Edição de novembro da revista Reformador tem como matéria principal “Relação transpessoal da saúde mental”, além de artigos com temas atuais “Pandemias espirituais”, “A influência do corpo na personalidade”, “Consciência ética e moralização do ser” e “Espírito e dependência química”, entre outros. Confira os artigos e faça sua assinatura:
sábado, 14 de novembro de 2020
Revista Reformador
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Prosseguimento na luta
Filhos da alma:
Que
o Senhor nos abençoe!
A
criatura terrestre destes dias, guindada pela ciência e pela tecnologia a
patamares elevados do conhecimento, ainda estorcega nas aflições do seu
processo evolutivo.
As
conquistas relevantes logradas até este momento não conseguiram equacionar o
problema da criatura em si mesma.
Avolumam-se
os conflitos entre as nações apesar do esforço de abnegados missionários na
área da política e da diplomacia internacionais.
Cresce
o conflito entre os grupos sociais, nada obstante o empenho de dedicados
seareiros do Bem, tornando-se pontes para o entendimento entre os grupos
litigantes.
O
espectro da fome vigia as nações tecnológica e economicamente menos
aquinhoadas, ameaçando de extermínio larga fatia da população terrestre, não se
considerando os milhões de indivíduos que, sobrevivendo à calamidade,
permanecerão com sequelas inamovíveis.
A
violência urbana, por todos conhecida, atinge níveis quase insuportáveis.
E
apesar do sacrifício de legisladores abençoados pelo Mundo Espiritual Superior,
cada dia faz-se mais agressiva e hedionda, sem arrolarmos os prejuízos dos fatores
pretéritos que a desencadearam através dos impositivos restritivos à liberdade
individual e das massas.
Não
podemos negar que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de
Expiações para o Mundo de Regeneração.
Trava-se
em todos os segmentos da sociedade, nos mais diferenciados níveis do
comportamento físico, mental e emocional, a grande batalha.
O
Espiritismo veio para estes momentos, oferecendo os nobres instrumentos do
amor, da concórdia, do perdão, da compaixão.
Iluminou
o conhecimento terrestre com as diretrizes próprias para o encaminhamento
seguro na direção da verdade.
Ensejou
à filosofia uma visão mais equânime e otimista a respeito da vida na Terra.
Facultou
à religião o desalgemar das criaturas humanas, arrebentando os elos rigorosos
dos seus dogmas e da sua intolerância, a fim de que viceje a fraternidade que
deve viger entre todas criaturas.
Cabe
a todos nós, aos espíritas encarnados e aos Espíritos-espíritas, a tarefa de
ampliar as balizas do Reino de Deus entre as criaturas da Terra.
Divulgar
o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance, é tarefa
prioritária.
A
dor é colossal neste momento no mundo terrestre... E o Consolador distende-lhe
as mãos generosas para enxugar as lágrimas e os suores de todos aqueles que
sofrem, mas sobretudo, para eliminar as causas do sofrimento, erradicando-as
por definitivo... E essa tarefa cabe à educação. Criando nas mentes novas o
pensamento perfeitamente consentâneo com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
retirando as anfractuosidades teológicas e dogmáticas com que o revestiram, produzindo
arestas lamentáveis geradoras de atritos e de perturbações.
Não
é possível mais postergar o momento da iluminação de consciência.
E
o sofrimento que decorre da abnegação e do sacrifício que nos deve constituir
estímulos são os meios únicos e eficazes para que seja demonstrada a excelência
dos paradigmas e dos postulados da Codificação Espírita.
As
criaturas humanas estão decepcionadas com as propostas feitas pelo utopismo que
governa algumas mentes desavisadas. Mulheres e homens honestos encontram-se sem
rumo, cansados de palavras ardentes e de propostas entusiastas, mas vazias de
conteúdo e de significação.
O
Espiritismo, meus filhos, é a resposta do Céu aos apelos mudos ou não
formulados mentalmente sequer, de todas as criaturas terrestres.
Estais
honrados com a bênção do conhecimento libertador. Estais investidos da tarefa
de ressuscitar a palavra da Boa Nova, amortalhada pela indiferença ou sob o
utilitarismo apressado dos que exploram as massas inconscientes, conduzindo-as
para o seu sítio de exploração e de ignorância.
Vós
recebestes o chamado do Senhor para preparar a terra, a fim de que a
ensementação da verdade faça-se de imediato.
Unidos,
amando-vos uns aos outros, mesmo quando discrepando em determinadas colocações
de como fazer ou quando realizar, levai adiante o propósito de servir ao Mestre
antes que o interesse de cada qual servir-se a si mesmo.
Já
não há tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta.
Conhecemos
as vossas dificuldades pessoais, sabemos das vossas lutas íntimas e
identificamos os desafios que se vos apresentam amiúde, testando-vos as
resistências morais.
Não
desfaleçais! Os homens e as mulheres, a serviço do bem com Jesus, são as suas
cartas vivas à Humanidade, a fim de que todas as criaturas leiam nas suas
condutas o conteúdo restaurado do Evangelho, as colocações seguras dos Imortais
e catalogadas pelo insigne mensageiro Allan Kardec.
Uma
nova mentalidade, uma mentalidade nova vem surgindo nos arraiais do Movimento
Espírita.
Cada
lutador compreende a necessidade de mais integrar-se na atividade doutrinária,
a fim de que, com mais rapidez se processe a Era de Renovação Social e Moral
preconizada pelo preclaro mestre de Lyon.
Não
vos faltam os instrumentos próprios para o êxito, a fim de que areis as terras
do coração humano, para que desbraveis as províncias das almas terrestres,
porfiando nessa ação, sem temerdes, sem deterdes o passo e sem retrocederdes.
Estais
acompanhando Jesus que, à frente, continua dizendo: “Vinde, pois, a mim, vós
todos que estais cansados e aflitos, conduzindo o vosso fardo e sob as vossas
aflições, comigo esse fardo é leve e essas aflições são consoladas, porque eu
vos ofereço a vida plena de paz e de felicidade.”
Avancemos,
pois, filhos da alma! Corações em festa, embora as lágrimas nos olhos; passo
firme, inobstante os joelhos desconjuntados, Espírito ereto, não obstante o peso
das necessidades.
O
Senhor, que nos ama, é nossa força e garantia de êxito.
Nunca
vos faltarão os recursos próprios, que vindes recebendo e que recebereis até o
momento final e depois da jornada cumprida, para que desempenheis a missão que
vos diz respeito hoje e quando a tivestes em épocas transatas e falhastes...
Já
não há tempo para enganos.
A
decisão tomada precede a ação da vitória, e com o amor no sentimento, o
conhecimento na mente, tereis a sabedoria de permanecer fiéis até o fim.
Que
o Senhor de Bênçãos vos abençoe, amados filhos da alma.
São
os votos dos vossos amigos espirituais que aqui estão convosco e do servidor
humílimo e paternal de sempre.
Bezerra
Tranquilidade
“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz.” Jesus (João, 16:33)
A
palavra do Cristo está sempre fundamentada no espírito de serviço, a fim de que
os discípulos não se enganem no capítulo da tranquilidade.
De
maneira geral, os aprendizes do Evangelho aguardam a paz, onde a calma reinante
nada significa além de estacionamento por vezes delituoso. No conceito da
maioria, a segurança reside em garantia financeira, em relações prestigiosas no
mundo, em salários astronômicos. Isso, no entanto, é secundário.
Tempestades
da noite costumam sanear a atmosfera do dia, angústias da morte renovam a visão
falsa da experiência terrestre.
Vale
mais permanecer em dia com a luta que guardar-se alguém no descanso provisório
e encontrá-la, amanhã, com a dolorosa surpresa de quem vive defrontado por
fantasmas.
A
Terra é escola de trabalho incessante.
Obstáculos
e sofrimentos são orientadores da criatura.
É
indispensável, portanto, renovar-se a concepção da paz, na mente do homem, para
ajustá-lo à missão que foi chamado a cumprir na obra divina, em favor de si
mesmo.
Conservar
a paz, em Cristo, não é deter a paz do mundo. É encontrar o tesouro eterno de
bênçãos nas obrigações de cada dia.
Não
é fugir ao serviço; é aceitá-lo onde, como e quando determine a vontade
d’Aquele que prossegue em ação redentora, junto de nós, em toda a Terra.
Muitos
homens costumam buscar a tranquilidade dos cadáveres, mas o discípulo fiel sabe
que possui deveres a cumprir em todos os instantes da existência.
Alcançando
semelhante zona de compreensão, conhece o segredo da paz em Jesus, com o máximo
de lutas na Terra. Para ele continuam batalhas, atritos, trabalho e testemunhos
no Planeta, entretanto, nenhuma situação externa lhe modifica a serenidade
interior, porque atingiu o luminoso caminho da tranquilidade fundamental.
sábado, 7 de novembro de 2020
Uma águia de asas partidas
Ele
era um jovem abastado. Herdara dos pais um palácio que se erguia na colina de
Acra. Seus servos o amavam e serviam com lealdade, atendendo-lhe todos os
desejos.
Habituara-se
a dormir em seu leito de ébano e marfim, onde se permitia devaneios e dava
vazão a muitos sonhos.
E
quantos sonhos tinha! Amava as corridas de bigas, quadrigas, ansiava pela
ovação do povo, que o conduzia quase ao êxtase.
Via-se,
por entre a multidão, recebendo flores aos pés e seu nome aclamado repetidas
vezes.
Possuía
taças de rica ornamentação, nas quais bebia os vinhos gregos e latinos, louros
e rubros como as auroras.
Tinha
arcas abarrotadas de pedras raras, diamantes, rubis, safiras e pérolas sem
conta.
Era
detentor de rebanhos e de muitas vinhas. Em Betânia, possuía outro palácio,
onde costumava receber amigos para festas.
Cuidava
do corpo com massagens de óleos e unguentos raros. Vestia-se com tecidos de
linho leve. Nele, tudo respirava juventude, beleza e glória.
Entretanto,
embora parecesse nada lhe faltar, sentia sede de paz. Vazio estava o coração.
Vez
ou outra, a melancolia o abraçava. É como se depois das vitórias, dos banquetes
e das honrarias, o mármore, o marfim, as joias, tudo lhe soasse frio, gélido.
Ansiava
pela paz. Como conquistá-la? Onde buscá-la?
Naquele
cair de tarde, quase noite, em que os raios de luar já dançavam sobre a Terra,
o príncipe procurou o Rabi. Jesus acabara de abençoar as crianças, quando o
moço rico se aproxima.
O
Encontro singular lembrava um eclipse solar ao nascer do sol. O vale prostra-se
aos pés da imponente montanha e cheio de ansiedade, indaga:
Bom
Mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?
E
o diálogo deve ter prosseguido mais ou menos assim:
Por
que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: cumpre os
mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás
falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.
Tudo
isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta.
Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem.
Faltava-me algo!
Então
– propõe-lhe a Luz - vende tudo quanto
tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-me!
A
proposta o penetrou como um punhal afiado. Onde já ouvira aquela voz? Não lhe
parecia desconhecida. E aquele olhar que o fitava, cujos olhos mais pareciam
duas estrelas engastadas na face pálida?! Que doce magnetismo.
A
ordem, a meiguice dAquele homem ecoava em seu Espírito. Ele era uma águia que
desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para
voar mais alto.
O
rapaz ficou mudo por alguns instantes. Suas mãos frias revestiam-se de suor. Os
lábios pareciam selados.
Por
fim, vencendo a própria resistência, murmurou:
Senhor,
deixa antes que eu vá competir em Cesareia. Disputarei os jogos... Colherei os
louros da vitória para Israel. Voltarei depois...
Não
posso esperar, foi a resposta. Hoje é o momento para ti. Esta é a hora. Nem
amanhã, nem mais tarde.
Agora,
o jovem parece conseguir desembaraçar as ideias e explica, num jorro de
palavras:
Adquiri
recentemente aos partas quatro cavalos soberbos, brancos, velozes como dardos.
Paguei uma fortuna por eles, o preço de uma casa, setecentos denários!
Conduzirão minha quadriga no circo, nos próximos dias, em Cesareia. Guardo a
certeza que serei vencedor, porque também contratei escravos que me adestraram.
Mestre, compreendes o que é tudo isto? Não temo dar o que tenho: dinheiro,
ouro, gemas, propriedades, títulos.
A
voz do Divino Pastor o interrompe:
Dá-me
a ti próprio e eu te oferecerei a ventura sem limite.
Eu
quero, mas...
Pela
sua mente em turbilhão passaram as cenas das glórias que conquistaria. Os
amigos confiavam nele. Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com
seu triunfo.
Sim,
ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às
riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...? Seria necessário
renunciar a tudo?
A
águia desejava voar, mas as asas estavam quebradas...
Recorda-se
o jovem que os amigos o esperam na cidade, para um banquete previamente
agendado. Num estremecimento, se ergue:
Não
posso! – Murmura. Não posso agora. Perdoa-me.
E
afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se
deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez.
A
figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. Luz.
Indecisa,
a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o voo. O
peso do mundo a retém no solo. Ele se decide. Com passos rápidos, quase a
correr, desaparece na noite.
Os
Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como ele se
retirou triste e pesaroso. Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a
oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs
do mundo.
Uma
semana depois, preparavam-se as bigas e quadrigas para a importante competição
em Cesareia. As trompas e as fanfarras anunciam as festas públicas. Apostas são
feitas sobre as mesas dos cambistas. Os ases, as preferências, as cores.
Tudo
fala de triunfo, alegria. Ao sinal convencionado, sob estrondosa ovação, partem
os corcéis fogosos, puxando os carros e seus condutores.
Chicotes
estalam no ar, mãos firmes nas rédeas, suores, ansiedade.
E
então, na tarde poeirenta, numa manobra infeliz, a quadriga vira, um corpo
tomba e os cavalos, em disparada, despedaçam-no.
A
corrida prossegue. O povo elege logo outro para honrar, o vencedor.
O
moço sente a vida se lhe esvair. O sangue empapa o solo. Os escravos o acodem,
retiram-no da pista.
Ele
não mais distingue as pessoas. O vozerio da turba parece distante,
inalcançável. Uma névoa o envolve. Abandona o corpo estraçalhado, sem vida.
Dois
braços amigos o acolhem. Na acústica da alma, ele ainda escuta: Vem e segue-me.
Hoje... Não posso esperar.
A
águia demoraria um tempo maior para alçar o voo às alturas que sonhava. Os
séculos se dobrariam. O moço rico retornaria muitas vezes ao cenário do mundo
até conseguir o seu intento.
Amélia Rodrigues / Divaldo Franco –
Livro Primícias do Reino
A verdadeira propriedade
O
homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.
Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece.
Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse
real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que
é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os
conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que
ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro
mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar,
visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.
Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos
utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei
do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá
vos possais servir.
Ao
viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A
outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de
seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem à sua chegada no mundo
dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será,
todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas
na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão:
Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma
das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico
do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de
ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se
compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás
podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da
alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da
primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para
um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. – Pascal. (Genebra, 1860.)
O Evangelho Segundo
o Espiritismo – Cap. XVI – Não se pode servir a Deus e a Mamon – item 9
A visão de Eurípedes Barsanulfo - vídeo
No dia 1º de novembro completou-se 102 anos da desencarnação de Eurípedes Barsanulfo. Vale a pena rever o encontro dele com o Cristo, neste vídeo que conta uma história emocionante vivida por este pioneiro do Espiritismo no País, em trecho extraído do livro A vida escreve, de Hilário Silva, da FEB Editora.
Confira!
Fonte: febnet.org.br
Por que desdenhas?
“Examinai tudo. Retende o bem.” Paulo (I Tessalonicenses, 5:21)
O
cristão não deve perder o bom ânimo, por mais inquietantes se apresentem as
perplexidades do caminho, não somente no que diz respeito à dor, mas também no
que se reporta a costumes, acontecimentos, mudanças, perturbações...
Há
companheiros excessivamente preocupados com a extensão dos erros alheios, sem
se precatarem contra as próprias faltas.
Assinalam
casas suspeitas, fogem ao movimento social, malsinam fatos ou reprovam pessoas,
antes de qualquer exame sério das situações. E nesse complexo emocional que os
distancia da realidade, dilatam desentendimentos com pretensas atitudes de
salvadores improvisados, que apenas acentuam a esterilidade do fanatismo.
Longe
de prestarem benefícios reais, constituem material neutralizante do movimento
renovador.
O
Evangelho do Cristo, contudo, não instituiu cubículos de isolamento; procura
estabelecer, aliás, fontes de Vida Abundante, em toda parte.
Examinar
com imparcialidade é buscar esclarecimento.
Por
que a condenação apressada ou a crítica destrutiva? Quando Paulo dirigiu a
célebre recomendação aos tessalonicenses não se reportava apenas a livros e
ciências da Terra. Referia-se a tudo, incluindo os próprios impulsos da opinião
popular, com alusão aos fenômenos máximos e mínimos do caminho vulgar.
Em
todas as ocorrências dos povos e das personalidades, em todos os fatos e
realizações humanas, o aprendiz fiel da Boa Nova deve analisar tudo e reter o
bem.
Por
que te afastares do trabalho e da luta em comum? Por que desencorajar os que
cooperam na lide purificadora com o teu impensado desdém? Se te sentes unido ao
Cristo, lembra-te de que o Senhor a ninguém abandona, nem mesmo os seres
aparentemente venenosos do chão.
Aconteceu a 1ª Semana Espírita do Leste de Minas
Venha saber mais sobre a 1ª Semana Espírita da Comissão Regional Leste de Minas Gerais que aconteceu entre os dias 26 e 31/10/2020.
Riqueza
... é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha...
A
Doutrina Espírita oferece aos seus adeptos - àqueles que lhe procuram observar
e sinceramente absorver as luzes santificantes - adequado conceito em torno de
tão importante quão difícil aspecto da experiência humana: - a Riqueza.
Há
quem enriqueça pelo esforço próprio, no trabalho honesto.
Há
quem se torne milionário por efeito de heranças ou doações.
Há,
contudo, os que trazem suas arcas repletas em consequência de atividades
ilícitas, desonestas, espoliando aqui, enganando acolá, defraudando mais
adiante.
A
fortuna, todavia, em si mesma não é boa nem má.
É
neutra - absolutamente neutra.
Em
forma de cintilantes moedas ou expressando-se por cédulas de alto valor,
conserva ela, contudo, a sua neutralidade.
O
homem, pela aplicação que lhe dá, é quem a transforma em veículo do bem ou do
mal, de salvação ou condenação, alterando-lhe a finalidade.
Com
ela pode o homem construir soberbos monumentos de benemerência; mas, com ela,
também pode cavar, diante de si, abismos de alucinação e crime.
A
riqueza bem aplicada, enobrecendo quem a possui, provê de remédio, de alimento,
de vestuário, o lar humilde onde, tantas vezes, a vergonha digna se oculta humilhada,
retraída.
A
riqueza mal aplicada, enclausurando o homem nas teias da ambição, condu-lo à
miséria espiritual, à demência, à loucura.
Como
se vê, podemos convertê-la em bênção ou condenação em nossa vida.
O
homem esclarecido, que se desprendeu do corpo deixando valiosos recursos,
econômicos ou financeiros, alegrar-se-á, sentir-se-á ditoso, se notar que tais
recursos estão espalhando na Terra o perfume da Caridade, nas suas mais
diversas manifestações.
No
copo de leite para a criança enferma.
No
prato de sopa para o necessitado.
No
vestuário para o que se defronta com dificuldades.
Na
intelectualização e espiritualização do seu semelhante.
Se
deixou alguém no mundo largas possibilidades materiais e não se encontra,
espiritualmente, em boas condições, as preces de reconhecimento de seus
beneficiários alcançar-lhe-ão onde estiver, em forma de consolação e paz, bom
ânimo e reconforto, felicitando, destarte, doador e legatários.
Há
um tipo de riqueza que constitui, invariavelmente, uma brasa na consciência de
quem a deixou no mundo, embora possam os herdeiros, aplicando-a cristãmente,
suavizar-lhe o sofrimento, abrandar-lhe o remorso.
É
a que se adquire por meios excusos, por inconfessáveis empreendimentos,
apoiados na exploração dos semelhantes.
Riqueza
abençoada é aquela que, obtida no trabalho digno, expande-se, fraternal e
operosamente, criando o trabalho e favorecendo a prosperidade.
A
que estimula realizações superiores, nos diversos setores da atividade humana,
convertendo-se em rosas de luz para o Espírito Eterno nos divinos Jardins do
Infinito.
Esse
tipo de riqueza e essa forma de aplicá-la favorecem a ascensão do homem, uma
vez que, possuindo-a, não é por ela possuído.
A
riqueza mal adquirida e mal aplicada conservará o seu detentor em consecutivas
repetições de dramas expiatórios, nos caminhos terrestres e nas sombrias
regiões da vida espiritual.
Asseverando
ser “mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha do que entrar um rico
no Reino de Deus”, não quis o Mestre menosprezar a prosperidade, que é um bem
da vida.
Nem
condenar, irremissivelmente, o companheiro afortunado.
O
que o Mestre pretendeu, decerto, foi advertir-nos quanto aos perigos do excesso,
do supérfluo, porque nossas mãos invigilantes estão habituadas ao abuso.
Temos
sido, no decurso dos milênios, campeões da extravagância.
Reconhecia
Jesus que a fortuna em poder de criaturas que estagiam, ainda, no clima do
egoísmo, nas estações da avareza, imersas na insensibilidade, é sempre porta
aberta - diríamos melhor - escancarada para o abismo.
A
única riqueza, em verdade, que não oferece margem de perigo, é a riqueza
espiritual, os tesouros morais que o homem venha a adquirir.
É
a riqueza que se não manifesta, exclusivamente, por meio de cofres recheados,
nem de palacetes suntuosos e patrimônios incalculáveis, afrontando a
indigência.
É
a que se traduz na posse, singela e humilde, dos sentimentos elevados.
Por
esse tipo de riqueza, imperecível e eterna, podemos e devemos lutar, denodada e
valentemente.
Com
toda a força do nosso coração.