Outrora, os mártires sofreram nos circos
para doar ao mundo a Bênção da Revelação.
Através de fogueiras e sacrifícios, traçaram
um roteiro de luz para o mundo paganizado.
Em seguida, quando as trevas da Idade Média
consagravam a autocracia do poder, os cristãos livres experimentaram a
perseguição, a morte e o anátema para restaurarem a senda luminosa, conferindo
à Terra as Luzes da Verdade.
Hoje, porém, meus amigos, os seguidores do
Mestre Divino, irmanados em torno da cruz redentora, foram chamados à doação da
Fraternidade às criaturas.
Amparados pela evolução dos códigos que se
tocaram das claridades sublimes da Boa Nova, através dos séculos, desfrutam de
liberdade relativa para concretizarem a divina missão de que foram cometidos.
Antigamente, dolorosa renunciação era
exigida aos companheiros do Mestre Nazareno, de fora para dentro; agora, no
entanto, é a luta renovadora do santuário íntimo para o mundo externo.
Não é o circo do martírio que se abre na
praça pública, nem a fogueira dos autos de fé, instalada dentro de povos livres
e robustos em nome das confissões religiosas. A Atualidade reclama corações
consagrados ao Senhor na esfera de si mesmos.
A fraternidade constituir-nos-á abençoado clima
de trabalho e realização, dentro do Espiritismo Evangélico, ou permaneceremos
na mesma expectação inoperante do princípio quando o material divino da
Revelação e da Verdade não encontrava acesso em nossos espíritos irredimidos.
Formemos não somente grupos de indagação
intelectual ou de crítica nem sempre construtiva, mas, sobretudo, ergamos um
templo interior à bondade, porque sem espírito de amor todas as nossas obras
falham na base, ameaçadas pela vaga incessante que caracteriza o campo falível
das formas transitórias.
“Amemo-nos uns aos outros,” segundo a
palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia, sem discussões ruinosas, sem
desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos comentários vagos e
inoportunos, amparando-nos, reciprocamente, pelo trabalho, pela tolerância
salvadora, pela fé viva e imperecível.
Se nos encontramos realmente empenhados no
Espiritismo que melhora e regenera, que esclarece e redime, que salva e
ilumina, sob a égide de Jesus, recordemos a palavra do Código Divino, para vivê-las
na acústica de nossa alma, seguindo o Senhor em Sua exemplificação de
sacrifício, de solidariedade e de amor: _ “Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida”; “ninguém irá até o Pai senão por Mim”.
Bezerra
de Menezes / Chico Xavier - Livro: Doutrina e aplicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário