O
Espírito jamais retrocede na viagem da evolução.
No
entanto, muitas vezes, embora não perca na essência os tesouros adquiridos no
campo da inteligência, o viajor da imortalidade é compelido à paradas
necessárias ao justo refazimento, sempre que moralmente se envolva em
compromissos escusos perante a Justiça da Vida.
Semelhante
imperativo da regeneração, na senda do progresso, determina dificuldades e
inibições no plano da forma, em que somos habitualmente internados, para essa
ou aquela reparação no Plano Físico.
É
assim que o malfeitor genial, não obstante trazer consigo o acervo da própria
cultura devidamente arquivado, volta ao corpo enfermiço, quase sempre para
sanar na idiotia os desequilíbrios com que se fez o empreiteiro da
delinquência.
E é
ainda aí que todos nós, apesar de conservarmos intactos, adentro do cérebro e
do coração, os nossos valores íntimos, sem quebra de qualquer dos recursos que
possuímos, padecemos, na Terra, a incursão de moléstias difíceis tanto quanto o
domínio de circunstâncias constrangedoras a nos asfixiarem as melhores
aspirações, pagando, através do vaso físico atormentado, os erros
conscientemente cometidos no pretérito próximo ou remoto, perante a Lei de Amor
que nos governa os caminhos.
Lembremo-nos
de que o presidiário, por trás da grade que lhe desfigura o semblante, não
perde a riqueza da instrução ou do ideal, da sensibilidade ou da memória, não
obstante indicado à sentença que o segrega no resgate preciso.
E,
sabendo que cada um de nós é o arquiteto do próprio destino, saibamos
afeiçoar-nos ao serviço incessante do bem, porque todo bem é degrau de ascensão
para o Alto, arrebatando-nos do império da sombra para a bênção da luz.
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Linha duzentos, cap. 8
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