(...) Quanto aos suicidas, a perturbação em que se encontram
mergulhados após a morte é profunda, terrível, dolorosa. A angústia
os oprime e os segue até sua reencarnação seguinte. Seu
gesto criminoso causa ao corpo fluídico, o perispírito, um abalo
violento e prolongado, que será transmitido ao organismo carnal
no renascimento. A maior parte deles volta enferma à Terra. Estando
a vida no suicida em toda a sua força, o ato brutal que a
despedaça produzirá longas repercussões em seu estado
vibratório e determinará doenças ou desequilíbrios nervosos em
suas futuras vidas terrestres.
O suicida procura o nada e o esquecimento de todas as coisas,
mas se defronta, ao contrário, em face de sua consciência,
na qual permanece gravada, para todo o sempre, a lembrança
lastimável de ter fugido do combate da vida. A prova mais dura, o
sofrimento mais cruel que haja na Terra, é preferível a essa perpétua
mancha da alma, à vergonha de não poder mais se prezar.
A destruição violenta de recursos físicos que ainda lhe poderiam
ser úteis e até mesmo fecundos não livra o suicida das provas de
que quis fugir, porque ele terá que reatar a cadeia quebrada de
suas existências e tornar a passar pela série inevitável das provas,
agravadas por atos e conseqüências que ele mesmo causou.
Os motivos do suicídio são de ordem passageira e humana;
as razões de viver são de ordem eterna e sobre-humana. A vida,
resultado de todo um passado, instrumento do futuro, é, para cada
um de nós, o que ela deve ser na balança infalível do destino.
Aceitemos com coragem a sucessão dos fatos, que são outros
tantos remédios para nossas imperfeições, e saibamos esperar
com paciência a hora fixada pela lei justa para o encerramento
de nossa permanência na Terra.
O problema do ser, do destino e da dor - Léon Denis, 1° parte, capítulo X.
Nenhum comentário:
Postar um comentário