“Amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração
puro”. (I Pedro, 1:22)
Espíritos levianos, em todas as ocasiões, deram preferência às interpretações
maliciosas dos textos sagrados.
O “amai-vos uns aos outros” não escapou ao sistema depreciativo.
A esfera superior, entretanto, sempre observa a ironia à conta de
ignorância ou infantilidade espiritual das criaturas humanas.
A sublime exortação constitui poderosa síntese das teorias de
fraternidade.
O entendimento e a aplicação do “amai-vos” é a meta luminosa das lutas
na Terra. E a quantos experimentam dificuldade para interpretar a recomendação
divina temos o providencial apontamento de Pedro, quando se reporta ao
coração puro.
Conhecem os homens alguns raios do amor que não passam de réstias fugidias,
a luzirem através das muralhas dos interesses egoísticos, porque a maioria das
aproximações de criaturas, na Crosta da Terra, inspiram-se em móveis obscuros
e mesquinhos, no terreno dos prazeres fáceis ou das associações que se
dirigem para o lucro imediatista.
O amor a que se refere o Evangelho é antes a divina disposição de
servir com alegria, na execução da Vontade do Pai, em qualquer região onde permaneçamos.
Muita gente afirma que ama, contudo, logo que surjam circunstâncias contra
os seus caprichos, passa a detestar.
Gestos que aparentavam dedicação convertem-se em atitudes do interesse inferior.
Relativamente ao assunto, porém, o apóstolo fornece a nota dominante da
lição. Amemo-nos uns aos outros, ardentemente, mas guardemos o coração
elevado e puro.
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 90
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quarta-feira, 14 de agosto de 2019
De coração puro
Estudo das obras fundamentais do Espiritismo
A leitura atenta e o estudo continuado
das obras fundamentais do Espiritismo sempre renovam nossa oportunidade de
aprender. Dá a impressão, inclusive, de que estamos diante de um conteúdo
inédito, quando nos certificamos, após algum tempo, de que já o havíamos lido
anteriormente. Isso decorre, em nosso entendimento, de duas razões principais:
a constante atualização dos conteúdos doutrinários expostos na obra básica da
Codificação Espírita, isto é, o conteúdo espírita organizado na obra
kardequiana foi, é e continua sendo atual; e a oportuna necessidade de
atualizarmos nosso entendimento acerca da mensagem evangélica pelo salutar
hábito do estudo, ou seja, precisamos “atualizar” nossa ignorância, buscando
novos conhecimentos, cujos assentamentos encontram-se, sem exceção, nas
inamovíveis bases definidas no arcabouço doutrinário.
As orientações seguras advindas da
Espiritualidade Superior nos recomendam, inclusive, que dediquemos pelo menos
15 minutos diariamente para a leitura de alguma obra escrita sob a
responsabilidade de Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita.
Esse contato diário com a obra básica,
integrada pelo Pentateuco Kardequiano (O livro dos Espíritos, O livro dos
médiuns, O evangelho segundo o Espiritismo, O céu e o inferno e A gênese),
somando-se Obras póstumas, O que é o Espiritismo e a extraordinária Revista
Espírita (1858-1869), certamente nos colocará a par da sabedoria espiritual e
da genialidade de Kardec ao ensejar que tais ensinamentos renovadores fossem
materializados na Terra para acesso de todos nós, trabalhadores e aprendizes da
última hora.
O estudo possibilita ampliar a visão e
o entendimento, a reflexão e a prática, sobre tudo o que nos sensibiliza as
percepções, dilatando gradativamente a nossa capacidade de compreensão, a zona
lúcida, conforme expressão do estudioso francês Paul Gibier.
O estudo espírita pode ser individual,
num processo persistente de autodesenvolvimento, e coletivo, quando nos
predispomos a integrar algum grupo interessado em propósitos semelhantes de se
reunir e aprender, pelo compartilhamento de lições e experiências.
Ambas as tipologias de estudo,
individual e coletivo, exigem planejamento, disciplina e organização do
proponente ao aprendizado.
Para o estudo individual,
alimentemo-nos de boa vontade, separemos um tempo diário de pelo menos 15
minutos, e iniciemos com o propósito firme de ir adiante. No início, há que se
vencer algumas resistências naturais. Depois, torna-se mais fácil.
Para o estudo em grupo, as casas
espíritas ofertam várias possibilidades, aproveitando-se do material de
excelente qualidade disponibilizado ao movimento espírita pela FEB. São os
programas do Estudo Sistematizado, do Estudo Aprofundado, do Estudo e Prática
da Mediunidade, de cursos específicos sobre as obras da Codificação e de
algumas publicações subsidiárias.
Oportunidades de estudo e aprendizado
não faltam. O que às vezes falta é nossa boa vontade de estudar e aprender.
Que tal enriquecermos nossa trajetória presente, aproveitando a
oportunidade de educação espiritual, propondo-nos à efetiva renovação íntima
pelo exercício dos magnos mandamentos recomendados pelo Espírito de Verdade:
amai-vos e instruí-vos?!
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Geraldo Campetti Sobrinho – Vice-presidente da Federação
Espírita Brasileira – Fonte: febnet.org,br
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
Aniversário CEJG 2019
Neste ano, as festividades em comemoração ao aniversário do Centro Espírita Joseph Gleber chegaram com um presente especial...
A grande celebração, como de costume, renderia homenagens ao distinto benfeitor e aos trabalhadores que mantêm sua casa ativa ao longo de mais de seis décadas; contudo, uma curiosa novidade traria aos congregados motivos redobrados para comemorar.
A programação teve início na sexta-feira, dia 02/08, com a exposição pública de Gilvonete Pereira, acerca do tema “Fraternidade para com todos”. Foi pouco antes de abrirem os trabalhos da noite que uma notícia inusitada foi veiculada: foram encontrados, documentos que apontavam para a realização de expedientes na casa de Joseph desde o ano de 1954. Ou seja: o Centro Espírita Joseph Gleber estava completando não 64, mas 65 anos de existência. Seu aniversário, assim, foi duplamente comemorado nos corações dos obreiros do ideal espírita!
Na tarde do dia seguinte, em clima de júbilo e fraternidade, coube a César Henrique prosseguir o festejo, com lições em torno da temática "Fraternidade na Seara de Jesus".
No domingo, o Sarau de Luzes saudou à espiritualidade com um brinde de talento e sensibilidade, a renovar nossos ânimos para mais um ciclo de trabalhos árduos mas edificantes, na expectativa de outros novos 65 anos!
Confira alguns momentos:
Oração
Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarcéus.
Santificado, Senhor,
Seja o teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor.
Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila e nem erra,
Nos Céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito na luz, no carinho
Do pão espiritual.
Perdoa-nos, meu Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniquidade e de dor.
Auxilia-nos, também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.
Com a proteção de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.
Que a nossa ideal igreja
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do vosso amor... Assim seja.
José
Silvério Horta
Pai e mãe
São
dois esteios de luz na Terra, na vida dos filhos: pai e mãe!
Sejam
o que forem, o dever dos filhos é, pois, obedecer a seus genitores, enquanto
se encontrem sob a direção do lar onde nasceram. O carinho e a gratidão para
com os pais, dar-lhes-ão novas forças para as lutas de cada dia, e mesmo
ideias de renovação dos próprios costumes, no campo da vivência lar e filhos.
Estás
no mundo por misericórdia de Deus, que usa o processo da reencarnação, lei
universal que opera em todos os mundos habitados, e é nesta oportunidade
valiosa que deves usar de gratidão para com aqueles que, diante do Senhor,
são teus tutores.
Filho,
une-te a teus pais, no amor de Jesus, que esse amor transmutar-se-á em luz
para o teu caminho! Se desprezares teus pais, esse gesto será semente que
poderá dar frutos correspondentes ao plantio.
Observemos
que a própria lei antiga pede respeito aos pais, para que possamos desfrutar,
na Terra, longos dias de paz, nascida da consciência estabilizada pelo
coração!... Esse é o nosso dever.
Sejam
o que forem os pais, merecem o nosso amparo, gratidão e ajuda!
Eles
receberão nossas luzes, pelos caminhos que trilharmos, pela conduta que
assimilamos de Jesus. O lar é e pode ser a célula da sociedade. Faltando
harmonia nos lares, faltará segurança nos povos.
Eis
porque a Doutrina Espírita trabalha e se esforça para o nascimento do Culto
do Evangelho em casa, como sendo marco divino, anunciando a felicidade para a
família! O pai e a mãe podem e devem representar Jesus e Maria para os filhos
que nasceram do fruto do amor em família, despertando o Mestre nos corações,
com a força da alegria e da esperança, formando assim todos os sentimentos no
amor.
Lembra-te
de que deves honrar pai e mãe, e quando saíres do teu lar, respeita os outros
pais, que não são os teus, como se o fossem, mantendo a gratidão por todos
eles, que o Senhor não Se esquecerá do que fazes de bem, por onde andares.
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Bezerra de Menezes / João
Nunes Maia – Livro: Assimilação Evangélica
Na intimidade do ser
“Vós, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”. Paulo (Colossenses, 3:12)
Indubitavelmente,
não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.
É
indispensável revestirmo-nos deles.
O
apóstolo não se refere a raciocínios.
Fala
de profundidades.
O
problema não é de pura cerebração.
É
de intimidade do ser.
Alguém
que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o
desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.
Detendo
tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão
legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus
irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho,
que não se limita à fraseologia brilhante.
Imprescindível
é que estejamos revestidos de “entranhas de misericórdia” para enfrentarmos,
com êxito, os perigos crescentes do caminho.
O
mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o
orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão
a humildade. Sem espírito fraternal, é
impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre
as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na
senda da ascensão.
Os
espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo.
Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de
fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo
por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável
diferença.
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Livro Vinha de Luz –
Emmanuel por Chico Xavier – Lição 89
Vida em família
Os filhos não são cópias
xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo
biológico.
As heranças e parecenças
físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o
sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior
dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
Atados por compromissos
anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão
aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas…
Cobradores empedernidos
surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo
superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes,
se complicam as situações, por indisposições dos consortes…
Adversários reaparecem como
membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades
padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da
antipatia e da animosidade.
A família é, antes de tudo,
um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se
alternam, programando a paz futura.
Nem é o grupo da bênção, nem
o élan da desdita.
Antes é a escola de
aprendizagem e redenção futura.
Irmãos que se amam, ou se
detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam
uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são
Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a
encenação da peça em que fracassaram, no passado.
A vida é incessante, e a
família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a
família universal.
Abençoa, desse modo, com a
paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
Compreende com ternura o
genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
Desculpa o esposo
irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o
ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
Não o retenhas com amarras
de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no
posto, e amando…
Não te creias responsável
direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.
Tu e ele sois comprometidos
perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
O teu corpo lhe ofereceu os
elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou
a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
Ante o filhinho deficiente
não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos,
preenchendo os vazios que ele experimenta.
Suas carências são
abençoados mecanismos de crescimento eterno.
Faze por ele, hoje, o que
descuidaste antes.
A vida em família é
oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
Com muita propriedade e
irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
“Ninguém entrará no reino
dos céus, se não nascer de novo”…
E a Doutrina Espírita
estabelece com segurança:
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre - é a
lei. Fora da caridade não há salvação."
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Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: SOS
Família
sábado, 3 de agosto de 2019
Reflexões
O objetivo da Doutrina Espírita não é
fascinar para dominar: é esclarecer para redimir.
A fé espírita é trigo, não é joio:
nutre e fortalece a mente, não alucina nem incendeia a imaginação. Sua escola
não visa a aliciar e arranchar indivíduos passivos que se movam tangidos pelo
cajado de zagais que a si mesmos se divinizam e outorgam poderes e
privilégios.
A moral espírita, revivendo a do
Cristo de Deus, cria personalidades, consolida caracteres, faz homens livres.
***
É com a chave da coragem moral
revelada na organização dos lares, colaborando com Deus no aperfeiçoamento
das suas obras mediante a criação e educação dos filhos, que os sacerdotes e
as sacerdotisas da família farão girar em seus gonzos os portais dos
tabernáculos eternos, penetrando, vitoriosos, em seus arcanos, acompanhados
daqueles com quem lutaram ombro a ombro, ajudando a vencer as asperezas e a
escabrosidade do carreiro percorrido.
Jamais será com a gazua do celibato,
dos claustros e das clausuras, fugindo àquelas responsabilidades e àqueles
encargos pesados, que se logrará abrir, para si próprio e para outrem, as
portas do Céu.
Vinícius / Livro: Na
Seara do Mestre
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Tu e tua casa
“E eles disseram: Crê no Senhor
Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa.” (Atos, 16:31)
Geralmente, encontramos discípulos
novos do Evangelho que se sentem profundamente isolados no centro doméstico,
no capítulo da crença religiosa.
Afirmam-se absolutamente sós, sob o
ponto de vista da fé. E alguns, despercebidos de exame sério, tocam a
salientar o endurecimento ou a indiferença dos corações que os cercam. Esse
reporta-se à zombaria de que é vítima, aquele outro acusa familiares
ausentes.
Tal incompreensão, todavia, demonstra
que os princípios evangélicos lhes enfeitam a zona intelectual, sem lhes
penetrarem o âmago do coração.
Por que salientar os defeitos
alheios, olvidando, por nossa vez, o bom trabalho de retificação que nos
cabe, no plano da bondade oculta?
O conselho apostólico é profundamente
expressivo.
No lar onde exista uma só pessoa que
creia sinceramente em Jesus e se lhe adapte aos ensinamentos redentores,
pavimentando o caminho pelos padrões do Mestre, aí permanecerá a suprema
claridade para a elevação.
Não importa que os progenitores sejam
descrentes, que os irmãos se demorem endurecidos, nem interessam a ironia, a
discussão áspera ou a observação ingrata.
O cristão, onde estiver, encontra-se no
domicílio de suas convicções regenerativas, para servir a Jesus, aperfeiçoando
e iluminando a si mesmo.
Basta uma estaca para sustentar
muitos ramos. Uma pedra angular equilibra um edifício inteiro.
Não te esqueças, pois, de que se
verdadeiramente aceitas o Cristo e a Ele te afeiçoas, serás conduzido para
Deus, tu e tua casa.
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Livro Vinha de Luz –
Emmanuel por Chico Xavier – Lição 88
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