“E outros, zombando, diziam: Estão
cheios de mosto.” (Atos, 2:13)
A lição colhida pelos discípulos de Jesus, no Pentecostes, ainda é um símbolo
vivo para todos os aprendizes do Evangelho, diante da multidão.
A revelação da vida eterna continua em todas as direções.
Aquele “som como de um vento veemente e impetuoso” e aquelas “línguas de
fogo” a que se refere a descrição apostólica, descem até hoje sobre os continuadores
do Cristo, entre os filhos de todas as nações.
As expressões do Pentecostes dilatam-se, em todos os países, embora as vibrações
antagônicas das trevas.
Todavia, para milhares de ouvintes e observadores apenas funcionam alguns
raros apóstolos, encarregados de preservarem a divina luz.
Realmente, são inumeráveis aqueles que, consciente ou inconscientemente,
recebem os benefícios da celeste revelação; entretanto, não são poucos os zombadores
de todos os tempos, dispostos à irreverência e à ironia, diante da verdade.
Para esses, os leais seguidores do Mestre estão embriagados e loucos.
Não compreendem a humildade que se consagra ao bem, a fraternidade que dá sem
exigências descabidas e a fé que confia sempre, não obstante as tempestades.
É indispensável não estranhar o assédio desses pobres inconscientes, se
te dispões, efetivamente, a servir ao Senhor da Vida.
Cercar-te-ão o trabalho, acusando-te de bêbado; criticar-te-ão as
atitudes, chamando-te covarde; escutar-te-ão as palavras de amor, conservando
a ironia na boca. Para eles, a tua abnegação será envilecimento, a tua
renúncia significará incapacidade, a tua fé será interpretada à conta de
loucura.
Não hesites, porém, no espírito de serviço. Permaneces, como os
primeiros apóstolos, nas grandes praças, onde se acotovelam homens e
mulheres, ignorantes e sábios, velhos e crianças...
Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor
te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2019
Perante a multidão
O céu e o inferno
A genialidade de Allan
Kardec possibilitou a materialização da Doutrina Espírita na Terra.
Originário da sabedoria dos Espíritos Superiores, o Espiritismo foi
codificado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail. Para assinar
as obras básicas que revelariam a mensagem de renovação social da Humanidade,
preferiu humildemente adotar o pseudônimo Allan Kardec. Este nome se deve a
uma encarnação sua como druida na época de Jesus.
A nova doutrina atesta
o caráter de revelação espiritual pelo registro em cinco livros. Como ocorreu
com a primeira revelação da Justiça personificada em Moisés (Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio) e a segunda revelação do Amor personificada
em Jesus (Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos
Apóstolos), assim também se deu com a terceira revelação da Verdade, de
origem espiritual coletiva (O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O
evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese). Todas
registradas para a história em cinco livros principais, conhecidas como Torá,
Pentateuco ou Obras Básicas.
A didática estruturação
kardequiana da principal e primeira obra espírita, O livro dos espíritos (1.
ed. 1857 e edição definitiva, a 2. ed., em 1860) deu origem aos outros quatro
livros do Pentateuco kardequiano. Da segunda parte do LE surgiu O livro dos
médiuns (1. ed. 1861 e edição definitiva, a 2. ed., em 1861). Da terceira
parte, O evangelho segundo o espiritismo (1. ed. 1864 e edição definitiva, a
3. ed., em 1866). Da quarta, O céu e o inferno (1. ed. 1865 e edição
definitiva, a 4. ed., em 1869). E a primeira parte deu origem ao livro A
gênese (1. ed. 1868 e edição definitiva, a 5. ed., em 1872).
Todas as cinco obras
são importantes. Entretanto, para destacar especificamente O céu e o inferno,
podemos resumir assim:
É uma das cinco obras
básicas da Codificação do Espiritismo. Seu principal escopo é explicar a
Justiça de Deus à luz da Doutrina Espírita. Objetiva demonstrar a imortalidade
do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como
consequência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes: A primeira
estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a
morte. Mostra fatos como a morte de crianças, acidentes coletivos e uma gama
de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam
satisfatoriamente. Kardec procura elucidar temas como: anjos, céu, demônios,
inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre
a evocação dos mortos, dentre outros. Apresenta, também, a explicação
espírita contrária à doutrina das penas eternas. A segunda parte, resultante
de um trabalho prático, reúne exemplos acerca da situação da alma durante e
após a desencarnação. São depoimentos de criminosos arrependidos, de
Espíritos endurecidos, de Espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e
em expiação terrestre.
Da primeira parte,
destacamos o capítulo 7, que apresenta o Código Penal da Vida Futura, em 33
artigos. Ali, aprendemos que o sofrimento do Espírito é inerente a sua
imperfeição. O uso inadequado do livre-arbítrio nos faz sofrer, mas o seu
correto uso conduz-nos à felicidade como resultante de nossas escolhas
acertadas. Kardec conclui o citado código com a assertiva de Jesus: “a cada
um segundo as suas obras”, como prerrogativa da Justiça de Deus.
Com a palavra o
Codificador no 33º artigo:
Em que pese à
diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o
código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios: 1. O
sofrimento é inerente à imperfeição. 2. Toda imperfeição, assim como toda
falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências
naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade
nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta
ou indivíduo. 3. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito
da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura
felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra - tal é a
lei da Justiça Divina.
A abertura da segunda
parte traz um tratado sobre o passamento. Allan Kardec inicia com sua
peculiar arguição, sensata e provocativa:
A certeza da vida
futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida. Há
muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos
ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém
foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispensar-nos de uma viagem neste
mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e, por dolorosa que
seja a franquia, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la.
O estudo das obras de
Allan Kardec nos dão segurança para o conhecimento da Doutrina Espírita em
seus fundamentos. A leitura de O céu e o inferno possibilita-nos conhecer
qual será a nossa situação no Mundo Espiritual após a desencarnação, e como
nos preparar para a transição do fenômeno natural e inevitável da morte, que
é o passaporte para a verdadeira Vida.
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Geraldo Campetti
Sobrinho - vice-presidente da Federação Espírita Brasileira
Fonte: www.febnet.org.br
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sábado, 9 de novembro de 2019
“Mecanismos da Mediunidade” - Entrevista com Ruth Salgado
A coordenadora da Área de Orientação Mediúnica (AOM) da União Espírita Mineira, Ruth Salgado Magalhães, fala sobre o livro “Mecanismos da Mediunidade”, de autoria de André Luiz e psicografias de Chico Xavier e Waldo Vieira. A obra completa 59 anos de lançamento em 2019 e é a décima primeira abordada pela Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual” - realizada pela União Espírita Mineira e Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG). |
Desculpismo
E todos a uma vez começaram a escusar-se. Disse-lhe o
primeiro: comprei um campo e importa ir vê-lo; rogo-te que haja escusado.”
Jesus – ( LUCAS, 14:18)
Desculpismo sempre foi
a porta de escape dos que abandonam as próprias obrigações.
Irmãos nossos que
tiveram a infelicidade de escorregar na delinquência costumam justificar-se
com vigoroso poder de persuasão, mas isso não lhes exonera a consciência do
resgate preciso.
Companheiros que
arruínam o corpo em hábitos viciosos arquitetam largo sistema de escusas,
tentando legitimar as atitudes infelizes que adotam, comovendo a quem os ouve,
entretanto, acabam suportando em si mesmos as consequências das responsabilidades
a que se afeiçoam.
E, ainda agora, quando
a Doutrina Espírita revive o Evangelho, concitando os homens à construção do
bem na Terra, surgem às pencas desculpas disfarçando deserções:
- Estou muito jovem
ainda...
- Sou velho demais...
- Assumi compromissos
de monta e não posso atender...
- Minhas atribulações
são enormes...
- Obrigações de família
estão crescendo...
- Os negócios não me
permitem qualquer atividade espiritual...
- Empenhei-me a débitos
que me afligem...
- Os filhos tomam
tempo...
- Problemas são
muitos...
Tantas são as evasivas
e tão veementes aparecem que os ouvintes mais argutos terminam convencidos de
que se encontram à frente de grandes sofredores ou de criaturas francamente
incapazes, passando até mesmo a sustentá-los na fuga.
Os convidados para a
lavoura de luz, no entanto, engodados por si próprios, acordam para a verdade
no momento oportuno e, atados às ruinosas consequências da própria
leviandade, não encontram outra providência restauradora senão a de esperarem
por outras reencarnações.
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Emmanuel / Chico
Xavier – Livro: Palavras de vida eterna
Atribulados e perplexos
“Em tudo somos atribulados, mas não
angustiados; perplexos, mas não desanimados.” Paulo (II Coríntios, 4:8)
Desde os primeiros tempos do Evangelho, os leais seguidores de Jesus conhecem
tribulações e perplexidades, por permanecerem na fé.
Quando se reuniam em Jerusalém, recordando o Mestre nos serviços do Reino
Divino, conheceram a lapidação, a tortura, o exílio e o confisco dos bens; quando
instituíram os trabalhos apostólicos de Roma, ensinando a verdade e o amor fraterno,
foram confiados aos leões do circo, aos espetáculos sangrentos e aos postes de
martírio.
Desde então, experimentam dolorosas surpresas em todas as partes do mundo.
A idade medieval, envolvida em sombras, tentou desconhecer a missão do Cristo
e acendeu-lhes fogueiras, conduzindo-os, além disso, a tormentos inesperados e
desconhecidos, através dos tribunais políticos e religiosos da Inquisição.
E, ainda hoje, enquanto oram confiantes, exemplificando o amor evangélico,
reparam o progresso dos ímpios e sofrem a dominação dos vaidosos de todos os
matizes. Enquanto triunfam os maus e os indiferentes, nas facilidades terrestres,
são eles relegados a dificuldades e tropeços, à frente das situações mais simples.
Apesar da evolução inegável do direito no mundo, ainda são chamados a contas
pelo bem que fazem e vigiados, com rudeza, devido à verdade consoladora que
ensinam.
Mas todos os discípulos fiéis sabem, com Paulo de Tarso, que “em tudo serão
atribulados e perplexos”, todavia, jamais se entregarão à angústia e ao desânimo.
Sabem que o Mestre Divino foi o Grande Atribulado e aprenderam com Ele que da
perplexidade, da aflição, do martírio e da morte, transfere-se a alma para a
Ressurreição Eterna.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 102
A regeneração
“Naquele tempo não haverá mais
gritos, nem luto, nem trabalho, porque o que era antes terá passado.”
Esta predição do
Apocalipse foi ditada há dezoito séculos, e ainda se espera que tais palavras
se realizem, porque sempre se encaram os acontecimentos quando se passaram, e
não quando se desdobram aos nossos olhos.
Todavia, esta época
predita chegou. Não há mais dores para aquele que soube colocar-se à margem
da estrada, a fim de deixar passar as mesquinharias da vida, sem as deter
para delas fazer uma arma ofensiva contra a sociedade.
Estais em meio a estes
tempos como a espiga dourada está na colheita; vivei sob o olhar de Deus e
sua irradiação vos ilumina! Por que vos inquietais com a marcha dos acontecimentos,
que foram previstos por Deus, quando não passáveis de crianças da geração de
que falava Jesus, quando dizia: “Antes que esta geração passe acontecerá
grandes coisas?”
O que sois, Deus o
sabia; o que sereis Deus o vê! Cabe a vós bem vos compenetrardes do caminho
que vos é traçado, porque vossa tarefa é de vos submeterdes a tudo o que Deus
decidiu. Vossa resignação, e sobretudo a vossa amenidade, não são senão
testemunhos de vossa inteligência e de vossa fé na eternidade.
Acima de vós, neste Universo
onde se move o vosso mundo, planam os Espíritos mensageiros, que receberam a
missão de vos guiar. Eles sabem quando se realizarão os acontecimentos preditos.
Eis por que vos dizem: “Não haverá mais gritos, nem luto, nem trabalho.”
Sem dúvida não pode
mais haver grito para aquele que se submete às vontades de Deus, e que aceita
as suas provas. Não há mais luto, visto que sabeis que os Espíritos que vos
precederam não estão perdidos para vós, mas estão em viagem. Ora, não se veste
luto quando um amigo se ausenta.
O próprio trabalho se
torna um favor, pois se sabe que é um concurso à obra harmônica que Deus
dirige; então, executa-se a sua parte de trabalho com a solicitude do
escultor que se põe a polir a sua estátua. É uma recompensa infinita que Deus
vos concede.
Entretanto, ainda
encontrareis entraves em vossas tentativas para chegar ao melhoramento
social. É que jamais se chega ao resultado sem que a luta venha firmar os
seus esforços. O artista é obrigado a vencer os obstáculos que se opõem à
irradiação de seu pensamento; não se torna vitorioso senão quando soube elevar-se
acima das privações e dos vapores brumosos que envolvem seu gênio, ao nascer.
A ideia que surge foi
semeada pelos Espíritos quando Deus lhes disse: “Ide e instruí as nações; ide
e espalhai a luz.” Essa ideia, que cresceu com a rapidez de uma inundação,
naturalmente deve ter encontrado contraditores, opositores e incrédulos. Ela
não seria a fonte da vida, se tivesse sucumbido sob as zombarias que a acolheram
em seu começo. Mas o próprio Deus guiava este pensamento através da
imensidade; ele a fecundava na terra e ninguém a destruirá! Seria inútil que
procurassem extirpar suas raízes; trabalhariam em vão para aniquilá-la nos
corações; as crianças trazem-na ao nascer, e dir-se-ia que um sopro de Deus a
incrusta em seu berço, como outrora a Estrela do Oriente iluminava os que
vinham perante Jesus, trazendo ele mesmo a ideia regeneradora do
Cristianismo.
Bem vedes, pois, que
esta geração não passará sem que aconteçam grandes coisas, pois que com a ideia,
a fé se eleva e a esperança irradia... Coragem! O que foi predito pelo Cristo
deve realizar-se. Nestes tempos de aspiração à verdade, a luz que ilumina todo
homem que vem a este mundo brilha de novo sobre vós.
Perseverai na luta,
sede firmes e desconfiai das armadilhas que vos estendem; permanecei ligados
a essa bandeira em que inscrevestes: Fora da caridade não há salvação, e
depois esperai, porque aquele que recebeu a missão de vos regenerar volta, e
ele disse: Bem-aventurados os que conhecerem meu nome de novo!
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Um Espírito – Revista
Espírita – março/1868
sábado, 2 de novembro de 2019
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Provas irreveladas
Do ponto de vista moral, há bastante infortúnio escondido em
toda a parte.
Nos ambientes mais diversos, nos momentos em que menos se
espera, com as pessoas fisionomicamente mais seguras de si, a aflição
desponta inesperada e o pranto pode estar surgindo às ocultas.
Desilusão, moléstia, revolta e desalento em muitos casos não
afluem à face das circunstâncias exteriores.
Familiar decepcionado com o noticiário desairoso que vem a
saber com respeito ao parente querido.
Jovem agoniada na frustração de projetos matrimoniais.
Pai fustigado pela doença incurável de um filho.
Mãe ansiosa pela reconciliação impraticável com o pai de sua
prole.
Cavaleiro bem-posto, mas absolutamente inconformado com a
deficiência física de que se sabe portador, sem que os outros percebam.
Viúva atormentada pela falta de garantias no lar.
Cônjuge que não mais confia na companheira de vinte anos.
Homem ferido pela consciência na fase de transição entre um
passado recente de erros e um futuro de maiores acertos.
Chefe enfermo de família numerosa, repentinamente
desempregado.
Criatura robusta e aparentemente normal, envolvida em tramas
de obsessão.
Aprendamos com a Doutrina Espírita que o pretérito se reflete
no presente e que a lei de causa e efeito funciona em qualquer paisagem
social, em qualquer pessoa, em todos os bastidores profissionais e todos os
dias.
Ponderemos nisso, a fim de não faltarmos com o apoio devido à
harmonia que nos cabe manter nos domínios da vida.
Se alguém lhe respondeu asperamente, se um amigo aparece
incompreensivo, se aquele companheiro passou de súbito a dedicar-lhe
antipatia gratuita, se aquele outro lhe abalroa as edificações espirituais, e
se muitos não lhe correspondem, de leve, às esperanças, suponha semelhantes
irmãos presos mentalmente a problemas irrevelados de angústia e coloque-se na
posição deles, com as provas e desvantagens que experimentam, e decerto você
se compadecerá de cada um, dispondo-se a auxiliá-los.
Nem sempre a voz corrente fala tudo o que vai nas almas.
Repitamos para nós que a verdadeira caridade se resume na
compreensão para além das aparências dos espíritos com os quais se convive,
perdoando e ajudando silenciosas e desinteressadamente, de nossa parte, onde
estejamos, como se faça necessário e tanto quanto seja possível.
André Luiz / Chico Xavier -
Livro: Estude e Viva
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Ouvistes?
“Tenho-vos
dito estas coisas, para que vos não escandalizeis.” Jesus (João, 16:1)
Antes de retornar às Esferas
Resplandecentes, o Mestre Divino não nos deixou ao desamparo, quanto às
advertências no trabalho a fazer.
Quando o espírito amadurecido na
compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não
prescinde das informações prévias do Senhor.
É indispensável ouvi-las para que se
não escandalize no quadro das obrigações comuns.
Esclareceu-nos a palavra do Mestre
que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos
cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não
seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças
da sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das
falsas acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior
entendimento. Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação
interior. Sofreriam a expulsão dos templos organizados pela pragmática das
seitas literalistas. Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas
ao escárnio das verdades divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacíficas entre
lobos famulentos. Sustentariam guerra incessante contra o mal.
Cairiam em ciladas torpes.
Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo. Identificariam o
progresso efêmero dos ímpios.
Carregariam consigo as marcas da cruz.
Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas
graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão...
O Mestre Divino, pois, não deixou os
companheiros e continuadores desavisados.
Não oferecia a nenhum aprendiz, na
Terra, a coroa de rosas sem espinhos.
Prometeu-lhes luta edificante,
trabalho educativo, situações retificadoras, ensejos de iluminação, através
da grandeza do sacrifício que produz elevação e do espírito de serviço que
estabelece luz e paz.
É importante, desse modo, para quantos
amadureceram os raciocínios na luta terrestre, a viva recordação das advertências
do Cristo, no setor da edificação evangélica, para que se não escandalizem
nos testemunhos difíceis do plano individual.
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Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier –
Lição 101
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