sábado, 15 de abril de 2023

Mais Luz - Edição 626 - 16/04/2023

 

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Imitação do Evangelho – Obras Póstumas

Ante o Evangelho: Objetivo desta Obra

Mensagem da semana: Ausentes – Fonte Viva 100

Poema: A escola de Jesus convida – Casimiro Cunha

Oração: Prece de aprendiz- Albino Teixeira



Abril: Mês do Livro Espírita

 



A Livraria Joanna de Ângelis,  em comemoração ao "Mês do Livro Espírita", todas as sextas-feiras do mês de abril, estará aberta promovendo a venda de livros infantis com preços acessíveis e exposição de todo o seu acervo.

Um bom livro, um bom presente.
Visite-nos: será das 19h00 às 21h30.


quinta-feira, 13 de abril de 2023

Imitação do Evangelho

 


Ségur, 9 de agosto de 1863. — (Médium: Sr. d’A…)

 

NOTA. — Eu a ninguém dera ciência do assunto do livro em que estava trabalhando. Conservara-lhe de tal modo em segredo o título, que o editor, Sr. Didier, só o conheceu quando da impressão. Esse título foi, a princípio: Imitação do Evangelho. Mais tarde, por efeito de reiteradas observações do mesmo Sr. Didier e de algumas outras pessoas, mudei-o para o de O Evangelho segundo o Espiritismo. Assim, as reflexões contidas nas comunicações seguintes não podem ser tidas como fruto de ideias preconcebidas do médium.

 

Pergunta. — Que pensais da nova obra em que trabalho neste momento?

 

Resposta. — Esse livro de doutrina terá considerável influência, pois que explanas questões capitais, e não só o mundo religioso encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida tem que ser destruída; a terra e suas populações civilizadas estão prontas; já de há muito os teus amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos, porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas e que saia, afinal, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais. Acaba a tua obra e conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós, e com o auxílio devotado dos Espíritos que te são mais fiéis e em cujo número digna-te de me incluir sempre.

 

P. — Que dirá o clero?

 

R. — O clero gritará — heresia, porque verá que atacas decisivamente as penas eternas e outros pontos sobre os quais ele baseia a sua influência e o seu crédito. Gritará tanto mais, quanto se sentirá muito mais ferido do que com a publicação de O Livro dos Espíritos, cujos dados principais, a rigor, poderia aceitar. Agora, porém, tu entraste por um novo caminho, no qual não poderá ele acompanhar-te. O anátema secreto se tornará oficial e os espíritas serão repelidos, como o foram os judeus e os pagãos, pela Igreja Romana. Em compensação, os espíritas verão aumentar-se-lhes o número, em virtude dessa espécie de perseguição, sobretudo com o qualificarem, os padres, de demoníaca uma doutrina cuja moralidade esplenderá como um raio de sol pela publicação mesma do teu novo livro e dos que se seguirão.

Aproxima-se a hora em que te será necessário apresentar o Espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Aproxima-se a hora em que, à face do céu e da Terra, terás de proclamar que o Espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição verdadeiramente divina e humana. Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a solidez das tuas convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de aço, resistiria a todos os ataques.

Entretanto, amigo, se a tua coragem ainda não desfaleceu sob a tarefa tão pesada que aceitaste, fica sabendo que foste feliz até ao presente, mas que é chegada a hora das dificuldades. Sim, caro Mestre, prepara-se a grande batalha; o fanatismo e a intolerância, exacerbados pelo bom êxito da tua propaganda, vão atacar-te e aos teus com armas envenenadas. Prepara-te para a luta. Tenho, porém, fé em ti, como tu tens fé em nós, e sei que a tua fé é das que transportam montanhas e fazem caminhar por sobre as águas. Coragem, pois, e que a tua obra se complete. Conta conosco e conta sobretudo com a grande alma do Mestre de todos nós, que te protege de modo muito particular.

 

Obras póstumas — 2ª Parte / Capítulo 21. 


quarta-feira, 12 de abril de 2023

Prece de aprendiz

 


Senhor Jesus,

dá-me forças para viver com alegria,

coragem para sustentar o fardo das provas com dignidade,

compreensão para não perder a fé em Deus,

boa vontade para servir ao próximo,

discernimento para trilhar o melhor caminho…


Que eu nada faça que prejudique a ninguém e que aprenda a não me queixar senão de minhas próprias fraquezas!

Que acima de todas as sombras da vida, eu possa enxergar a tua divina luz a nortear-me os passos nas lutas de cada dia.

Amado Mestre, que eu saiba me esforçar para não decepcionar os companheiros que depositam em mim a sua confiança e que eu não me sinta decepcionado quando esse ou aquele amigo tropeçar nas pedras da invigilância…

Não me abandones às trevas de mim mesmo!

Toma-me, Senhor o coração de aprendiz e guarda-me contigo, hoje e sempre.

Assim seja!

 

Albino Teixeira / Carlos. A. Baccelli – Livro: Palavras da coragem



terça-feira, 11 de abril de 2023

Ausentes

 “Ora, Tomé, um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio.” — (João, 20:24)

 

Tomé, descontente, reclamando provas, por não haver testemunhado a primeira visita de Jesus, depois da morte, criou um símbolo para todos os aprendizes despreocupados das suas obrigações.

Ocorreu ao discípulo ausente o que acontece a qualquer trabalhador distante do dever que lhe cabe.

A edificação espiritual, com as suas bênçãos de luz, é igualmente um curso educativo.

O aluno matriculado na escola, sem assiduidade às lições, apenas abusa do estabelecimento de ensino que o acolheu, porquanto a simples ficha de entrada não soluciona o problema do aproveitamento. Sem o domínio do alfabeto, não alcançará a silabação. Sem a posse das palavras, jamais chegará à ciência da frase.

Prevalece idêntico processo no aprimoramento do Espírito.

Longe dos pequeninos deveres para com os irmãos mais próximos, como habilitar-se o homem para a recepção da graça divina? Se evita o contato com as obrigações humildes de cada dia, como dilatar os sentimentos para ajustar-se às glórias eternas?

Tomé não estava com os amigos quando o Mestre veio. Em seguida, formulou reclamações, criando o tipo do aprendiz suspeitoso e exigente.

Nos trabalhos espirituais de aperfeiçoamento, a questão é análoga.

Matricula-se o companheiro, na escola de vida superior, entretanto, ao invés de consagrar-se ao serviço das lições de cada dia, revela-se apenas mero candidato a vantagens imediatas.

Em geral, nunca se encontra ao lado dos demais servidores, quando Jesus vem; logo após, reclama e desespera.

A lógica, no entanto, jamais abandona o caminho reto.

Quem desejar a bênção divina, trabalhe pela merecer.

O aprendiz ausente da aula não pode reclamar benefícios decorrentes da lição.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 100


sábado, 8 de abril de 2023

Mais Luz - Edição 625 - 09/04/2023

 

Venha ler e refletir conosco: https://mailchi.mp/f7987c5651c3/verdadeiro-sentido-da-pscoa

 

PÁSCOA - "Qual o verdadeiro sentido?" – Haroldo Dutra

Ante o Evangelho: Felicidade que a prece proporciona

Mensagem da semana: Persiste e segue – Fonte Viva 99

Poema: A cruz – João de Deus

Oração: Senhor Jesus! – Emmanuel

Projeto “Examinando o Livro da Esperança” - Psicologia da caridade



PÁSCOA - "Qual o verdadeiro sentido?"

 


(...) “uma grande celebração cujas raízes repousam no judaísmo, mas que foram absorvidas pelo mundo cristão, pelo Cristianismo e depois de certo modo, deturpadas e se transformaram na celebração atual da páscoa, com seus coelhinhos, com seus ovos da páscoa, e com uma festa que quase não guarda nenhuma relação com a páscoa genuína.

O que é então a páscoa?

A páscoa é uma celebração judaica do momento em que o povo foi libertado da escravidão no Egito.

É importante salientar que quando nós falamos de páscoa, nós estamos num universo que é o da religiosidade. Nós estamos no mundo religioso. E no universo da religiosidade nós lidamos com símbolos, com metáforas. Por que isso? Porque religiosidade tem a ver com o sentimento, e religiosidade tem a ver com a experiência pessoal, com a experiência que a criatura faz de Deus, como ela experimenta Deus, como ela experimenta a vida, como ela experimenta a si mesma diante da vida e diante de Deus.

É óbvio que é impossível traduzir uma experiência tão subjetiva, tão espiritualmente rica com a linguagem da ciência, que é uma linguagem matemática, uma linguagem analítica; ou com a linguagem da filosofia, que é uma linguagem especulativa, cheia de um vocabulário complexo e às vezes até prolixo. Por essa razão, a religiosidade opta pela linguagem da metáfora, que é quase uma linguagem dos sonhos. Uma linguagem onírica e, portanto, a páscoa tem muito dessa simbologia onírica do sonho.

O que diz a páscoa?

Que o povo hebreu estava escravo há 400 anos no Egito. O Egito foi invadido então por um anjo da morte. Mas naquelas casas que tivessem uma marca de sangue de um cordeiro, o anjo pularia aquela casa. Como o verbo pular em hebraico é pesah, daí vem páscoa. A páscoa então é o pulo do anjo, o pulo que ele dá nas casas que tem a marca do cordeiro, e que, portanto, foram poupados da tragédia de perderem o filho mais velho da casa. Essa é a simbologia.

Por que o cordeiro? E é interessante: na celebração da páscoa judaica o cordeiro ficava uma semana com a família. Eles pegavam um cordeirinho e ele ficava dentro de casa. Ali as crianças brincavam com o bichinho, criavam uma relação de afeto com ele. Daí uma semana o animalzinho era quase que um membro da família, então, ao entardecer da sexta-feira toda a família se reunia e o animal era sacrificado. E tinha que ser assim, porque se alimentar do cordeiro da páscoa precisava ser uma experiência de dor. É a experiência da perda de alguém amado, então a páscoa tem a ver com essa experiência espiritual. A experiência da libertação espiritual, mas que é uma experiência de desilusão, e você não se desilude sem perder. Por isso esse choque do cordeirinho sendo imolado.

Com a vinda de Jesus, o que ele faz? Ele convive três anos com seus discípulos; cura cegos; cura paralíticos; janta todo dia na casinha de Simão Pedro; cura até mesmo a sogra de Simão Pedro que morava com ele; trabalha com eles; acorda cedinho e vai pescar com eles até o entardecer; convive com eles diariamente; participa das suas dores; sofre as imperfeições de cada um deles; e no momento final dos três anos, reúne os 12 e diz assim para eles: vocês vão me perder. Eu estou agora me despedindo de vocês porque eu vou deixar o mundo corpóreo para voltar ao mundo incorpóreo, e vocês vão experimentar uma tremenda tristeza, uma profunda dor porque vocês criaram uma conexão emocional comigo. Eu não chamo vocês mais de servos, eu chamo vocês de amigos porque tudo o que eu aprendi eu compartilhei com vocês. Eu amei vocês da maneira maior que eu poderia amar; eu amei tanto, que você Pedro, vai me negar, vai me trair, mas eu continuo te amando e nada vai alterar o meu amor por você. Eu amo tanto você Judas, e mesmo sabendo que você vai me trair, eu não estou te expulsando. Eu estou comendo com você, e eu te perdoo, mas eu irei embora e vocês vão viver a maior experiência de solidão, e de ascensão espiritual das suas vidas.

Mas o que eu posso prometer? Que do mundo espiritual eu estarei junto com vocês. Vou ampará-los em todas as suas atividades. Estarei eu mesmo do mundo espiritual comandando a expansão do Cristianismo, portanto, essa crise da morte é apenas um portal para a imortalidade porque a vida não cessa no túmulo, e toda vez que vocês se sentirem solitários, toda vez que vocês sentirem falta da minha amizade, do meu amor, da minha dedicação, da minha presença, vocês vão se reunir, vão celebrar a páscoa em minha memória, em memória da minha amizade, em memória do meu amor, e sobretudo, em memória da libertação de que eu sou o mensageiro, porque Jesus veio libertar o homem da escravidão da matéria, da escravidão dos sentidos.

Egito em hebraico chama-se Mitsraim e Mitsraim em hebraico é estreiteza, prisão. A matéria é opressora, os sentidos físicos são estreitos. A mensagem de Jesus é libertadora porque ela vem trazer um amor incondicional, um amor que ama independente de... Portanto, é um amor que liberta, então ele recomenda: reúnam-se para celebrarem a páscoa, para celebrar o amor, para celebrar a minha dedicação, e para celebrar a imortalidade da alma, a vida espiritual.

Mas infelizmente os séculos passaram, e nós transformamos a páscoa em coelhos e ovinhos coloridos de chocolate, apagando completamente a dimensão espiritual e a experiência religiosa que a páscoa propõe, que é uma experiência de Deus, é uma experiência de solidão, é uma experiência de amar e de se sentir amado, não importam as circunstâncias.

Essa é a páscoa!” 

Haroldo Dutra

 Transcrição da fala de Haroldo Dutra Dias sobre a páscoa no vídeo abaixo.