segunda-feira, 6 de abril de 2020
sábado, 4 de abril de 2020
O Evangelho e o Lar (Palestra pública) - César Henrique
Na noite de sexta-feira, 03/04/2020, o companheiro César Henrique ministrou a palestra "O Evangelho e o Lar" que foi ao ar ao vivo pelo Youtube.
Devido a problemas técnicos a exposição não se encontra disponível, entretanto, em todos os dias de reuniões públicas, quais sejam domingo, quarta e sexta-feira haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais.
Acesse o canal Joseph Gleber no YouTube e confira!
A caridade maior
Ao Homem que alcançara o Céu, pedindo
orientação sobre as tarefas de benemerência social que pretendia estender na
Terra, o Anjo da Caridade falou compassivo:
– Volta ao mundo e cumpre, de boa vontade,
as obrigações que o destino te assinalou!...
Para que te sintas de pé, cada dia, milhões
de vidas microscópicas esforçam-se em tua carne, garantindo-te o bem-estar...
Cada órgão e cada membro de teu corpo
amparam-te, abnegadamente, para que te facas abençoado discípulo da
civilização.
Os olhos identificam as imagens que já podes
perceber, livrando-te da desordem interior.
Os ouvidos selecionam sons e vozes para que
não vivas desorientado.
A língua auxilia-te a expressar os
pensamentos, enriquecendo-te de sabedoria.
As mãos realizam-te os sonhos,
engrandecendo-te o caminho na ciência e na arte, no progresso e na indústria.
Os pés sustentam-te a máquina física para
que te não arrojes à inércia.
A boca mastiga os alimentos para que te não
condenes à inação.
Os pulmões asseguram-te o ar puro contra a
asfixia.
O estômago digere as peças com que nutrirás o
próprio sangue.
O fígado gera forças vitais que te entretêm
a harmonia orgânica.
O coração movimenta-se sem parar, escorando-te
a existência.
Vives da caridade de inúmeras vidas
inferiores que te obedecem a mente.
Torna, pois, ao lugar em que o Senhor te
situou e satisfaze as tarefas imediatas que o mundo te reserva!...
Caridade é servir sem descanso, ainda mesmo
quando a enfermidade sem importância te convoque ao repouso;
é cooperar espontaneamente nas boas obras,
sem aguardar o convite dos outros ;
é não incomodar quem trabalha;
é aperfeiçoar-se alguém naquilo que faz para
ser mais útil;
é suportar sem revolta a bílis do companheiro;
é auxiliar os parentes, sem reprovação ;
é rejubilar-se com a prosperidade do
próximo;
é resumir a conversação de duas horas em
três ou quatro frases;
é não afligir quem nos acompanha;
é ensurdecer-se para a difamação;
é guardar o bom humor, cancelando a queixa
de qualquer procedência;
é respeitar cada pessoa e cada coisa na
posição que lhes é própria...
E por que o Homem ensaiasse inoportunas
indagações, o Anjo concluiu:
– Volta ao corpo e age incessantemente no
bem!...
Não percas um minuto em descabidas
inquirições. Conduze os problemas que te atormentam o espírito ao teu próprio
trabalho e o teu próprio trabalho liquidá-los-á...
A experiência aclara o caminho de quantos
lhe adquirem o tesouro de luz. Recolhe as crianças desvalidas, ampara os doentes,
consola os infelizes e socorre os necessitados. Não olvides, pois, que a
execução de teus deveres para com o próximo será sempre a tua caridade maior.
Humberto
de Campos / Chico Xavier – Livro: Cartas e Crônicas
Poema em homenagem a Chico Xavier
Permita
que o meu verso aqui registre
A
pura candidez de tuas ternuras
Muito
embora o sofrer das amarguras
Que
o chão da terra impõe se administre!
Por
amor a Jesus tu te apagaste
Em
meio à ignorância deste mundo
Sorvendo
a taça escura do contraste
Num
esforço sincero e mais fecundo.
Em
vão a sombra espessa te envolveu
Acenando
com híbridas quimeras…
Estandarte
das novas primaveras
Tua
fé não vacilou e nem tremeu.
Teu
coração se fez em pouso santo
A
iluminar os dias da descrença
A
enxugar o mais pungente pranto
Dos
pequenos do mundo em dor intensa.
A
nova era enfim, Jesus de novo!
Trazendo
pão e paz, luz e agasalho
Amar
e esclarecer a alma do povo
É
o ideal, teu lema de trabalho!
Por
isto eu canto o pobre do meu verso
Sabendo
que és tudo, menos cisco…
Para
nós, tu serás sempre Francisco
O
Cândido Xavier, do Universo.
Auta
de Souza
Amargura
“Tendo cuidado de
que ninguém se prive da graça de Deus e de que nenhuma raiz de amargura, brotando,
vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Paulo (Hebreus, 12:15)
Para bem servir ao Senhor, não é razoável
marchemos ao longo do trabalho honroso à maneira de cooperadores lacrimosos e
descontentes.
A mágoa, muitas vezes, traduz desconfiança e
deslealdade.
O coração operoso e confiante nunca perde o
otimismo, colocando-se, antes de tudo, à frente do Infinito e da Eternidade.
Há dificuldades e problemas?
Prossigamos em serviço e o Mestre Divino
oferecer-nos-á a solução.
Há sombras?
Lembremo-nos de que não existem nuvens
eternas, porque o Centro da Criação é Luz Imperecível.
Há quedas?
Estejamos convictos de que o reerguimento
não se fará esperar.
O dever do trabalhador é continuar a tarefa
que lhe foi conferida, tanto quanto a obrigação do servo fiel é marchar na
realização do programa de quem lhe concedeu a bênção do serviço edificante.
Tenhamos em mente que, em favor do êxito
geral de nosso esforço, é imprescindível o incessante combate às raízes de
amargura no coração. Se brotarem livremente, serão venenosos arbustos,
prejudicando a movimentação dos interesses coletivos de elevação e paz.
Guardemos reflexão e prudência, mas
destruamos a amargura injustificável, para que não perturbemos a obra do Mestre
e para que os nossos amados não se privem da graça de Deus.
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por
Chico Xavier – Lição 123
Líderes espíritas opinam sobre Chico Xavier
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, um jovem de 17 anos residente na
cidade de Pedro Leopoldo (MG), psicografou sua primeira mensagem na noite de 8
de julho de 1927. A partir daquele dia, iniciou um período de exercícios
psicográficos.
Todavia, sua primeira obra Parnaso de além túmulo, saiu a lume
nos idos de 1932, publicada pela Federação Espírita Brasileira. Desde então,
sua produção mediúnica foi incessante, completando em nossos dias, cerca de 150
livros publicados¹³. Ao ensejo dos cinquenta anos de atividades psicográficas
de Francisco Cândido Xavier, procuramos obter a opinião respeitável de alguns
líderes espíritas.
Impacto das primeiras obras
P – Como os espíritas receberam as primeiras obras
psicográficas de Chico Xavier?
R – Quando saíram as primeiras obras de Chico, eu ainda
estava, a bem dizer, nos primeiros passos na seara espírita.
Justamente por isso, não posso responder bem a essa
pergunta. Mas ainda me recordo de que, principalmente o Parnaso, objeto de
comentários constantes, como outras obras de Chico empolgou muita gente nos
primeiros tempos. Somente mais tarde, porém, depois de me haver familiarizado
com Léon Denis e Gabriel Delanne, fui tomar conhecimento, diretamente, dos
livros mediúnicos, a respeito dos quais ouvira apenas referências e elogios em
discussões e conferências – Deolindo
Amorim (presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, Rio de Janeiro).
(...)
A análise da obra
P – Seria lícito analisar-se a evolução do espiritismo no
Brasil, dividindo-o nos períodos antes e depois de Chico Xavier?
R – Os ensinos dos espíritos são dosados na conformidade do
progresso intelectual e moral, do amadurecimento espiritual dos homens
terrenos. Três grandes revelações marcaram diferentes etapas, no curso dos
milênios, na popularização do conhecimento das coisas espirituais. Na última
delas – a espírita -, conforme foi recentemente abordado em editorial de
Reformador (março, 1977), o próprio codificador reportou-se a três períodos
distintos, balizando o desenvolvimento das ideias espiritistas: o da
curiosidade (intensa e ruidosa fenomenologia); o do raciocínio e da filosofia
(estudo e meditação sérios, então apenas no início); e o da aplicação e das
consequências (que se seguiria, inevitavelmente, aos outros dois). A propósito
da questão 160 de O Livro dos Espíritos, Emmanuel lembrou os períodos aludidos
e denominou-os como de aviso, chegada e entendimento.
No Brasil, desde cedo, ainda no século XIX, foi dada ênfase
ao sentido do terceiro período, da aplicação e das consequências (Allan Kardec)
ou do entendimento (Emmanuel), que é o da vivência do Evangelho de Jesus
Cristo, do aspecto religioso da Doutrina dos Espíritos, a que conduz a lógica
das conclusões do estudo metódico e sistemático dos aspectos científico e
filosófico, como muito bem elucida o próprio Espírito Emmanuel em O Consolador.
A elaboração dos trabalhos, no transcorrer de um século de
vida do espiritismo no Brasil, em pleno período terceiro, como não podia deixar
de ser, seguiria, como seguiu, orientação dos mesmos moldes dos outros dois: no
sentido do esforço conjugado dos Planos Espiritual e Físico do planeta, da
contribuição das humanidades invisível e visível que o povoam.
À luz dessa realidade, o pesquisador, o estudioso, o espírita
laborioso encontrará sempre, e licitamente, pontos demarcantes da evolução do
espiritismo, em nosso país e fora dele, todos importantes e necessários, como
contributos da edificação comum da mentalidade cristã e das obras que decorrem
das atividades dos seres desencarnados e encarnados, solidários entre si e
perseguindo idênticos ideais na imensa seara do Senhor.
Nas linhas gerais do processo evolutivo da Doutrina dos
Espíritos, no Brasil, se respeitadas as premissas alinhadas neste esforço,
parece-nos perfeitamente justo identificar as múltiplas fases do trabalho para
nelas situar esse ou aquele médium, como instrumento de equipes de espíritos a
utilizarem-no com vistas ao atendimento das necessidades da programação de
longo curso, a cumprir-se por partes, no tempo e no espaço.
Francisco Cândido Xavier, médium precedido por inúmeros
outros, na obra do livro espírita, principalmente em Terras do Cruzeiro,
contemporâneo de diversos medianeiros que também chegaram a ultrapassar a
barreira de meio século de fecundas e continuadas realizações, e de outros já
com alguns decênios de lutas e dedicações, é bem a expressão simples e
confortadora da progressividade da revelação e do permanente cuidado e carinho
de Deus para com os Seus filhos em duras experiências no mundo.
Analisar as realizações que se ligam, indissoluvelmente, ao
valoroso espírita-cristão Chico Xavier, é tarefa que, a nosso ver, deveria ser
mais propriamente delegada ao futuro imediato à sua desencarnação e aos
decênios seguintes, porque, então, detentores do conhecimento pleno do inteiro
patrimônio representado pelo seu mediunato, devidamente esquadrinhado, sem as
interferências das emoções ainda próprias da condição de contemporaneidade, os
espíritas melhormente – e sem preocupações de ferir a modéstia proverbial do
querido médium – poderíamos compreendê-lo na verdadeira extensão e
profundidade, na qualidade e na influência dos seus escritos.
A bibliografia mediúnica que foi acrescida à literatura espírita,
nestes últimos cinquenta anos, nascida do lápis de Chico Xavier – e o espaço
não nos permite, sequer, considerações ligeiras sobre a oriunda, em nosso
plano, de suas páginas –, é vultosa, considerável. E qualitativamente
admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num exame sereno e com absoluta
isenção, dividir a obra mediúnica, orientada por Emmanuel, igualmente em fases
perfeitamente delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando
a sobrevivência e a imortalidade do espírito (Parnaso de além-túmulo); a
segunda, lembrando e confirmando os deveres dos espíritas, destinada a
prepará-los para o trabalho no movimento (Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, seguido de uma panorâmica da História Universal, A Caminho da Luz, e
de alguns manuais de maior valor: Emmanuel – Dissertações mediúnicas, O
Consolador, Roteiro, etc., etc.)
Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos virão, a
seu tempo. E a obra toda de Francisco Cândido Xavier, criteriosamente
traduzida, estará, tempestivamente, à disposição dos leitores do mundo inteiro,
juntamente com a de Allan Kardec e da dos autores que cuidaram dos escritos
subsidiários e complementares da codificação.
Mas, enquanto isso, e para que tudo ocorra com a
tranquilidade que se almeja na difusão conscienciosa e responsável da doutrina
dos espíritos, seria de bom alvitre que se não perdesse de vista o fato de que
Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não
tivesse buscado ser fiel, autêntico, perseverante, seguindo a rígida disciplina
que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na
exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho – Francisco Thiesen (presidente da Federação
Espírita Brasileira, Rio de Janeiro).
¹³Atualmente, vinte anos depois que
escrevemos este artigo, passam dos 400 títulos.
Antônio César Perri de Carvalho – Livro: Chico Xavier – o
homem, a obra e as repercussões
sexta-feira, 3 de abril de 2020
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