sábado, 4 de outubro de 2025
Dinheiro e atitude
“Porque a paixão do dinheiro é a raiz de toda a
espécie de males e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores.” — Paulo (I Timóteo, 6:10)
Não encarceres o dinheiro para que o dinheiro não te
encarcere.
Bênção da vida que o Senhor permite circule na
organização da comunidade, qual sangue no corpo, converte-se em perigoso tirano
de quem o escraviza.
Deforma, por isso mesmo, os corações que o segregam no
vício, como se faz verdugo implacável do avarento que o trancafia nos cofres da
usura.
Algemado à inteligência perversa, transforma-se em
arma destruidora, e extorquido às lágrimas de viúvas e órfãos, vinga-se
daqueles que o recolhem, instilando-lhes enfermidades e cegueira de espírito.
Libertado, porém, no campo do progresso e da bondade,
converte-se em oculto libertador daqueles que o libertam.
É por essa razão que se faz alegria na colher de leite
à criança desamparada ou no leito simples que agasalha o doente sem teto,
voltando em forma de paz àqueles que o distribuem.
Orientado na direção dos que sofrem é prece de
gratidão em louvor dos braços que o movimentam e conduzido aos círculos de
aflição é cântico inarticulado de amor para as almas que o semeiam na gleba
castigada do sofrimento.
Não é a moeda que envilece o homem e sim o homem que a
envilece, no desvario das paixões que o degradam.
Deixa, pois, que o dinheiro de passagem por tuas mãos
se faça bênção de trabalho e educação, caridade e socorro, à feição do ar que
respiras sem furtá-lo aos pulmões dos outros, e perceberás que o dinheiro, na
origem, é propriedade simples de Deus.
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 48
sábado, 27 de setembro de 2025
Estejamos em paz
“Paz seja convosco.” — Jesus (João, 20:19)
Rujam tempestades em torno de teu caminho, tranquiliza
o coração e segue em paz na direção do bem.
Não carregues no pensamento o peso morto da aflição
inútil.
Refugia-te na cidadela interior do dever retamente
cumprido e entrega à Sabedoria Divina a ansiedade que te procura, à feição de
labareda invisível.
Se alguém te acusa, aquieta-te e ora em favor dos
irmãos desorientados e infelizes.
Se alguma circunstância te contraria, asserena tua
alma e espera que os acontecimentos te favoreçam.
Lembra-te de que és chamado a viver um só dia de cada
vez, sempre que o Sol se levante.
E por mais amplas se te façam as possibilidades,
tomarás uma só refeição e vestirás um só traje de cada vez nas tarefas de cada
dia.
Embora te atormentes pela claridade diurna, a alvorada
não brilhará antes da hora prevista, e embora te interesses pelo fruto de
determinada árvore, não chegarás a colhê-lo, antes do justo momento.
A pretexto, porém, de garantir a própria serenidade,
não te demores na inércia.
Mentaliza o bem e prossegue na construção do melhor,
como quem sabe que a colheita farta pede terra abençoada pela charrua.
Sejam quais forem as tuas dificuldades, lembra-te de
que a paz é a segurança da vida.
Não nos esqueçamos de que, na hora da Manjedoura, as
vozes celestiais, após o louvor a Deus, expressaram votos de paz à Terra e,
depois da ressurreição, voltando, gloriosamente, ao convívio das criaturas,
antes de qualquer plano de trabalho disse Jesus aos discípulos espantados:
— “A paz seja convosco.”
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 47
Parceria entre família e evangelização espírita
O Departamento de Infância e Juventude (DIJ) do Centro
Espírita Joseph Gleber é essencial para a formação moral e espiritual de
crianças e jovens, seguindo a Doutrina Espírita. Ele não é apenas um local de
estudo, mas um ambiente de vivência dos ensinamentos de Jesus e da codificação
de Allan Kardec.
A Doutrina Espírita nos ensina que somos Espíritos em
constante evolução. A infância e a juventude são fases cruciais, pois é nesse
período que o Espírito reencarnado está mais aberto a absorver bons
ensinamentos. O DIJ atua diretamente nesse processo, oferecendo:
● Moral Cristã:
As crianças e jovens aprendem sobre o Evangelho, a importância do amor,
caridade e perdão.
● Estudo
Doutrinário: Conceitos como reencarnação, lei de causa e efeito e a vida após a
morte são apresentados de forma didática, construindo uma fé sólida e
raciocinada.
● Vivência
Prática: O DIJ incentiva a prática do bem através de atividades de
solidariedade e auxílio ao próximo, reforçando o lema "fora da caridade
não há salvação".
Este ano de 2025, o Mês do Educador traz o tema
"Lar, alicerce do amor", reforçando a parceria entre a família e a
evangelização espírita. Pela ótica espírita, o lar não é apenas um espaço
físico, mas a primeira e mais importante escola do Espírito imortal. É nele que
a família, unida por laços espirituais, encontra a oportunidade ideal para o
aprendizado e a evolução moral.
Este projeto visa fortalecer a visão do lar como um
santuário de paz e amor, combatendo o individualismo e a desagregação social. A
iniciativa se alinha à atuação do DIJ, pois ambos trabalham para a formação de
indivíduos mais fraternos e conscientes, capazes de transformar o mundo.
DIJ - Departamento de Infância e Juventude - C.E.
Joseph Gleber
Diretores: Bianca Leme Dutra Lôbo e Taciano Pereira Rangel
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Você conhece a história de Humberto de Campos?
Humberto de Campos nasceu em 1886, em Miritiba, no
Maranhão, em uma infância marcada pela pobreza e pelas dificuldades. Órfão de
pai aos cinco anos, enfrentou privações que marcaram profundamente sua alma.
Com muito esforço, conseguiu estudar e, mais tarde, mudou-se para o Rio de
Janeiro, então capital do Brasil, onde se destacou como jornalista e cronista,
conquistando grande reconhecimento em importantes jornais do país.
Apesar do sucesso literário, sua vida financeira era
instável. Para atrair mais leitores, criou o pseudônimo Conselheiro XX, com o
qual produziu crônicas satíricas que se tornaram populares, especialmente por
criticar figuras públicas da época. Esse estilo ácido lhe deu fama e consolidou
seu lugar entre os escritores mais comentados de seu tempo, respondendo ao
desejo da sociedade por uma linguagem mais direta e crítica.
Com o agravamento de sua saúde, Humberto abandonou a
veia satírica e passou a escrever de forma mais compassiva e solidária,
respondendo às dores e aflições de seus leitores. Essa mudança de estilo fez
com que fosse profundamente amado em várias partes do Brasil, sobretudo na
Bahia e em São Paulo. Mesmo enfrentando cegueira parcial, cirurgias e solidão,
manteve-se dedicado a consolar corações aflitos até sua desencarnação em 5 de
dezembro de 1934.
Poucos meses após sua morte, Humberto surpreendeu o
país ao retornar através da psicografia de Chico Xavier, então um jovem médium.
Suas mensagens publicadas nos jornais causaram enorme impacto, sendo
reconhecidas por críticos literários pela autenticidade do estilo. O episódio
provocou debates intensos, inclusive uma ação judicial movida por seus
familiares contra a Federação Espírita Brasileira, registrada no livro “A
Psicografia ante os Tribunais”, que terminou favoravelmente à instituição.
Depois desse episódio, Humberto adotou o pseudônimo Irmão
X e psicografou, por meio de Chico Xavier, doze obras que marcaram
profundamente o Espiritismo no Brasil. Livros como “Crônicas de Além-Túmulo”, “Boa
Nova” e “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” revelaram sua
transição: inicialmente mantendo traços de seu estilo humano e literário, mas
aos poucos tornando-se mais espiritualizado, ganhando o coração de milhares de
leitores e consolidando-se como um dos escritores espirituais mais admirados.
Texto baseado na biografia encontrada no site da União
Espírita Mineira
https://uemmg.org.br/biografias/humberto-de-campos-irmao-x/
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Caminhos dos Discípulos
Buscai a sabedoria espiritual e procurai através do
discernimento aplicá-la em sua própria vida.
Perdoar. O mais nobre sentimento cristão é o perdão.
Aprendendo verdadeiramente o sentimento do amor ao
próximo, aprenderemos a exercer a sublime virtude do perdão, condição
imprescindível para a jornada do bom discípulo.
Servir com amor ao trabalho na seara do Mestre
engrandece as criaturas, libertando-as do egoísmo e passando a viver as
excelsas leis do altruísmo e da fraternidade.
Não julgar. Só o Pai é capaz de penetrar o âmago do
espírito de cada ser e julgá-lo corretamente.
Procuremos ver apenas o lado bom de nossos irmãos,
para que nossos guias também possam perdoar-nos as faltas e valorizar o nosso
esforço no bem.
Paciência, se o dia de hoje te parece triste e obscuro,
se as provas te acabrunham e desanimam, aprende a renovar-se na fé e na
esperança, na certeza de que Deus não desampara aqueles que nele confiam e
guardam no coração os seus mandamentos.
Vigilância. A oração nos liga ao amparo celeste,
abrindo nossa intuição às doces influências espirituais.
No tumulto do mundo em que vivemos, repleto de
ilusões, muitas vezes descuidamos da necessária vigilância em nos mantermos em
prece e no trabalho construtivo no bem, donde recolheremos as bênçãos do divino
pastor.
Resignação. Se trazes contigo determinada prova que te
causa na existência presente muitas agruras, lembra-te que os débitos
ressarcidos com resignação e amor, são luzes que te iluminam os caminhos
futuros.
Se estiveres com o Cristo, Ele estará sempre contigo,
suavizando-te as provas, impulsionando-te em tuas tarefas de amor,
conduzindo-te serenamente, de alma forte e feliz, fazendo-te vencer, pouco a
pouco, tuas lutas e libertando-te na ascensão excelsa daqueles que
verdadeiramente se renovam no amor cristão para penetrarem felizes, um dia, os
caminhos benditos da redenção do amor e da fé.
Palminha - Psicografia: Déa Gazzinelli
sábado, 20 de setembro de 2025
Na tarefa da paz
“… A minha paz vos dou…” — Jesus (João, 14:27)
Todos ambicionam a paz. Raros ajudam-na.
Que fazes por sustentá-la?
Recorda que a segurança dos aparelhos mais delicados
depende, quase sempre, de parafusos pequeninos ou de junturas inexcedivelmente
singelas.
Não haverá tranquilidade no mundo, sem que as nações
pratiquem a tolerância e a fraternidade.
E se a nação é conjunto de cidades, a cidade é um
agrupamento de lares, tanto quanto o lar é um ninho de corações.
A harmonia da vida começará, desse modo, no íntimo de
nossas próprias almas ou toda harmonia aparente na paisagem humana será sempre
simples jogo de inércia.
Comecemos, pois, a sublime edificação no âmago de nós
mesmos.
Não transmitas o alarme da crítica, nem estendas o
fogo da crueldade.
Inicia o teu apostolado de paz, calando a inquietação
no campo do próprio ser.
Onde surjam razões de queixa, sê a cooperação que
restaura o equilíbrio; onde medrem espinhos de sofrimento, sê a consolação que
refaz a esperança.
Detém-te na Tolerância Divina e renova para todas as
criaturas de teu círculo as oportunidades do bem.
Reafirma o compromisso de servir, silenciando sempre
onde não possas agir em socorro do próximo.
Ao preço da própria renunciação, disse-nos o Senhor:
— “A minha paz vos dou.”
E para que a paz se faça, na senda em que marchamos, é
preciso que à custa de nosso próprio esforço se faça a paz em nós, a fim de que
possamos irradiá-la, em tudo, no amparo vivo aos outros.
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 46
sábado, 13 de setembro de 2025
No sustento da paz
“Vivei em paz uns com os outros.” — Paulo (I
Tessalonicenses, 5:13)
Costumamos referir-nos à guerra, qual se ela fosse um
fenômeno de teratologia* política, exclusivamente atribuível aos desmandos de
ditadores cruéis, quando todos somos intimados pela vida ao sustento da paz.
Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa
influência pessoal se nos figure insignificante, ela não é menos viva na
preservação da harmonia geral.
A floresta é um espetáculo imponente da natureza, mas
não se agigantou sem o concurso de sementes pequeninas.
Nossa deficiência de análise, quanto à contribuição
individual no equilíbrio comum, nasce, via de regra, da aflição doentia com que
aguardamos ansiosamente os resultados de nossas ações, sequiosos de destaque
pessoal no imediatismo da Terra; isso faz com que procedamos, à maneira de
alguém que se decidisse a levantar uma casa com total menosprezo pelas pedras,
tijolos, parafusos e vigas, aparentemente sem importância, quando isoladamente
considerados, mas indispensáveis à construção.
Habituamo-nos, frequentemente, a maldizer o irmão que
se fez delinquente, com absoluta descaridade para com a debilitação de caráter
a que chegou, depois de longo processo obsessivo que lhe corroeu a resistência
moral, quase sempre após fugirmos da providência fraterna ou da simples
conversação esclarecedora, capazes de induzi-lo à vitória sobre as tentações
que o levaram à falta consumada.
Lideramos reclamações contra o estridor de buzinas na
via pública e não nos pejamos das maneiras violentas com que abalamos os nervos
de quem nos ouve.
Todos somos chamados à edificação da paz que, aliás,
prescinde de qualquer impulso vinculado às atividades de guerra e que,
paradoxalmente, depende de nossa luta por melhorar-nos e educar-nos, de vez que
paz não é inércia e sim esforço, devotamento, trabalho e vigilância incessantes
a serviço do bem. Nenhum de nós está dispensado de auxiliar-lhe a defesa e a
sustentação, porquanto, muitas vezes, a tranquilidade coletiva jaz suspensa de
um minuto de tolerância, de um gesto, de uma frase, de um olhar…
Não te digas, pois, inabilitado a contribuir na paz do
mundo. Se não admites o poder e o valor dos recursos chamados menores no
engrandecimento da vida, faze um palácio diante de vigorosa central elétrica e
procura dotá-lo de luz e força sem a tomada.
Emmanuel / Chico Xavier
Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 45
* teratologia: figurado - o conjunto dos monstros; a
monstruosidade.
sábado, 6 de setembro de 2025
71 Anos de Luz e Serviço
Ao longo da trajetória desta Casa de Luz,
muitas foram as mensagens que nos fortaleceram na fé e no serviço. Entre elas,
recordamos com carinho as palavras transmitidas por nosso diretor espiritual,
Joseph Gleber, em maio de 1970, em uma mensagem psicografada que nos convidava
a refletir sobre o chamado do Cristo:
“Vinde a mim todos os que andais aflitos e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei...”
Essa promessa do Cristo nos envolve a alma em carinhosa meditação. Jesus
nos aponta os roteiros de amor e bondade, para que nossa evolução moral possa
se transformar no alicerce da nossa própria felicidade.
As palavras do nosso benfeitor são oportunas
para a nossa reflexão. Neste momento em que celebramos os 71 anos da nossa Casa
Espírita, sentimos o coração aquecido pela certeza de que este é um lar de
acolhimento e de fé, erguido pelo esforço de tantos corações que aqui
encontraram consolo, renovação e paz. Não se trata apenas de um marco no tempo,
mas de uma oportunidade para pensarmos sobre a nossa caminhada como servidores
de Jesus. Cada gesto de amor oferecido se soma ao grande patrimônio espiritual
desta Casa de Luz.
Inspirados pelo exemplo dos que nos
antecederam, reafirmamos o compromisso de sermos fermento de transformação no
mundo, páginas vivas do Evangelho a irradiar amor, consolo e esclarecimento.
Parafraseando Emmanuel, é preciso aceitarmo-nos na condição de obreiros
chamados por Jesus a servir. Compreendermo-nos em nossa jornada como sendo uma
só família na intimidade do lar, dedicarmo-nos ao rendimento da obra. Acreditarmos
— e acreditarmos mesmo — que nada conseguiremos de bom, perante o Senhor, sem
humildade e paciência, tolerância e compreensão, uns diante dos outros.
Que esta celebração nos fortaleça no propósito
de aceitarmos a missão de nos tornarmos 'Apóstolos da Nova Era' e de mantermos
abertas as portas desta Casa como um hospital de almas, um farol de esperança e
um ponto de encontro com Jesus, para que, unidos no trabalho e na fé,
continuemos contribuindo para a construção de um mundo mais justo, fraterno e
iluminado.
Gilvonete Pereira
Diretora Administrativa – CEJG