quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Romaria dos mortos

 

Também nós vimos, hoje, em romaria,

Da luz do mundo dos desencarnados,

Visitar nossos mortos bem-amados

Que palmilham a estrada erma e sombria.

 

Hoje foste à lousa escura e fria

Na saudosa lembrança dos “finados”,

Mas sois vós nossos mortos sepultados

Nos sepulcros de carne e de agonia!

 

Na parada de dor dos cemitérios,

Passa, à luz de dulcíssimos mistérios,

A generosa e santa caravana…

 

São os vivos dos mundos da verdade

Que choram sobre os mortos na impiedade

Do campo santo da miséria humana!

 

A. de Guimarães / Chico Xavier

Livro: Palavras sublimes



terça-feira, 24 de outubro de 2023

Não rejeites a confiança

 

“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.” — Paulo. (Hebreus, 10:35)

 

Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.

Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios desencoraja o fervor das almas tíbias.

A virtude vacilante recua ante o vício que parece vitorioso.

Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que se destaca, aureolado de louros.

Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é preciso receber o mundo por nosso educandário.

E a escola nos revela que a romagem carnal é simples estágio do Espírito no campo imenso da vida.

Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.

Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preço do sangue e das lágrimas dos seus contemporâneos.

Muitos ganharam batalhas de ódio.

Outros monopolizaram o pão.

Alguns comandaram a vida política.

Outros adquiriram o temor popular.

Entretanto, passaram todos… Por prêmio terrestre às laboriosas empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro faustoso em que sobressaem na casa fria da morte.

Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela Terra te imponha à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.

Lembra-te da imortalidade, — nossa divina herança!

Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no bem!

A carne é apenas tua veste.

Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e aguarda, confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera, sempre justiceira, amanhã.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 128



sábado, 21 de outubro de 2023

Mais Luz - Edição 653 - 22/10/2023

 

Confira conosco:

https://mailchi.mp/84d6947da8ba/homenagem-meimei

 

Meimei – Biografia

Ante o Evangelho: A paciência

Mensagem da Semana: Humanidade Real – Fonte Viva, 127

Poema: Caridade – Casimiro Cunha

Oração de Sempre – Meimei




sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Meimei

 


Seu nome de batismo, aqui na Terra, foi IRMA CASTRO. Nasceu a 22 de outubro de 1922, em Mateus Leme (Minas Gerais). Aos 2 anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna, MG. Constava de pai, mãe e 4 irmãos: Ruth (autora desta biografia), Carmen, Alaíde e Danilo. Os pais eram Adolfo Castro e Mariana Castro.

Com 5 anos ficou órfã de pai. Meimei foi desde criança diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para todos uma dádiva do Céu.

Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois na Escola Normal de Itaúna, porém, a moléstia que sempre a perseguia desde pequena — nefrite — manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2.º ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através da boa leitura, fonte de burilamento do seu espírito.

Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que Deus lhe dera.

Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela.

Pertencia à digna sociedade de Itaúna. Algum tempo depois, transferiu-se para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, Alaíde, a fim de arranjar colocação (trabalho).

Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado.

Foi nessa época que conheceu Arnaldo Rocha com quem se casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou 2 anos apenas, quando adoeceu novamente.

Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença — nefrite crônica. Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, veio a falecer no dia 1.º de outubro de 1946, em Belo Horizonte.

Logo depois, seu Espírito já esclarecido começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que têm se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.

Seu nome “MEIMEI” (expressão chinesa que significa “amor puro”) agora tão venerado como um “Espírito de Luz”; foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo esposo Arnaldo Rocha.

 

Professora Ruth de Castro Mattos. (Irmã de Meimei.)

Belo Horizonte — 10 de maio de 1981.

(Biografia extraída do livro Palavras do Coração editado pela Cultura Espírita União.)



quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Oração de sempre

 

Senhor Jesus!

Entre as forças que Te servem, reconheço a minha quase total desvalia. Entretanto, graças à Tua bondade, na fé que me concedeste guardo um valor que me honra, embora as imperfeições que ainda carrego.

Apesar da migalha de colaboração que Te possa oferecer, no crédito que me confias, auxilia-me a ser útil em Teu serviço.

Nas horas de crise, induze-me a ser a esperança daqueles que estejam esmorecendo no dever a cumprir; nas discórdias que encontre, coloca em meus lábios a palavra de tolerância e união; no tumulto, conserva-me em Tua serenidade para que eu seja uma nota de paz; junto aos irmãos que ainda não consigam trabalhar, faze que, de algum modo, possa eu substituí-los sem queixa; em minhas necessidades atendidas não me consintas menosprezar os companheiros que ainda não disponham dos recursos que me emprestas e nos dias de penúria e dificuldade, nos quais me levas a aprender paciência e coragem, não me permitas humilhar a ninguém.

Senhor, ensina-me a ser o pensamento que modela o bem, o sentimento que compreenda e perdoe, o olhar que vê sem malícia, o ouvido que escuta a aspereza sem transmiti-la aos outros, a mão que trabalha e protege; e a voz que esclarece e abençoa sem azedume ou condenação.

Servir é o único meio de renovar-me, segundo os Teus ensinamentos. Ajuda-me a agir e servir, sem qualquer ideia de cansaço ou compensação; e, se não posso ombrear com as inteligências que se transformam em chamas de Teu amor para engrandecerem a vida, deixa, Senhor, que eu seja, entre os irmãos de experiência e de prova, um pequenino raio da Tua luz.

 

Meimei / Chico Xavier – Livro: Janela para a vida



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Humanidade Real

 “… Eis o Homem!” — Pilatos. (João, 19:5)

 

Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre…

Nem banquete, nem púrpura.

Nem aplauso, nem flores.

Jesus achava-se diante da morte.

Terminava uma semana de terríveis flagelações.

Traído, não se rebelara.

Preso, exercera a paciência.

Humilhado, não se entregou a revides.

Esquecido, não se confiou à revolta.

Escarnecido, desculpara.

Açoitado, olvidou a ofensa.

Injustiçado, não se defendeu.

Sentenciado ao martírio, soube perdoar.

Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.

Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: — Eis o condenado, eis a vítima!

Diz simplesmente: — “Eis o Homem!”

Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.

Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 127




terça-feira, 17 de outubro de 2023

Caridade

 

Use o tostão que sobra

E que em nada te aproveita,

Dar sempre é exemplificar

A caridade perfeita!

 

Caridade é, muitas vezes,

Fazer-se sempre o menor,

Está na luz da Humildade

A caridade melhor.

 

Caridade é perdoar

A quem te causa uma dor

É converter todo o espinho

Numa braçada de flor.

 

Caridade, enfim, na Terra

É buscar a perfeição,

A perfeição de si mesmo

No templo do coração.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Chico Xavier — Mandato de amor



sábado, 14 de outubro de 2023

Mais Luz - Edição 652 - 15/10/2023

 

Confira conosco em mais uma edição iluminada do nosso boletim semanal:

https://mailchi.mp/3f2916d172c6/o-mestre-e-o-apstolo

 

O Mestre e o apóstolo – Emmanuel

Ante o Evangelho: Caracteres do verdadeiro profeta

Mensagem da Semana: Ajudemos sempre – Fonte Viva 126

Poema: Missionário – Cruz e Souza

Prece do Educador – Dora Incontri




O Mestre e o apóstolo

 


O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. I — Item 7.

 

Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.

 

Jesus, o Mestre.

Kardec, o Professor.

 

Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.

Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.

 

Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra.

Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.

 

Jesus caminha sem convenções.

Kardec age sem preconceitos.

 

Jesus exige coragem de atitudes.

Kardec reclama independência mental.

 

Jesus convida ao amor.

Kardec impele à caridade.

 

Jesus consola a multidão.

Kardec esclarece o povo.

 

Jesus acorda o sentimento.

Kardec desperta a razão.

 

Jesus constrói.

Kardec consolida.

 

Jesus revela.

Kardec descortina.

 

Jesus propõe.

Kardec expõe.

 

Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos.

Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.

 

Jesus afirma que é preciso nascer de novo.

Kardec explica a reencarnação.

 

Jesus reporta-se a outras moradas.

Kardec menciona outros mundos.

 

Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito.

Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.

 

Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.

 

Jesus, a porta.

Kardec, a chave.


Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Opinião espírita



sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Missionário

                                                                                        Lembrando Allan Kardec


Pés sangrando no trilho solitário,

Dilacerado, exânime, proscrito,

— Ave do sonho em montes de granito

Assim passa no mundo o Missionário.

 

Incompreendido e estranho visionário,

Contendo, a custo, o peito exausto e aflito,

Vai carregando as glórias do Infinito,

Entre as chagas e as sombras do Calvário.

 

Longas jornadas, ásperos caminhos,

No campo de grilhões, trevas e espinhos,

Onde semeia o trigo da Verdade!…

 

  Virão, porém, os dias da colheita

E os celeiros da luz pura e perfeita

No Divino País da Eternidade.

 

Cruz e Souza / Chico Xavier

Livro: Coletânea do Além