quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Suicídio
No suicídio
intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que
considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas
também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da
premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.
Atormentada de dor, a
consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando
compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo indispensável
à justa renovação.
Contudo, os resultados
não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os
desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com
impositivos de reajuste em existências próximas.
É assim que após
determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da
Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime
de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na
forma de enfermidades e inibições.
Ser-nos-á fácil, desse
modo, identificá-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a
que se acolhem.
Os que se envenenaram,
conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções
valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as
disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os
que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo;
os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem
os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos
cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos
distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a
paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a
própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma
espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se
atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia
muscular progressiva ou da osteíte difusa.
Segundo o tipo de
suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que
correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o
câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem
terapêutica providencial na cura da alma.
Junto de semelhantes
quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária
da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os
créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham.
Guarda, pois, a
existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino,
para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a
glória de Deus.
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Emmanuel / Chico
Xavier – Livro: Religião dos Espíritos
Procuremos
“Antes, vindo ele a Roma, com
muito cuidado me procurou e me achou.” Paulo (II Timóteo, 1:17)
Todas as sentenças evangélicas permanecem assinaladas de beleza e sabedoria
ocultas. Indispensável meditar, estabelecer comparações no silêncio e examinar
experiências diárias para descobri-las.
Aquele gesto de Onesíforo, buscando o apóstolo dos gentios, com muito cuidado,
na vida cosmopolita de Roma, representa ensinamento sobremaneira expressivo.
A anotação de Paulo designa ocorrência comum, entretanto, o aprendiz aplicado
ultrapassa a letra para recolher a lição.
Quantos amigos de Jesus e de seus seguidores diretos lhes aguardam a visita,
ansiosos e impacientes? Quantos se fixam, imóveis, nas atitudes inferiores, reclamando
providências que não fizeram por merecer? Há crentes presunçosos que procuram
impor-se aos Desígnios Divinos, formulando exigências ao Céu, em espinhosas
bases de ingratidão e atrevimento. Outros se lamentam, amargurados, quais
voluntariosas criancinhas, porque o Mestre não lhes satisfez os desejos absurdos
e inconvenientes.
Raros os aprendizes que refletem nos serviços imensos do Cristo.
Estaria Jesus, vagueante e desocupado, na Vida Superior? Respirariam
seus colaboradores diretos, cristalizados na ociosidade beatífica?
Imprescindível é meditar na magnitude do trabalho e da responsabilidade
dos obreiros divinos.
Lembremo-nos de que se Paulo era um prisioneiro aos olhos do mundo, era
já, em si mesmo, uma luz viva e brilhante, na condição de apóstolo que o
próprio Jesus glorificara. Não era, ante a visão do espírito, um encarcerado e
sim um triunfador. Apesar disso, Onesíforo, a fim de vê-lo, foi constrangido
a procurá-lo com muito cuidado.
Semelhante impositivo ainda é o mesmo nos dias que passam. Para encontrarmos
Jesus e aqueles que o servem, faz-se mister buscá-los zelosamente.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 95
Valorização da vida – Significado espiritual
Ao ensejo da campanha
“Setembro Amarelo” com foco na valorização da vida e prevenção do suicídio
tornam-se oportunos alguns comentários sob a ótica espírita.
A questão da
imortalidade é tratada de forma aprofundada pelo Espiritismo e esta é sua
tarefa fundamental, inclusive evocando o Mestre: “[…] eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância” (João, 10.10).
No livro inaugural do
Espiritismo – O livro dos espíritos – há uma clara definição: “Qual o
primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que
ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de
fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão
880).
Em outras considerações
interessantes com base no Cristianismo e no Espiritismo, destacamos o
apóstolo Paulo: “Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” (I Cor., 6.20), e, o espírito André Luiz
define com clareza em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo
recebido pelo Espírito trazido à carne” (de Conduta Espírita); “[…] temos
necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A
reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (de Missionários da Luz).
Nas citações de o Novo
Testamento, de obras de Allan Kardec e do espírito André Luiz, nota-se a
coerência entre os ensinos do Cristo e do Espiritismo a respeito do valor do
corpo. A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de
aprimoramento é de fundamental importância para a melhor compreensão dos
valores e da oportunidade da vida corpórea e também para se compreender o
porquê de se realizar a profilaxia de todos os processos que podem
interromper a vida.
À vista desses
conceitos, altera-se o conceito de morte, pois o que morre é o corpo; o
espírito é imortal. Após a morte do corpo o espírito mantém sua
individualidade e identidade, como mostram milhares de cartas psicografadas
por Chico Xavier onde os chamados “mortos” se dirigem a seus familiares.
Em mensagens
espirituais históricas incluídas por Allan Kardec no livro O céu e o inferno
e outras psicografadas por Chico Xavier, nota-se a surpresa de espíritos que
partiram para o mundo espiritual na condição de suicidas, pois apesar de
terem encerrado a existência material prosseguiam vivos, pensando, reagindo e
sentindo a situação de terem interrompido a vida do organismo.
Sempre há caminhos e
soluções para os momentos de dificuldades e de impasses existenciais e devem
ser procurados e valorizados os apoios de profissionais especializados e de
natureza espiritual ou religiosos. O espírito Emmanuel, orientador de Chico
Xavier, conclama: “Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu
corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a
luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus”.
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Antônio César Perri de Carvalho - Ex-presidente
da USE-SP e da FEB – Fonte: www.grupochicoxavier.com.br
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Obsessores
Obsessor, em sinonímia
correta, quer dizer “aquele que importuna”.
E “aquele que
importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda,
no caminho do erro, a voltar-se contra nós, quando estejamos procurando a
retificação necessária.
No procedimento de
semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do
aplauso convertido no vinagre da crítica.
Daí a necessidade de
paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.
Considerando, desse
modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores
reencarnados, na experiência mais íntima.
Muitas vezes, estão
rotulados com belos nomes.
Vestem roupa carnal e
chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na
lareira doméstica.
Em algumas ocasiões,
surgem para os outros na apresentação de santos, sendo para nós benemerentes
verdugos.
Sorriem e ajudam na
presença de estranhos e, a sós conosco, dilaceram e pisam, atendendo, sem
perceberem, ao nosso burilamento.
E, na mesma pauta,
surpreendemos desafetos desencarnados que nos partilham a faixa mental,
induzindo-nos à criminalidade em que ainda persistem.
Espreitam-nos a
estrada, à feição de cúmplices do mal, inconformados com o nosso anseio de
reajuste, recompondo, de mil modos diferentes, as ciladas de sombra em que
venhamos a cair, para reabsorver-lhes a ilusão ou a loucura.
Recebe, pois, os irmãos
do desalinho moral de ontem com espírito de paz e de entendimento.
Acusá-los seria o mesmo
que alargar-lhes a ulceração com novos golpes.
Crivá-los de
reprimendas expressaria indução lamentável a que se desmereçam ainda mais.
Revidar-lhes a
crueldade significaria comprometer-nos em culpas maiores.
Condená-los é o mesmo
que amaldiçoar a nós mesmos, de vez que nos acompanham os passos, atraídos
pelas nossas imperfeições.
Aceita-lhes injúria e
remoque, violência e desprezo, de ânimo sereno, silenciando e servindo.
Nem brasa de censura,
nem fel de reprovação.
Obsessores visíveis e
invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos.
Endereça-lhes, assim, a
boa palavra ou o bom pensamento, sempre que preciso, mas não lhes negues
paciência e trabalho, amor e sacrifício, porque só a força do exemplo nobre
levanta e reedifica, ante o Sol do futuro.
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Emmanuel/Chico Xavier –
Livro: Seara dos Médiuns
Escritura individual
“Mas tudo isto aconteceu para
que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos,
deixando-o, fugiram.” (Mateus, 26:56)
O desígnio
a cumprir-se não constitui característica exclusiva para a missão de Jesus.
Cada homem
tem o mapa da ordem divina em sua existência, a ser executado com a
colaboração do livre arbítrio, no grande plano da vida eterna.
Acima de
tudo, nesse sentido, toda criatura pensante não ignora que será compelida a
restituir o corpo de carne à terra.
Os
companheiros menos educados sabem, intuitivamente, que comparecerão a exame
de contas, que se lhes defrontarão paisagens novas, além do sepulcro, e que
colherão, sem mais nem menos, o fruto das ações que houverem semeado no seio
da coletividade terrestre.
Em geral,
porém, ao homem comum esse contrato, entre o servo encarnado e o Senhor
Supremo, parece extremamente impreciso, e prossegue, experiência afora, de
rebeldia em rebeldia.
Nem por
isso, todavia, a escritura, principalmente nos parágrafos da morte, deixará
de cumprir-se.
O momento,
nesse particular, surge sempre, com múltiplos pretextos, para que as
determinações divinas se realizem. No minuto exato, familiares e amigos
excursionam em diferentes mundos de ideias, através das esferas da
perplexidade, do temor, da tristeza, da dúvida, da interrogação dolorosa e,
apesar da presença tangível dos afeiçoados, no quadro de testemunhos que lhe
dizem respeito, o homem atende, sozinho, no capítulo da morte, aos itens da
escritura grafada por ele próprio, diante das Leis do Eterno Pai, com seus
atos, palavras e pensamentos de cada dia.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 94
Vampirismo
CAUSAS EFETIVAS = {Desregramentos emocionais,
glutonaria, excessos alcoólicos, cólera, tristeza, ódio, etc., etc.
(...) - Como evitaremos a vampirização?
E a resposta será,
lógica e simplesmente: Pela conduta reta e pelo cultivo, incessante, de
hábitos opostos aos acima caracterizados.
Só e só.
(...) Pelos excessos,
na alimentação ou noutras manifestações mais caracteristicamente espirituais,
de ordem inferior, criaremos tais larvas, com o que atrairemos, para o nosso
campo mental e fisiológico, entidades ociosas.
O estômago, o fígado, o
aparelho digestivo, etc., passarão a constituir delicioso pasto (e repasto,
também...) para tais Espíritos, ainda não felicitados pela luz da renovação
interior.
Com o mesmo automatismo
com que, ao meio-dia, buscamos, num restaurante ou em nossa própria casa, o
alimento indispensável ao corpo, tais entidades buscarão e encontrarão
sempre, em nós, aquilo de que necessitam, aquilo de que se nutrem, as larvas
criadas pelos nossos pensamentos e ações.
Isto porque «as ações
produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a
formas e consequências de infinitas expressões».
Os excessos físicos ou
mentais são a fonte geradora dessa fauna estranha.
«A cólera, a
desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos
na esfera da alma.”
As criaturas que se
entregam à embriaguez e aos desvarios do sexo, são grandes produtoras dessas
larvas que se localizam, naturalmente, na parte do corpo onde mais
diretamente se refletem os desajustes.
Aqueles que julgam que
a vida se resume, apenas, em comer e beber, dormir e procriar, não fogem ao
imperativo da lei.
Os amigos espirituais
observam, penalizados, que «aos infelizes que caíram em semelhante condição
de parasitismo as larvas servem de alimento habitual», referindo-se aos
desencarnados que se não despojaram dos hábitos cultivados enquanto no mundo.
Assim sendo, de
conformidade com a natureza de nossa vida mental, fornecemos alimento para as
entidades não esclarecidas.
Somos os seus
sustentadores, os que lhes asseguram a economia organopsíquica.
(...) Não nos
compenetrando, real e definitivamente, de que devemos ser comedidos na
alimentação, estaremos à mercê das entidades vampirizantes, que, aos milhões,
nos observam.
Enquanto não
reconhecermos que «a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida», o
campo do mediunismo, particularmente, oferecerá sérios perigos aos que,
invigilantes, lhe penetrem os domínios...
Os amigos espirituais
têm-nos trazido, bondosa e insistentemente, tais advertências.
Não nos deixam
ignorantes de tais notícias, do mundo espiritual.
São pacientes e
generosos, compreensivos e fraternos, suportando-nos, longos anos, a rebeldia
e a desobediência aos princípios de temperança e moderação que nos compete
exercitar.
Não desanimam no
esforço de nos ajudar, à maneira do Senhor Jesus que, desde a Manjedoura,
espera por nós.
Confiam que, mais
adiante, evangelicamente esclarecidos, possamos servir, operosa e
cristãmente, com efetivos e reais benefícios para os outros e, também, para
nós mesmos.
Aguardam que nos
capacitemos, em definitivo, de que o corpo físico, embora transitório na
configuração que lhe é peculiar, é o maravilhoso Templo do Espírito, segundo
São Paulo.
Em face de tamanha
tolerância, compete-nos o esforço para equilibrarmos a própria vida.
A nossa experiência,
como encarnados, não se resume, exclusivamente, em comer e dormir, em beber e
procriar.
Com o mais sincero
respeito aos nossos irmãos irracionais, lembremo-nos de que os animais comem
e dormem, bebem e procriam...
A vida é a mais bela
sinfonia de Amor e Luz que o Divino Poder organizou.
A prece e o estudo, a
boa vontade e o trabalho, o cultivo dos pensamentos enobrecedores e a bondade
desinteressada, farão de nossas almas harmoniosa nota de celestial beleza,
enriquecendo a sublime orquestração que exalta as glórias do Ilimitado...
Reconhecendo, embora,
que a nossa mente desequilibrada gera, ainda, criações e formas inferiores,
dificultando-nos o acesso aos planos elevados, não nos podemos mais acomodar
a semelhante clima, uma vez que já estamos informados de que a perseverança
no Bem dar-nos-á, indubitavelmente, poderosos recursos para a realização, à
luz do Evangelho, do sublime ideal de cristianização de nossas almas, com o
que se concretizará, em definitivo, a promessa do Senhor Jesus:
«Aquele que perseverar até ao fim será salvo».
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Martins Peralva – Livro: Estudando a mediunidade
sábado, 7 de setembro de 2019
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