ensino será
totalmente alheio ao ensino religioso.
— Mas, por que envolver Deus nesta história? —
Resmungou o engenheiro, positivamente sarcástico.
— Por que não? — Ponderou D. Rute, paciente. —
Respeitamos o seu ponto de vista, o seu modo de pensar… Mas cremos na força
inteligente da vida. Admitimos a eterna bondade que orienta os sucessos do
mundo. Sabedoria e amor que chegam de Deus. O senhor comanda uma fábrica. Conta
dezenas de empregados. Dispõe de muitas máquinas. Entretanto, doutor,
acreditamos que toda a matéria-prima, como sejam as árvores cortadas, os
instrumentos em uso, o equilíbrio dos servidores e até mesmo a sua própria
saúde são doações de Deus, que a todos nos sustenta.
— Quem é o dono real de tudo, senão Deus? — Falou D.
Ester, com brandura e espontaneidade.
O Dr. Alberto mostrou-se mais irônico. Referiu-se à
Natureza. Exibiu mapas e apontamentos sobre botânica. Comentou as vitórias da
contabilidade, da técnica, da fiscalização, da higiene…
Por mais de uma hora falou e falou sobre os novos
progressos da Humanidade. E acabou notificando que não daria peça alguma, nem
mesmo um centavo.
As senhoras, apesar de sorridentes, levantaram-se
acabrunhadas.
Tudo em vão.
Começaram as despedidas corretas, quando o inesperado aconteceu.
III
Alarido interior. Campainhas vibrando. Corre-corre.
Brados por socorro multiplicam-se angustiantes.
O engenheiro movimenta-se, espavorido.
As senhoras instintivamente lhe seguiram os passos. E
nós também.
O incêndio nascera de violento curto-circuito.
Dr. Alberto, muito pálido, ordena e coopera. Há
deficiência de pessoal. As senhoras, porém, corajosamente, tomam a dianteira do
trabalho salvacionista, como se lhe fossem subalternas de muito tempo.
Empunham mangueiras. Deslocam móveis. Transferem tábuas pesadas. Combatem o fogaréu. E pulam. E sofrem queimaduras ligeiras. Estafam-se. E vencem. Finda meia hora de intensa luta, as chamas se extinguem. Ainda assim, esclarece o chefe de obras que duzentos mil cruzeiros de madeira compensada deviam estar perdidos. A casa não estava segurada contra incêndio.
O Dr. Alberto, todavia, agora calmo, aproxima-se das
damas, quatro heroínas aos seus olhos e, cumprimentando a diretora da comissão,
disse, gentil:
— Dona Rute, penso que Deus ganhou a questão de sua
escola. Mudei de ideia. Mande buscar amanhã toda a madeira de que necessite. E
mais o que precisar.
E, bem-humorado, acrescentou:
— Depois conversaremos sobre Deus, como dono desta
oficina…
As senhoras, chamuscadas, com as vestes sujas e
rasgadas, sorriram e retiraram-se.
Depois de dois meses, escola singela e branca recebia
quarenta meninos. Doutor Alberto, presente à inauguração, contou a história do
incêndio, e um garoto, em seguida, fez pequeno agradecimento, terminando com a
bela exclamação:
— Que Deus nos abençoe!
Hilário Silva / Waldo Vieira
Livro: A Vida Escreve
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Oração das meninas
Papai do Céu
que nos dais
Carinho,
bondade e amor,
Sede louvado,
Senhor,
Na bênção de
nossos pais.
Agradecemos em
prece,
Cantando de
gratidão,
O lar, a
saúde, o pão,
A roupa que
nos aquece,
O professor
que nos guia,
A escola, o
caminho, a fonte,
O Sol na paz
do horizonte
— Nossa luz de
cada dia —,
O orvalho, o
perfume, o vento,
As árvores
generosas,
A chuva, a
canção, as rosas
E os astros do
firmamento.
E vimos
agradecer
Também a
agulha, a peteca
E a nossa doce
boneca
Que nos ensina
a viver.
Pai Nosso que
estais vivente
Na Terra, no
Céu, na flor,
Guardai-nos em
vosso amor,
Hoje, agora e
eternamente.
Maria Celeste /
Chico Xavier
Livro: Antologia
dos Imortais