Ano Novo
significa mais um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária.
Isto nos
sugere a ideia de viagem.
Quando
pensamos em viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem, pondo tudo em ordem,
separando as coisas necessárias para levar.
Diligenciamos
uma série de providências que acomodem da melhor maneira possível a nossa situação
de viajante.
Prevenimo-nos
do numerário suficiente para as despesas.
Cercamo-nos
dos devidos cuidados, em matéria de vestuário, hospedagem e alimentação.
Tomamos, enfim,
todas as medidas cabíveis para nos assegurar uma ida e volta isenta de embaraços.
Diante de um
ano que se finda e de outro que vai começar, deve ser bem esta a nossa mentalidade,
isto é, devemos apresentar-nos com um estado de espírito igual ao de quem tem um
percurso a fazer.
Apenas, em se
tratando de viver, naturalmente outras deverão ser as preocupações.
No caso,
compete-nos examinar e conhecer as condições de nossa intimidade psicológica.
Perscrutando a
mente, saberemos que ideais e pensamentos nos farão companhia.
Auscultando o
coração, identificaremos os sentimentos que se deslocarão conosco, ao longo do
trajeto.
Serão com elementos
destas duas fontes que formaremos nossa bagagem para a imprevista viagem de
trezentos e sessenta e cinco dias, se não formos colhidos pelo alfanje da morte.
Não pode haver
melhor oportunidade para um balanço total de nossa vida.
Nem outra
ocasião será mais bem indicada à uma tomada de posição claramente definida, seguramente
balizada.
Elevemos ao
Alto o pensamento em prece, e peçamos-lhe inspiração para escolhas acertadas,
que se traduzam na posse de elementos assecuratórios do nosso real bem-estar, de
nossa verdadeira felicidade.
Acontecerá
então assim... Do princípio ao fim, primeiro ao último dia do Ano Novo, observaremos
conduta, tão elevada quanto possível, senão de todo superior.
Pensaremos tão
somente no bem, que elegeremos por luz do nosso caminho.
Desejaremos
exclusivamente o que for nobre e justo.
Mentalizaremos
unicamente coisas construtivas e edificantes.
Buscaremos mais
estreito convívio com os livros instrutivos e de sã orientação.
Guardaremos fidelidade
ao Pai Celestial.
Daremos
cumprimento a salutar programa de dignificação íntima, aprofundando e engrandecendo
os atributos da alma.
Filhos —
passaremos a dedicar mais afeto e respeito aos pais.
Pais — envidaremos
nossos melhores esforços no sentido de discernir, compreender e solucionar os
problemas dos filhos.
Cônjuges – desdobrar-nos-emos
em atenções e delicadezas, em esforços e sacrifícios, se necessário for, por
instituir, no trato da vida conjugal, o Amor fraterno, a Amizade sã e leal, dedicada
e sincera, como princípio normativo de conduta.
Médiuns —
faremos de nossa evangelização o objetivo do todas as atividades próprias.
Cidadãos —
conduzir-nos-emos de modo a cumprir condignamente os deveres funcionais e
cívicos, sem nos enredarmos no aranhol do mundo, nem nos desfigurarmos como
filhos de Deus.
O que importa,
em essência, não é propriamente a passagem de um ano para outro, coisa que
sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições da bagagem
espiritual com que entramos no Ano Novo, que, para ser realmente Bom, como o
concebemos, é preciso que nos tornemos efetivamente melhores”
Passos Lírio – Reformador / janeiro de 1969
Parabéns pelo conteúdo sempre de melhor qualidade! Abraços
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