sábado, 29 de outubro de 2022

O fenômeno chamado morte

 


A morte não existe no significado de aniquilamento, destruição total, transformação para o nada, separação eterna.

Nosso espírito é indestrutível e por isso é imortal.

Todavia não poderemos permanecer sempre encarnados. Um dia chegará em que teremos de mudar de categoria. A essa mudança é que se dá o nome de morte.

A morte é o fenômeno pelo qual o espírito se desliga completamente do corpo. Ela sobrevém por doenças ou por acidentes que facilitem o desligamento.

Não devemos, portanto, temer a morte. Ela é a porta pela qual ingressaremos no mundo espiritual. E depende unicamente de nós o que lá vamos encontrar: se praticarmos o bem, coisas belas; se praticarmos o mal o resultado do mal que tivermos cometido.

Se não devemos temer a morte, é-nos proibido procurá-la ou desejá-la por mais aflitiva que seja nossa situação aqui na terra. O corpo humano é uma dádiva sublime de Deus, e só por vontade dele é que poderemos deixá-lo. No momento de nosso desencarne é que mais necessitaremos do auxílio divino, especialmente se tivermos vivido distanciados do Altíssimo.

A causa que nos distancia de Deus é não cumprirmos nem respeitarmos os seus mandamentos, todos eles admiravelmente consubstanciados por Jesus no mandamento maior que é: Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.

E quando é que nós nos afastamos do Altíssimo e não observamos o grande mandamento?

Quando cultivamos pensamentos impuros, maldosos, egoístas, desonestos. Quando passamos a vida cuidando somente da parte material dela, deixando esquecidas as necessidades da alma; quando desprezamos a lei da fraternidade.

A fraternidade é uma lei cuja observância sempre traz felicidade. Jesus nos ensinou a sermos fraternos assim: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Vós sois filhos de um único pai que é Deus, e vós todos sois irmãos".

Uma das principais pedras de tropeço com que se defronta o homem em sua Vida, é o orgulho que o isola de Deus.

Realmente o orgulhoso não admite que acima de sua pequenez paire uma vontade soberana, à qual deva tudo o que é; e como consequência, o orgulho impossibilita sua regeneração da qual tem necessidade.

Se trabalharmos por livrar-nos destas causas que impedem nossa aproximação de Deus e pautarmos nossos atos pela lei da fraternidade, estaremos incontestavelmente a caminho de gloriosas conquistas espirituais.

No mundo espiritual ocuparemos o lugar que nos será devido pelo progresso que já tivermos realizado.

Uma vez que estamos de passagem pela Terra, é ponto importante para nossa felicidade, quer futura quer presente, a depuração de nossos sentimentos. Depurando-os conquistaremos uma posição dignificante não só como encarnados, como também quando estivermos desencarnados.

Nós estamos sempre apegados a alguma coisa e, principalmente, às nossas preferências. É aconselhável que nós nos apeguemos à virtude, aos bons pensamentos, às boas palavras, às boas ações, para que gozemos da paz e evitemos desilusões e sofrimentos futuros, porque a morte nos colocará irremediavelmente diante de nossa própria consciência.

 

Eliseu Rigonatti – Livro: O Espiritismo aplicado

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