segunda-feira, 8 de março de 2021
quinta-feira, 4 de março de 2021
Prece de amor

Amado Jesus!
Suplicando abençoes a nossa casa de fraternidade, esperamos por teu amparo, a fim de que saibamos colocar em ação o amor que nos deste.
Auxilia-nos a exercer a compaixão e o entendimento, ensinando-nos a esquecer o mal e a cultivar o bem, na paciência e na tolerância uns para com os outros.
Ajuda-nos a compreender e servir, para que a nossa fé não seja inútil.
Faze-nos aceitar na caridade o esquema de cada dia e induze-nos os braços ao trabalho edificante para que o nosso tempo não se torne vazio.
Sobretudo, Senhor, dá-nos humildade, a fim de que a humildade nos faça dóceis instrumentos nas tuas mãos.
E, agradecendo-te o privilégio do trabalho, em nosso templo de oração, louvamos a tua Infinita Bondade hoje e sempre.
Scheilla / Chico Xavier – Livro: Visão nova
No campo físico
“Semeia-se corpo
animal, ressuscitará corpo espiritual.” Paulo (I Coríntios, 15:44)
Ninguém
menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na
santidade.
A
imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o
espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.
A
sementeira comum é símbolo perfeito.
O
gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama,
o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na
folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.
Compreendamos,
pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo,
obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.
A
cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos
à lei que nos induz para o Alto.
Toda
criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação
de espiritualidade divina.
O
apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo “semeia-se”.
Quem
nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade
mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes
inesperados da natureza.
Quem
cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.
Mas,
o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere,
feliz, a colheita da glória espiritual.
Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 171
Deveres de agora
Enquanto
respeitáveis pesquisadores investigam, infatigáveis, o problema da imortalidade
da alma em laboratórios que obedecem às mais exigentes conquistas da técnica
moderna, vês desfilarem à míngua de compaixão os «filhos do Calvário».
Muitos
companheiros atilados, empolgados pela terminologia complexa sugerida na
sistemática da psicologia experimental, apresentam teses arrojadas, fixados a
conceitos respeitáveis, e tu observas os descendentes da «Casa do Caminho»,
tresmalhados e tristes na faina do sofrimento, deambulando sem rota.
Parece-te,
às vezes, que o complexo aparato dos laboratórios penetra o teu santuário de fé
para interpretar as manifestações espirituais em linguagem nova, fazendo exigências
a que se devem submeter os espíritos da caridade, de modo a atenderem
impositivos intelectuais, no mesmo momento em que entidades atribuladas do
além-túmulo batem angustiadas às portas da mediunidade, rogando palavras de
consolo em nome de Jesus.
Momentos
difíceis atravessas, considerando a valiosa bibliografia que te chega às mãos,
sugerindo novas fórmulas de interpretação do amor em relação à comunicabilidade
dos Espíritos, embora enxameiem ao teu lado os órfãos, as viúvas, os
atribulados em abandono total, desejando comunicar-se contigo, espíritos também
que são encarnados no domicílio da matéria.
Todavia,
a mensagem cristã é tão suave e simples! Os ensinos do Rabi, que enflorescem as
mais caras evocações cristãs da Humanidade, são um convite vigoroso para a
manutenção do amor entre os homens! E os conceitos esflorados por Allan Kardec,
na admirável Doutrina Consoladora, refletem, todos eles, o impositivo da
transformação total do homem, à base do culto dos deveres de agora, todos os
dias, para alcançar o ápice da evolução impostergável de todos nós.
É
verdade que o homem então atinge as Altas Esferas sem as luminescências do
conhecimento; da mesma forma ninguém evolui realmente sem a santificação dos
sentimentos, através da conjugação do verbo amar, em todas as suas expressões.
Diante
do poviléu esfaimado e aturdido, o Senhor solicitou aos companheiros o repasto
de que dispunham, após o que multiplicou pães e peixes para todos eles; ao lado
da mulher surpreendida no delito conjugal fatigada pelos próprios desencantos e
humilhada pela massa em rebeldia, vitimada quase pela lapidação pública, o
Senhor, depois de exprobrar o comportamento dos adúlteros presentes, disse-lhe
com piedosa misericórdia: «Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Vai e
não tornes a pecar»; após ouvir o relatório minudente sobre o culto dos deveres
externos, apresentado por um jovem que ansiava encontrar o Reino de Deus e
fruí-lo, o Mestre foi peremptório: «Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, vem
e segue-me»; a obsidiada, que transformara o corpo em instrumento de aflição,
mas que se compungira ante a mensagem fascinante da Boa Nova, irrompendo,
desesperada, na casa de Simão, que O hospedava momentaneamente, d'Ele recebeu a
palavra de alento: «Por muito amares, os teus pecados te serão perdoados»; e ao
ladrão, que no momento extremo Lhe rogara oportunidade de aportar, também, na
Região da justiça, Ele acenou com a esperança próxima de recebê-lo
oportunamente no Paraíso ...
Em
todos os momentos da vida do incansável Seareiro do Amor, essas
pequenas-grandes lições de toda hora, deveres de todo momento, constituíram a
seara sublime da perene Boa Nova.
Dir-te-ão
muitos que já não há campo para aquela vida de odor evangélico, qual a dos
primeiros dias dos homens dos caminhos; falar-te-ão que é necessário aplicar a
inteligência e os favores do conhecimento moderno e explicarão quanto à
necessidade de utilizar a técnica para viver com tranquilidade e em plenitude
do gozo.
Sem
desconsideração às nobres conquistas do pensamento hodierno, ama, serve,
aprimora teus ensinamentos e renova-te incessantemente.
Não
descures de acender a luz do Evangelho na tua casa, não deixes de plantar uma
árvore generosa e frutífera no caminho, não recuses a palavra gentil ao
transeunte e, seguindo as pegadas de Jesus, embora a distância que medeia entre
ti e Ele, faze-te, mesmo assim, mensagem viva do Evangelho, coroado pela luz da
imortalidade, luz que haures na Revelação Espírita da atualidade, cumprindo com
os teus deveres agora, a fim de penetrares no Reino dos Céus, desde este
instante, mediante a tua integração no espírito vivo e atuante do Cristo.
Joanna de Ângelis /Divaldo Pereira Franco - Livro: Lampadário Espírita
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
Ajudar sempre
O
título deste artigo é breve, mas contém um padrão de conduta exemplar,
magnífico.
Com
efeito, o ensino máximo de Jesus Cristo está resumido na célebre sentença Amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. (...)
De
cor e salteado, sabemos que quem ama ao próximo como a si mesmo, exatamente por
este motivo, estará amando a Deus sobre todas as coisas.
E
o que é amar ao próximo como a si mesmo? É fazer a ele somente o que gostaríamos
que ele nos fizesse. Simples assim.
Disso
resulta que Ajudar sempre vem ao encontro do ensinamento maior de Jesus,
o Cristo, dirigente do Planeta Terra, nosso Irmão, Mestre e querido Amigo de
todas as horas.
Cremos
firmemente que esta orientação [de ajudar sempre e, como decorrência, nunca
prejudicar a quem quer que seja] seja excelente para transmitir aos nossos
filhos, que, se observada, fará com que eles sejam respeitosos e respeitados,
pessoas de Bem, voltadas para o Bem e para a sua prática, contribuindo assim
para o avanço moral da sociedade.
Além
disso, e como muito bem o sabemos, a semeadura é livre, mas a colheita
obrigatória, de modo que aquele que sempre procura ajudar, auxiliando em
tudo o que esteja ao seu alcance, e nunca, jamais, em hipótese alguma
prejudicar a outrem, seja qual for a circunstância ou a situação, sem sombra de
dúvida será o primeiro beneficiário desse admirável comportamento que, de forma
natural, também se estenderá, e favorecerá, a outras pessoas direta ou
indiretamente.
Registra
Carlos Torres Pastorino: Lembre-se de que colheremos, infalivelmente, aquilo
que houvermos semeado.
Se
estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras
errôneas do passado.
Fique
alerta quanto ao momento presente!
Plante
apenas sementes de otimismo e de amor, para colher amanhã os frutos doces da
alegria e da felicidade.
Cada
um colhe, exatamente, aquilo que plantou. (Minutos de Sabedoria, 41ª ed.,Vozes,
mensagem n. 3)
Há
várias e incontáveis maneiras de ajudar, de auxiliar, a toda evidência. Muitas
vezes, o silêncio é uma delas. Não por acaso, costuma-se dizer que o
silêncio é uma prece. Quando os ânimos estão acirrados, nada melhor que
silenciar para favorecer a busca do entendimento.
Excelente
modo de ajudar é procurar ouvir. E saber ouvir nada mais é que dispensar
integral atenção ao interlocutor, tendo e demonstrando interesse pela
conversação, por seu conteúdo, a fim de que se encontre um caminho, uma
alternativa, um novo rumo e, preferencialmente, uma solução para a questão
apresentada. Pode parecer pouco, mas, para quem está aflito ou desorientado e,
tantas vezes, desesperado, é suficiente.
Toda
ajuda é bem-vinda. E não estamos aqui tratando apenas de auxílio pecuniário,
financeiro. Quando for o caso, um conselho, um apoio, uma sugestão, uma
orientação, uma palavra de esperança, podem ter grande significado para quem
deles necessita. Não é sem razão, portanto, que as Casas Espíritas brasileiras,
de um modo geral, têm entre as suas atividades o chamado atendimento
fraterno que tantos e tão bons serviços tem prestado àqueles que o buscam.
Mesmo
fora das Casas Espíritas, individualmente, estamos em condições de prestar
auxílio [independentemente de situação financeira, de nível social ou
intelectual, de raça, de cor, de crença], uma vez que tantas e tantas vezes
basta que fiquemos em silêncio ou que nos manifestemos, de conformidade com o
quadro apresentado, imbuídos da melhor das intenções, de boa-fé, com a vontade
de ser úteis, com o desejo de bem servir, sempre com qualidade e com amor.
Aconselha
o Espírito Joanes, através da psicografia do eminente médium Raul Teixeira: Na
sua atividade profissional diária, quando você se põe a servir à vida com os
recursos de que dispõe, a fim de que tudo se desenvolva ao seu derredor,
procure cientificar-se das suas obrigações.
Pense
no trabalho, desde o mais simples ao mais complexo, desde os esforços braçais
mais inexpressivos aos olhos comuns até as realizações mais grandiosas no campo
intelectual, e faça tudo da melhor forma, faça tudo com boa vontade.
Todo
trabalho é bênção de Deus para quem o realiza. Todo serviço é nobre desde que
operado em homenagem ao excelso bem. (Para uso diário, 6. ed., Fráter, cap. 11)
E
por trabalho não se devem entender somente as ocupações materiais, porquanto o
Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho. (O
Livro dos Espíritos, 33. ed. FEB, questão 675)
Vale
muito a pena repetir para enfatizar e consolidar: toda ocupação útil é trabalho
e todo trabalho é bênção de Deus para quem o realiza.
Procuremos
avançar, pois, ajudando sempre!
Antônio Moris Cury/Revista Mundo Espírita-fevereiro/2016 – Fonte: www.mundoespirita.com.br
Amanhã
“Digo-vos que não
sabeis o que acontecerá amanhã.” (Tiago, 4:14.)
Diz o preguiçoso: “amanhã farei”.
Exclama
o fraco: “amanhã, terei forças”.
Assevera
o delinquente: “amanhã, regenero-me”.
É
imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não
alcançou, ainda, em verdade, a noção real do tempo.
Quem
não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século.
Alma
sem coragem de avançar cem passos, não caminhará vinte mil.
O
lavrador que perde a hora de semear, não consegue prever as consequências da
procrastinação do serviço a que se devota, porque, entre uma hora e outra,
podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.
Muita
gente aguarda a morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto
à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos
sempre os resultados a que nos propomos.
Se
todas as aves possuem asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa, nem planam no
mesmo nível.
A
andorinha voa na direção do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se
consagra, em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo
que o homem procura agora, surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno
do coração.
Cuida,
pois, de fazer, sem delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua própria
felicidade, porque o Amanhã será muito agradável e benéfico somente para aquele
que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa, valorosamente,
nas abençoadas horas de Hoje.
Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 170
Oração III
Senhor Jesus!
Agradecendo-Te o amparo de todos os dias, eis-nos aqui, de espírito ainda em súplica, no campo em que nos situaste.
Ensina-nos
a procurar na vida eterna a beleza e o ensinamento da temporária vida humana.
Apesar
de amadurecidos para o conhecimento, muitas vezes somos crianças pelo coração. Ágeis
no raciocínio, somos tardios no sentimento.
Em
muitas ocasiões, dirigimo-nos à Tua infinita Bondade, sem saber o que
desejamos. Não nos deixes, assim, em nossas próprias fraquezas!
Nos
dias de sombra, sê nosso apoio e segurança!
Mestre
Divino! Guia-nos o passo na senda reta.
Dá-nos
consciência da responsabilidade com que nos enriqueces o destino!
Auxilia-nos
para que o suor do trabalho nos alimente o lume da fé.
Não
admitas que o verme do desalento nos corroa o ideal e ajuda-nos para que a
ventania da perturbação não nos inutilize a sementeira.
Educa-nos
para que possamos converter os detritos do temporal em adubo que nos favoreça a
tarefa.
Ao
redor da leira que nos confiaste, rondam aves de rapina, tentando instilar-nos
desânimo e discórdia...
Não
longe de nós, flores envenenadas deitam capitoso aroma, convidando-nos ao
repouso inútil, e aves canoras da fantasia, através de melodias fascinantes,
concitam-nos a ruinosa distração...
Fortalece-nos
a vigilância para que não venhamos a cair.
Dá-nos
coragem para vencer a hesitação e o erro, a sombra e a tentação que nascem de
nós.
Faze-nos
compreender os tesouros do tempo, a fim de que possamos multiplicar os créditos
de conhecimento e de amor que nos emprestaste.
Divino
Amigo! Sustenta-nos as mãos no arado de nossos compromissos, na verdade e no
bem, e não permitas, em Tua misericórdia que os nossos olhos se voltem para trás.
Que
a Tua vontade, Senhor, seja a nossa vontade, agora e para sempre.
Assim
seja!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
O culto cristão no lar
Povoara-se
o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor,
instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como
se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos
edificante, falou com bondade:
— Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?
O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:
— Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou, de novo:
— E o oleiro? Que faz para atender à tarefa a que se propõe?
— Certamente, Senhor — redarguiu o pescador, intrigado —, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
— E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
— Lavrará a madeira, usará a enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu:
— Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
— Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:
— Mestre, seja feito como desejas.
Então Jesus, convidando os familiares do Apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do lar.
Neio Lúcio/Chico Xavier – Livro: Jesus no lar
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Enquanto é hoje
“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos
corações.”
Paulo (Hebreus, 3:15)
Encarecer
a oportunidade de regeneração espiritual na vida física nunca será argumento
fastidioso nos círculos de educação religiosa.
O
corpo denso, de alguma forma, representa o molde utilizado pela compaixão
divina, em nosso favor, em grande número de reencarnações, para reajustar
nossos hábitos e aprimorá-los.
A
carne, sob muitos aspectos, é barro vivo de sublime cerâmica, onde o Oleiro
Celeste nos conduz muitas vezes, à mesma forma, ao calor da luta, a fim de aperfeiçoar-nos
o veículo sutil de manifestação do espírito eterno; entretanto, quase sempre,
estragamos a oportunidade, encaminhando-nos para a inutilidade ou para a ruína.
Dentro
do assunto, porém, a palavra de Paulo é valiosa e oportuna.
Enquanto
puderes escutar ou perceber a palavra Hoje, com a audição ou com a reflexão, no
campo fisiológico, vale-te do tempo para registrar as sugestões divinas e
concretizá-las em tua marcha.
Para
o homem brutalizado a morte não traz grandes diferenças.
A
ignorância passa o dia na impulsividade e a noite na inconsciência, até que o
tempo e o esforço individual operem o desgaste das sombras, clareando-lhe o caminho.
Aqui,
todavia, nos referimos à criatura medianamente esclarecida.
Todos
os pequenos maus hábitos, aparentemente inexpressivos, devem ser muito bem
extirpados pelos seus portadores que, desde a Terra, já disponham de algum
conhecimento da vida espiritual, porque um dos maiores tormentos para a alma
desencarnada, de algum modo instruída sobre os caminhos que se desdobram além
da morte, é sentir, nos círculos de matéria sublimada, flores e trevas, luz e
lama dentro de si mesma.
Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 169
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
Oração pelos entes queridos
Senhor Jesus!
Concedeste-nos os entes queridos por tesouros que nos empresta.
Ensinai-nos
a considerá-los e aceitá-los em sua verdadeira condição de filhos de Deus,
tanto quanto nós, com necessidades e esperanças semelhantes às nossas.
Faze-nos, porém, observar que aspiram a gêneros de felicidade diferente da
nossa e ajuda-nos a não lhes violentar o sentimento em nome do amor, no
propósito inconsciente de escravizá-los aos nossos pontos de vista.
Quando
tristes, transforma-nos em bênçãos capazes de apoiá-los na restauração da
própria segurança e, quando alegres e triunfantes nos ideais que abraçam, não
nos deixe na sombra do egoísmo ou da inveja, mas sim ilumina-nos o entendimento
para que lhes saibamos acrescentar a paz e a esperança.
Conserva-nos
no respeito que lhes devemos, sem exigir-lhes testemunhos de afeto ou de apreço,
em desacordo com os recursos de que disponham.
Auxilia-nos
a ser gratos pelo bem que nos fazem, sem reclamar-lhes benefícios ou vantagens,
homenagens ou gratificações que não nos possam proporcionar.
Esclarece-nos
para que lhe vejamos unicamente as qualidades, ajudando-nos a nos determos
nisso, entendendo que os prováveis defeitos de que se mostram ainda portadores desaparecerão
no amparo de tua benção.
E,
se um dia, viermos a surpreender alguns deles em experiências menos felizes,
dá-nos a força de compreender que não será reprovando ou condenando que lhes
conquistaremos os corações, e sim entregando-os a Ti, através da oração, porque
apenas Tu, Senhor, pode sondar o íntimo de nossas almas e guiar-nos o passo
para o reequilíbrio nas Leis de Deus.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Mãos unidas