sábado, 14 de maio de 2022

Acidentes

 

Talvez possas evitá-los.

Surgem impulsionados por forças descontroladas, por injunções negativas, produzindo acerbas dores de consequências quase sempre funestas.

Na atualidade convulsionada por forças tiranizantes que conspiram contra o equilíbrio geral, ocorrem inumeráveis e adversos, graças à densidade populacional e à expressiva soma de veículos que transitam pelas ruas do mundo, desabaladamente.

Cada minuto as estatísticas registram expressões alarmantes de acidentados que resgatam, em agonias longas, velhos processos espirituais que os atingem, incoercível, inevitavelmente.

Em face disso, refugia-te na oração e entrega-te às mãos sublimes do Cristo, facultando que os Seus mensageiros conduzam os teus passos com segurança e tranquilidade pelas rotas em que tens de avançar na direção do futuro.

Surpresas dolorosas espiam nas esquinas das ruas e se guardam nos alcouces das mentes alucinadas.

Muitos daqueles que cruzam com os teus passos ou te provocam reações inesperadas estão ultrajados pelos Espíritos Infelizes, iguais a eles mesmos, atormentando-os, quanto atormentados se encontram.

Não revides ante provocações, nem te estremunhes conduzindo vibrações molestas contigo.

Raciocina cristãmente tendo em vista que és valioso na economia do Planeta e que a tua vida é patrimônio de alta significação, que não deves arriscar nos jogos das frivolidades.

O discípulo do Cristo é alguém em programa de reajustamento e renovação tropeçando com o passado culposo, que reaparece em mil apresentações conspirando contra a paz ou sugerindo reparação edificante mediante o teu esforço enobrecido. 

* * *

Acidentes, acidentados!

Acidentes do trabalho quais bigorna e malho de aflições esfaceladoras, advertindo.

Acidentes de veículos em desgovernos de equipamentos ou desajustes emocionais dos seus condutores, ou surpresas do inesperado, gritando avisos que não podes deixar de examinar com respeito e atenção.

Acidentes nas multidões, em forma de agressão da ferocidade, da rapina, do terrorismo, da loucura de todo jaez em conúbio com a desagregação da esperança e da paz, como escarmento necessário.

Acidentes da Natureza em maremotos e terremotos, furacões e calamidades, chamando o homem à meditação dos substanciais quão intransferíveis deveres de cuidar do espírito na sua oportunidade redentora, transitória, que passa célere.

Acidentes da alma invigilante sob acúleos da insensatez e sobre pedrouços da desconsideração do patrimônio da vida carnal, nos quais, não raro, desperdiças os mais expressivos tesouros que se convertem em escassez dolorosa que conduz o desassisado às sombras do desespero tardio.

 * * *

Em Jesus encontrarás a segurança inabalável e na Sua mensagem de amor terás sempre o manancial de sustentação capaz de ajudar-te, lenindo sofrimentos da tua alma e preparando-te para o retorno, através da desencarnação, que a seu turno é acidente orgânico da máquina que se nega a prosseguir, libertando o prisioneiro, o qual, na vida espiritual, seguirá tranquilo e feliz ou ficará retido na aflição desconcertante de que não se desejou desvincular.

*

“Melhor para vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que terdes dois e serdes precipitados no fogo do inferno”.

(Mateus, 5:30)

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“Tudo aquilo a que se dá o nome de caprichos da sorte mais não é do que efeito da justiça de Deus, que não inflige punições arbitrárias pois quer que a pena esteja sempre em correlação com a falta”.

(O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. 8º — Item 21)

 

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Florações Evangélicas

Servir e marchar

 “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados”. Paulo (Hebreus, 12:12)

 

Se é difícil a produção de fruto sadio na lavoura comum, para que não falte o pão do corpo aos celeiros do mundo, é quase sacrificial o serviço de aquisição dos valores espirituais que significam o alimento vivo e Imperecível da alma.

Planta-se a semente da boa vontade, mas obstáculos mil lhe prejudicam a germinação e o crescimento.

É a aluvião de futilidades da vida inferior.

A invasão de vermes simbolizados nos aborrecimentos de toda sorte.

A lama da inveja e do despeito.

As trovoadas da incompreensão.

Os granizos da maldade.

Os detritos da calúnia.

A canícula da irresponsabilidade.

O frio da indiferença.

A secura do desentendimento.

O escalracho da ignorância.

As nuvens de preocupações.

A poeira do desencanto.

Todas as forças imponderáveis da experiência humana como que se conjugam contra aquele que deseja avançar no roteiro do bem.

Enquanto não alcançarmos a herança divina a que somos destinados, qualquer descida é sempre fácil...

A elevação, porém, é obra de suor, persistência e sacrifício.

Não recues diante da luta, se realmente já podes interessar o coração nos climas superiores da vida.

Não obstante defrontado por toda a espécie de dificuldades, segue para a frente, oferecendo ao serviço da perfeição quanto possuas de nobre, belo e útil.

Recorda o conselho de Paulo e não te imobilizes.

Movimenta as mãos cansadas para o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados, na certeza de que para a obtenção da melhor parte da vida é preciso servir e marchar, incessantemente.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 052

Prece por justiça

 


Senhor!...

Ensina-nos a cultivar a Justiça.

Não nos permitas, porém, alimentar qualquer impulso de nos apropriar daquilo que não nos pertence e sim auxilia-nos a repartir daquilo que temos, por empréstimo da Tua bondade.

Protege-nos, na sustentação do amor que nos propomos a conservar, mas concede-nos coragem para compreender o anseio de apoio afetivo do qual os outros se julgam necessitados.

Resguarda em nós o senso de direção, entretanto, impele-nos a descobrir para onde vamos.

Faze-nos livres, mas auxilia-nos a saber para que.

Induze-nos a reconhecer que todos os patrimônios da existência, quaisquer que sejam, são empréstimos de teu infinito amor, em nosso benefício, para que o orgulho e a sombra da posse não nos ensoberbeçam.

Senhor!

Dá-nos a entender que unicamente o nosso próprio trabalho no bem nos conferirá a experiência necessária para a assimilação da verdade em nós mesmos e fortalece-nos a certeza de que a nossa mais alta felicidade tem o sinônimo de servir.

Ampara-nos, a fim de que venhamos a possuir aquilo de que precisemos, no entanto, faze-nos úteis aos nossos semelhantes.

Dá-nos o esquecimento das faltas alheias, tanto quanto esperamos ser desculpados por nossos próprios erros.

Enfim, Senhor, ouve, por misericórdia, as nossas petições, no entanto, não nos consintas agir simplesmente em função de nossos desejos e sim de acordo com a sabedoria de Tua vontade.

Assim seja.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Agora é o tempo

Estudos oferecidos pelo CEJG

 


sábado, 7 de maio de 2022

Feliz dia das Mães!


 

Mais Luz - Edição 577 - 08/05/2022

 Confira em mais uma edição do Mais Luz:

 

  • No dia das mães, falamos com os filhos
  • Ante o Evangelho: Piedade filial
  • Poema: Mãe e filho
  • Sepulcros abertos – Lição 51 – Fonte Viva
  • Prece à Mãe Santíssima

 

https://mailchi.mp/4f54bceb4728/no-dia-das-mes-falamos-com-os-filhos

No dia das mães, falamos com os filhos

 


As evocações deste mês de maio enaltecem a figura sempre veneranda das mães. No que pese o dia de homenagens a elas ter sido convertido em fins comerciais, nós podemos transcender essa conotação e esse apelo comercial e reconhecermos a importância do dia, pura e simplesmente, como na origem da sua instituição e podemos dar vazão à nossa ternura represada no íntimo, por timidez ou por falta de desatar certos nós conflitantes, que constrangem a nossa expansão de sentimentos nobres, e dizermos a ela de nossa gratidão.

Se ela estiver ao nosso lado, na vida física ainda, a hora é de lhe falarmos, de viva voz, do nosso reconhecimento e do nosso amor.

Se ela já tiver partido para a pátria espiritual, busquemos envolvê-la com nossas melhores vibrações de carinho, levando-lhe os bons e alegres pensamentos, em reconhecimento por quem nos deu o berço, o nome e os braços, sustentando-nos os passos e orientando-nos para a vida.

Se, pelas injunções da existência, porventura não a tenhamos conhecido, nem por isso deixa ela de existir e de guardar no coração os laços que nos unem diante da eternidade. Peçamos a Deus por ela, com unção, e lhe enderecemos nosso bem querer. No entanto, não deixemos de agradecer também, nesse caso, àquela ou àqueles que, por misericórdia divina, cumpriram o papel de mãe, pois que também o são, com todas as letras, sentimentos e significados que a palavra mãe expressa.

Toda a gratidão sequer retribuirá a fortuna da oportunidade fruída através do renascimento carnal.

O carinho e respeito contínuos não representarão oferenda compatível com a amorosa assistência recebida desde antes do berço.

A delicadeza e a afeição não corresponderão à grandeza dos gestos de sacrifício e da abnegação demoradamente recebidos…

Os filhos têm deveres intransferíveis para com os pais, instrumentos de Deus para o trâmite da experiência carnal, mediante a qual o Espírito adquire patrimônios superiores, resgata insucessos e comprometimentos perturbadores.1

Recordemo-nos dos importantes ensinamentos sobre o mandamento “Honrai a vosso pai e a vossa mãe”, que nos são trazidos por Allan Kardec, e que são muito próprios para nossas reflexões do momento, pontuando ângulos que nem sempre nossos olhos veem:

O mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em geral!

Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.

Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável?

Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada.

Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato…

A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso.2

Falando aos filhos, nesse dia das mães, também o fazemos com as palavras da veneranda Benfeitora Espiritual, Joanna de Ângelis:

Não adies o momento de dizer à tua Mãe o quanto a amas, como dela dependes, o tanto que a necessitas.

Se deixas para fazê-lo depois, pode suceder que, ao intentares, seja tarde, muito tarde para que o logres.

Fala-lhe hoje sobre a tua imensa ternura e gratidão, envolvendo-a em bênçãos de amor filial.

Ela sorrirá, e, na explosão de júbilo de que se verá possuída, verterá transparente cortina líquida de emoção, falando-te, trêmula e ditosa:

– Meu filho, meu filho, tu me honras em demasia e eu reconheço não o merecer, porquanto sou apenas tua Mãe. 3

 

1FRANCO, Divaldo P. Leis morais da vida. Joanna de Ângelis, cap. 17.

2KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XIV, itens 3 e 9.

3 FRANCO, Divaldo P. Otimismo. Joanna de Ângelis, cap. 59.

Editorial do Jornal Mundo Espírita – maio/2013

Fonte: mundoespírita.com.br

Sepulcros abertos

 “A sua garganta é um sepulcro aberto”. Paulo (Romanos, 3:13)


Reportando-se aos espíritos transviados da luz, asseverou Paulo que têm a garganta semelhante a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros, quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do personalismo delinquente.

Logo se instalam no império escuro do "eu", olvidando as obrigações que nos situam no Reino Divino da Universalidade, transfigura-se-lhes a garganta em verdadeiro túmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros.

Enxergam apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de boa vontade que lhes partilham a marcha.

Tecem longos comentários no exame de úlceras alheias, ao invés de curá-las.

Eliminam precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo as intenções dos outros.

Sobrecarregam a imaginação de quadros deprimentes, nos domínios da suspeita e da intemperança mental.

Sobretudo, queixam-se de tudo e de todos.

Projetam emanações entorpecentes de má fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra a prosperidade da santificação, por onde passam, crestando as flores da esperança e aniquilando os frutos imaturos da caridade.

Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram-se-nos, de fato, sepulcros abertos...

Exalam ruínas e tóxicos de morte.

Quando te desviares, pois, para o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do Senhor.


Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 051