sábado, 17 de dezembro de 2022

Carta a Jesus

 


Meu Mestre e Senhor Jesus.

Louvado seja o Teu iluminado Espírito!

Nos momentos penosos da minha vida tenho-me apegado contigo e nunca deixei de merecer a Tua misericórdia.

Nos momentos de alegria e abundância da minha vida, nunca deixei de Te render graças e cantar louvores ao Teu incomparável Espírito.

Ajuda-me Senhor, nas minhas deficiências, preenche as minhas falhas, enche os meus claros com o Teu beneplácito e não permitas que pelos meus defeitos seja a Tua Doutrina escandalizada e a Tua palavra maculada.

Sou Teu discípulo e Te amo como o cão fiel ama ao seu dono. Sou criança ignorante. Tem compaixão de mim!

Abençoa a todos os Espíritos, meus irmãos, que me sustentam e dá-lhes forças para que operem comigo o Teu amor.

Louvado seja Deus, o nosso Pai Celestial a quem conheço, Senhor por Teu intermédio e a quem amo e adoro, se guardo o Teu preceito.

Caibar Schutel - Livro: Espiritismo para as crianças

sábado, 10 de dezembro de 2022

Mais Luz - Edição 608 - 11/12/2022

 Venha ler e refletir em mais uma edição do Mais Luz:

https://mailchi.mp/d17ed890b624/o-mestre-e-o-discpulo


  • O Mestre e o discípulo – Livro: O Mestre na Educação
  • Ante o Evangelho: O jugo leve
  • Poema: Entende a Jesus – Livro: Antologia dos Imortais
  • Quem serve, prossegue – Fonte Viva 82
  • Oração a Jesus – Livro: O médico Jesus


O Mestre e o discípulo

 


Discípulo: Senhor, sinto-me desalentado diante das iniquidades do século. Parece que jamais os homens se mostraram tão rebeldes à razão e ao sentimento, como nestes tempos.

Mestre: Desalentado? Por quê? Duvidas, acaso, da segurança do Universo? Desalento é fraqueza, é falta de fé.

Discípulo: Quero ter fé, Senhor, mas vejo a cada passo surgirem tais impedimentos e tais embaraços à vinda do reino de Deus, que o desânimo me invade a alma.

Mestre: És mais carnal que espiritual. A precipitação é peculiar ao homem. Quando o domínio do Espírito se estabelece, o coração se acalma, serenam as paixões e a fé não vacila mais. A pressa é, não só inimiga da perfeição, como também da razão. Os atrabiliários e insofridos jamais arrazoam com acerto. O reino de Deus há de vir e está vindo a cada instante, para aqueles que o querem e sabem querê-lo. A vontade de Deus há de ser feita na Terra, como já o é nos céus. Espera e confia, vigia e ora. Não deves medir o curso das ideias como medes o curso da tua existência: esta se escoa através de alguns dias fugazes, enquanto que aquelas se agitam no transcorrer dos séculos e dos milênios.

Discípulo: Bem sei, Senhor, que deve ser como dizes. Eu supunha, no entanto, que a obra da evolução caminhasse sem intermitências; por isso queria vê-la em marcha ascensional, triunfando dos óbices e tropeços com que os homens, em sua ignorância e maldade, costumam juncar-lhe o caminho. Esta vitória do mal sobre o bem, da opressão sobre a liberdade me amargura e angustia. Tal vitória é certamente efêmera; contudo, é um entrave à evolução, é uma pedra de tropeço que, não se sabe por quanto tempo, conservará o carro do progresso entravado.

Mestre: Enganas-te. A evolução é lei imutável. Não há forças, não há potências conjugadas capazes de a impedir, nem mesmo embaraçar-lhe a ação e a eficiência. Nem um só instante a obra da evolução sofreu interrupções na eternidade do tempo e no infinito do espaço.

Discípulo: Como explicas, então, Senhor, a iniquidade, a tirania, a mentira e a corrupção, que ora imperam na sociedade terrena? O mundo estará evolutindo sob o influxo de tais elementos?

Mestre: Erras nos teus juízos, pelos motivos já expostos. Ignoras que é precisamente sofrendo iniquidades e suportando opressão que o homem vai compreender o valor da justiça e da liberdade? Não sabes que só a experiência convence os Espíritos rebeldes? Não vês como os doentes amam a saúde, como os oprimidos sonham com a liberdade e os perseguidos suspiram pela justiça? Julgas que esta geração adúltera e incrédula se converta apenas com os testemunhos do céu e com as palavras de amor expressas no Evangelho do reino? Supões que todos se amoldam à graça sem o aguilhão da lei? Em mundos como este, é preciso privar os seus habitantes de certos bens, para que se inteirem do valor e importância desses mesmos bens. Suportando injustiças e afrontas, vendo seus direitos postergados pelo despotismo, os homens aprenderão a venerar a justiça, subordinando-lhe os interesses temporais e tornando-se capazes de renúncias e de sacrifícios em prol de seu advento.

Discípulo: Começo a ver luz onde tudo se me afigurava escuro. Todavia, Senhor, seja-me permitido ainda algumas perguntas.

Mestre: Pede e receberás; bate e se te abrirá, busca e acharás.

Discípulo: De tal modo, a obra da redenção jamais se interrompe e, mesmo através de todas as anomalias, ela se realiza fatalmente?

Mestre: Decerto: se assim não fora, a Suprema Vontade não se cumpriria e Deus deixaria de ser Deus. A evolução, no que respeita ao Espírito, opera-se pela educação dos seus poderes e faculdades latentes. Ora, todas as vicissitudes, todas as lutas, todos os sofrimentos, em suma, contribuem para incentivar o desenvolvimento das possibilidades anímicas. Assim, pois, quer o Espírito goze os salutares efeitos da prática do bem e da conduta reta; quer suporte as amargas consequências do mal cometido, da negligência no cumprimento do dever, da corrupção a que se entregue, ele estará educando-se, e, portanto, evolvendo. Pelo amor e pela dor, sob a doçura da graça, ou sob a inflexibilidade da lei — caminhará, sempre, em demanda dos altos destinos que lhe estão reservados.

Discípulo: Falas na santa obra da educação. Feriste, Senhor, o alvo, o eixo em torno do qual giram as minhas lucubrações mais acuradas. Compreendo muito bem a importância da educação. Vejo claramente que só a religião da educação, tal como ensinaste e exemplificaste, pode salvar a Humanidade. Mas, como vingará esta fé, se os dirigentes, os dominadores de consciências, aqueles, enfim, que têm ascendência sobre o povo são os primeiros a deseducá-lo, a corrompê-lo, premiando os caracteres fracos e venais que se sujeitam aos seus caprichos e perseguindo os poucos que, capazes de sofrer pela justiça e pela verdade, pelo direito e pela liberdade, resistem ao despotismo do século? Tal processo de corrupção não invalidará, pelo menos por tempo indeterminado, a eficiência da educação?

Mestre: Nada há encoberto que não seja descoberto, nem algo oculto que se não venha a saber. Falas em processo de corrupção que poderá deseducar o povo. Ignoras, então, que o Espírito educado jamais se deseduca? A lei é avançar e não retroagir. Os que se submetem às influências dos maus e dos prevaricadores, deixando-se corromper por falaciosas promessas, são Espíritos fracos, egoístas e amigos da ociosidade, da vida cômoda e fácil. São os tais que entram pela porta larga e transitam pela estrada espaçosa e ampla que conduz à perdição. É possível que tais indivíduos se abastardem ao extremo, levados pelos corruptores de consciências; mas, o dia do despertar há de chegar. Tanto maior será a reação quanto mais o Espírito se tenha degradado. E, às vezes, é o único meio de corrigir os cínicos, os hipócritas e os indolentes.

Discípulo: E os empreiteiros da corrupção, até quando continuarão entregues a tão abjeta tarefa?

Mestre: Eles são instrumentos inconscientes de punição. Os homens castigam-se mutuamente. São semelhantes aos seixos que rolam no fundo dos rios, arrastados pela corrente das águas. No começo, eram ásperos e arestosos, mas, à força de se entrechocarem e se friccionarem, acabam alisando-se, tornando-se polidos e brunidos, como trabalhados por mão de artista. Cumpre notar ainda que a cada um será dado segundo as suas obras. O déspota de hoje será a vítima de amanhã — pois quem com ferro fere com ferro será ferido.

Discípulo: Estás com a razão, Senhor. És, de fato, o caminho, a verdade e a vida. És a luz do mundo.

Mestre: Lembra-te do que eu disse: Vós sois o sal da terra e a luz do mundo. Não se acende uma candeia para colocá-la debaixo dos móveis, mas no velador, para que a todos ilumine. Portanto, não basta que me consideres luz, é preciso que te tornes luz.

Discípulo: Cada vez mais me arrebatas com a tua luz, aclarando os problemas da vida, tornando acessíveis a todas as inteligências os mais complexos problemas sociais.

Mestre: Confessas que tens entendido o que eu disse? Bem-aventurado serás, se puseres em prática os meus ensinamentos. Não te esqueças: se os praticares. Trata, pois, de descobrir o reino de Deus em ti mesmo, no teu coração; depois, procura implantá-lo em teu lar; depois, em tua rua; depois, no mundo. Não tenhas pressa. Confia e espera, vigia e ora. Não penses em fazer o mais, antes de fazer o menos. No Universo, tudo é ordem e harmonia.

Pedro de Camargo – Livro: O Mestre na Educação

Quem serve, prossegue

 “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir.” Jesus (Marcos, 10:45)

A Natureza, em toda parte, é um laboratório divino que elege o espírito de serviço por processo normal de evolução.

Os olhos atilados observam a cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações dos reinos Inferiores.

A cova serve à semente. A semente enriquecerá o homem.

O vento ajuda as flores, permutando-lhes os princípios de vida. As flores produzirão frutos abençoados.

Os rios confiam-se ao mar. O mar faz a nuvem fecundante.

Por manter a vida humana, no estágio em que se encontra, milhares de animais morrem na Terra, de hora a hora, dando carne e sangue a benefício dos homens.

Infere-se de semelhante luta que o serviço é o preço da caminhada libertadora ou santificante.

A pessoa que se habitua a ser invariavelmente servida em todas as situações, não sabe agir sozinha em situação alguma.

A criatura que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesma, na solução de todos os problemas.

A primeira cristaliza-se.

A segunda desenvolve-se.

Quem reclama excessivamente dos outros, por não estimar a movimentação própria na satisfação de necessidades comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o dia quando não encontra alguém que lhe ponha a mesa. Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.

Aprendiz do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece muito longe do verdadeiro discipulado, porquanto companheiro fiel da Boa Nova está informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de todos, até ao fim da luta.

Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido.

Quem serve, prossegue...

 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 082

Oração a Jesus

Meu amigo Jesus:

Há quanto tempo não O procuro para conversar. Reconheço que somente O busco quando as provações sacodem o barco da minha vida.

Confesso que tenho mais pensado nas coisas da Terra do que nas coisas do Céu.

E hoje a tempestade bateu à minha porta em forma de doença. Por isso busco em Ti o socorro, Jesus, para que não afunde a minha embarcação.

Querido Mestre, ampara-me para que jamais me falte a esperança na cura e a paciência para suportar as dores do momento.

Divino Terapeuta ajuda-me a não me sentir um pobre coitado e a não me inclinar à autopiedade, pois isso seria o que de pior poderia me acontecer.

Incomparável Médico, sustenta-me para que, sem desprezar a ajuda dos médicos da Terra, eu encontre em mim os canais da cura, pois se fui capaz de criar minhas doenças, tenho também todas as condições de recuperar a saúde.

Mestre Amigo, dá-me forças para vencer os desejos insanos, os melindres, os ataques de orgulho, pois sei que esses são os grandes venenos para a minha saúde.

Cristo Jesus, cura-me da insensatez de viver longe dos teus mandamentos de amor e fraternidade, sem cuja vivência eu jamais encontrarei a saúde inabalável.

Amado Pastor, ensina-me a perdoar os que me ofendem para que eu consiga remover os espinhos que me levam a enfermidade.

Querido Rabi, não me deixe perdido no labirinto das provas que a minha invigilância não quis evitar.

Misericórdia, Senhor, é o que te peço.

Trazei-me o elixir do seu amor, a derramar sobre mim as bênçãos cristalinas da saúde do teu coração.

Obrigado, Jesus, por ser meu Amigo e Médico. Estou em paz, estou curado no teu amor.

José Carlos de Lucca - Livro: O médico Jesus 

sábado, 3 de dezembro de 2022

Mais Luz - Edição 607 - 04/12/2022

 Confira nesta edição: https://mailchi.mp/ab900b41ba6d/fundamentos-da-ordem-social

 

·        Fundamentos da ordem social – Revista Espírita/1862

·        Ante o Evangelho: Missão dos espíritas

·        Poema: Crede nos Espíritos do Senhor - Elisa Mercoeur

·        A candeia viva – Fonte Viva 81

·        Súplica de solidariedade - Marcelo Ribeiro / Divaldo Franco



sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Fundamentos da ordem social

 

(Lyon, 16 de setembro de 1862 – Médium: Sr. Émile V...)

Nota – Esta comunicação foi obtida numa sessão particular, presidida pelo Sr. Allan Kardec.

 

Eis que vos reunis para ver o Espiritismo em sua fonte, a fim de olhar de frente esta ideia e de apreciar as grandes ondas do amor que ela prodigaliza aos que a conhecem.

O Espiritismo é o progresso moral; é a elevação do Espírito na estrada que conduz a Deus. O progresso é a fraternidade em seu nascedouro, porque a fraternidade completa, tal qual pode o Espírito imaginá-la, é a perfeição. A fraternidade pura é um perfume do alto, uma emanação do infinito, um átomo da inteligência celeste; é a base de todas as instituições morais e o único meio de elevar um estado social que possa subsistir e produzir efeitos dignos da grande causa pela qual combateis.

Sede, pois, irmãos, se quiserdes que o germe lançado entre vós se desenvolva e se torne a árvore que buscais. A união é a força soberana que baixa à Terra; a fraternidade é a simpatia na união; é a poesia, o encanto, o ideal no positivo.

Precisais ser unidos para serdes fortes e ser fortes para fundar uma instituição que repouse unicamente na verdade, tornada tão comovente e tão admirável, tão simples e tão sublime. Divididas, as forças se aniquilam; reunidas, são cada vez mais fortes.

Se considerarmos o progresso moral de cada criatura, se refletirmos no amor e na caridade que brota de cada coração, a diferença será muito maior. Sob o sublime influxo desse sopro inefável, os laços de família se apertam, mas os laços sociais, tão vagamente definidos, se esboçam, se aproximam e acabam formando um único feixe de todos esses pensamentos, de todos esses desejos, de todos esses objetivos de natureza diversa.

O que é que vedes sem a fraternidade? O egoísmo, a ambição. Cada um tem o seu objetivo e por seu lado cada um o persegue; cada um marcha a seu modo e todos são fatalmente arrastados para o abismo em que se evaporam, há séculos, todos os esforços humanos. Com a união apenas há um objetivo, porquanto há um só pensamento, um só desejo, um só coração. Uni-vos, pois, meus amigos: é o que incessantemente vos repete a voz de nosso mundo. Uni-vos e chegareis muito mais depressa ao vosso objetivo.

É principalmente nessa reunião tão simpática que deveis tomar a resolução irrevogável de serdes unidos pelo pensamento comum a todos os Espíritos da Terra, para oferecerdes o preito do vosso reconhecimento àquele que vos abriu o caminho do bem supremo, que trouxe a felicidade às vossas cabeças e aos vossos corações, e a fé em vossos Espíritos. Vosso reconhecimento é a recompensa atual; não a recuseis e, oferecendo-a de um só fôlego, dareis o primeiro exemplo da verdadeira fraternidade.

Léon de Muriane, Espírito protetor

Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos – novembro/1862

 

Observação – Este nome é completamente desconhecido, até do médium. Isto prova que para ser um Espírito elevado não há necessidade de ter o nome inscrito no calendário ou nos fastos da História e que, entre os que se comunicam, muitos há cujos nomes são desconhecidos.

Palestras CEJG - Dezembro/2022

 


A candeia viva

 “Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo da mesa, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa.” Jesus (Mateus, 5:15)

Muitos aprendizes interpretaram semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática, e desvairaram-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.

Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé.

Sem a palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento. Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo.

A assertiva de Jesus, todavia, atinge mais além.

Atentemos para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível.

Sem o sacrifício da energia ou do óleo não há luz.

Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.

Nossa existência é a candeia viva.

É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.

Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.

Ninguém deve amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal.

Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas, não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.

Transforma as tuas energias em bondade e compreensão redentoras para toda gente, gastando, para isso, o óleo de tua boa vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar. 

 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 081

Súplica de solidariedade

 


Senhor, reconhecendo as próprias necessidades em que me debato e por sabê-las graves, venho rogar-Te:

pelos que malbaratam os preciosos dons da saúde na ociosidade e nas dissipações;

pelos que aplicam, indevidamente, os tesouros e moedas, de que dispõem, na condição de mordomos transitórios, vencidos pela avareza ou pelas loucuras da enganosa situação;

pelos que, dispondo do poder temporal, engendram problemas e aflições para o próximo, perdendo abençoadas oportunidades de serviço;

pelos que se utilizam das forças do corpo jovem para o mercado da licenciosidade e do sexo irresponsável, em campeonatos de alucinação;

pelos que desfrutam de inteligência e a usam para o festival da corrupção e do crime;

pelos que são aquinhoados com a palavra falada e escrita, derrapando nas vinculações mentais viciosas para o banquete demorado do ultraje, da acrimônia, da insensatez;

pelos que se encontram aquinhoados com os recursos preciosos da arte, colocando-os a serviço da malversação dos valores morais;

pelos que gozam das relevantes oportunidades de redenção, atirando-as fora por leviandade e precipitação;

pelos que são convidados ao exercício do amor e não obstante exploram a alheia afetividade;

pelos que são dotados do élan da simpatia e aproveitam-no para arrastar incautos aos compromissos negativos;

pelos que, acenados pela fé religiosa que lhes pode lenir as dores íntimas, apegam-se ao materialismo numa atitude teimosa e pertinaz;

pelos que conhecem o dever e seguem a estrada do erro...

São muitos aqueles que, enriquecidos de bênçãos, desperdiçam-nas, preferindo a turbulência, a desídia, a enfermidade.

Os que ora experimentam limitação e escassez, os que sofrem e vivem sob suores e penas já resgatam os infelizes cometimentos de ontem, avançando no rumo do porto da paz.

Os outros não. Malversam os recursos com que foram aquinhoados para impulsionarem o progresso, para redimir-se, para ampararem a vida, fazendo jus, em razão da usança inditosa, às expiações dolorosas e lamentáveis do futuro.

... E recordando-Te a figura sublime crucificada entre dois bandidos, aureolado por espinhos, sob chuvas de escárnios e de doestos, perdoando-nos a todos, peço-Te permissão para repetir com unção e sentimento de solidariedade para com eles, os equivocados e orgulhosos: — “Perdoa-os, meu Pai, porque eles não sabem o que fazem!"

Marcelo Ribeiro / Divaldo Franco - Livro: Terapêutica de emergência