quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Na obra de salvação

 

“Porque Deus não nos tem designado para a ira, mas para a aquisição da salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:9)

 

Por que não somos compreendidos?

Por que motivo a solidão nos invade a existência?

Por que razões a dificuldade nos cerca?

Por que tanta sombra e tanta aspereza, em torno de nossos passos?

E a cada pergunta, feita de nós para nós mesmos, seguem-se, comumente, o desespero e a inconformação, reclamando, sob os raios mortíferos da cólera, as vantagens de que nos sentimos credores.

Declaramo-nos decepcionados com a nossa família, desamparados por nossos amigos, incompreendidos pelos companheiros e até mesmo perseguidos por nossos irmãos.

A intemperança mental carreia para nosso íntimo os espinhos do desencanto e os desequilíbrios orgânicos inabordáveis, transformando-nos a existência num rosário de queixas preguiçosas e enfermiças.

Isso, porém, acontece porque não fomos designados pelo Senhor para o despenhadeiro escuro da ira e sim para a obra de salvação.

Ninguém restaura um serviço sob as trevas da desordem.

Ninguém auxilia ferindo sistematicamente, pelo simples prazer de dilacerar.

Ninguém abençoará as tarefas de cada dia, amaldiçoando-as, ao mesmo tempo.

Ninguém pode ser simultaneamente amigo e verdugo.

Se tens notícia do Evangelho, no mundo de tua alma, prepara-te para ajudar, infinitamente…

A Terra é a nossa escola e a nossa oficina.

A Humanidade é a nossa família.

Cada dia é o ensejo bendito de aprender e auxiliar.

Por mais aflitiva seja a tua situação, ampara sempre, e estarás agindo no abençoado serviço de salvação a que o Senhor nos chamou.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 139



sábado, 6 de janeiro de 2024

Mais Luz - Edição 664 - 07/01/2024

 

Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/59d5226c5fd3/o-justo-remdio

 

A Gênese – Introdução à primeira edição

Ante o Evangelho: Objetivo desta obra

Mensagem da Semana: O justo remédio – Fonte Viva, 138

Poema: Divina Estrela – Auta de Souza

Oração: À Maria – Bittencourt Sampaio

 


sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

A Gênese

 


Introdução

À primeira edição publicada em janeiro de 1868 

Esta nova obra é mais um passo avante nas consequências e aplicações do Espiritismo. Assim como seu título indica, ela tem por objeto o estudo de pontos, até hoje, diversamente interpretados e comentados: A Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas.

Dois elementos, ou, se o quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material; da ação simultânea desses dois princípios nascem os fenômenos especiais, que são naturalmente inexplicáveis se fizermos abstração de um dos dois, absolutamente como a formação da água seria inexplicável se fizéssemos abstração de um dos seus dois elementos constituintes: o oxigênio e o hidrogênio.

O Espiritismo, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave de uma imensidade de fenômenos incompreendidos e, por isso mesmo, considerados como inadmissíveis por uma certa classe de pensadores. Esses fatos são abundantes nas Escrituras, e é por não conhecerem a lei que os rege, que os comentadores dos dois campos opostos tornam sem cessar ao mesmo círculo de ideias, uns fazendo abstração dos dados positivos da ciência e os outros do princípio espiritual, não podendo chegar a uma solução racional.

Essa solução está na ação recíproca do Espírito e da matéria. Ela tira, é verdade, à maioria desses fatos seu caráter sobrenatural; mas qual é melhor: admiti-los como resultado das leis da Natureza, ou lhes rejeitar tudo de fato? Sua rejeição absoluta resulta [na rejeição] daquela base mesma do edifício, enquanto que sua admissão a esse título, não suprimindo senão os acessórios, deixa essa base intacta. É por isso que o Espiritismo conduz tanta gente à crença em verdades que elas antes consideravam como utopias.

Esta obra é, pois, como já o dissemos, um complemento das aplicações do Espiritismo, de um ponto de vista especial. Os materiais se achavam prontos, ou, pelo menos, elaborados desde longo tempo; mas, ainda não chegara o momento de serem publicados. Era necessário, primeiramente, que as ideias destinadas a lhes servirem de base houvessem atingido a maturidade e, além disso, levassem em conta a oportunidade das circunstâncias. O Espiritismo não tem mistérios, nem teorias secretas; tudo deve ser dito em plena luz do dia, a fim de que todos o possam julgar com conhecimento de causa; cada coisa, entretanto, tem que vir a seu tempo, para vir seguramente. Uma solução dada à ligeira, antes da elucidação completa da questão, seria mais uma causa de atraso que de avanço. Na de que aqui se trata, a importância do assunto nos impunha o dever de evitar qualquer precipitação.

Antes de entrarmos em matéria, pareceu-nos necessário definir claramente os papéis respectivos dos Espíritos e dos homens na elaboração da nova doutrina; essas considerações preliminares, que a escoimam de toda ideia de misticismo, fazem objeto do primeiro capítulo, intitulado: Caracteres da revelação espírita. Pedimos séria atenção para esse ponto, porque, de certo modo, aí está o nó da questão.

Sem embargo da parte que incumbe à atividade humana na elaboração desta doutrina, a iniciativa [da obra] pertence aos Espíritos, não constitui, porém, a opinião pessoal de nenhum deles; ela é, e não pode deixar de ser, a resultante do seu ensino coletivo e concordante. Somente nesta condição, pode-se dizer a doutrina dos Espíritos, doutro modo, não seria mais do que a doutrina de um Espírito, e ela não teria senão o valor de uma opinião pessoal.

Generalidade e concordância no ensino, tal é o caráter essencial da doutrina, a condição mesma da sua existência, donde resulta que todo princípio que ainda não haja recebido a consagração do controle da generalidade não pode ser considerado como parte integrante dessa mesma doutrina, mas como uma simples opinião isolada, da qual o Espiritismo não pode assumir a responsabilidade.

Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada; ao demais, pelo critério da lógica, é o que faz a força da Doutrina Espírita e lhe assegura a perpetuidade. Para que ela mudasse, seria necessário que a universalidade dos Espíritos mudasse de opinião e que eles viessem um dia dizer o contrário do que eles disseram; pois que ela tem sua fonte [de origem] no ensino dos Espíritos, para que ela sucumbisse, seria necessário que os Espíritos deixassem de existir. É também o que fará que sempre prevaleça sobre os sistemas pessoais, que não têm, como ela, suas raízes por toda parte. (...)





À Maria


Eis-nos, Senhora, a pobre caravana

Em fervorosas súplicas, reunida,

Implorando a piedade, a paz e a vida,

De vossa caridade soberana.

 

Fortalecei-nos a alma dolorida

Na redenção da iniquidade humana,

Com o bálsamo da crença que promana

Das luzes da bondade esclarecida.

 

Providência de todos os aflitos,

Ouvi dos Céus, ditosos e infinitos,

Nossas sinceras preces ao Senhor…

 

Que a nossa caravana da Verdade

Colabore no Bem da Humanidade,

Neste banquete místico do amor.

 

Bittencourt Sampaio / Chico Xavier

Livro: À Luz da Oração


 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Divina estrela

 

Ei-la!… Aparece e passa!… Onde fulge e transita

Nasce o bem, foge o mal, vem a paz, cessa a luta,

A lágrima se esvai, deixando, à face enxuta,

O sorriso do Céu em floração bendita!…

 

O bálsamo da fé asserena a alma aflita,

Unem-se os corações em sublime permuta…

Fala a consolação, a mágoa cede e escuta!…

A humilhação na dor faz-se glória infinita…

 

Ei-la! A Estrela Divina, em raios de esperança,

Abençoa, conforta, ergue, restaura e avança…

Tudo envolve na luz de esplendor jamais visto!…

 

Seu nome? Caridade!… Em si define e encerra,

Seja em qualquer lugar e com quem for na Terra,

O Eterno Amor de Deus e a presença do Cristo.

 

Auta de Souza / Chico Xavier

Livro: Poetas redivivos



terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O justo remédio

 

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 4:9)

 

Em sua missão de Consolador, recebe o Espiritismo milhares de consultas partidas de almas ansiosas, que imploram socorro e solução para diversos problemas.

Aqui, é um pai que não compreende e confia-se a sistemas cruéis de educação.

Ali, é um filho rebelde e ingrato, que foge à beleza do entendimento.

Acolá, é um amigo fascinado pelas aparências do mundo, e que abandona os compromissos com o ideal superior.

Além, é um irmão que se nega ao concurso fraterno.

Noutra parte, é o cônjuge que deserta do lar.

Mais adiante, é o chefe de serviço, insensível e contundente.

Contudo, o remédio para a extinção desses velhos enigmas das relações humanas está indicado, há séculos, nos ensinamentos da Boa Nova.

A caridade fraternal é a chave de todas as portas para a boa compreensão.

O discípulo do Evangelho é alguém que foi admitido à presença do Divino Mestre para servir.

A recompensa de semelhante trabalhador, efetivamente, não pode ser aguardada no imediatismo da Terra.

Como colocar o fruto na fronde verde da plantinha nascente?

Como arrancar a obra-prima do mármore com o primeiro golpe do cinzel?

Quem realmente ama, em nome de Jesus, está semeando para a colheita na Eternidade.

Não procuremos orientação com os outros para assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço.

Sabemos que não adianta desesperar ou amaldiçoar…

Cada Espírito possui o roteiro que lhe é próprio.

Saibamos caminhar, portanto, na senda que a vida nos oferece, sob a luz da caridade fraternal, hoje e sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 138



sábado, 30 de dezembro de 2023

Mais Luz - Edição 663 - 31/12/2023

 

Confira conosco nesta edição especial:

https://mailchi.mp/380a07468675/bagagem-de-ano-novo


Bagagem de Ano Novo – Passos Lírio

Ante o Evangelho: A nova era

Mensagem da Semana: Atendamos ao Bem – Fonte Viva, 137

Poema: Quadras do Ano Novo – Casimiro Cunha

Oração diante do tempo – Irmão X




sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Bagagem de Ano Novo

 


Ano Novo significa mais um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária.

Isto nos sugere a ideia de viagem.

Quando pensamos em viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem, pondo tudo em ordem, separando as coisas necessárias para levar.

Diligenciamos uma série de providências que acomodem da melhor maneira possível a nossa situação de viajante.

Prevenimo-nos do numerário suficiente para as despesas.

Cercamo-nos dos devidos cuidados, em matéria de vestuário, hospedagem e alimentação.

Tomamos, enfim, todas as medidas cabíveis para nos assegurar uma ida e volta isenta de embaraços.

Diante de um ano que se finda e de outro que vai começar, deve ser bem esta a nossa mentalidade, isto é, devemos apresentar-nos com um estado de espírito igual ao de quem tem um percurso a fazer.

Apenas, em se tratando de viver, naturalmente outras deverão ser as preocupações.

No caso, compete-nos examinar e conhecer as condições de nossa intimidade psicológica.

Perscrutando a mente, saberemos que ideais e pensamentos nos farão companhia.

Auscultando o coração, identificaremos os sentimentos que se deslocarão conosco, ao longo do trajeto.

Serão com elementos destas duas fontes que formaremos nossa bagagem para a imprevista viagem de trezentos e sessenta e cinco dias, se não formos colhidos pelo alfanje da morte.

Não pode haver melhor oportunidade para um balanço total de nossa vida.

Nem outra ocasião será mais bem indicada à uma tomada de posição claramente definida, seguramente balizada.

Elevemos ao Alto o pensamento em prece, e peçamos-lhe inspiração para escolhas acertadas, que se traduzam na posse de elementos assecuratórios do nosso real bem-estar, de nossa verdadeira felicidade.

Acontecerá então assim... Do princípio ao fim, primeiro ao último dia do Ano Novo, observaremos conduta, tão elevada quanto possível, senão de todo superior.

Pensaremos tão somente no bem, que elegeremos por luz do nosso caminho.

Desejaremos exclusivamente o que for nobre e justo.

Mentalizaremos unicamente coisas construtivas e edificantes.

Buscaremos mais estreito convívio com os livros instrutivos e de sã orientação.

Guardaremos fidelidade ao Pai Celestial.

Daremos cumprimento a salutar programa de dignificação íntima, aprofundando e engrandecendo os atributos da alma.

Filhos — passaremos a dedicar mais afeto e respeito aos pais.

Pais — envidaremos nossos melhores esforços no sentido de discernir, compreender e solucionar os problemas dos filhos.

Cônjuges – desdobrar-nos-emos em atenções e delicadezas, em esforços e sacrifícios, se necessário for, por instituir, no trato da vida conjugal, o Amor fraterno, a Amizade sã e leal, dedicada e sincera, como princípio normativo de conduta.

Médiuns — faremos de nossa evangelização o objetivo do todas as atividades próprias.

Cidadãos — conduzir-nos-emos de modo a cumprir condignamente os deveres funcionais e cívicos, sem nos enredarmos no aranhol do mundo, nem nos desfigurarmos como filhos de Deus.

O que importa, em essência, não é propriamente a passagem de um ano para outro, coisa que sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições da bagagem espiritual com que entramos no Ano Novo, que, para ser realmente Bom, como o concebemos, é preciso que nos tornemos efetivamente melhores”

 

Passos Lírio – Reformador / janeiro de 1969