sábado, 11 de março de 2023

Em todos os homens vemos irmãos

 


“Allan Kardec encontrou, nos princípios da Doutrina Espírita, explicações que apontam para leis sábias e supremas, razão pela qual afirmou que o Espiritismo permite “resolver os milhares de problemas históricos, arqueológicos, antropológicos, teológicos, psicológicos, morais, sociais, etc.” (Nota explicativa em O livro dos espíritos).

 

Sempre dinâmica, a Doutrina dos Espíritos nos ensina diariamente a importância de ações solidárias relacionadas às nossas vidas. Apresenta conceitos sobre questões morais, existenciais e sociais que permeiam nossos dias, a exemplo da igualdade e da fraternidade.

Allan Kardec, o Codificador, elucida-nos que […] “o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na Criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, faz com que desapareçam, naturalmente, todas as distinções estabelecidas entre os homens, conforme as vantagens corporais e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de cor”. (Revista Espírita, out. 1861)

Somos iguais e trabalhamos em comunhão para que assim todos se sintam verdadeiramente irmãos. Reflete Ismael Gomes Braga que “no racismo existe uma transmutação da ideia de justiça na de crueldade, porque aí a justiça se divorcia da caridade” (Reformador, dez. 1942). 

Enfatiza, conforme também escreve Herculano Pires no livro Ciência espírita, que “o Espiritismo explica a complexidade desse problema e revela a sua grandeza moral no desenvolvimento espiritual da Humanidade. É precisamente no plano social terreno, onde a dispersão da unidade humana gera as discriminações, que a reintegração na unidade vai se processar no difícil aprendizado do princípio do amor ao próximo”.

“Em diversos pontos de sua obra, o Codificador Allan Kardec se refere aos Espíritos encarnados em tribos incultas e selvagens, então existentes em algumas regiões do planeta, e que, em contato com outros polos de civilização, vinham sofrendo inúmeras transformações, muitas com evidente benefício para os seus membros, decorrentes do progresso geral ao qual estão sujeitas todas as etnias, independentemente da coloração de sua pele. […] (Nota explicativa em O livro dos espíritos). 

Em oportuna explicação sobre este tema, a Federação Espírita Brasileira registra nota explicativa presente nas edições febianas das obras de Kardec, decorrente do entendimento junto à Justiça, com intuito de esclarecimento frente ao público, (MPF/TAC nº 1.14.000.000835/2006-12; Data 6/11/2007) que nos esclarece: Na época, Allan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos selvagens africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não escravizados impiedosamente. Com base nos conceitos divulgados na época, Kardec repete, com outras palavras, o que os pesquisadores descreviam em retorno das viagens que faziam à África negra. Enfatiza, no entanto, o Codificador, que o homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. (O evangelho segundo o espiritismo, capítulo XVII, item 3, p. 348.) 

Aprendizes que somos, finalizamos com a reflexão do próprio Allan Kardec: “nós trabalhamos para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais”. (Revista Espírita, fev. 1863).

 

Texto extraído do sítio da FEB (Comunicado): https://www.febnet.org.br/portal/2023/03/07/em-todos-os-homens-vemos-irmaos/


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