sábado, 1 de junho de 2024
União a dois
Lutas do casamento!… Provas do casamento!…
Quem disse, porém, que a concretização do matrimônio é
felicidade estruturada a toques de figurino, não atingiu a realidade.
A união a dois, no culto da afinidade ou na execução
de tarefas mais amplas da família, é um encargo honroso, qual sucede a tantas
obrigações dignas. Nem por isso deixa de ser trabalho por efetuar. E trabalho
tão importante que, não sendo possível a um coração apenas, foi preciso reunir
dois para realizá-lo.
Quando um companheiro delibera empreender certa
pesquisa, ou se outro abraça determinada profissão, não nos aventuramos a
iludi-los com visões de felicidade imaginária. Ao invés disso, reconhecemos que escolheram
laborioso caminho de serviço em que lhes auguramos o êxito desejado.
De igual modo, o casamento não é construção sem bases,
espécie de palácio feito sob medida para os moradores.
Entre os cônjuges é imperioso que um aprenda a
compreender o outro, de maneira a desenvolver as qualidades nobres que o outro
possua, transformando-lhe consequentemente as possíveis tendências menos
felizes em aspirações à Vida Melhor.
Claramente, todos temos vinculações profundas,
idiossincrasias, frustrações e dificuldades. A reencarnação nos informa com
segurança quanto a isso, indicando para que lado gravitamos em família, segundo
os mecanismos da vida que a experiência terrestre nos induz a reajustar.
Em razão disso, todo par e toda organização doméstica
revelam regiões nevrálgicas entretecidas de problemas que é preciso saber
contornar ou penetrar, a fim de que o futuro nos traga as soluções da harmonia
irreversível.
Se te encontras ao lado de alguém, sob regime de
compromisso afetivo, não exijas de imediato a esse alguém a apresentação dos
recursos de que ainda necessite para ser aos teus olhos a companhia perfeita
que esperavas encontrar entre as paredes domésticas. Nem queiras que esse
alguém raciocine com os teus pensamentos, porquanto a ninguém é licito reclamar
de outrem aquilo que ainda não consegue fazer.
Se não desejas receber nos próprios ombros a cabeça de
quem abraçou contigo as responsabilidades da união a dois, é mais que natural
não possas impor a própria cabeça aos ombros da criatura a quem prometeste
carinho e dedicação.
Todos somos filhos de Deus.
O matrimônio é obrigação que os interessados assumem
livremente e de que prestarão justa conta um ao outro. Conquanto isso, o
casamento não funde as pessoas que o integram. Por isto mesmo a união a dois,
além da complementação realizada, recorda a lavoura e a construção: cada
cônjuge colhe o que plantou, tanto quanto dispõe do que fez.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Astronautas do Além
Na presença do amor
“Aquele que ama a seu irmão está na luz e nele não há
escândalo.” — João. (1 João, 2:10)
Quem ama o próximo sabe, acima de tudo, compreender. E
quem compreende sabe livrar os olhos e os ouvidos do venenoso visco do
escândalo, a fim de ajudar, ao invés de acusar ou desservir.
É necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira
fraternidade, para reconhecer que somos irmãos uns dos outros, filhos de um só
Pai.
Enquanto nos demoramos na escura fase do apego
exclusivo a nós mesmos, encarceramo-nos no egoísmo e exigimos que os outros nos
amem. Nesse passo infeliz, não sabemos querer senão a nós próprios, tomando os
semelhantes por instrumentos de nossa satisfação.
Mas se realmente amamos o companheiro de caminho, a
paisagem de vida se modifica, de vez que a claridade do amor nos banhará a
visão.
Ama, pois, e assim como a lama jamais ofende a luz, a
ofensa não mais te alcançará.
Saberás que a miséria é fruto da ignorância e
auxiliarás a vítima do mal, nela encontrando o próprio irmão necessitado de
apoio e entendimento.
Aprenderás a ouvir sem revolta, ainda mesmo que o
crime te procure os ouvidos, e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo
quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos
golpes recebidos surgirá espontâneo em teu Espírito, assim como a tolerância
aparece natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.
Ama e compreenderás.
Compreende e servirás sempre mais cada dia, porque então permanecerás sob a glória da luz, inacessível a qualquer incursão das trevas.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva – Lição 159
sábado, 25 de maio de 2024
Na ausência do amor
“Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e
anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os
olhos.” — João. (1 João, 2:11)
Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás
atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo
de pó.
Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência.
Os companheiros que fogem às tarefas do amor são
profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam.
Convidados ao esforço de equipe, asseveram que os
homens respiram em bancarrota moral.
Trazidos ao culto da fé, supõem reconhecer, em toda
parte, a maldade e a desilusão.
Chamados à caridade, consideram nos irmãos de
sofrimento inimigos prováveis, afastando-se irritadiços.
Impelidos a essa ou àquela manifestação de
contentamento, recuam, desencantados, crendo surpreender maldade e lama nas
menores exteriorizações de beleza festiva.
Caminham no mundo entre a amargura e a desconfiança.
Não há carinho que lhes baste. Vampirizam criaturas
por onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando…
Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos da
sociedade e da família.
É que, incapazes do amor ao próximo, jornadeiam pela
Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que nos detém tão somente no círculo
estreito de nossas necessidades, sem qualquer expressão de respeito para com as
necessidades alheias.
Afirmam-se incompreendidos, porque não desejam
compreender.
Ausentes do amor, ressecam a máquina da vida, perdendo
a visão espiritual.
Impermeáveis ao bem, fazem-se representantes do mal.
Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu espírito,
recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na resistência,
ante o assalto das trevas.
Aprendamos a viver com todos, tolerando para que
sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver,
prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são
bênçãos de esperança.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva –
Lição 158
domingo, 19 de maio de 2024
Crianças
“Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos…” —
Jesus. (Mateus, 18:10)
Quando Jesus nos recomendou não desprezar os
pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e
à vestimenta.
Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou
agasalhar corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que assegure
ao Espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação.
Muitos pais garantem o conforto material dos
filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.
A vadiagem na rua fabrica delinquentes que acabam
situados no cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no reduto
doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que em muitas
ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de evidência, atravessam
largas faixas do século, espalhando miséria e sofrimento, sombra e ruína, com
deplorável impunidade à frente da justiça terrestre.
Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos
impulsos da natureza animalizada.
Recorda que todos nos achamos em processo de educação
e reeducação, diante do Divino Mestre.
O prato de refeição é importante no desenvolvimento da
criatura, todavia, não podemos esquecer “que nem só de pão vive o homem”.
Lembremo-nos da nutrição espiritual dos meninos,
através de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno,
de vez que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de hoje, será
condená-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se responsabilizará
amanhã.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva –
Lição 157
sábado, 11 de maio de 2024
Parentes
“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” —
Paulo. (1 Timóteo, 5:8)
A casualidade não se encontra nos laços da parentela.
Princípios sutis da Lei funcionam nas ligações
consanguíneas.
Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no
presente, é indispensável pagar com alegria os débitos que nos imanam a alguns
corações, a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Humanidade.
Inútil é a fuga dos credores que respiram conosco sob
o mesmo teto, porque o tempo nos aguardará implacável, constrangendo-nos à
liquidação de todos os compromissos.
Temos companheiros de voz adocicada e edificante na
propaganda salvacionista, que se fazem verdadeiros trovões de intolerância na
atmosfera caseira, acumulando energias desequilibradas em torno das próprias
tarefas.
Sem dúvida, a equipe familiar no mundo nem sempre é um
jardim de flores. Por vezes, é um espinheiro de preocupações e de angústias,
reclamando-nos sacrifício. Contudo, embora necessitemos de firmeza nas atitudes
para temperar a afetividade que nos é própria, jamais conseguiremos sanar as
feridas do nosso ambiente particular com o chicote da violência ou com o
emplastro do desleixo.
Consoante a advertência do Apóstolo, se nos falha o
cuidado para com a própria família, estaremos negando a fé.
Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos
deu a realizar. Ajudemo-los, através da cooperação e do carinho, atendendo aos
desígnios da verdadeira fraternidade. Somente adestrando paciência e
compreensão, tolerância e bondade, na praia estreita do lar, é que nos
habilitaremos a servir com vitória, no mar alto das grandes experiências.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva –
Lição 156
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Aprendamos a agradecer
“Em tudo dai graças.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:18)
Saibamos agradecer as dádivas que o Senhor nos concede
cada dia:
A largueza da vida;
o ar abundante;
a graça da locomoção;
a faculdade do raciocínio;
a fulguração da ideia;
a alegria de ver;
o prazer de ouvir;
o tesouro da palavra;
o privilégio do trabalho;
o dom de aprender;
a mesa que nos serve;
o pão que nos alimenta;
o pano que nos veste;
as mãos desconhecidas que se entrelaçam no esforço de
suprir-nos a refeição e o agasalho;
os benfeitores anônimos que nos transmitem a riqueza
do conhecimento;
a conversação do amigo;
o aconchego do lar;
o doce dever da família;
o contentamento de construir para o futuro;
a renovação das próprias forças…
Muita gente está esperando lances espetaculares da
“boa sorte mundana”, a fim de exprimir gratidão ao Céu.
O cristão, contudo, sabe que as bênçãos da Providência
Divina nos enriquecem os ângulos mais simples de cada hora, no espaço de nossas
experiências.
Nada existe insignificante na estrada que percorremos.
Todas as concessões do Pai Celeste são preciosas no
campo de nossa vida.
Utilizando, pois, o patrimônio que o Senhor nos
empresta, no serviço incessante ao bem, aprendamos a agradecer.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva –
Lição 155
quarta-feira, 1 de maio de 2024
domingo, 28 de abril de 2024
Ninguém vive para si
“Porque nenhum de nós vive para si…” — Paulo. (Romanos,
14:7)
A árvore que plantas produzirá não somente para a tua
fome, mas para socorrer as necessidades de muitos.
A luz que acendes clareará o caminho não apenas para
os teus pés, mas igualmente para os viajores que seguem ao teu lado.
Assim como o fio d’água influencia a terra por onde
passa, as tuas decisões inspiram as decisões alheias.
Milhares de olhos observam-te os passos, milhares de
ouvidos escutam-te a voz e milhares de corações recebem-te os estímulos para o
bem ou para o mal.
“Ninguém vive para si…” — Assevera-nos a Divina
Mensagem.
Queiramos ou não, é da Lei que nossa existência
pertença às existências que nos rodeiam.
Vivemos para nossos familiares, nossos amigos, nossos
ideais…
Ainda mesmo o usurário exclusivista, que se julga sem
ninguém, está vivendo para o ouro ou para as utilidades que restituirá a outras
vidas superiores ou inferiores para as quais a morte lhe arrebatará o tesouro.
Compreendendo semelhante realidade, observa o teu
próprio caminho.
Sentindo, pensas.
Pensando, realizas.
E tudo aquilo que constitui tuas obras, através das
intenções, das palavras e dos atos, representará influência de tua alma,
auxiliando-te a libertação para a glória da luz ou agravando-te o cativeiro
para o sofrimento nas sombras.
Vigia, pois, o teu mundo íntimo e faze o bem que
puderes, ainda hoje, porquanto, segundo a sábia conceituação do Apóstolo Paulo,
“ninguém vive para si”.
Emmanuel / Chico
Xavier
Livro: Fonte Viva –
Lição 154