segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Oração pelos quase mortos

 


Senhor Jesus!…

Enquanto os irmãos da Terra procuram a nós outros — os companheiros desencarnados — nas fronteiras de cinza, rogando-te amparo em nosso favor, também nós, de coração reconhecido, suplicamos-te apoio em auxílio de todos eles, principalmente considerando aqueles que correm o risco de se marginalizarem nas trevas!…

Pelos que perderam a fé, recusando o sentido real da vida, e jazem quase mortos de desespero;

pelos que desertaram das responsabilidades próprias, anestesiando transitoriamente o próprio raciocínio, e surgem quase mortos de inanição espiritual;

pelos que se entregaram à ambição desmesurada a se rodearem sem qualquer proveito dos recursos da Terra, e repontam do cotidiano quase mortos de penúria da alma;

pelos que se hipertrofiaram na supercultura da inteligência, gelando o coração para o serviço da solidariedade, e aparecem quase mortos ao frio da indiferença;

 pelos que acreditaram na força ilusória da violência, atirando-se ao fogo da revolta, e se destacam quase mortos de angústia vazia;

pelos que se perturbaram por ausência de esperança, confiando-se ao desequilíbrio, e se revelam quase mortos de aflição inútil;

pelos que abraçaram o desânimo por norma de ação, parando de trabalhar, e repousam quase mortos de inércia;

e pelos que se feriram ferindo aos outros, encarcerando-se nas cadeias da culpa, e estão quase mortos de arrependimento tardio!…

Senhor!… Para todos os nossos irmãos que atravessam a experiência humana quase mortos de sofrimentos e agravos, complicações e problemas criados por eles mesmos, nós te rogamos auxílio e bênção!…

Ajuda-os a se libertarem do visco de sombra em que se enredaram e traze-os de novo à luz da verdade e do amor, para que a luz do amor e da verdade lhes revitalize a existência a fim de que possam encontrar a felicidade real contigo, agora e para sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Na era do Espírito


sábado, 2 de setembro de 2023

Mais Luz - Edição 646 - 03/09/2023

 

Confira conosco nesta edição especial:

https://mailchi.mp/b2038ca26468/luta-e-confia

 

Rendição – Hilário Silva

Ante o Evangelho: O suicídio e a loucura

Mensagem da Semana: Assim será – Fonte Viva 120

Poema: Luta e confia - Arnold Souza

Oração: Por um suicida




sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Rendição

Tudo fizera para pagar os quinhentos mil cruzeiros…

Desesperava-se.

Tudo debalde…

O desejo de autoeliminação escaldava-lhe o crânio.

Sentia a necessidade de orar… Mas, como?

Abnegado amigo dispôs-se a conduzi-lo a determinado templo espírita, a fim de que pudesse recolher algum esclarecimento e consolo.

Apreensivo, recebeu a palavra de generoso Mentor, que lhe dizia, em página breve:

— “Irmão Avelino. Deus esteja conosco. Não desespere. Simples quarto de hora está revestido de imenso valor e, por vezes, modifica inteiramente o destino. Volte ao lar e ouça Jesus no Evangelho. Somente o Evangelho guarda bastante luz para a solução de nossos problemas.”

Terminada a reunião, afastou-se Avelino, sem dar-se por satisfeito.

Estava desapontado e desgostoso. Fugiria do mundo. Ninguém lhe evitaria semelhante propósito.

Ao retornar a casa, inquieto em suas cogitações, reparou que os faróis do ônibus incidiram sobre a frente de um transportador de carga, a movimentar-se em sentido contrário, e pôde ler, nitidamente, no para-choque:

— “Deus viaja conosco.”

Sorriu, irônico.

“Todo motorista é engraçado” — pensou.

Chegando em casa, entrega-lhe a esposa afetuosa carta de um companheiro.

Retira-lhe o conteúdo.

Começa a leitura e esbarra com a saudação:

— “Deus esteja conosco, hoje e sempre.”

Deixou a missiva, contrafeito, e falou de si para consigo:

— “Sempre a filosofia religiosa!…”

Ainda assim, enfadado de tudo, notou que a esposa andara lendo o Evangelho, porque um exemplar do Novo Testamento descansava na mesa, a pequena distância.

Mais curioso que interessado, abriu o livro, e seus olhos caíram sobre o versículo onze do capítulo treze, na segunda carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios: “Quanto ao mais, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.” 

Abandonou o livro, desalentado.

Esparramou-se em velha poltrona e ouviu conhecido locutor encerrando o programa naquelas primeiras horas da madrugada:

— “Deus esteja conosco.”

Desligou o aparelho, sem dizer palavra.

Beijou a esposa, então recolhida, com o enternecimento de quem se despede pela última vez.

Tornou à copa.

Estava decidido. Terminaria tudo.

O gargalo de uma garrafa verte a cerveja sobre alta dose de violento corrosivo.

Antes, porém, do gesto infeliz, pensa um pouco.

Fita, angustiado, a cena familiar que o rodeia… No cimo de grande armário vê, rasgado, o verde papagaio de papel que lhe recorda o filhinho.

Guardando a taça entre as mãos, dirige-se ao quarto próximo e inclina-se, quase em pranto, para Ricardo, o garoto que dorme.

O leito, pressionado, estala de leve e o menino acorda, atarantado.

À frente da inesperada visita, atira-se nos braços paternos, fazendo ir ao chão o copo que se estilhaça no piso, ao mesmo tempo que exclama, expansivo:

— Papai! Papai! Hoje na aula escrevi sem errar o primeiro ditado da professora: “Confiemos em Deus!”

Avelino, agora chorando e rindo, abraçou o petiz.

Deus vencera!

Deus, que o cercava por toda parte, ajudá-lo-ia a pagar os quinhentos mil cruzeiros.

— Obrigado, meu filho! — Clamou, feliz, levando o lenço aos olhos.

A seguir, descerrando larga janela, contemplou o céu rutilante de estrelas…

E, tomado de júbilo inconsciente, gritou, espontâneo:

— Obrigado, meu Deus!

Delirando de alegria, apertou o filhinho com mais ternura e, aliviado enfim, respirou, a longos haustos, como se tivesse encontrado a felicidade pela primeira vez…

 

Hilário Silva / Waldo Vieira – Livro: A Vida Escreve




 

Luta e confia

 

Não te entregues ao mal. Luta e confia,

De mãos sangrentas pela estrada afora,

Glorificando o bem, sofrendo embora

A tormenta de pranto e de agonia.

 

 Enfrenta a tempestade e a noite fria.

E, ante a esfinge insolúvel que devora,

Medita e silencia, sonha e chora,

Mas espera o clarão do novo dia.

 

 Não procures a morte escura e extrema,

A fuga não resolve o teu problema

E a dor prossegue, amargurosa e crua…

 

 Recorda, sem cessar, seguindo avante

Que, em tudo, há uma justiça vigilante

E que a Vida Infinita continua…

 

Arnold Souza / Chico Xavier

Livro: Nosso livro






quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Prece por um suicida

 


Sabemos, ó meu Deus, qual a sorte que espera os que violam a tua lei, abreviando voluntariamente seus dias; mas também sabemos que infinita é a tua misericórdia. Digna-te, pois, de estendê-la sobre a alma desse coração... Possam as nossas preces e a tua comiseração abrandar a acerbidade dos sofrimentos que ele está experimentando, por não haver tido a coragem de aguardar o fim de suas provas.

Bons Espíritos, que tendes por missão assistir os desgraçados, tomai-o sob a vossa proteção; inspirai-lhe o pesar da falta que cometeu. Que a vossa assistência lhe dê forças para suportar com mais resignação as novas provas por que haja de passar, a fim de repará-la. Afastai dele os maus Espíritos, capazes de o impelirem novamente para o mal e prolongar-lhe os sofrimentos, fazendo-o perder o fruto de suas futuras provas.

A ti, cuja desgraça motiva as nossas preces, nos dirigimos também, para te exprimir o desejo de que a nossa comiseração te diminua o amargor e te faça nascer no íntimo a esperança de melhor porvir! Nas tuas mãos está ele; confia na bondade de Deus, cujo seio se abre a todos os arrependimentos e só se conserva fechado aos corações endurecidos.

 

Coletânea de preces espíritas – Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XXVIII, item 72.


Palestras CEJG - Setembro/2023

 


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Assim será

 

“Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” — Jesus. (Lucas, 12:21)

 

Guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas se não és senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de simples introdução à loucura.

Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria juvenil, entretanto, se não adquires o conhecimento superior para o roteiro de amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.

Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banha o coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio por dentro.

Amontoarás riquezas e apetrechos de conforto para a tua casa terrena, imprimindo-lhe perfil dominante e revestindo-a de esplendores artísticos, contudo, se não possuis na intimidade do lar a harmonia que sustenta a felicidade de viver, o teu domicílio será tão somente um mausoléu adornado.

Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres não se dilatam, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em favor dos semelhantes, és apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas desilusões.

Crescerás horizontalmente, conquistarás o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra, mas, se não trazes contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do desencanto.

Assim será “todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico para com Deus”.


Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 120


sábado, 26 de agosto de 2023

Mais Luz - Edição 645 - 27/08/2023

 

Venha conferir conosco:

https://mailchi.mp/f637d57950df/bezerra-de-menezes

 

Bezerra de Menezes – Humberto de campos

Ante o Evangelho: A nova era

Mensagem da Semana: Eia agora – Fonte Viva 119

Poema: Agora – Auta de Souza

Oração: Orando cada dia - Meimei



sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Bezerra de Menezes

 


(...) As primeiras experiências espiritistas, na pátria do Evangelho, começaram no problema das curas. Em 1818, já o Brasil possuía um grande círculo homeopático, sob a direção do mundo invisível. O próprio José Bonifácio correspondia-se com Frederico Hahnemann. Nos tempos do Segundo Reinado, os mentores invisíveis conseguem localizar na Bahia, no Pará e no Rio de Janeiro, alguns grupos particulares, que projetavam enormes claridades no movimento neoespiritualista do continente, talvez o primeiro da América do Sul.

Antes dessa época, quando prestes a findar o Primeiro Reinado, Ismael reúne no Espaço os seus dedicados companheiros de luta e, organizada a venerável assembleia, o grande mensageiro do Senhor esclarece a todos, sobre os seus elevados objetivos.

— “Irmãos, explicou ele, o século atual, como sabeis, vai assinalar a vinda do Consolador à face da Terra. Nestes cem anos, se efetuarão os grandes movimentos preparatórios dos outros cem anos que hão de vir. As rajadas de morticínio e de dor prenderão a alma da Humanidade, no século próximo, dentro dos imperativos das transições necessárias, que constituem o sinal do fim da civilização precária do Ocidente… Faz-se mister ampararmos o coração atormentado dos homens nessas grandes amarguras, preparando-lhes o caminho da purificação espiritual, através das sendas penosas. É preciso, pois, prepararmos o terreno para a sua estabilidade moral nesses instantes decisivos dos seus destinos. Numerosas fileiras de missionários encontram-se disseminadas, entre as nações da Terra, com o fim de levantar a palavra da Boa Nova do Senhor, esclarecendo os postulados científicos que surgirão neste século, nos círculos da cultura terrestre. Uma verdadeira renascença das filosofias e das ciências se verificará no transcurso destes anos, a fim de que o século XX seja necessariamente esclarecido, como elemento de ligação entre a civilização em vias de desaparecer e a civilização do futuro, que se constituirá da fraternidade e da justiça, porque a morte do mundo, prevista na Lei e nos profetas, não se verificará por enquanto, com referência às expressões físicas do globo, mas quanto às suas expressões morais, sociais e políticas. A civilização armada terá de perecer, para que os homens se amem como irmãos. Concentraremos, agora, os nossos esforços na terra do Evangelho, para que possamos plantar no coração de seus filhos as sementes benditas que, mais tarde, frutificarão no solo abençoado do Cruzeiro. Se as verdades novas deverão surgir primeiramente, segundo os imperativos da lei natural, nos centros culturais do Velho Mundo, é na pátria do Evangelho que lhes vamos dar a vida, aplicando-as na edificação dos monumentos triunfais do Salvador… Alguns dos nossos auxiliares já se encontram na Terra, esperando o toque de reunir de nossas falanges de trabalhadores devotados, sob a direção compassiva e misericordiosa do Divino Mestre.”

Houve na alocução de Ismael um doce “stacato”.

Depois, encaminhando-se para um dos dedicados e fiéis discípulos, falou-lhe brandamente:

— “Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração. Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza de tua missão, mas com a plena observância do código de Jesus e com a nossa assistência espiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de perseverança e de humildade, consolidando os primórdios da nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do seu Evangelho… Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, dele que é o caminho, a verdade e a vida…”

Havia em toda a assembleia espiritual um divino silêncio. O discípulo escolhido nada pudera responder, com o coração alarmado por doces e esperançosas emoções, mas as lágrimas de reconhecimento caíam-lhe copiosamente dos olhos.

Ismael desfraldara a sua bandeira à luz gloriosa do Infinito, salientando-se a sua inscrição divina, que parecia constituir-se de sóis infinitésimos. Uma vibração de esperança e de fé palpitava em todos os corações, quando uma voz terna e compassiva, exclamou das cúpulas radiosas do Ilimitado:

 — “Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos trabalhadores de boa vontade!…”

Relâmpagos de uma claridade estranha e misericordiosa clareavam o pensamento de quantos presenciavam o maravilhoso espetáculo, enquanto uma chuva de aromas inundava a atmosfera de perfumes balsâmicos e suavíssimos.

Sob aquela bênção maravilhosa, a grande assembleia dos operários do Bem foi dissolvida.

Daí a algum tempo, no dia 29 de agosto de 1831, no Riacho do Sangue, no Estado do Ceará, nascia Adolfo Bezerra de Menezes, o grande discípulo de Ismael, que vinha cumprir no Brasil uma grande missão.

 

Humberto de Campos — Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho – Trecho do capítulo 22.



quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Eia agora

 

“Eia agora, vós que dizeis… amanhã…” — (Tiago, 4:13)

 

Agora é o momento decisivo para fazer o bem.

Amanhã, provavelmente…

O amigo terá desaparecido.

A dificuldade estará maior.

A moléstia terá ficado mais grave.

A ferida, possivelmente, mostrar-se-á mais crescida de extensão.

O problema talvez surja mais complicado.

A oportunidade de ajudar não se fará repetida.

A boa semente plantada agora é uma garantia da produção valiosa no porvir.

A palavra útil, pronunciada sem detença, será sempre uma luz no quadro em que vives.

Se desejas ser desculpado de alguma falta, aproxima-te agora daqueles a quem feriste e revela o teu propósito de reajustamento.

Se te propões auxiliar o companheiro, ajuda-o sem demora para que a bênção de teu concurso fraterno responda às necessidades de teu irmão, com a desejável eficiência.

Não durmas sobre a possibilidade de fazer o melhor.

Não te mantenhas na expectativa inoperante, quando podes contribuir em favor da alegria e da paz.

A dádiva tardia tem gosto de fel.

“Eia agora.” — Diz-nos o Evangelho, na palavra apostólica.

Adiar o bem que podemos realizar é desaproveitar o tempo e furtar do Senhor.


Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 119