sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Ide e ajudai

 

Ide e plantai no mundo atormentado e aflito

As árvores de luz do bem que aperfeiçoa.

Ide e estendei, servindo, a fé singela e boa

Que alenta o coração por bálsamo bendito.

 

No escuro e vasto chão, há seixos de granito

Da impiedade revel que ensombra e amaldiçoa,

Mas se guardais convosco a paz que ama e perdoa,

Acendereis na Terra a glória do Infinito.

 

Ao clarão do Evangelho, ensinais a verdade!

Nosso campo de ação é toda a humanidade

Que, ante o altar da ilusão, vencida, se prosterna!

 

Ide e ajudai, amando, entre angústias e assombros!

Sob o arado da cruz, sustentado nos ombros,

Atingireis, cantando, o sol da vida eterna.

 

Amaral Ornellas / Chico Xavier

Livro: Cartas do Alto



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Ajudemos a vida mental

“E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.” — (Mateus, 4:25)


A multidão continua seguindo Jesus na ânsia de encontrá-lo, mobilizando todos os recursos ao seu alcance.

Procede de todos os lugares, sequiosa de conforto e revelação.

Inútil a interferência de quantos se interpõem entre ela e o Senhor, porque, de século a século, a busca e a esperança se intensificam.

Não nos esqueçamos, pois, de que abençoada será sempre toda colaboração que pudermos prestar ao povo, em nossa condição de aprendizes.

Ninguém precisa ser estadista ou administrador para ajudá-lo a engrandecer-se.

Boa vontade e cooperação representam as duas colunas mestras no edifício da fraternidade humana. E contribuir para que a coletividade aprenda a pensar na extensão do bem é colaborar para que se efetive a sintonia da mente terrestre com a Mente Divina.

Descerra-se à nossa frente precioso programa nesse particular.

Alfabetização.

Leitura edificante.

Palestra educativa.

Exemplo contagiante na prática da bondade simples.

Divulgação de páginas consoladoras e instrutivas.

Exercício da meditação.

Seja a nossa tarefa primordial o despertamento dos valores íntimos e pessoais.

Auxiliemos o companheiro a produzir quanto possa dar de melhor ao progresso comum, no plano, no ideal e na atividade em que se encontra.

Orientar o pensamento, esclarecê-lo e sublimá-lo é garantir a redenção do mundo, descortinando novos e ricos horizontes para nós mesmos.

Ajudemos a vida mental da multidão e o povo conosco encontrará Jesus, mais facilmente, para a vitória da Vida Eterna.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 144



domingo, 11 de fevereiro de 2024

Mais Luz - Edição 669 - 11/02/2024

 

Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/7d7653a0a35d/sobre-o-carnaval

 

Sobre o carnaval – Emmanuel

Ante o Evangelho: A caridade material e a caridade moral

Mensagem da Semana: Acorda e ajuda – Fonte Viva, 143

Poema: Ora e vigia – João de Deus

Oração: Ante a era do Espírito - Emmanuel



sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Sobre o carnaval

 


Nenhum Espírito equilibrado em face do bom senso que deve presidir a existência das criaturas pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas.

É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhes as belezas e os objetivos sagrados da vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros Espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

É estranho que as administrações e elementos de governos colaborem para que se intensifique a longa série de lastimáveis desvios de Espíritos fracos, cujo caráter ainda aguarda o toque miraculoso da dor para aprender as grandes verdades da vida.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifique o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho. Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco dentro de suas possibilidades para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza ela só poderá fornecer com isso um eloquente atestado de sua miséria moral.

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Cartas do Alto




quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Ante a era do Espírito

 


Senhor Jesus!

Ante a Era do Espírito, clareia-nos a razão, a fim de compreendermos a tua palavra em dimensões mais altas.

Agora que os homens erguem o facho da indagação, além dos conhecimentos habituais, concede-nos os meios precisos para caminhar com eles ao encontro da verdade em luz de amor que lhes honorificará o futuro, segundo os teus ensinos.

A inteligência terrestre fixa hoje elevadas perspectivas na conquista da Consciência Cósmica.

A cultura científica abre novas áreas de trabalho e perquirição.

A Psiquiatria, a Psicologia e a Análise examinam a vida extrassomática.

A Física Nuclear apresenta recursos destinados à elucidação de muitas das ocorrências paranormais.

A Fotografia requinta processos de observação e consegue deter imagens do corpo espiritual.

O Motor encurta distâncias.

A Eletrônica altera a experiência comunitária e aperfeiçoa o relacionamento entre os povos.

A Astronáutica cria engenhos que controlam a gravidade e partem na direção de outros mundos.

Quando a era tecnológica exige consequentemente a Civilização do Espírito, ampara-nos o diálogo com os homens — nossos irmãos encarnados — de modo a nós todos, eles e nós — venhamos a responder construtivamente aos desafios dos tempos novos, sem que as pedras do exclusivismo, seja na Religião ou na Ciência, nos obstruam as sendas iluminadas à frente do progresso.

Livra-nos:

da ignorância;

do orgulho;

do ilogismo;

da divisão;

do fanatismo;

da vaidade;

da intolerância;

do ódio;

do farisaísmo;

da prepotência;

e consente, Senhor, que possamos humanizar-te as lições na Doutrina Espírita, a fim de que a imortalidade seja reconhecida na Terra, estabelecendo o teu reino de paz e amor nos homens, com os homens, pelos homens e para os homens, agora, hoje e sempre.

Assim seja.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Na era do Espírito



Ora e vigia

 

Ora e vigia. Não cesses

Teu combate à tentação.

No templo de nossas preces

Guardamos o coração.

 

Ora e vigia. Trabalha

Na rota de teu dever.

A vida é a nossa batalha…

Foge ao repouso e ao prazer.

 

Ora e vigia. Sublima

O teu amor fraternal.

O bem que não desanima

É a vitória contra o mal.

 

Vigia, orando. Vigia

Dando ação aos dias teus.

Serviço de cada dia

É bênção da Luz de Deus.

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Relicário de luz



Acorda e ajuda

 

“Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.” — Jesus. (Mateus, 8:22)

 

Jesus não recomendou ao aprendiz deixasse “aos cadáveres o cuidado de enterrar os cadáveres”, e sim conferisse “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”.

Há, em verdade, grande diferença.

O cadáver é carne sem vida, enquanto que um morto é alguém que se ausenta da vida.

Há muita gente que perambula nas sombras da morte sem morrer.

Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum.

Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício, de amargura e ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de cifrões; se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra; se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e, se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.

Aprende a participar da luta coletiva.

Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.

Não te galvanizes na esfera do próprio “eu”.

Desperta e vive com todos, por todos e para todos, porque ninguém respira tão somente para si.

Em qualquer parte do Universo, somos usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências.

Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem por nós.

Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.

Se encontrares algum cadáver, dá-lhe a bênção da sepultura, na relação das tuas obras de caridade, mas, em se tratando da jornada espiritual, deixa sempre “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 143



sábado, 3 de fevereiro de 2024

Mais Luz - Edição 668 - 04/02/2024

 


Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/394b304363e8/honra-ao-trabalho

 

Lenda simbólica – Irmão X

Ante o Evangelho: Obediência e resignação

Mensagem da Semana: Não furtes – Fonte Viva, 142

Poema:  Honra ao trabalho – Múcio Teixeira

Oração em serviço - Emmanuel



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Lenda simbólica

 

Existe no folclore de várias nações do mundo antiga lenda que exprime comumente a verdade de nossa vida.

Certo homem que pervagava, infeliz, padecendo intempérie e solidão, encontrou valiosa pedra em que se refugiou, encantado.

À maneira de concha em posição vertical, o minúsculo penhasco protegia-o contra as bagas de chuva, ofertando-lhe, ao mesmo tempo, o colo rijo sobre o qual vasta porção de folhas secas lhe propiciava adequado ninho.

O atormentado viajor agarrou-se, contente, a semelhante habitação e, longe de consagrar-se ao trabalho honesto para renová-la e engrandecê-la, confiou-se à pedintaria.

Além, jornadeavam companheiros de Humanidade em provações mais aflitivas que as dele, contudo, acreditava-se o mais infortunado de todos os seres e preferia examiná-los através da inveja e da irritação.

Adiante, sorria a gleba luxuriosa, convidando-o à sementeira produtiva, no entanto, ocultava as mãos nos andrajos que lhe cobriam a pele, alongando-as simplesmente para esmolar.

Na imensidão do céu, cada manhã, surgia o Sol, como glorioso ministro da Luz Divina, exortando-o ao labor digno, mas o desditoso admitia-se incapacitado e enfermo de tal sorte, que não se atrevia a deixar a pedra protetora.

Ouvia de lábios benevolentes incessantes apelos à própria renovação, a fim de exercitar-se na prática do bem, a favor de si mesmo, mas, extremamente cristalizado na ociosidade e no desalento, replicava com evasivas, definindo-se como sofredor irremediável, vomitando queixas ou disparando condenações.

Não podia trabalhar por faltarem-lhe recursos, não estudava por fugir-lhe o dinheiro, não ajudava de modo algum a ninguém por ser pobre até à miserabilidade completa, dizia entre sucessivas lamentações.

Rogava pão, suplicava remédio, mendigava socorro de todo gênero, acusando o destino e insultando o próximo…

Por mais de meio século demorou-se na pedra muda e hospitaleira, até que a morte lhe visitou os farrapos, arrebatando-o da carne às surpresas do seu reino.

Foi então que mãos operosas removeram o enorme calhau para que a higiene retornasse à paisagem, encontrando sob a pequena rocha granítica um imenso tesouro de moedas e joias, suscetível de assegurar a evolução e o conforto de grande comunidade.

O devoto da inércia experimentara desolação e necessidade, por toda a existência, sobre um leito de inimaginável riqueza.

Assim somos quase todos nós, durante a reencarnação.

Almas famintas de progresso e acrisolamento, colamo-nos ao grabato físico para a aquisição de conhecimento e virtude, experiência e sublimação, mas, muito longe de entender a nossa divina oportunidade, desertamos da luta e viajamos no mundo à feição de mendigos caprichosos e descontentes, albergando amarguras e lágrimas, no culto disfarçado da rebeldia.

E, olvidando nossos braços que podem agir para o bem, estendemo-los não para dar e sim para recolher, pedindo, suplicando, retendo, reclamando e exigindo, até que chega o momento em que a morte nos faz conhecer o tesouro que desprezamos.

*

Se a lenda que repetimos pode merecer-te atenção, aproveita o aconchego do corpo a que te acolhes, entregando-te à construção do bem por amor ao bem, na certeza de que a tua passagem na Terra vale por generosa bolsa de estudo, e de que amanhã regressarás para o ajuste de contas em tua Esfera de origem.

 

Irmão X (Humberto de Campos) / Chico Xavier

Livro: Contos e apólogos



Oração em serviço

 


Deus da Eterna Bondade,

Ensina-me a viver;

A doar do que eu tenha,

Sem contar o que faça;

A trabalhar servindo,

Sem exigir repouso;

A compreender os outros

Sem ferir a ninguém;

A nunca desertar

Dos deveres que assumo;

E a entender que nos dás

O que julgas melhor.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Tempo de luz