sábado, 7 de dezembro de 2024

Fé e obras

 

“A fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.” — (Tiago, 2:17)

 

Imaginemos o mundo transformado num templo vasto, respeitável sem dúvida, mas plenamente superlotado de criaturas em perene adoração ao Céu.

Por dentro, a fé reinando sublime:

Orações primorosas…

Discursos admiráveis…

Louvores e cânticos…

Mas, por fora, o trabalho esquecido:

Campos ao desamparo…

Enxadas ao abandono…

Lareiras em cinza…

De que teria valido a exaltação exclusiva da fé, senão para estender a morte no mundo que o Senhor nos confiou para a glória da vida?

Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuidadoso no culto externo da religião a que te afeiçoas.

Conhecimento nobre exige atividade nobre.

Elevação espiritual é também dever de servir ao Eterno Pai na pessoa dos semelhantes.

É por isso que fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a Vida Superior.

Prece e trabalho.

Santuário e oficina.

Cultura e caridade.

Ideal e realização.

Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível.

Não se limitou o Senhor a simples glorificação de Deus nos Paços* Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na sublime tarefa que lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-se à obra do amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 5

 

*paço: habitação suntuosa para a realeza ou o episcopado; palácio.

 


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