“Allan Kardec encontrou, nos princípios da Doutrina
Espírita, explicações que apontam para leis sábias e supremas, razão pela qual
afirmou que o Espiritismo permite “resolver os milhares de problemas
históricos, arqueológicos, antropológicos, teológicos, psicológicos, morais,
sociais, etc.” (Nota explicativa em O livro dos espíritos).
Sempre
dinâmica, a Doutrina dos Espíritos nos ensina diariamente a importância de
ações solidárias relacionadas às nossas vidas. Apresenta conceitos sobre
questões morais, existenciais e sociais que permeiam nossos dias, a exemplo da
igualdade e da fraternidade.
Allan Kardec,
o Codificador, elucida-nos que […] “o Espiritismo, restituindo ao Espírito o
seu verdadeiro papel na Criação, constatando a superioridade da inteligência
sobre a matéria, faz com que desapareçam, naturalmente, todas as distinções
estabelecidas entre os homens, conforme as vantagens corporais e mundanas,
sobre as quais só o orgulho fundou as castas e os estúpidos preconceitos de
cor”. (Revista Espírita, out. 1861)
Somos iguais e
trabalhamos em comunhão para que assim todos se sintam verdadeiramente irmãos.
Reflete Ismael Gomes Braga que “no racismo existe uma transmutação da ideia de
justiça na de crueldade, porque aí a justiça se divorcia da caridade” (Reformador,
dez. 1942).
Enfatiza,
conforme também escreve Herculano Pires no livro Ciência espírita, que “o
Espiritismo explica a complexidade desse problema e revela a sua grandeza moral
no desenvolvimento espiritual da Humanidade. É precisamente no plano social
terreno, onde a dispersão da unidade humana gera as discriminações, que a
reintegração na unidade vai se processar no difícil aprendizado do princípio do
amor ao próximo”.
“Em diversos
pontos de sua obra, o Codificador Allan Kardec se refere aos Espíritos
encarnados em tribos incultas e selvagens, então existentes em algumas regiões
do planeta, e que, em contato com outros polos de civilização, vinham sofrendo
inúmeras transformações, muitas com evidente benefício para os seus membros,
decorrentes do progresso geral ao qual estão sujeitas todas as etnias,
independentemente da coloração de sua pele. […] (Nota explicativa em O livro
dos espíritos).
Em oportuna
explicação sobre este tema, a Federação Espírita Brasileira registra nota
explicativa presente nas edições febianas das obras de Kardec, decorrente do
entendimento junto à Justiça, com intuito de esclarecimento frente ao público,
(MPF/TAC nº 1.14.000.000835/2006-12; Data 6/11/2007) que nos esclarece: Na
época, Allan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos
selvagens africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não
escravizados impiedosamente. Com base nos conceitos divulgados na época, Kardec
repete, com outras palavras, o que os pesquisadores descreviam em retorno das
viagens que faziam à África negra. Enfatiza, no entanto, o Codificador, que o
homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças
nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. (O evangelho segundo
o espiritismo, capítulo XVII, item 3, p. 348.)
Aprendizes que
somos, finalizamos com a reflexão do próprio Allan Kardec: “nós trabalhamos
para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença que os torna
melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se
olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor, opinião política
ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento
de caridade, de fraternidade e deveres sociais”. (Revista Espírita, fev. 1863).
Texto extraído do sítio da FEB (Comunicado): https://www.febnet.org.br/portal/2023/03/07/em-todos-os-homens-vemos-irmaos/
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