Antes de Kardec, embora não nos faltasse a crença em
Jesus, vivíamos na Terra atribulados por flagelos da mente, quais os que
expomos:
o combate recíproco e incessante entre os discípulos do
Evangelho;
o cárcere das interpretações literais;
o espírito de seita;
a intransigência delituosa;
a obsessão sem remédio;
o anátema nas áreas da filosofia e da ciência;
o cativeiro aos rituais;
a dependência quase absoluta dos templos de pedra para as
tarefas da edificação íntima;
a preocupação de hegemonia religiosa;
a tirania do medo, ante as sombrias perspectivas do
além-túmulo;
o pavor da morte, por suposto fim da vida.
Depois de Kardec, porém, com a fé raciocinada nos
ensinamentos de Jesus, o mundo encontra no Espiritismo Evangélico benefícios
incalculáveis, como sejam:
a libertação das consciências;
a luz para o caminho espiritual;
a dignificação do serviço ao próximo;
o discernimento;
o livre acesso ao estudo da lei de causa e efeito, com a
reencarnação explicando as origens do sofrimento e as desigualdades sociais;
o esclarecimento da mediunidade e a cura dos processos
obsessivos;
a certeza da vida após a morte;
o intercâmbio com os entes queridos domiciliados no Além;
a seara da esperança;
o clima da verdadeira compreensão humana;
o lar da fraternidade entre todas as criaturas;
a escola do Conhecimento Superior, desvendando
as trilhas da evolução e a multiplicidade das “moradas” nos
domínios do Universo.
Jesus – o amor.
Kardec – o raciocínio.
Jesus – o Mestre.
Kardec – o Apóstolo.
Seguir o Cristo de Deus, com a luz que Allan Kardec acende
em nossos corações, é a norma renovadora que nos fará alcançar a sublimação
do próprio espírito, em louvor da Vida Maior.
Emmanuel - Página recebida pelo médium Francisco Cândido
Xavier, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 24/1/1969,
em Uberaba, Minas Gerais.
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quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Reverenciando Kardec
Diversidade
“E há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.” Paulo (I Coríntios, 12:6)
Sem luz espiritual no caminho, reduz-se a experiência humana a complicado
acervo de acontecimentos sem sentido.
Distantes da compreensão legítima, os corações fracos interpretam a
vida por mera penitência expiatória, enquanto os cérebros fortes observam na
luta planetária desordenada aventura.
A peregrinação terrena, todavia, é curso preparatório para a vida mais completa.
Cada espírito exercita-se no campo que lhe é próprio, dilatando a celeste herança
de que é portador.
A Força Divina está operando em todas as inteligências e
superintendendo todos os trabalhos.
É indispensável, portanto, guardarmos muito senso da obra evolutiva que
preside aos fenômenos do Universo.
Não existem milagres de construção repentina no plano do espírito, como
é impossível improvisar, de momento para outro, qualquer edificação de valor
na zona da matéria.
O serviço de iluminação da mente, com a elevação dos sentimentos e raciocínios,
demanda tempo, esforço, paciência e perseverança.
Daí, a multiplicidade de caracteres a se aprimorarem na oficina da vida
humana e, por isso mesmo, a organização de classes, padrões e esferas em
número infinito, obedecendo aos superiores desígnios do Pai.
É necessário, pois, que os discípulos da Revelação Nova, com o Cristianismo
redivivo, aprendam a valorizar a oportunidade do serviço de cada dia, sem
inquietudes, sem aflições. Todas as atividades terrestres, enquadradas no
bem, procedem da orientação divina que aproveita cada um de nós outros,
segundo a posição em que nos colocamos na ascensão espiritual.
Toda tarefa respeitável e edificante é de origem celeste. Cada homem e cada
mulher pode funcionar em campos diferentes, no entanto, em circunstância alguma
deveremos esquecer a indiscutível afirmação de Paulo, quando assevera que -“há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”.
Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 96
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Ave, Allan Kardec
Nos programas de Deus, nos projetos da Vida, são poucas as
vezes em que o cérebro humano consegue penetrar, com o necessário
aprofundamento.
A Terra jazia sob névoa escura, no açodar de forças
desconexas. Mutilados os sentimentos; acirrados os temperamentos rebeldes;
ensombrada a Ciência, em face de absurdo materialismo; niilismo na Filosofia
e treda* vaidade nas academias, quanto nos salões culturais...
A cegueira da fé que se debatia por entre paredes frias, sob
as naves vazias dos templos mortiços. Apregoava-se o nome do Senhor,
mantendo-O, todavia, à distância das práticas religiosas...
Em meio a essa hecatombe, nos arraiais da cultura francesa, o
racionalismo penetrava de modo insopitável.
Bonaparte, o Corso, que fizera-se imperador, belicoso,
vociferando loucuras, após abaladas as bases dos seus compromissos mais
nobilitantes para com a existência, armava-se contra a Igreja, liderada por
Pio VII...
Eram dias atrozes, em que não parecia haver solução para os
enigmas do pensamento, para o questionamento da fé ou para as conclusões
filosóficas que, amadurecidas, conduzissem a mentalidade humana para as
reflexões acuradas...
O povo continuava relegado e a miséria grassava, desafiadora,
enquanto os intelectuais vaidosos se debatiam entre discussões intérminas,
que a lugar nenhum logravam conduzir.
É nesse momento que os corações sofredores do orbe lançam aos
Espaços Infinitos a sua litania* que atinge os Ouvidos Divinos. Nesse período
histórico, os ais da Humanidade rompem as distâncias mentais para comoverem
os Céus.
A programática celeste, desde muito, preparava o instante
ideal, para o advento da Luz.
Abrindo-se os Céus, lançam-se as Coortes dos Espíritos Nobres,
em alamedas de estrelas, espargindo lucidez nos ensinos de escol*.
Enviam batedores, achanadores, preparadores. As notícias
chegam a todos, como rastilho incendiado. A vila de Mr. Hyde explode
fenomênica e torna-se berço da Nova Era. As mesas contam, cantam,
movimentam-se, deixando estupefatos os observadores, quanto embalam os
frívolos de todos os tempos...
A América treme, a Europa se agita...
Atuam, diligentes, as Hostes do Consolador. Do gabinete
excelente, entre estudos profundos, vão buscar a personalidade gigantesca,
protagonista da epopeia futura... A Falange da Verdade prepara-se para
admoestar a vacuidade e estabelecer um império novo, agora sobre as
consciências, dinamizando o amor e burilando a cultura; dando razão à fé e
iluminando o conhecimento.
Inaugurando novo período para o pensamento humano, com a força
do ideal e o apoio de insuperável grandeza, surge como um Astro, pintando de
luz a escuridade da noite terrena, a figura apostolar de Léon Rivail.
Não mais se discutem as afirmativas revoltosas de Chaumette,
tentando substituir, pela Razão convertida em nova divindade ateísta, que ele
fazia representada por jovem figura do meretrício parisiense, a força
ideológica dos representantes da Notre Dame.
Já não se levantam questões em redor de Danton, de Marat, de
Robespierre, nos seus ideais revolucionários.
Bruxuleavam as chamas inquisidoras, nos seus últimos
estertores. A letra morta, que Lutero tivera a coragem de retirar da
escuridão da cripta para a claridade do dia, já não alimentava, devidamente,
as almas carecentes, tornando-se necessário ajuntar o espírito vivificante
que motiva à vida.
Agora é uma nova luta que se trava na Terra.
Os Imortais lançam-se das imensidões e aportam o orbe. O
Missionário escolhido identifica-se com a Missão. Concebe sua pujança e
olvida os próprios interesses, adotando o criptônimo* que lhe correspondia ao
antigo nome, quando cantara a fraternidade, sob carvalhos seculares, nas
florestas gaulesas, na condição de grave sacerdote, Allan Kardec.
Impondo-se portentoso trabalho, Kardec organiza os ditos dos
Espíritos do Senhor. A Codificação do Espiritismo fulgura para o mundo.
Não mais deuses de pedra insinuando-se como verdadeiros, para
as consciências atreladas à ignorância...
O Senhor dos Mundos, expulso, antes, do território francês,
retorna, convertido na Inteligência Suprema, causadora de tudo quanto existe,
nas Vozes gloriosas dos Céus...
Nunca mais os numes* belicosos, nem o senhor dos exércitos,
caprichoso, destruindo os seus adversários, para consumi-los,
aterradoramente...
Com Kardec, na formidável Codificação, os filhos de Deus são
imortais por essência. Indestrutíveis, deverão retornar ao plano das lutas,
sempre que necessário, até coroarem-se com a fulguração evolutiva.
Em passos lentos, se vai despegando a criatura do pavor e das
superstições, elucidada quanto à realidade do Espírito, galgando os roteiros
da fé refletida, raciocinada, de modo a poder vivê-la, senti-la, sofrê-la, se
preciso.
Jesus Cristo volve aos caminhos das ovelhas perdidas da Casa
de Israel. Convoca os Espíritos corajosos a seguirem-No. Deixa que falem ao
mundo, aqueles que se supunham mortos ou eram tidos como tais. A mediunidade
é ponte levadiça, unindo a Terra aos Estuários Divinos, atendendo aos
sofredores em quaisquer condições e coletando as messes luminosas do Mais
Alto.
A interpretação das lições do Nazareno faz-se clara. O
entendimento das verdades do Evangelho, com o Espiritismo, é palpável.
A mensagem consola e orienta, propõe que se amem as criaturas
e que, ao mesmo tempo, desenvolvam-se, instruam-se. E a vida se faz lógica,
compreensível.
Com Allan Kardec, a Doutrina Espírita avança. Ao decaído,
estende a mão que socorre e o arrimo que o apruma, em nome da caridade. Aos
que estão de pé, fala-lhes de sua missão no mundo, sem que se percam na
inutilidade vaidosa ou nos labirintos da impiedade. A ninguém promete
salvação, embora faculte paz pelos compromissos devidamente atendidos.
Ninguém vai ameaçado com os terrores infernais, entretanto, todos tomam posse
das noções de responsabilidade à frente dos próprios atos.
E, quando o Bandeirante da Verdade tomba, rompendo as cadeias
que o detinham no chão terrestre, prossegue além, vencidas as pelejas
humanas, atendendo aos serviços de Jesus, cuidando das almas sofridas e em
processo de brunimento* que ainda se acham vinculadas aos processos
planetários.
Legítimo Benfeitor da Humanidade, na vibração que a tua
memória enseja, dizemos:
- Ave, Allan Kardec! Teus discípulos novos e singelos,
saudamos-te, nos umbrais da Era Nova, que impulsionaste com tua luta.
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Camilo / Psicografia de J. Raul Teixeira - Fonte: www.raulteixeira.com.br
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03
DE OUTUBRO DE 2019 – 215 ANOS DE NASCIMENTO DE ALLAN KARDEC
*treda: traiçoeira
*litania: ladainha
(forma de oração)
*escol: melhor
qualidade
*criptônimo:
pseudônimo
*numes: divindades
*brunimento:
iluminação (figurado)
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sábado, 21 de setembro de 2019
Palestra lítero-musical na 30ª Semana Espírita de Teófilo Otoni
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Suicídio
No suicídio
intencional, sem as atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que
considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas
também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através da
premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.
Atormentada de dor, a
consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando
compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo indispensável
à justa renovação.
Contudo, os resultados
não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os
desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com
impositivos de reajuste em existências próximas.
É assim que após
determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da
Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime
de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na
forma de enfermidades e inibições.
Ser-nos-á fácil, desse
modo, identificá-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a
que se acolhem.
Os que se envenenaram,
conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções
valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as
disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os
que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo;
os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem
os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos
cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos
distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a
paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a
própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma
espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se
atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia
muscular progressiva ou da osteíte difusa.
Segundo o tipo de
suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que
correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o
câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem
terapêutica providencial na cura da alma.
Junto de semelhantes
quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária
da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os
créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham.
Guarda, pois, a
existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino,
para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a
glória de Deus.
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Emmanuel / Chico
Xavier – Livro: Religião dos Espíritos
Procuremos
“Antes, vindo ele a Roma, com
muito cuidado me procurou e me achou.” Paulo (II Timóteo, 1:17)
Todas as sentenças evangélicas permanecem assinaladas de beleza e sabedoria
ocultas. Indispensável meditar, estabelecer comparações no silêncio e examinar
experiências diárias para descobri-las.
Aquele gesto de Onesíforo, buscando o apóstolo dos gentios, com muito cuidado,
na vida cosmopolita de Roma, representa ensinamento sobremaneira expressivo.
A anotação de Paulo designa ocorrência comum, entretanto, o aprendiz aplicado
ultrapassa a letra para recolher a lição.
Quantos amigos de Jesus e de seus seguidores diretos lhes aguardam a visita,
ansiosos e impacientes? Quantos se fixam, imóveis, nas atitudes inferiores, reclamando
providências que não fizeram por merecer? Há crentes presunçosos que procuram
impor-se aos Desígnios Divinos, formulando exigências ao Céu, em espinhosas
bases de ingratidão e atrevimento. Outros se lamentam, amargurados, quais
voluntariosas criancinhas, porque o Mestre não lhes satisfez os desejos absurdos
e inconvenientes.
Raros os aprendizes que refletem nos serviços imensos do Cristo.
Estaria Jesus, vagueante e desocupado, na Vida Superior? Respirariam
seus colaboradores diretos, cristalizados na ociosidade beatífica?
Imprescindível é meditar na magnitude do trabalho e da responsabilidade
dos obreiros divinos.
Lembremo-nos de que se Paulo era um prisioneiro aos olhos do mundo, era
já, em si mesmo, uma luz viva e brilhante, na condição de apóstolo que o
próprio Jesus glorificara. Não era, ante a visão do espírito, um encarcerado e
sim um triunfador. Apesar disso, Onesíforo, a fim de vê-lo, foi constrangido
a procurá-lo com muito cuidado.
Semelhante impositivo ainda é o mesmo nos dias que passam. Para encontrarmos
Jesus e aqueles que o servem, faz-se mister buscá-los zelosamente.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 95
Valorização da vida – Significado espiritual
Ao ensejo da campanha
“Setembro Amarelo” com foco na valorização da vida e prevenção do suicídio
tornam-se oportunos alguns comentários sob a ótica espírita.
A questão da
imortalidade é tratada de forma aprofundada pelo Espiritismo e esta é sua
tarefa fundamental, inclusive evocando o Mestre: “[…] eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância” (João, 10.10).
No livro inaugural do
Espiritismo – O livro dos espíritos – há uma clara definição: “Qual o
primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que
ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de
fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão
880).
Em outras considerações
interessantes com base no Cristianismo e no Espiritismo, destacamos o
apóstolo Paulo: “Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” (I Cor., 6.20), e, o espírito André Luiz
define com clareza em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo
recebido pelo Espírito trazido à carne” (de Conduta Espírita); “[…] temos
necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A
reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (de Missionários da Luz).
Nas citações de o Novo
Testamento, de obras de Allan Kardec e do espírito André Luiz, nota-se a
coerência entre os ensinos do Cristo e do Espiritismo a respeito do valor do
corpo. A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de
aprimoramento é de fundamental importância para a melhor compreensão dos
valores e da oportunidade da vida corpórea e também para se compreender o
porquê de se realizar a profilaxia de todos os processos que podem
interromper a vida.
À vista desses
conceitos, altera-se o conceito de morte, pois o que morre é o corpo; o
espírito é imortal. Após a morte do corpo o espírito mantém sua
individualidade e identidade, como mostram milhares de cartas psicografadas
por Chico Xavier onde os chamados “mortos” se dirigem a seus familiares.
Em mensagens
espirituais históricas incluídas por Allan Kardec no livro O céu e o inferno
e outras psicografadas por Chico Xavier, nota-se a surpresa de espíritos que
partiram para o mundo espiritual na condição de suicidas, pois apesar de
terem encerrado a existência material prosseguiam vivos, pensando, reagindo e
sentindo a situação de terem interrompido a vida do organismo.
Sempre há caminhos e
soluções para os momentos de dificuldades e de impasses existenciais e devem
ser procurados e valorizados os apoios de profissionais especializados e de
natureza espiritual ou religiosos. O espírito Emmanuel, orientador de Chico
Xavier, conclama: “Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu
corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a
luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus”.
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Antônio César Perri de Carvalho - Ex-presidente
da USE-SP e da FEB – Fonte: www.grupochicoxavier.com.br
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Obsessores
Obsessor, em sinonímia
correta, quer dizer “aquele que importuna”.
E “aquele que
importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda,
no caminho do erro, a voltar-se contra nós, quando estejamos procurando a
retificação necessária.
No procedimento de
semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do
aplauso convertido no vinagre da crítica.
Daí a necessidade de
paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.
Considerando, desse
modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores
reencarnados, na experiência mais íntima.
Muitas vezes, estão
rotulados com belos nomes.
Vestem roupa carnal e
chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na
lareira doméstica.
Em algumas ocasiões,
surgem para os outros na apresentação de santos, sendo para nós benemerentes
verdugos.
Sorriem e ajudam na
presença de estranhos e, a sós conosco, dilaceram e pisam, atendendo, sem
perceberem, ao nosso burilamento.
E, na mesma pauta,
surpreendemos desafetos desencarnados que nos partilham a faixa mental,
induzindo-nos à criminalidade em que ainda persistem.
Espreitam-nos a
estrada, à feição de cúmplices do mal, inconformados com o nosso anseio de
reajuste, recompondo, de mil modos diferentes, as ciladas de sombra em que
venhamos a cair, para reabsorver-lhes a ilusão ou a loucura.
Recebe, pois, os irmãos
do desalinho moral de ontem com espírito de paz e de entendimento.
Acusá-los seria o mesmo
que alargar-lhes a ulceração com novos golpes.
Crivá-los de
reprimendas expressaria indução lamentável a que se desmereçam ainda mais.
Revidar-lhes a
crueldade significaria comprometer-nos em culpas maiores.
Condená-los é o mesmo
que amaldiçoar a nós mesmos, de vez que nos acompanham os passos, atraídos
pelas nossas imperfeições.
Aceita-lhes injúria e
remoque, violência e desprezo, de ânimo sereno, silenciando e servindo.
Nem brasa de censura,
nem fel de reprovação.
Obsessores visíveis e
invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos.
Endereça-lhes, assim, a
boa palavra ou o bom pensamento, sempre que preciso, mas não lhes negues
paciência e trabalho, amor e sacrifício, porque só a força do exemplo nobre
levanta e reedifica, ante o Sol do futuro.
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Emmanuel/Chico Xavier –
Livro: Seara dos Médiuns
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