Às vezes, alma
irmã, dizes que a vida
É um tecido de
lutas colossais,
Que não tens
paciência de sofrê-las,
Que não
suportas mais.
Acalma-te, no
entanto, pensa e nota:
Sem que os
problemas surjam tais quais são,
Tudo seria o
caos no campo da existência,
Deserto sem
degraus de elevação.
— “Paciência,
— explicou-nos sábio amigo, —
É o respeito
ideal que se mantém,
Entre os seres
e as vidas que se entrosam
Para a
realização do Eterno Bem.”
Para que não
se faça barro e lodo,
Pântano
incomodando o próprio ar,
Deve a fonte
servir no curso a que se prende,
No anseio de
atingir a grandeza do mar.
Se o trigo
recusasse a mó que o pulveriza,
Faria nobre
prato com certeza
Ou talvez
fosse adorno para o mundo,
Mas não seria
pão brilhando à mesa.
Sem controle
da usina que a governa,
Depois de
acumulada onde se ativa,
Seria a força
da eletricidade
Unicamente
força destrutiva.
Se quisesse
fugir da órbita a que atende,
Seria o
próprio sol, nos espaços profundos,
Um monstro
luminoso sem destino,
Perturbando a
mecânica dos mundos.
Paciência,
alma irmã, é o dom do entendimento,
A honra de
servir que temos ao dispor,
Para erguer,
ante os Céus, nos distritos da Terra,
O caminho da
Paz e a presença do Amor.
Maria Dolores/Chico
Xavier
Livro: A Vida
Conta – Maria Dolores
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