sábado, 28 de setembro de 2024

Necessidade do Bem

 

“E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras.” — Paulo. (Hebreus, 10:24)

 

Muitas instituições da vida cristã, respeitáveis por seus programas e fundamentos, sofrem prejuízos incalculáveis, em razão da leviandade com que muitos companheiros se observam uns aos outros.

Aqui, comenta-se o passado desairoso de quem procura hoje recuperar-se dignamente; ali, pequenos gestos infelizes são analisados, através das escuras lentes do sarcasmo e da crítica…

A censura e a reprovação indiscriminadas, todavia, derramam-se na família de ideal, como chuva de corrosivos na plantação, aniquilando germes nascentes, destruindo flores viçosas e envenenando frutos destinados aos celeiros do progresso comum.

Nunca é demais repetir a necessidade de perdão, bondade e otimismo, em nossas fileiras e atividades.

Lembremo-nos de que, com o nosso auxílio, tudo hoje pode ser melhor que ontem, e tudo amanhã será melhor que hoje.

O mal, em qualquer circunstância, é desarmonia à frente da Lei e todo desequilíbrio redunda em dificuldade e sofrimento.

Examinemo-nos mutuamente, acendendo a luz da fraternidade para que a fraternidade nos clareie os destinos.

Sem perseverança no bem, não há caminho para a felicidade.

Por isso mesmo, recomendou-nos o Apóstolo Paulo: — “E consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras”; porque somente nessa diretriz estaremos servindo à construção do Reino do Amor.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 176

 


sábado, 21 de setembro de 2024

Mudança

 

“Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.” — (Lucas, 9:53)

 

Digna de nota a presente passagem de Lucas.

Reparando os samaritanos que Jesus e os discípulos se dirigiam a Jerusalém, negaram-se a recebê-los.

Identificaram-nos pelo aspecto.

Se fossem viajores com destino a outros lugares, talvez lhes oferecessem hospedagem, reconforto, alegria…

Não se verifica, até hoje, o mesmo fenômeno com os verdadeiros continuadores do Mestre?

Jerusalém, para nós, simboliza aqui testemunho de fé.

E basta que alguém se encaminhe resolutamente a semelhante domínio espiritual, para que os homens comuns, desorientados e discutidores, lhe cerrem as portas do coração.

Os descuidados, que rumam na direção dos prazeres fáceis, encontram imediato acolhimento entre os novos samaritanos do mundo.

Mulheres inquietas, homens enganadores e doentes espirituais bem apresentados possuem, por enquanto, na Terra, luzida assembleia de companheiros.

Todavia, quando o aprendiz de Jesus acorda na estrada humana, verificando que é indispensável fornecer testemunho da sua confiança em Deus, com a negação de velhos caprichos, na maior parte das vezes é constrangido a seguir sem ninguém.

É que, habitualmente, em tais ocasiões, o homem se revela modificado.

Não dá a impressão comum da criatura disposta a satisfazer-se.

É alguém resolvido a renunciar aos próprios defeitos e a anulá-los, a golpes de imenso esforço, para esposar a cruz redentora que o identificará com o Mestre Divino…

Por essa razão, mesmo portas a dentro do lar, quase sempre não será plenamente reconhecido, porque seu aspecto sofreu metamorfose profunda… Ele mostra o sinal de quem tomou o rumo da definitiva renovação interior para Deus, disposto a consagrar-se ao eterno bem e a soerguer seu coração no grande caminho…

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 175

 


sábado, 14 de setembro de 2024

Mãos estendidas

 

“Estende a tua mão. E ele a estendeu e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.” — (Marcos, 3:5)

 

Em todas as casas de fé religiosa, há crentes de mãos estendidas, suplicando socorro…

Almas aflitas revelam ansiedade, fraqueza, desesperança e enfermidades do coração.

Não seremos todos nós, encarnados e desencarnados, que algo rogamos à Providência Divina, semelhantes ao homem que trazia a mão seca?

Presos ao labirinto criado por nós mesmos, eis-nos a reclamar o auxílio do Divino Mestre…

Entretanto, convém ponderar a nossa atitude.

É justo pedir e ninguém poderá cercear quaisquer manifestações da humildade, do arrependimento, da intercessão.

Mas é indispensável examinar o modo de receber.

Muita gente aguarda a resposta materializada de Jesus.

Esse espera o dinheiro, aquele conta com a evidência social de improviso, aquele outro exige a imediata transformação das circunstâncias no caminho terrestre…

Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico.

Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço.

A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes.

É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se.

A lição é expressiva para todos os templos da comunidade cristã.

Quando estenderes tuas mãos ao Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas… Aprende a receber-lhe a assistência, porque o Divino Amor te restaurará as energias, mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 174

 


domingo, 8 de setembro de 2024

Ante a luz da Verdade

 


“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” — Jesus. (João, 8:32)

 

A palavra do Mestre é clara e segura.

Não seremos libertados pelos “aspectos da verdade” ou pelas “verdades provisórias” de que sejamos detentores no círculo das afirmações apaixonadas a que nos inclinemos.

Muitos, em política, filosofia, ciência e religião, se afeiçoam a certos ângulos da verdade e transformam a própria vida numa trincheira de luta desesperada, a pretexto de defendê-la, quando não passam de prisioneiros do “ponto de vista”.

Muitos aceitam a verdade, estendem-lhe as lições, advogam-lhe a causa e proclamam-lhe os méritos, entretanto, a verdade libertadora é aquela que conhecemos na atividade incessante do Eterno Bem.

Penetrá-la é compreender as obrigações que nos competem.

Discerni-la é renovar o próprio entendimento e converter a existência num campo de responsabilidade para com o melhor.

Só existe verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido.

Conhecer, portanto, a verdade é perceber o sentido da vida.

E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.

Observa, desse modo, a tua posição diante da Luz…

Quem apenas vislumbra a glória ofuscante da realidade, fala muito e age menos. Quem, todavia, lhe penetra a grandeza indefinível, age mais e fala menos.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 173



sábado, 31 de agosto de 2024

Ante o Cristo Libertador

 

“Eu sou a porta.” — Jesus. (João, 10:7)

 

Segundo os léxicos, a palavra “porta” designa “uma abertura em parede, ao rés-do-chão ou na base de um pavimento, oferecendo entrada e saída”.

Entretanto, simbolicamente, o mundo está repleto de portas enganadoras. Dão entrada sem oferecerem saída.

Algumas delas são avidamente disputadas pelos homens que, afoitos na conquista de posses efêmeras, não se acautelam contra os perigos que representam.

Muitos batem à porta da riqueza amoedada e, depois de acolhidos, acordam encarcerados nos tormentos da usura.

Inúmeros forçam a passagem para a ilusão do poder humano e despertam detidos pelas garras do sofrimento.

Muitíssimos atravessam o portal dos prazeres terrestres e reconhecem-se, de um momento para outro, nas malhas da aflição e da morte.

Muitos varam os umbrais da evidência pública, sequiosos de popularidade e influência, acabando emparedados na masmorra do desespero.

O Cristo, porém, é a porta da Vida Abundante.

Com ele, submetemo-nos aos desígnios do Pai Celestial e, nessa diretriz, aceitamos a existência como aprendizado e serviço, em favor de nosso próprio crescimento para a Imortalidade.

Vê, pois, a que porta recorres na luta cotidiana, porque apenas por intermédio do ensinamento do Cristo alcançarás o caminho da verdadeira libertação.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 172



Palestras CEJG - Setembro/2024