domingo, 5 de novembro de 2023
sábado, 4 de novembro de 2023
Mais Luz - Edição 655 - 05/11/2023
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/b75621964a0b/o-mais-difcil
O mais difícil – Hilário Silva
Ante o Evangelho: Se alguém vos
bater na face direita, apresentai-lhe também a outra
Mensagem da Semana: Guarda a
paciência – Fonte Viva – 129
Poema: Honra de servir – Maria Dolores
Oração de louvor – Augusto Cezar
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
O mais difícil
Diante das
águas calmas, Jesus refletia.
Afastara-se da
multidão, momentos antes.
Ouvira
remoques e sarcasmos.
Vira chagas e
aflições.
O Mestre
pensava…
Tadeu e Tiago,
o moço, João e Bartolomeu aproximaram-se. Não era aquele um momento raro? E
ensaiaram perguntas.
— Senhor, —
disse João, — qual é o mais importante aviso da Lei na vida dos homens?
E o Divino
Amigo passou a responder:
— Amemos a
Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.
— E qual é a
virtude mais preciosa? — Indagou Tadeu.
— A humildade.
— Qual o
talento mais nobre, Senhor? — Falou Tiago.
— O trabalho.
— E a norma de
triunfo mais elevada? — Interrogou Bartolomeu.
— A
persistência no bem.
— Mestre, e
qual é, para nós todos, o mais alto dever? — Aventurou Tadeu novamente.
— Amar a
todos, a todos servindo sem distinção.
— Oh! isso é
quase impossível, — gemeu o aprendiz.
— A maldade é
atributo de todos, — clamou Tiago; — faço o bem quanto posso, mas apenas
recolho espinhos de ingratidão.
— Vejo homens
bons sofrendo calúnias por toda parte, — acentuou outro discípulo.
— Tenho
encontrado mãos criminosas toda vez que estendo as mãos para auxiliar, — disse
outro.
E as mágoas
desfilaram diante do Mestre silencioso.
João, contudo,
voltou a interrogá-lo:
— Senhor, que
é mais difícil? Qual a aquisição mais difícil?
Jesus sorriu e
declarou:
— A resposta
está aqui mesmo em vossas lamentações. O mais difícil é ajudar em silêncio,
amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar… A aquisição mais
difícil para nós todos chama-se paciência.
Hilário Silva / Waldo Vieira – Livro: A Vida
Escreve
Oração de Louvor
Senhor Jesus!
Mestre e Amigo.
Agradeço a renovação em que me transformas, através
dos sinais de tua bondade, a cada dia.
Estou reconhecido pelos amigos que me deste, nos quais
encontro alavancas espirituais de que me utilizo para seguir à frente.
Admiro, Senhor, a paciência com que me tomaste sob
teus cuidados, ensinando-me nos contatos de cada companheiro que nada
conseguirei fazer sozinho. Os diversos irmãos, que me proporcionaste, me
fornecem esperança e coragem, apoio e lição que me compete incorporar ao
arquivo de minhas próprias experiências.
Graças a ti, reconheço hoje que somos os braços uns
dos outros e que muito me cabe compreender de trabalho e de ideal para ser
igualmente compreendido.
Com infinita bondade, colocaste em meu coração o ideal
da simplicidade, em cuja luz tenho aprendido a recolher-te a inspiração na flor
anônima do campo, no rosto iluminado de paz que surpreendo nos doentes que se
deixam conduzir pela fé, na proteção da árvore que me fala sem palavras da
generosidade sem recompensa ou no sorriso de uma criança.
Sem qualquer exigência me induzes a calar para que
outros falem e me revelas quanto devo servir e obedecer.
Agradecendo-te os dons com que me fortaleces o
entendimento, peço ainda para que continues a burilar-me o coração de aprendiz
para que me faça útil a quantos me cruzem os passos.
Quando não me seja possível obter o que desejo,
auxilia-me a receber o que devo aceitar em meu benefício próprio.
Não me consintas agir na suposição de que o teu poder
me pertence e ampara-me, a fim de que eu possa trabalhar com a tua bênção de
paz, esteja onde estiver e seja com quem for.
Acolhe os meus agradecimentos pelo pai que me
concedeste, pelas irmãs abençoadas de que me cercaste e pelos companheiros de
que me enriqueces os dias, com os quais anseio agora esquecer-me para ser
humilde e inicie o aprendizado de serviço aos semelhantes, a fim de ser feliz.
Sobretudo, Senhor, agradeço-te o coração de mãe ao
qual me entregaste, porque unicamente através das realizações e dos ensinos de
minha mãe é que começo a entender a importância de viver, de modo a seguir-te
os passos na minha condição de filho de Deus.
Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Augusto vive
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Honra de servir
Às vezes, alma
irmã, dizes que a vida
É um tecido de
lutas colossais,
Que não tens
paciência de sofrê-las,
Que não
suportas mais.
Acalma-te, no
entanto, pensa e nota:
Sem que os
problemas surjam tais quais são,
Tudo seria o
caos no campo da existência,
Deserto sem
degraus de elevação.
— “Paciência,
— explicou-nos sábio amigo, —
É o respeito
ideal que se mantém,
Entre os seres
e as vidas que se entrosam
Para a
realização do Eterno Bem.”
Para que não
se faça barro e lodo,
Pântano
incomodando o próprio ar,
Deve a fonte
servir no curso a que se prende,
No anseio de
atingir a grandeza do mar.
Se o trigo
recusasse a mó que o pulveriza,
Faria nobre
prato com certeza
Ou talvez
fosse adorno para o mundo,
Mas não seria
pão brilhando à mesa.
Sem controle
da usina que a governa,
Depois de
acumulada onde se ativa,
Seria a força
da eletricidade
Unicamente
força destrutiva.
Se quisesse
fugir da órbita a que atende,
Seria o
próprio sol, nos espaços profundos,
Um monstro
luminoso sem destino,
Perturbando a
mecânica dos mundos.
Paciência,
alma irmã, é o dom do entendimento,
A honra de
servir que temos ao dispor,
Para erguer,
ante os Céus, nos distritos da Terra,
O caminho da
Paz e a presença do Amor.
Maria Dolores/Chico
Xavier
Livro: A Vida
Conta – Maria Dolores
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Guarda a paciência
“Porque
necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus,
possais alcançar a promessa.” — Paulo. (Hebreus, 10:36)
Provavelmente estarás retendo, há muito tempo, a
esperança torturada.
Desejarias que a resposta do mundo aos teus anseios
surgisse, imediata, agasalhando-te o coração; entretanto, que paz desfrutarias
no triunfo aparente dos próprios sonhos, sem resgatares os débitos que te
encadeiam ao problema e à dificuldade?
Como repousar, ante a exigência do credor que nos
requisita?
Descansará o delinquente, antes da justa reparação à
falta cometida?
Sabes que o destino materializar-te-á os planos de
ventura, que a vitória te coroará, enfim, a senda de luta, mas reconheces-te
preso ao círculo de certas obrigações.
O lar convertido em forja de angústia…
A instituição a que serves, onde sofres a intromissão
da calúnia ou o golpe da crueldade…
O parente a que deves respeito e carinho, do qual
recolhes menosprezo e ingratidão…
A rede dos obstáculos…
A conspiração das sombras…
A perseguição gratuita, a enfermidade do corpo, a
imposição do ambiente…
Se as provas te encarceram nas grades constringentes
do dever a cumprir, tem paciência e satisfaze as obrigações a que te
enlaçaste!…
Não renuncies ao trabalho renovador!
Recorda que a Vontade de Deus se expressa, cada hora,
nas circunstâncias que nos cercam! Paguemos nossas contas com a sombra, para
que a Luz nos favoreça!
Em verdade, alcançaremos a concretização dos nossos
projetos de felicidade, mas, antes disso, é necessário liquidar com paciência
as dívidas que contraímos perante a Lei.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 129
sábado, 28 de outubro de 2023
Mais Luz - Edição 654 - 29/10/2023
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/bf00881580e9/dia-dos-mortos
Dia dos mortos – J. Raul
Teixeira
Ante o Evangelho: Deixar aos
mortos o cuidado de enterrar seus mortos
Mensagem da Semana: Não rejeites
a confiança – Fonte Viva, 128
Poema: Romaria dos mortos – A.
de Guimarães
Oração do Dois de Novembro –
Irmão X
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
Dia dos mortos
Você já
parou para pensar no sentimento que move as criaturas diante da morte de um ser
querido?
Se você
nunca teve essa experiência, dificilmente conseguirá pensar devidamente.
É que a
morte ainda no Ocidente é uma grande hidra. As criaturas têm um medo terrível
da morte e do morrer.
Muito
pouca gente se dá conta de que a morte é o reverso da medalha da vida. Para que
nós tenhamos vida, há necessidade de que haja morte.
No
planeta material em que nós nos encontramos, todas as vezes em que nós falamos
do fenômeno da vida, só o falamos porque esse fenômeno está atrelado ao da
morte. Para que alguma coisa viva, outra coisa terá que morrer. Para que a
planta viva, a semente morre. Para que o pão apareça, temos que triturar o
grão.
Dessa
maneira, para que nós, seres humanos, vivamos, temos que matar tantas plantas
para nos alimentar, alguns animais que alimentam a nossa mesa. Temos que
digerir, que deglutir uma quantidade enorme de partículas de vida que estão
pelo espaço, pelo ar que respiramos. Temos que gastar uma quantidade muito
grande de oxigênio para podermos sobreviver.
A morte significa
muito pouco no conjunto da vida. Afinal de contas, quando nós pensamos nesse
fenômeno do morrer e aprendemos que a morte é consequência do desgaste dos órgãos,
nos apercebemos de que começamos a morrer no momento em que nascemos, quando
somos dados à luz e temos que respirar com os nossos próprios pulmões. Aí
começa o fenômeno da queima, do desgaste do órgão, da morte. Quando nós
pensamos nisso, então, temos que ver que a morte é um fenômeno hiper natural.
Tudo que
nasce morre, tudo que é matéria no mundo se transforma, e uma das formas de
transformação nós chamamos de morte.
Um dos
modos pelos quais as coisas se transformam é a morte. Morre a montanha de
minério, para que surja a montanha de barro, por exemplo. Morre a ostra para
que nasça a pérola. E dessa forma, nós verificamos sempre essa dualidade, vida
e morte, esse claro-escuro da vida e da morte que nos acompanha.
Então,
valeria a pena pensarmos, nesse dia em que as nossas sociedades ocidentais homenageiam
os seus mortos.
Chamamos
Dia dos Mortos, chamamos Dia de Finados, não importa, o que importa é que
dedicamos um dia para prestar homenagem aos nossos antepassados, aos nossos
amigos, aos nossos afetos, aos amores nossos que já demandaram o Mais Além, que
já cruzaram essa aduana de cinzas da imortalidade.
E, no
Dia de Finados encontramos tanta gente verdadeiramente mobilizada por
sentimentos de fraternidade, de ternura, de amor, que vão aos cemitérios, que
vão aos Campos Santos, na busca de homenagear aos seus seres queridos. Merece
todo respeito essa iniciativa.
Nada
obstante percebemos quanto que vamos ficando escravizados dessa situação,
imaginando, supondo, pelos aprendizados que fizemos das nossas religiões, ou
pelas coisas que ouvimos falar aqui e ali, que os nossos mortos estão lá. Chegamos
a ouvir as pessoas dizerem: Eu vou visitar a cova do meu pai. Eu vou visitar a
sepultura de minha mãe. Como se ali estivesse o seu pai, como se ali a sua mãe
estivesse.
Nada
obstante, leiamos inscrições tumulares do tipo Aqui jaz Fulano de Tal, mas não
é verdade. O Fulano de Tal que nós queremos homenagear não jaz ali na
sepultura. Ali estão seus despojos, ali estão seus restos mortais. É como se
nós tirássemos uma roupa imprestável e atirássemos essa roupa na lixeira. Esquecemos
dela, deixamos que o tempo cumpra o seu papel. Nenhum de nós teria a ideia, de
todos os dias, ir lá visitar a roupa velha e imprestável, atirada no monturo. Então,
nada obstante esse respeito com que nós, cristãos, encaremos essa relação com
os mortos, com o morrer, por mais que nós estejamos com esse intuito de
homenagear aos nossos seres queridos, será muito importante criarmos o hábito
de pensar neles vivos.
Ali na
cova, na sepultura, não jazem nossos entes queridos. Eles jazem, eles vivem, eles
vibram, na nossa intimidade, nos nossos pensamentos. Eles se movem no Mundo dos
Espíritos.
Ao
pensar nos nossos mortos, cabe ter essa certeza de que os nossos mortos vivem, eles
não estão jazendo nos sepulcros. Imaginemos que coisa grotesca será imaginar
nossos seres amados enterrados na sepultura com os seus despojos! Vale a pena
pensar numa gaiola vazia, donde o pássaro já se foi. Vale a pena pensar nisso!
Então, o
nosso corpo físico, durante um tempo mais ou menos largo, serve-nos de morada, serve-nos
como uma gaiola que, ao mesmo tempo que nos ajuda a aprender, a crescer, também
é um instrumento através do qual resgatamos aquilo que devemos em face da vida,
coloquemos em ordem a nossa consciência com as Leis Divinas.
Logo, o
Dia de Finados, o Dia dos Mortos deveria ser um dia sim, de homenagem aos
nossos seres queridos, mas de outra maneira. Aprendermos a fazer um
levantamento de como se acham nossas disposições na vida, se estamos vivendo de
acordo com os ensinamentos de nossa mãe, de nosso pai, se os estamos
homenageando, glorificando seus nomes, pelo tipo de criatura que sejamos: dignas,
nobres, amigas, fraternas, operosas, dedicadas ao bem. Afinal de contas, de que
outra maneira, melhor nós poderíamos homenagear os nossos mortos?
Nem
sempre levando flores para enfeitar os sepulcros onde se acham seus despojos. Aqueles
recursos das flores, quantas vezes poderiam ser transformados, em nome dos
nossos mortos, em leite para uma criança pobre, em pães para o necessitado, em
remédios para um doente que não os pode comprar, em cadernos para que alguma criança
aprenda.
Nós
podemos converter aquela quantidade enorme de cera que compramos para queimar
nos cemitérios, que não vai levar a lugar algum os nossos mortos, que não
precisam de cera queimada, converter isso em alimento, em roupa, em agasalho, em
material escolar, em medicação, em acompanhamento, em homenagem aos nossos
mortos. Quando presenteássemos uma criança com o kit de material escolar, nós
poderíamos dizer a ela, caso ela entendesse, ou aos seus pais: Faça uma prece
por Fulano de Tal, que é meu filho, que é meu pai, que é minha mãe, que é meu
irmão, ou meu amigo.
Nós
teríamos formas tão mais agradáveis, tão mais felizes, de homenagear os nossos
mortos. E cantar, e brincar, e nos alegrar, como eles gostavam que nós
fizéssemos. No Além, eles continuam gostando.
Quantos
filhos que se foram para o Mais Além e suas mães começam a morrer aqui na Terra.
Não se tratam mais, não se cuidam mais, não os respeitam mais. Se seus filhos
gostavam de vê-las bem vestidas, bem cuidadas, alegres, joviais, em homenagem a
eles, no Dia dos Mortos e em todos os dias da vida, continuem assim, bem
cuidadas, dispostas, alegres. O que não nos impede a lágrima de saudade e nunca
a lágrima de revolta.
Se os
nossos filhos gostavam de saber que nós estamos envolvidos em atividade social,
em alguma atividade do bem, como voluntários, servindo numa escola, servindo
num velhanato, num hospital, vamos continuar a fazer isso em homenagem a eles, em
nome deles que de onde estiverem, nos aplaudirão, nos incentivarão.
Se
tivemos nossos entes queridos desencarnados em situações drásticas, pela
drogadição, pelo vírus do HIV ou pelo suicídio, mais motivos temos de rogar a
Deus por eles, de homenageá-los, fazendo toda a cota de bem que nos for
possível, em honra deles. Não tenhamos qualquer mágoa deles. Não imaginemos que
eles estejam perdidos para sempre. Nunca suponhamos que Deus os vá castigar por
sua fragilidade, porque Deus não é um juiz que sentencia. Deus é um Pai que
ama, e certamente, se nós estamos fazendo as coisas boas para homenagear no Dia
de Finados, ou ao longo dos dias do ano, os nossos amores que foram para o
Além, por vias naturais ou por alguma enfermidade, o que é que não faremos para
homenagear àqueles que saíram de maneira tão triste, tão lastimável da
convivência com o corpo físico.
Por isso
é que a nossa oração por eles deverá partir do nosso coração, do mais íntimo do
nosso ser, pensando em Deus como o Pai comum de todos nós, mas nos colocando
diante da vida de maneira muito operosa, nos tornando pessoas úteis, a fim de
que o Dia de Finados transcorra para nós como mais um dia em que homenageamos os
nossos seres queridos que demandaram o Mais Além, na vibração, na torcida, fazendo
os votos para que os nossos amores, que já se transformaram em estrelas, sejam
felizes nessas dimensões do Invisível, junto a Esse amor incomensurável de nosso Pai Celeste.
José Raul Teixeira
Transcrição do Programa Vida e Valores – Dia dos
Mortos – Canal FEP