sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Esperanto no Movimento Espírita Brasileiro

A iniciativa de chamar a atenção dos espíritas para o Esperanto nós a devemos ao vulto ímpar de Leopoldo Cirne, quando, no exercício da presidência da Federação, faz publicar importante manifestação de espíritas franceses a respeito do idioma que, então, contava apenas 22 anos de existência.
A argumentação contida nesse documento permanece atualíssima, destacando-se, sobretudo, um elemento de inspiração mais tarde cabalmente confirmado, isto é, o fato de que o Esperanto nasceu no plano espiritual para solucionar problema linguístico lá existente. Juntamente com as mensagens A Missão do Esperanto, do Espírito Emmanuel, e O Esperanto como Revelação, do Espírito Francisco Valdomiro Lorenz, ambas recebidas psicograficamente por Francisco Cândido Xavier, respectivamente em 19.1.40 e 19.1.59, o artigo transcrito em Reformador de 15 de fevereiro de 1909 compõe a tríade inspiradora das realizações esperantistas nos círculos espíritas do Brasil.
Eis a íntegra do escrito da autoria de J. Camille Chaigneau que, segundo Reformador, havia sido impresso em 1908, na revista de Gabriel Delanne, e posteriormente reproduzido por La Vie d’Outre Tombe, de Charleroi, com o título O Esperanto e o Espiritismo:
“O Esperanto é uma língua artificial criada pelo Dr. Zamenhof, contando aderentes no mundo inteiro (mais de 80.000) e afirmando a sua vitalidade crescente, os seus progressos imensos em reuniões de Congressos notáveis, pela sua facilidade e seus méritos intrínsecos.
Existe a seu favor um argumento que tudo resolve: é falado.
Não ameaça qualquer língua nacional e foi escolhido por uma comissão de sábios como língua auxiliar internacional, recomendável à adoção nos diferentes países. Por isso, a maior parte dos movimentos de caráter universal começaram a servir-se do Esperanto.
Os documentos mais importantes vindos dos mais diversos países do mundo podem ser concentrados em uma revista comum, e, graças a uma língua neutra, ser postos ao alcance de todos os que estudam uma mesma ordem de questões. Pensando na quantidade de fatos que a nós espíritas nos escapam por falta de tradução, na demora que essa mesma tradução traz à nossa documentação, parece que o Espiritismo deve ter todo o interesse em constituir uma revista central em que os fatos mais salientes possam vir grupar-se, graças a uma língua comum a todos os países.
É preciso, pois, que o Espiritismo aproveite essas vantagens. Somente o fato de se servir do Esperanto estabelece um laço fraterno entre todos os esperantistas e favorece a intercomunicação das doutrinas escritas ou faladas. É de absoluta utilidade para toda ideia sincera.
A adesão de uma coletividade ao Esperanto é uma força de engrandecimento para esta língua, mas, em compensação, essa coletividade goza da força comunicativa intrinsecamente contida no Esperanto.
Se quiséssemos procurar a gênese dessa língua, verificaríamos que ela aparece como um fato de colaboração com o Invisível.
Essa impersonalidade constitui a sua superioridade; essa assistência faz a sua força de atração.
Todos aqueles que trabalham no campo do progresso concorrerão para esta obra tão bela e tão fecunda à aproximação dos homens. O Esperanto possui a chama da fraternidade; ele viverá.
Compete aos espíritas aproveitar as suas aspirações vivificantes e dar-lhes um reforço de vitalidade.”
                                                                                *
O crescimento da família espírita mundial, impondo a necessidade das relações entre os movimentos de diferentes nações, deu-lhes mais nítida consciência do problema linguístico com todo o seu cortejo de prejuízos materiais e espirituais. E o instrumento para que tal obstáculo seja facilmente removido está às mãos.
Como seria natural, aos espíritas brasileiros coube a tarefa de, acolhendo a nobre criação de Zamenhof, cultivá-la, difundi-la, utilizá-la em seus círculos, para que, no momento oportuno, os confrades de outras terras tivessem facilitada a sua adoção.
Cumpramos, pois, agora mais essa etapa do programa relativo ao Esperanto nos círculos do Espiritismo. Estendamo-lo aos nossos irmãos de outros continentes, façamos dele a nossa língua comum para as relações internacionais, e certamente conheceremos um surto de progresso digno de um ideal universalista como é o Espiritismo Cristão.

Fonte: FEB

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Homenagens a Divaldo Franco em Brasília



A última sexta-feira (6/10) Divaldo Franco foi o convidado para receber as homenagens realizadas na Câmara dos Deputados e na sede da Federação Espírita Brasileira. Esse ano o médium e orador completa 90 anos de idade e 70 anos de oratória.
A Câmara dos Deputados recebeu centenas de convidados para participar da Sessão Solene (requerimento da Deputada Dorinha – Democratas/TO). Na ocasião foram entregues os troféus Você e a Paz a cinco homenageados: Juscelino Kubitschek de Oliveira, Remanso Fraterno, Jerônimo Mendonça Ribeiro, Joana Angélica de Jesus e Dom Bosco, personalidades que trabalharam em prol da Paz para a humanidade. Posteriormente, Divaldo Franco falou sobre a importância de cada cidadão se perceber como agente da paz.
O médium participou também da inauguração da exposição Os Pacificadores na sede da FEB. A mostra tem como objetivo lembrar das pessoas que se dedicaram a tornar o planeta um lugar melhor, Divaldo é um dos destaques da exposição. Logo após, o orador falou algumas palavras no Cenáculo sobre os destaques da exposição e reforçou o papel de cada um como parte da construção de um mundo melhor.
Assista aqui a gravação da Sessão Solene e aqui a matéria produzida pela TV Câmara.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

A educação


É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.
Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. É nisso em que menos se tem cuidado. Presta-se mais atenção em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, do que as suas virtudes. Na escola, como na família, há muita negligência em esclarecê-la sobre os seus deveres e sobre o seu destino. Portanto, desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência, ela, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as ciladas, a todos os arrebatamentos da paixão, num meio sensual e corrompido.
Mesmo no ensino secundário, aplicam-se a atulhar o cérebro dos estudantes com um acervo indigesto de noções e fatos, de datas e nomes, tudo em detrimento da educação moral. A moral da escola, desprovida de sanção efetiva, sem ideal verdadeiro, é estéril e incapaz de reformar a sociedade.
Mais pueril ainda é o ensino dado pelos estabelecimentos religiosos, onde a criança é apossada pelo fanatismo e pela superstição, não adquirindo senão ideias falsas sobre a vida presente e a futura. Uma boa educação é raras vezes, obra de um mestre. Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, são precisos, às vezes, a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de um pai ou de uma mãe pode ser suscetível. Se os pais não conseguem corrigir os filhos, como é que poderia fazê-lo o mestre que tem um grande número de discípulos a dirigir?
Essa tarefa, entretanto, não é tão difícil quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Pequenos e grandes podem preenchê-la, desde que se compenetrem do alvo elevado e das consequências da educação. Sobretudo, é preciso nos lembrar de que esses Espíritos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Com o matrimônio, aceitamos a missão de os dirigir; cumpramo-la, pois, com amor, mas com amor isento de fraqueza, porque a afeição demasiada está cheia de perigos. Estudemos, desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a aniquilar as más. Não lhe devemos dar muitas alegrias, pois é necessário habituá-la desde logo à desilusão, para que possa compreender que a vida terrestre é árdua e que não deve contar senão consigo mesma, com seu trabalho, único meio de obter a sua independência e dignidade. Não tentemos desviar dela a ação das leis eternas. Há obstáculos no caminho de cada um de nós; só o critério ensinará a removê-los. (...)
A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Suponhamos cada família iniciada nas crenças espiritualistas sancionadas pelos fatos e incutindo-as aos filhos, ao mesmo tempo em que a escola laica lhes ensinasse os princípios da Ciência e as maravilhas do Universo: uma rápida transformação social operar-se-ia então sob a força dessa dupla corrente.
Todas as chagas morais são provenientes da má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas bases traria à Humanidade consequências inestimáveis. Instruamos a juventude, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos-lhe a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores.  
Leon Denis/Livro: Depois da Morte

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Efeméride: Nascimento de Allan Kardec

Allan Kardec foi o pseudônimo adotado pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França. Ele realizou a tarefa missionária de codificar, isto é, apresentar em livros, metódica, didática e logicamente organizados, comentados e explicados, os postulados da Doutrina Espírita.