sábado, 2 de novembro de 2013

A Evangelização da Criança


 
“É notável verificar que as crianças educadas nos princípios espíritas adquirem uma capacidade de raciocinar precoce, que as torna infinitamente mais fáceis de serem conduzidas. Nós as vimos em grande número, de todas as idades e dos dois sexos, nas diversas famílias onde fomos recebidos. Isto, não as priva da natural alegria, nem da jovialidade. Todavia, não existe nelas essa turbulência, essa teimosia, esses caprichos que tornam tantas outras insuportáveis.” (Allan Kardec - Viagem Espírita em 1862 - pág. 30).
Interessante a observação feita pelo Codificador, em suas viagens por várias cidades da França, em 1862, com relação ao comportamento das crianças educadas nos princípios da moral espírita, que é a moral do Cristo.
Naquela época, em que o Espiritismo estava no seu nascedouro, sua influência na família e como consequência, na educação da criança, já se fazia notar. Cumpria-se a recomendação: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais”.
Jesus, assim dizendo, não endereçava suas palavras somente àqueles que, defendendo a sua tranquilidade, tentavam afastar dele aquele bando de crianças. As palavras do Mestre nunca foram proferidas somente para o momento, mas também para a eternidade. Com isso, Jesus fazia a recomendação a todos nós, a fim de que nunca fôssemos o empeço, impedindo que as crianças chegassem até Ele.
Entretanto, passados quase dois mil anos, desde que suas palavras foram proferidas, nós, os educadores, agindo como Marta, a irmã de Lázaro, ainda estamos distraídos, desprezando a melhor parte e com isso, relegando a segundo plano a evangelização da criança, esquecidos de que Ele é “O Caminho, a Verdade e a Vida”, e ninguém chegará ao Pai senão por Ele.
A maioria dos pais só procura cuidar do corpo e do intelecto, como se esses fossem os mais importantes, esquecendo-se de alimentar o Espírito com as luzes do Evangelho, para que este, que é imortal, possa melhor aproveitar a presente oportunidade de evolução, errando menos, sendo melhor e mais útil a si próprio, à família, à comunidade e à Pátria, e como consequência, à própria Humanidade, de que ele é membro integrante, como cidadão do Universo.
Quando procuramos valorizar a necessidade da evangelização da criança, não queremos dizer que a do jovem ou mesmo a do adulto não o sejam: todavia, sabemos que é na fase da infância que o Espírito é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliar o adiantamento. Em vista disso, não podem os pais se descuidarem desse mister, ou seja, o encaminhamento de seus filhos às atividades de Evangelização da corrente religiosa que professem, considerando-a tão importante como a de um curso regular, aulas de natação ou dança, e que não devem ser faltadas por motivos fúteis.
Divaldo Pereira Franco, médium e orador espírita, em entrevista concedida a dirigentes e trabalhadores espíritas (Diálogo – Edição USE/SP), afirmou:
“Se nós damos a melhor alimentação, o melhor colégio, dentro de nossas possibilidades, aos filhos, porque não lhes damos a melhor religião, que é aquela que já elegemos? Percam umas praiazinhas, mas salvem os filhos; o que adianta os levar à praia hoje e depois ficarem chorando, perguntando a Deus o porquê.”
Quando falamos em evangelizar a criança, não nos estamos referindo a levá-la somente à atividade específica no templo religioso ou do Centro Espírita, e sim, desencadear todo um processo de aproximação da mesma com o Evangelho de Jesus, como a sua filosofia de vida.
É óbvio que neste processo se inclui a vivência e o comportamento cristãos dos pais no lar, sem isso, nada ou muito pouco se conseguirá. Por isso, Divaldo P. Franco na entrevista anteriormente citada, afirmou: “Se, todavia, os pais são espíritas em casa, eles irão felizes às aulas de evangelização e de juventude, porque estão impregnados do exemplo”.
Poderíamos substituir o termo “espírita” por cristão, na abrangência necessária à aproximação do educando com o Cristo, como único caminho de levá-lo ao conhecimento da verdade e salvar-lhe a vida, não excluindo desse processo as chamadas religiões não cristãs, porque se aceitamos que Jesus Cristo é o governante do nosso planeta, todos os missionários que aqui vieram, trazendo informações das coisas espirituais, o fizeram em Seu nome e mesmo que os homens as neguem, essas lições são as do Cristo de Deus.
A finalidade de toda religião deve ser a de tornar os indivíduos espiritualistas; quem raciocina como sendo espírito eterno, passa a ver o mundo, seus semelhantes e a própria vida de modo diferente, passa a colocar na imortalidade o objetivo maior a ser alcançado. Quanto mais cedo a criatura tiver essas noções, mais corretamente conduzirá seus passos e menos dissabores terá na vida. Daí a importância da Evangelização Infantil.
Se queres tornar teu filho

Um verdadeiro cristão,

Desde cedo mostra o trilho

De sua evangelização
Lydienio Barreto de Menezes

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