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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Ide e ajudai

 

Ide e plantai no mundo atormentado e aflito

As árvores de luz do bem que aperfeiçoa.

Ide e estendei, servindo, a fé singela e boa

Que alenta o coração por bálsamo bendito.

 

No escuro e vasto chão, há seixos de granito

Da impiedade revel que ensombra e amaldiçoa,

Mas se guardais convosco a paz que ama e perdoa,

Acendereis na Terra a glória do Infinito.

 

Ao clarão do Evangelho, ensinais a verdade!

Nosso campo de ação é toda a humanidade

Que, ante o altar da ilusão, vencida, se prosterna!

 

Ide e ajudai, amando, entre angústias e assombros!

Sob o arado da cruz, sustentado nos ombros,

Atingireis, cantando, o sol da vida eterna.

 

Amaral Ornellas / Chico Xavier

Livro: Cartas do Alto



quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Ora e vigia

 

Ora e vigia. Não cesses

Teu combate à tentação.

No templo de nossas preces

Guardamos o coração.

 

Ora e vigia. Trabalha

Na rota de teu dever.

A vida é a nossa batalha…

Foge ao repouso e ao prazer.

 

Ora e vigia. Sublima

O teu amor fraternal.

O bem que não desanima

É a vitória contra o mal.

 

Vigia, orando. Vigia

Dando ação aos dias teus.

Serviço de cada dia

É bênção da Luz de Deus.

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Relicário de luz



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Honra ao trabalho

 

Trabalha e encontrarás o fio diamantino

Que te liga ao Senhor que nos guarda e governa,

Ante cuja grandeza o mundo se prosterna,

Buscando a solução da dor e do destino.

 

Desde o fulcro solar ao fundo da caverna,

Da beleza do herói ao verme pequenino,

Tudo se agita e vibra, em cântico divino

Do trabalho imortal, brunindo a vida eterna!…

 

Tudo na imensidão é serviço opulento,

Júbilo de ajudar, luta e contentamento,

Desde a flor da montanha às trevas do granito.

 

Trabalha e serve sempre, alheio à recompensa,

Que o trabalho, por si, é a glória que condensa

O salário da Terra e a bênção do Infinito.

 

Múcio Teixeira / Chico Xavier

Livro: Parnaso de Além-Túmulo



quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Tempo e amor

 

Qual austero gigante que nos guia,

Furioso e rude e, às vezes, triste e lento,

Passa o tempo, na Terra, como o vento,

Renovando-te a senda, cada dia.

 

Não desesperes, ante o céu nevoento,

Nem te abatas na estrada escura e fria,

Nascerão novas flores de alegria

Onde há charcos de angústia e sofrimento.

 

O templo, o lar, a fonte, a flor e o ninho…

Tudo o tempo transforma, de mansinho,

Alterando-se em luz, penumbra e treva!

 

Guarda, porém, o amor puro e esplendente,

Que o nosso amor, agora e eternamente,

É o tesouro que o tempo nunca leva…

 

João Coutinho / Chico Xavier

Livro: Relicário de luz



segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Aos pés da cruz

 

Ante a Cruz do Senhor que te ilumina

Pela graça da fé piedosa e santa,

Descobrirás na dor que te quebranta

Leve sombra de mágoa pequenina.

 

A angústia que te fere e te domina,

Sufocando-te as cordas da garganta,

É força que te ampara e te levanta,

Ante a grandeza da aflição divina.

 

Traze a Jesus tua alma fatigada…

Sentirás o fulgor da madrugada

Entre as sombras da noite de agonia.

 

A cruz é a glória eterna que se expande,

Indicando no céu sublime e grande

As promessas de luz do Novo Dia.

 

Vallado Rosas / Chico Xavier

Livro: Cartas do Coração



quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Pedido e fuga

 

Dona Branca pediu a Irmão Silveira,

Guia e mentor do Centro de Traíra:

— “Rogo o seu passe, irmão! Veja se tira

Este mal que me segue a vida inteira!

 

“Sempre sonho que estou em perambeira,

Vejo os mortos, mas penso que é mentira,

Minha cabeça fraca gira, gira…

Sinto febre, cansaço, batedeira!”

 

O guia disse: “Irmã, venha… Não tema!

É só mediunidade o seu problema…

Venha! Serviço é luz! Não se embarace…”

 

Dona Branca fez prece e compromisso,

Mas nunca veio ao trato de serviço

E nunca mais voltou pedindo passe.

 

Cornélio Pires / Chico Xavier - Livro: Caminhos de volta



quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Divina estrela

 

Ei-la!… Aparece e passa!… Onde fulge e transita

Nasce o bem, foge o mal, vem a paz, cessa a luta,

A lágrima se esvai, deixando, à face enxuta,

O sorriso do Céu em floração bendita!…

 

O bálsamo da fé asserena a alma aflita,

Unem-se os corações em sublime permuta…

Fala a consolação, a mágoa cede e escuta!…

A humilhação na dor faz-se glória infinita…

 

Ei-la! A Estrela Divina, em raios de esperança,

Abençoa, conforta, ergue, restaura e avança…

Tudo envolve na luz de esplendor jamais visto!…

 

Seu nome? Caridade!… Em si define e encerra,

Seja em qualquer lugar e com quem for na Terra,

O Eterno Amor de Deus e a presença do Cristo.

 

Auta de Souza / Chico Xavier

Livro: Poetas redivivos



sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Quadras do Ano Novo


Ano Novo! Vida Nova!

Consolo, esperança, amor…

Não menosprezes o tempo

Que é concessão do Senhor.


Se queres honrar a Deus

Com todo o teu coração,

Fiscaliza as próprias horas,

Não gastes o dia em vão.


Onde houver bem a fazer,

Auxilia sem demora.

Há tesouros insondáveis

Na bênção de meia hora.


Alguns minutos apenas

De alegria e de bondade

Desabotoam na Terra…

As fontes da caridade.


Alguns momentos ligeiros

De harmonia e de perdão

Acalmam as tempestades

Que ferem o coração.


Palavras consoladoras

No socorro de um sorriso

Descerram em nossas almas

As portas do paraíso.


O carinho e a tolerância

Na visita fraternal

São fatores decisivos

Na vitória contra o mal.


Alguns instantes de paz,

De oração e paciência,

Conseguem eliminar

O fel da maledicência.


Estuda, ampara e esclarece,

Serviço, auxílio e lição

Constituem filhos nobres

Da grande sublimação.


Busca o Mestre enquanto é hoje

Na virtude sem alarde.

Ajuda agora. Amanhã

Talvez seja muito tarde.


Não olvides que o trabalho

É a força que nos eleva.

Cabeça desocupada

Estende o poder da treva.


Ano Novo! Vida Nova!

Consolo, esperança e amor…

Não menosprezes o tempo

Que é concessão do Senhor.



Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Chico no Monte Carmelo


 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Outra vez

 

Desculpaste, edificando,

Mas, se a treva e a insensatez

Voltam de novo a ferir-te,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Ouviste em prece os agravos

À doutrina em que mais crês;

No entanto, se há mais ofensa,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Esqueceste duros golpes

Da injúria e da rispidez…

Todavia, se ressurgem,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Viste mãos das mais queridas,

No sonho que se desfez;

Contudo, segue adiante…

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Ao lamaçal da calúnia

Em dia algum não te dês.

Bendizendo os detratores,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Se teus pedidos mais justos

Somente encontram surdez,

Esperando sem revolta,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Recolhes por teu sorriso

Gesto rude e descortês?

O tempo tudo transforma;

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Se queres guardar contigo

A bênção da intrepidez,

À frente de todo mal,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Injustiçado, não guardes

Nem mágoas e nem porquês;

Trabalhando alegremente,

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Se almejas fazer migalha

Do muito que o Mestre fez,

Mesmo entregue à cruz da morte

Perdoa e ajuda outra vez.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Correio fraterno



terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Quem segue com Jesus

 

Quem no Evangelho vence a treva e o mal,

Na comunhão excelsa de Jesus,

É cristão que se eleva e se conduz

Na inspiração do Amor Universal.

 

Nega a si mesmo e aceita a própria cruz.

Tem a grande renúncia por sinal.

Guarda a beleza lúcida e imortal

Do “sal da Terra” que preserva a luz.

 

Quem respira no clima do Senhor,

Exemplifica o bem consolador

Que ajuda bons e maus, crentes e ateus;

 

Nunca se esquece do Divino Lar,

Vive para servir e para amar

Na jornada sublime para Deus.

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Cartas do Coração