Venha saber mais sobre a 1ª Semana Espírita da Comissão Regional Leste de Minas Gerais que aconteceu entre os dias 26 e 31/10/2020.
sábado, 7 de novembro de 2020
Aconteceu a 1ª Semana Espírita do Leste de Minas
Venha saber mais sobre a 1ª Semana Espírita da Comissão Regional Leste de Minas Gerais que aconteceu entre os dias 26 e 31/10/2020.
Riqueza
... é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha...
A
Doutrina Espírita oferece aos seus adeptos - àqueles que lhe procuram observar
e sinceramente absorver as luzes santificantes - adequado conceito em torno de
tão importante quão difícil aspecto da experiência humana: - a Riqueza.
Há
quem enriqueça pelo esforço próprio, no trabalho honesto.
Há
quem se torne milionário por efeito de heranças ou doações.
Há,
contudo, os que trazem suas arcas repletas em consequência de atividades
ilícitas, desonestas, espoliando aqui, enganando acolá, defraudando mais
adiante.
A
fortuna, todavia, em si mesma não é boa nem má.
É
neutra - absolutamente neutra.
Em
forma de cintilantes moedas ou expressando-se por cédulas de alto valor,
conserva ela, contudo, a sua neutralidade.
O
homem, pela aplicação que lhe dá, é quem a transforma em veículo do bem ou do
mal, de salvação ou condenação, alterando-lhe a finalidade.
Com
ela pode o homem construir soberbos monumentos de benemerência; mas, com ela,
também pode cavar, diante de si, abismos de alucinação e crime.
A
riqueza bem aplicada, enobrecendo quem a possui, provê de remédio, de alimento,
de vestuário, o lar humilde onde, tantas vezes, a vergonha digna se oculta humilhada,
retraída.
A
riqueza mal aplicada, enclausurando o homem nas teias da ambição, condu-lo à
miséria espiritual, à demência, à loucura.
Como
se vê, podemos convertê-la em bênção ou condenação em nossa vida.
O
homem esclarecido, que se desprendeu do corpo deixando valiosos recursos,
econômicos ou financeiros, alegrar-se-á, sentir-se-á ditoso, se notar que tais
recursos estão espalhando na Terra o perfume da Caridade, nas suas mais
diversas manifestações.
No
copo de leite para a criança enferma.
No
prato de sopa para o necessitado.
No
vestuário para o que se defronta com dificuldades.
Na
intelectualização e espiritualização do seu semelhante.
Se
deixou alguém no mundo largas possibilidades materiais e não se encontra,
espiritualmente, em boas condições, as preces de reconhecimento de seus
beneficiários alcançar-lhe-ão onde estiver, em forma de consolação e paz, bom
ânimo e reconforto, felicitando, destarte, doador e legatários.
Há
um tipo de riqueza que constitui, invariavelmente, uma brasa na consciência de
quem a deixou no mundo, embora possam os herdeiros, aplicando-a cristãmente,
suavizar-lhe o sofrimento, abrandar-lhe o remorso.
É
a que se adquire por meios excusos, por inconfessáveis empreendimentos,
apoiados na exploração dos semelhantes.
Riqueza
abençoada é aquela que, obtida no trabalho digno, expande-se, fraternal e
operosamente, criando o trabalho e favorecendo a prosperidade.
A
que estimula realizações superiores, nos diversos setores da atividade humana,
convertendo-se em rosas de luz para o Espírito Eterno nos divinos Jardins do
Infinito.
Esse
tipo de riqueza e essa forma de aplicá-la favorecem a ascensão do homem, uma
vez que, possuindo-a, não é por ela possuído.
A
riqueza mal adquirida e mal aplicada conservará o seu detentor em consecutivas
repetições de dramas expiatórios, nos caminhos terrestres e nas sombrias
regiões da vida espiritual.
Asseverando
ser “mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha do que entrar um rico
no Reino de Deus”, não quis o Mestre menosprezar a prosperidade, que é um bem
da vida.
Nem
condenar, irremissivelmente, o companheiro afortunado.
O
que o Mestre pretendeu, decerto, foi advertir-nos quanto aos perigos do excesso,
do supérfluo, porque nossas mãos invigilantes estão habituadas ao abuso.
Temos
sido, no decurso dos milênios, campeões da extravagância.
Reconhecia
Jesus que a fortuna em poder de criaturas que estagiam, ainda, no clima do
egoísmo, nas estações da avareza, imersas na insensibilidade, é sempre porta
aberta - diríamos melhor - escancarada para o abismo.
A
única riqueza, em verdade, que não oferece margem de perigo, é a riqueza
espiritual, os tesouros morais que o homem venha a adquirir.
É
a riqueza que se não manifesta, exclusivamente, por meio de cofres recheados,
nem de palacetes suntuosos e patrimônios incalculáveis, afrontando a
indigência.
É
a que se traduz na posse, singela e humilde, dos sentimentos elevados.
Por
esse tipo de riqueza, imperecível e eterna, podemos e devemos lutar, denodada e
valentemente.
Com
toda a força do nosso coração.
sábado, 31 de outubro de 2020
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
Estátua em homenagem a Chico Xavier
No dia 29 de outubro, em Uberaba, foi entregue à comunidade
uma estátua em bronze em homenagem ao médium Chico Xavier. Foi criada pela
artista plástica Vânia Braga, nascida em Pedro Leopoldo, que fez a peça em
tamanho natural. A estátua foi colocada na praça Rui Barbosa, retratando Chico
sentado num banco. A intenção, segundo Vânia, é homenagear o “mineiro do
século” sendo considerado o maior brasileiro de todos os tempos. A cidade
recebeu ainda a locomotiva Maria fumaça restaurada, datada de 1910, a mesma que
trouxe o Chico para Uberaba.
Fonte: febnet.org.br
Finados
Os Espíritos acodem
nesse dia [finados] ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos,
como o fazem noutro dia qualquer (LE, 321).
De
acordo com alguns historiadores, o dia consagrado aos mortos originou-se dos
antigos povos da Gália (atual França), os quais, então conhecedores da
indestrutibilidade do ser, honravam os Espíritos e não os cadáveres, como,
infelizmente, se faz na atualidade.
Esse
dia, popularmente chamado de “finados”, é uma tradição mundial, cuja origem se
perde na noite dos tempos, e que revela a intuição do homem sobre a
imortalidade da alma. Finado é o particípio passado do verbo “finar”, que
significa o indivíduo que morreu, findou, faleceu.
Trata-se
de uma cultura adotada por todos os povos e quase todas as religiões. Esteve
inicialmente muito ligada, na Antiguidade, aos cultos agrários ou da
fertilidade. Acreditava-se que os mortos, como as sementes, eram enterrados com
vistas à ressurreição. Em vista disso, o primitivo dia de finados era festejado
com banquetes e orgias perto dos túmulos, costume disseminado em várias
civilizações do passado.
Após
a morte do tirano Mausolo, rei de Cária, antiga região da Ásia Menor (377 a 353
a.C.), sua esposa Artemísia determinou a construção de um enorme edifício,
ricamente enfeitado, para abrigar o corpo do soberano. Esta construção ou
monumento funerário é considerado uma das maravilhas do mundo antigo, dentre as
quais despontam as Pirâmides do Egito, que até hoje constituem morada dos restos
mortais dos antigos faraós.
Daí
surgiu a palavra mausoléu para identificar os sepulcros de grandes proporções.
Entretanto,
somente no final do século X é que foi oficializado pela Igreja de Roma o
“culto aos mortos”, com o nome de “finados”, destinado precisamente aos
Espíritos que estariam no “purgatório”.
Para
o Espiritismo, este é um dia como qualquer outro, uma vez que a ida ao
cemitério é a representação exterior de um fato íntimo. As pessoas que visitam
um túmulo manifestam, por esse costume, que pensam no Espírito ausente, embora
muitas o façam apenas para se desincumbir de mais uma “obrigação social” no
calendário humano.
Para
homenagear o ente querido que partiu antes de nós, não é preciso,
necessariamente, ir a cemitérios, via de regra repleto de túmulos caiados,
tétricos e poídos, porque lá repousa apenas o envoltório do Espírito (corpo
físico).
O
que sensibiliza o Espírito não é propriamente a visita à sepultura, mas a
lembrança fraterna e a prece sincera daquele que ficou na Terra, o que pode ser
feito a qualquer momento e em qualquer lugar. Por isso, o dia de finados não é
mais importante, para os desencarnados, do que outros dias. A diferença entre o
dia de finados e os demais dias é que, naquele, mais pessoas chamam os
Espíritos pelos pensamentos.
O
costume de as famílias sepultarem os restos mortais de seus membros em um mesmo
lugar é útil do ponto de vista material, entretanto, para as Leis Divinas, essa
cultura nenhum valor tem, do ponto de vista moral, a não ser tornar mais concentradas
as recordações dos parentes.
O
Espírito que atingiu um determinado grau de perfeição, despojado que se
encontra das vaidades terrenas, compreende a inutilidade dos funerais pomposos,
que servem mais aos que ficam do que aos que partiram.
Muitas
vezes, o Espírito assiste ao seu próprio velório, não sendo raro as decepções
que experimenta, ao se defrontar com alguns visitantes falando mal do
“extinto”, contando piadas ou em conversas sobre negócios regadas a bebida
alcoólica, sem qualquer respeito pela memória do recém-desencarnado. Mais
decepcionado este fica, ainda, quando assiste às reuniões dos herdeiros,
disputando, em brigas acirradas, a divisão dos bens do espólio.
As
imagens e evocações das palestras dos presentes incidem sobre a mente do recém-desencarnado,
o qual, na maioria das vezes, por ausência de preparo espiritual e
desconhecimento das Leis Naturais, embora morto biologicamente, ainda não se
desligou, mentalmente, dos despojos, o que lhe traz muito sofrimento, inclusive
sensações desagradáveis, perturbações e pesadelos, dificultando ainda mais o
seu desenlace (ver, no it. 7.4.7, a diferença entre desencarnação e morte
biológica). O fato é que a menção do nome do próprio falecido e de outros
mortos transforma-se em verdadeira invocação, atraindo-os ao ambiente em que
nos encontramos (consultar cap. 14, da obra Obreiros da vida eterna, do autor
espiritual
André
Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, um caso prático de evocação
inconsciente ocorrido num velório).
Qual,
então, deve ser a nossa conduta, nessas ocasiões? A mesma postura de respeito
que devemos ter para com qualquer pessoa encarnada. Uma prece sincera, um
pensamento simples, mas bondoso, endereçado aos entes que partiram, valem mais
do que mil coroas de flores e solenidades fúnebres.
Todavia,
não nos esqueçamos de que mais importante não é o comportamento nosso na hora
da desencarnação de um ente querido, ou no momento de nossa própria morte
física, mas sobretudo a conduta que devemos ter durante toda a nossa existência
física, pois que, sendo Espíritos imortais, nossa vida é uma constante
preparação para a morte, razão pela qual é preciso viver bem para morrer bem.
Christiano Torchi - Livro:
Espiritismo passo a passo com Kardec
Contristação
“Agora folgo, não
porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para o
arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus.” Paulo (II Coríntios,
7:9)
Quanta
vez se agitam famílias, agrupamentos ou coletividades para que a tormenta lhes
não alcance o ambiente comum? Quantas vezes a criatura contempla o céu, em
súplica, para que a dor lhe não visite a senda ou para que a adversidade fuja, ao
encalço de outros rumos? Entretanto, a realidade chega sempre, inevitável e inflexível.
No
turbilhão de sombras da contristação, o homem, não raro, se sente vencido e
abandonado.
Todavia,
o que parece infortúnio ou derrota pode representar providências salvadoras do
Todo Compassivo.
Em
muitas ocasiões, quando as criaturas terrestres choram, seus amigos da Esfera
Superior se alegram, à maneira dos pomicultores que descansam, tranquilos, depois
do campo bem podado.
Lágrimas,
nos lares da carne, frequentemente expressam júbilos de lares celestiais. Os
orientadores divinos, porém, não folgam porque os seus tutelados sejam
detentores de padecimentos, mas justamente porque semelhante situação indica
possibilidades renovadoras no trabalho de aperfeiçoamento.
Todo
campo deve conhecer o tempo de ceifa ou de limpeza necessárias.
Quando
estiverdes contristados, à face de faltas que cometestes impensadamente, é
razoável sofrais a passagem das nuvens pesadas e negras que amontoastes sobre o
coração; contudo, quando a prova e a luta vos surpreenderem a casa ou o
espírito, em circunstâncias que independem de vossa vontade, então é chegada a
hora da contristação segundo Deus, a qual vos eleva espiritualmente e que, por
isso mesmo, provoca a alegria dos anjos que velam por vós.
Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.153
Ante os que partiram
Nenhum
sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça
sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande
silêncio.
Ver
a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e
cerrar-Ihes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e
prosseguir vivendo.
Digam
aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em
anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios
mudos; uma companheira, cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um
amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno
acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema
separação, através da última lágrima.
Falem
aqueles que, um dia, se iniciaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo;
os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos
entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o
esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, os que
soluçaram de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão,
pela presença dos que partiram.
Todavia,
quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a
corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas
ausentes e as gotas de teu pranto lhe fustigam a alma como chuva de fel.
Também
eles pensam e lutam, sentem e choram.
Atravessam
a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do
novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas,
na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os
laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o
suicídio.
Lamentam-se
quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes
diz respeito.
Estimulam-se
à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.
Rejubilam-se
com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que
te não percas no frio do desencanto.
Tranquiliza,
desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a
despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres
que te legaram.
Recorda
que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles,
comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a
própria viagem no mar das provas redentoras.
E,
vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus,
o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu
entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre um
monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
domingo, 18 de outubro de 2020
Kardec, obrigado!
Kardec,
enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso
preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exalçam a obra
gigantesca nos domínios da libertação espiritual.
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior.
E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!…
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança.
Os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador;
Os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação;
Os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas;
Os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro;
Os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver;
Os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão;
Os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumento de redenção;
E os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!… E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e com os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: “Kardec, obrigado!… Muito obrigado!…”
Irmão
X
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Cuidados
“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã, cuidará de si mesmo”. Jesus (Mateus, 6:34)
Os
preguiçosos de todos os tempos nunca perderam o ensejo de interpretar falsamente
as afirmativas evangélicas.
A
recomendação de Jesus, referente à inquietude, é daquelas que mais se prestaram
aos argumentos dos discutidores ociosos.
Depois
de reportar-se o Cristo aos lírios do campo, não foram poucos os que reconheceram
a si mesmos na condição de flores, quando não passam, ainda, de plantas
espinhosas.
Decididamente,
o lírio não fia, nem tece, consoante o ensinamento do Senhor, mas cumpre a
vontade de Deus. Não solicita a admiração alheia, floresce no jardim ou na
terra inculta, dá seu perfume ao vento que passa, enfeita a alegria ou conforta
a tristeza, é útil à doença e à saúde, não se revolta quando fenece o brilho que
lhe é próprio ou quando mãos egoístas o separam do berço em que nasceu.
Aceitaria
o homem inerte o padrão do lírio, em relação à existência na comunidade?
Recomendou
Jesus não guarde a alma qualquer ânsia nociva, relativamente à comida, ao
vestuário ou às questões acessórias do campo material; asseverou que o dia,
constituindo a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si próprio.
Para
o discípulo fiel, agasalhar-se e alimentar-se são verbos de fácil conjugação e
o dia representa oportunidade sublime de colaboração na obra do bem.
Mas
basear-se nessas realidades simples para afirmar que o homem deva marchar, sem
cuidado consigo, seria menoscabar o esforço do Cristo, convertendo-lhe a plataforma
salvadora em campanha de irresponsabilidade.
O
homem não pode nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus semelhantes
de um dia para outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas deve ter
cuidado de si, melhorando-se, educando-se e iluminando-se, sempre mais.
Realmente,
a ave canta, feliz, mas edifica a própria casa.
A
flor adorna-se, tranquila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno.
O
homem deve viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer-se na
sabedoria e no amor para a obra divina da perfeição.