sexta-feira, 25 de março de 2022

*Este mausoléu foi erguido sobre a sepultura de Hyppolite Léon Rivail (1804-1869) e Amélie Gabrielle Boudet, sua esposa e colaboradora

 

H. L. Rivail, professor de várias disciplinas científicas, dedicou os primeiros 30 anos de sua vida adulta ao ensino público. Seus trabalhos neste campo foram apreciados e reconhecidos pelo meio universitário.

 

Aguçado por sua formação, introduziu-se no estudo científico das manifestações do mundo espiritual, cotejando os respectivos resultados com os de pesquisas paralelas em grande número de países e publicando-os na célebre Revista Espírita, fundada por ele em 1858, posteriormente compilada em uma série de obras de renome mundial e ainda hoje republicadas – definindo, enfim, um método, uma filosofia e uma doutrina, nesses termos codificada.

 

Dedicou os últimos 15 anos de sua vida a esse trabalho incansável de estudo e divulgação do espiritismo, do qual foi o codificador, sob a alcunha que o fez conhecido em todos os países, “Allan Kardec”, aquela mesma do druida que havia sido em vida anterior e com a qual editaria muitas obras, sendo as principais: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo e A Gênese.

 

Allan Kardec trouxe a prova da continuidade da vida rumo aos estados superiores da alma, pelo desenvolvimento progressivo das faculdades (consciência, memória, conhecimento e sentimento), graças aos estágios de progressão na vida corpórea, intercalados com estadias no plano espiritual, cujas propriedades hão de gradualmente alcançar as da vida divina, imortal e livre no Universo.

 

Espírito científico, rigoroso, perito em indução e generalização, caridoso, extremamente honesto, teve o mérito de extirpar a superstição e o charlatanismo de fatos tão antigos quanto o próprio mundo, classificados como paranormais ou inusitados; e de estabelecer sua autenticidade, bem como sua origem em leis universais.

 

Sempre se defendeu vigorosamente contra as tentativas de seus detratores ou mesmo de seus admiradores de tratá-lo como profeta ou fundador de um culto qualquer.

 

RECOMENDAÇÃO AO PÚBLICO 


 

Acusa-se o túmulo de Allan Kardec de ser um espaço de manifestações de idolatria, tais como: a imposição de mãos sobre a pedra do monumento ou sobre o busto do professor, e o depósito de objetos ou velas, à feição de um altar. As pessoas instruídas e os espíritas reprovam esses atos, reputando-os como de outra época. Os adversários encontram nisso a oportunidade de se insurgirem contra o espiritismo e de associá-lo à magia e feitiçaria.

 

A União Espírita Francesa e Francófona afirma que tais práticas em nada podem favorecer a intercessão de um bom espírito, como Allan Kardec, e relembra a seguir dois trechos da obra A Gênese:

 

19 – Seguramente, a distância que separa o espiritismo da magia e da feitiçaria é maior do que a que existe entre a astronomia e a astrologia. Confundi-las é provar que delas não se sabe o de mais elementar.

 

45 - Em tudo isso, fizemos o que qualquer outro poderia ter feito como nós, razão pela qual nunca tivemos a pretensão de nos julgarmos profeta ou messias, tampouco de nos denominarmos como tal.

 

A ORAÇÃO

 

As oblações, desde que contribuam para aliviar as misérias, longe de qualquer ideia de barganha com o céu, podem aumentar a eficácia da oração, o que dependerá da intenção com que são feitas e não de depósitos supérfluos, manifestações ou atitudes místicas, avessas à digna reserva e à intensidade da elevação do espírito para Deus!

 

*Transcrito da placa afixada no túmulo de Kardec.

Tradução livre: Gustavo e Gabriel Grateki

 

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