H. L. Rivail, professor de várias disciplinas científicas, dedicou os primeiros 30 anos de sua vida adulta ao ensino público. Seus trabalhos neste campo foram apreciados e reconhecidos pelo meio universitário.
Aguçado por sua formação, introduziu-se no
estudo científico das manifestações do mundo espiritual, cotejando os respectivos
resultados com os de pesquisas paralelas em grande número de países e
publicando-os na célebre Revista Espírita, fundada por ele em 1858,
posteriormente compilada em uma série de obras de renome mundial e ainda hoje
republicadas – definindo, enfim, um método, uma filosofia e uma doutrina,
nesses termos codificada.
Dedicou os últimos 15 anos de sua vida a esse
trabalho incansável de estudo e divulgação do espiritismo, do qual foi o
codificador, sob a alcunha que o fez conhecido em todos os países, “Allan
Kardec”, aquela mesma do druida que havia sido em vida anterior e com a qual
editaria muitas obras, sendo as principais: O
Livro dos Espíritos, O Livro dos
Médiuns, O Evangelho Segundo o
Espiritismo e A Gênese.
Allan Kardec trouxe a prova da continuidade da
vida rumo aos estados superiores da alma, pelo desenvolvimento progressivo das
faculdades (consciência, memória, conhecimento e sentimento), graças aos
estágios de progressão na vida corpórea, intercalados com estadias no plano
espiritual, cujas propriedades hão de gradualmente alcançar as da vida divina,
imortal e livre no Universo.
Espírito científico, rigoroso, perito em indução
e generalização, caridoso, extremamente honesto, teve o mérito de extirpar a
superstição e o charlatanismo de fatos tão antigos quanto o próprio mundo,
classificados como paranormais ou inusitados; e de estabelecer sua
autenticidade, bem como sua origem em leis universais.
Sempre se defendeu vigorosamente contra as
tentativas de seus detratores ou mesmo de seus admiradores de tratá-lo como
profeta ou fundador de um culto qualquer.
RECOMENDAÇÃO AO PÚBLICO
Acusa-se o túmulo de Allan Kardec de ser um
espaço de manifestações de idolatria, tais como: a imposição de mãos sobre a
pedra do monumento ou sobre o busto do professor, e o depósito de objetos ou
velas, à feição de um altar. As pessoas instruídas e os espíritas reprovam
esses atos, reputando-os como de outra época. Os adversários encontram nisso a
oportunidade de se insurgirem contra o espiritismo e de associá-lo à magia e
feitiçaria.
A União Espírita Francesa e Francófona afirma
que tais práticas em nada podem favorecer a intercessão de um bom espírito,
como Allan Kardec, e relembra a seguir dois trechos da obra A Gênese:
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– Seguramente, a distância que separa o espiritismo da magia e da feitiçaria é
maior do que a que existe entre a astronomia e a astrologia. Confundi-las é
provar que delas não se sabe o de mais elementar.
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- Em tudo isso, fizemos o que qualquer outro poderia ter feito como nós, razão
pela qual nunca tivemos a pretensão de nos julgarmos profeta ou messias,
tampouco de nos denominarmos como tal.
A
ORAÇÃO
As oblações, desde que contribuam para aliviar as misérias,
longe de qualquer ideia de barganha com o céu, podem aumentar a eficácia da
oração, o que dependerá da intenção com que são feitas e não de depósitos
supérfluos, manifestações ou atitudes místicas, avessas à digna reserva e à
intensidade da elevação do espírito para Deus!
*Transcrito da placa afixada no túmulo de
Kardec.
Tradução livre: Gustavo e Gabriel Grateki
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