sábado, 1 de fevereiro de 2020
Reflexão para estudantes e colaboradores
Estudantes e colaboradores do Centro Espírita Joseph Gleber, vamos nos motivar para os estudos e tarefas refletindo sobre união e unificação?
Compreensão, paciência, amor, fraternidade, união... itens indispensáveis à boa convivência.
Com quem nos exija a jornada de mil passos, caminhemos mais dois mil.
Compreensão, paciência, amor, fraternidade, união... itens indispensáveis à boa convivência.
Com quem nos exija a jornada de mil passos, caminhemos mais dois mil.
Deus espera que ames
Se
tiveres um pouco de atenção e olhares em torno de ti, encontrarás
os variados meneios da vida que se reportam ao amor do nosso Criador,
em cada movimento.
Em
toda parte, a natureza está sempre oferecendo um pouco mais à vida,
em homenagem ao Grande Pai, enquanto também se enriquece de luz, de
cores e de harmonia.
Se
de longe vires um canteiro, onde medram flores, alcançarás somente
os matizes multicores das corolas; porém, se te aproximares sentirás
que, quando beijadas pela brisa, as flores exalam benfazejos
perfumes, dando um pouco mais em prol da beleza terrena.
Se
olhares a exuberante queda d’água, que despenca da montanha,
observarás apenas um soberbo espetáculo de força e vigor. Mas, se
te acercares dessa catadupa, verás um risonho arco-íris que se
desenha sobre as gotículas suspensas no ar, a fim de que, ao
refletir os matizes da luz, possa ofertar um pouco mais em favor da
beleza planetária.
Contemplas,
ao longe, a neve que inspira friagem e desolação, na branca
vastidão do inverno. Se, no entanto, chegares mais perto,
identificarás as miríades de cristais de formosíssimas estruturas,
a refletir os raios do Sol, como pequenos brilhantes pingentes em
qualquer lugar, no anseio de cooperar um pouco mais no embelezamento
do mundo.
Se
olhares o velho tronco de árvore, apodrecido pelo tempo e
abandonado, terás à frente dos olhos tão só um poleiro inusitado
de múltiplas aves, no rumo de uma antiga cerca. Entretanto, se te
avizinhares, registrarás o ninho aconchegante e bem arranjado que se
abriga no oco vetusto, onde os filhotes piam, ensaiando o canto do
futuro, a fim de tornar mais belas as paisagens terrestres.
Se,
por entre ameaçadores zumbidos, o enxame de abelhas que se agita te
deixa temeroso, não consegues te dar conta do que ocorre, de fato.
Ao te aproximares, entretanto, encontrarás uma sociedade organizada,
com os trabalhos devidamente distribuídos, sob instintivas ordem e
obediência, gerando variados produtos para si mesma e para quem mais
os possa utilizar, homens e animais, de modo a dar um pouco mais para
a formosura do mundo.
Enfim,
para onde te voltes, perceberás sempre o louvor que se estabelece em
a natureza, dirigido ao nosso Deus.
Procura
viver de tal maneira, coração amigo, que possas desmentir qualquer
um que, por ver-te de longe, admita que és tão só alguém à cata
de atender às necessidades imediatas, que ajudam a manter o corpo, a
espécie e as propriedades que adquiriste com esforços. Todavia, se
já sabes o porquê de estares no mundo e o que te trouxe ao corpo
carnal, novamente, saberás expressar, para quem se aproxime de ti, o
anjo potencializado que és, por enquanto engolfado em árduas lutas
humanas por brilhar e crescer, no rumo do Criador, de modo a dar
beleza à vida que pulsa na Terra.
Deus
quer que ames e que ofereças um pouco mais de ti à vida. Não te
afugentes desse destino; não te negues a atender a esse anseio do
nosso Pai Celestial. Vem, levanta-te e move-te para incrementar uma
vida nova para ti; busca aprender sempre mais, a fim de mais te
libertares das cadeias da ignorância; trabalha com afinco e alegria,
para te tornares afinado instrumento nas mãos do Senhor, e ama, por
fim, porque foste feito a Sua semelhança, e porque não deves mais
deter o voo que te fará alcançar o teu próprio destino, destino de
felicidade cujos fundamentos se acham no pulsar das constelações.
Rosângela
C. Lima / Raul Teixeira - Mensagem psicografada em 06.03.2006, na
Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.
Fonte:
www.raulteixeira.com.br
O quadro negro
“Mas
tenho-vos dito isto, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos
lembreis de que já vo-lo tinha dito.” Jesus (João, 16:4)
Referia-se
Jesus aos próprios testemunhos, entretanto, podemos igualmente
aplicar-lhe os divinos conceitos a nós mesmos, desencarnados e
encarnados.
Cada
discípulo terá sua hora de revelações do aproveitamento
individual.
As
escolas primárias não dispensam o habitual quadro negro, destinado
às demonstrações isoladas do aluno.
À
frente do professor consciencioso, o aprendiz mostrará quanto
lucrou, sem os recursos do plágio afetuoso, entre companheiros.
Sobre
a zona escura, o giz claro definirá, fielmente, a posição firme ou
insegura do estudante.
E
não será isto mesmo o que se repete na escola vasta do mundo?
O
homem, nas lutas vulgares, poderá socorrer-se, indefinidamente, dos
bons amigos. O Pai permite semelhantes contatos para que as
oportunidades de aprender se lhe tornem irrestritas; no entanto, lá
vem “aquela hora” em que a criatura deve tomar o giz alvo e puro
das realizações espirituais, colocando-se junto ao quadro negro das
provas edificantes.
Alguns
aprendizes fracassam porque não sabem multiplicar os bens, nem
dividi-los.
Ignoram
como subtrair a luz das trevas, somam os conflitos e formam equações
de ódio e vingança. Esquecem-se de que Jesus salientou o amor, por
máxima glória, em todas as situações do apostolado evangélico e
que, mesmo na cruz, depois de receber os fatores da injúria, da
perseguição, da ironia e do desprezo, somou-os na tábua do
coração, extraindo a divina equação de serenidade, entendimento e
perdão.
Oh!
Vós, que ides ao quadro negro das atividades terrestres, abandonai o
giz escuro da desesperação! Escrevei em caracteres de luz o que
aprendestes do Mestre Divino! Revela o próprio valor! Lembrai-vos
que instrutores benevolentes e sábios vos inspiram as mãos!
Abençoai o quadro negro que vos pede o giz de suor e lágrimas,
porque junto dele podereis conquistar o curso maior!…
Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 114
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
Irmão da Natureza

(Falando
a S. Francisco de Assis)
Enquanto
a sociedade estertorava nas guerras cruentas de dominação de povos
e vidas, sentiste a necessidade de lutar pela Pátria, evitando o
abuso daqueles que consideravam com o direito a escravizar os seus
irmãos.
Não
compreendendo a luta que deverias travar, pensaste que as glórias
antevistas em sonho referiam-se aos tesouros terrestres, e para
melhor compreenderes o amor do Cristo, marchaste para a defesa dos
fracos, pensando em servir a Deus e ao país.
Nascido
para a paz, jamais poderias combater com armas destruidoras, e por
isso tombaste prisioneiro dos hábeis verdugos, que te encarceraram e
te fizeram sofrer.
Humilhado
e enfermo, retornaste ao lar, quando foste visitado pelo Amigo-Amor
que te convocou para diferente luta, cujas armas seriam a mansidão,
a renúncia, o sacrifício.
Eras
jovem e sonhador, trovador das noites estreladas e amigo da ilusão.
No entanto, possuías uma tristeza invencível que nada conseguia
diminuir.
Dissimulavas
a melancolia com a jovialidade, mas sabias que a tua vida não te
pertencia, embora não entendesses a solidão interior que te
macerava, preparando-te para a soledade entre todos pelo resto da tua
existência.
Mas
quando ouviste o chamado do Cantor da misericórdia, todo o teu ser
tremeu de emoção e perdeste o interesse pela existência
convencional.
Começaste
o despojamento, liberando-te das coisas, para poderes libertar-te de
ti mesmo, a fim de te entregares a Ele por inteiro.
Os
teus não te compreenderam, mas os leprosos de Rivotorto te receberam
as doações de pão, de paz, de carinho com lágrimas que os olhos
da alma vertiam em abundância, na decomposição em que se
consumiam.
Mais
tarde, outros solitários vieram unir-se à tua soledade, a fim de
formarem o rebanho submisso ao cajado do Pastor.
Ignorando
a teologia, sabias o Evangelho na sua integral pureza, sem disfarces
nem dissimulações, e saíste a vivê-lo, enquanto o pregavas com
palavras simples e atos de coragem incomum.
Transformaste
as noites festivas de cantos e banquetes em um perene poema de
beleza, enaltecendo os irmãos Sol, Lua, Chuva, Pássaros, Lobo,
Neve, enquanto o mundo de então te espreitava com desconfiança e
desinteresse. Mas, o teu exemplo de abnegação continuou
sensibilizando outros corações ansiosos de vida nova, que te
passaram a acompanhar pelas estradas da Úmbria, albergando-se na
Porciúncula modesta e desprovida de tudo, menos da ternura.
Quando
menos esperaste, havia multidões que se comprimiam para ouvir as
tuas canções de esperança e caridade, tocadas pela tua presença e
a dos teus cancioneiros, tão desprotegidos como tu mesmo, no entanto
amparados pelo Sublime Cantor.
Irmão
Francisco! Canta outra vez para nós o teu poema de amor, nestes
calamitosos dias que vivemos!
As
noites da Terra já não são ricas de canções, mas de expectativas
dolorosas.
Os
grupos juvenis raramente se reúnem para sorrir ou para os folguedos
inocentes, e sim para a embriaguez alcoólica ou o envenenamento por
drogas alucinantes.
O
enamoramento que procede à união dos corpos foi sucedido pela
volúpia do sexo em desalinho e a posterior dilaceração dos
sentimentos face ao abandono e às suas consequências perversas.
O
relacionamento fraternal tem sido transformado em gangues violentas
que se arremetem umas contra as outras em fúria desconhecida.
A
literatura gentil e cavalheiresca cede lugar à pornografia desabrida
e às narrações de funestos acontecimentos.
A
música romântica transformou-se em vulcão de ruídos metálicos
que induzem à loucura e à bestialidade.
A
poesia perdeu a inocência e a beleza, passando às arremetidas de
palavras sem nexo ou construções de palavras sem ritmo, sem rima,
sem mensagem.
É
certo que ainda permanecem em alguns grupos o sentimento de amor, de
fraternidade, de beleza e de harmonia, afirmando que nem tudo está
perdido na grande noite adornada de ciência e de tecnologia, na qual
as almas estorcegam sob os camartelos do sofrimento.
Existe
muito conforto para uns e nenhum para outros. Aliás, também nos
teus dias era assim, razão porque preferistes os últimos,
oferecendo-lhes carinho por faltarem outros recursos.
O
progresso facilitou o intercâmbio entre as criaturas e propiciou o
desenvolvimento da criminalidade e do ódio.
Há
grandeza, sim, na arte e no pensamento, na cultura e no sentimento,
porém, a fé empalideceu e agoniza ante a predominância do
comportamento hedonista que se espalha por toda a parte.
O
firmamento está cortado a cada momento por grandiosas naves
conduzindo milhões de indivíduos de um para outro lado, com todo
luxo e facilidade. Todavia, milhares de ogivas nucleares carregadas
de bombas de alta destruição aguardam o simples movimento para
dispararem suas cargas terríveis de desagregação de tudo.
Nesse
pandemônio de alegrias e pavor, de riquezas e misérias, de
esperanças e desencantos, há milhões de pessoas anelando por
conhecer-te ou reencontrar-te, a fim de que a tua canção, Irmão da
Natureza, as reconduza a Jesus a quem tanto amas!
Volta
novamente à Terra, Trovador de Deus, para que tua pobreza inunde de
poder todos aqueles que acreditam na força de não ter nada, nas
infinitas possibilidades da não violência e no infinito amor do
Pai!
Irmão
Francisco: O teu irmão lobo transformou-se no monstro devastador de
drogas que consomem a juventude, em especial, e a outros indivíduos,
em particular.
As
lutas de cidades, umas contra as outras, ainda continuam e agora mais
graves, na violência urbana.
A
poluição química da atmosfera, que ameaça a Terra, filha daquela
de natureza mental e moral, lentamente destrói a Irmã Natureza que
tanto amas.
Homens
dominadores e perversos ameaçam-se ainda através da política
escravizadora das moedas que subjugam os povos que não têm voz no
concerto das Nações poderosas.
As
vozes que proclamam a paz estão muito comprometidas com a guerra.
O
mundo de hoje aguarda o retorno da tua Canção, pobrezinho de Deus,
porque ela impregna as vidas com ternura, amor e paz.
Iremos
fazer um grande silêncio interior, preparar os caminhos e aguardar
que tu chegues, simples e nobre como o lírio do campo, bom e doce
como o mel silvestre, amigo e irmão como o Sol, para que tua voz nos
reconduza de volta ao rebanho que te segue e levas ao Irmão
Liberdade, que é Jesus.
Pensamentos
extraídos da mensagem Irmão da Natureza, escrita em Assis,
Itália,
no dia 27 de maio de 2001.
Joanna
de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Nascente de Bênçãos
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
O Espiritismo Diante da História e da Igreja
(Pelo abade Poussin,
professor do Seminário de Nice)
(...) É verdade que o Espiritismo não
reconhece nos fenômenos psíquicos um caráter sobrenatural; ele os explica pelas
faculdades e pelos atributos da alma; e como a alma está na Natureza, os
considera como efeitos naturais, que se produzem em virtude de leis especiais, até
então desconhecidas, e que o Espiritismo dá a conhecer. Realizando-se esses
fenômenos aos nossos olhos, em condições idênticas, acompanhados das mesmas
circunstâncias e por intermédio de indivíduos que nada têm de excepcional, daí
conclui pela possibilidade dos que se passaram em tempos mais recuados, e isto
pela mesma causa natural.
O Espiritismo não se dirige às pessoas
convictas da existência desses fenômenos, e que são perfeitamente livres para
neles ver milagres, se tal é sua opinião, mas aos que os negam precisamente por
causa do caráter miraculoso que lhes querem dar.
Provando que esses fatos não têm de
sobrenatural senão a aparência, ele os faz aceitar pelos mesmos que os
repeliam. Os espíritas foram recrutados, em imensa maioria, entre os incrédulos
e, contudo, hoje não há um só que negue os fatos realizados pelo Cristo. Ora, o
que vale mais: crer na existência desses fatos, sem o sobrenatural, ou neles
não crer absolutamente? Os que os admitem a um título qualquer não estão mais
perto de vós do que os que os rejeitam completamente? Desde que o fato seja
admitido, não resta senão provar a sua fonte miraculosa, o que deve ser mais
fácil, se a fonte for real, do que quando o próprio fato é contestado. (...)
Como dissemos, o Espiritismo é
recrutado, em grande maioria, entre os incrédulos. Com efeito, perguntai aos
nove décimos dos adeptos, em que acreditavam antes de ser espíritas; eles
responderão que não acreditavam em nada ou, pelo menos, que duvidam de tudo;
para eles a existência da alma era uma hipótese, sem dúvida desejável, mas
incerta; a vida futura uma quimera; Cristo era um mito ou, no máximo, um
filósofo; Deus, se existisse, devia ser injusto, cruel e parcial, daí por que
tanto gostavam de crer que ele não existia.
Hoje creem e sua fé é inabalável,
porque assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz à razão; o
futuro não é mais uma esperança, mas uma certeza, porque veem a vida espiritual
manifestar-se aos seus olhos; dela não duvidam mais do que duvidam do nascer do
Sol. É verdade que não creem nos demônios e nem nas chamas eternas do inferno,
mas, em compensação, acreditam firmemente num Deus soberanamente justo, bom e
misericordioso; não creem que o mal venha dele, que é a fonte de todo bem, nem
dos demônios, mas das próprias imperfeições do homem; que o homem se reforma e
o mal não existirá mais; vencer-se a si mesmo é vencer o demônio. Tal é a fé
dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por se tornarem
melhores, domarem suas inclinações más e porem em prática as máximas do Cristo,
olhando todos os homens como irmãos, sem acepção de raças, de castas, nem de
seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do
divino modelo.
Sobre quem o Espiritismo devia ter mais
fácil acesso?
Não é sobre os que tinham fé e a quem
esta bastava, que nada pediam e de nada precisavam; mas sobre aqueles a quem
faltava a fé. Como o Cristo, foi aos doentes, e não aos que gozam de saúde; aos
que têm fome, e não aos que estão saciados. Ora, os doentes são os que se acham
torturados pelas angústias da dúvida e da incredulidade.
E que fez para os trazer a si? Uma
maciça propaganda? Indo pregar a doutrina nas praças públicas? Violentando
consciências? Absolutamente, porque estes são os meios da fraqueza; e se os
tivesse usado, teria mostrado que duvidava de sua força moral. Ele tem como
regra invariável, conforme a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, não
constranger ninguém, respeitar todas as convicções; contentou-se em enunciar os
seus princípios, desenvolver em seus escritos as bases sobre as quais estão
assentadas as suas crenças, e deixou vir a ele os que quisessem. Se vieram
muitos, é que a muitos conveio e muitos nele acharam o que não haviam
encontrado alhures. Se recrutou principalmente entre os incrédulos, e se em
alguns anos enlaçou o mundo, é porque os incrédulos e os que não estão
satisfeitos com o que lhes dão são numerosos, desde que não se é atraído senão
para onde se encontra algo melhor do que o que se tem. Dissemos centenas de
vezes:
Querem combater o Espiritismo? Que deem
melhor que ele. (...)
Allan Kardec –
Excertos extraídos da Revista Espírita de janeiro/1868, rebatendo o livro "O Espiritismo diante da história e da igreja", de autoria do abade Poussin, que tem por objetivo refutar o Espiritismo.
A fuga
“E
orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado.” Jesus
(Mateus, 24:20)
A
permanência nos círculos mais baixos da natureza institui para a alma um
segundo modo de ser, em que a viciação se faz obsidente e imperiosa. Para que
alguém se retire de semelhantes charcos do espírito é imprescindível que fuja.
Raramente,
porém, a vítima conseguirá libertar-se, sem a disciplina de si mesma.
Muita
vez, é preciso violentar o próprio coração. Somente assim demandará novos
planos.
Justo,
pois, recorrer à imagem do Mestre, quando se reportou ao Planeta em geral,
salientando as necessidades do indivíduo.
É
conveniente a todo aprendiz a fuga proveitosa da região lodacenta da vida,
enquanto não chega o “inverno” ou os derradeiros recursos de tempo, recebidos
para o serviço humano.
Cada
homem possui, com a existência, uma série de estações e uma relação de dias,
estruturadas em precioso cálculo de probabilidades.
Razoável
se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade, o verão das
forças físicas e o outono da reflexão, para a grande viagem do inferior para o
superior; entretanto, a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento
irremediável na Terra, quando o ensejo de trabalho está findo.
As
possibilidades para determinada experiência jazem esgotadas.
Não
é o fim da vida, mas o termo de preciosa concessão. E, naturalmente, o servidor
descuidado, que deixou para sábado o trabalho que deveria executar na
segunda-feira, será obrigado a recapitular a tarefa, sabe Deus quando!
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição
113
No campo Espírita
Amigos,
Jesus nos ampare.
Em
verdade, partilhamos no Espiritismo os júbilos de uma festa.
Assemelhamo-nos
a convivas privilegiados num banquete de luz.
Tudo
claro. Tudo sublime.
No
entanto, ninguém se iluda. Não somos trazidos à exaltação da gula. Fomos
chamados a trabalhar.
A
Terra de agora é a Terra de há milênios. E somos, por nossa vez, os mesmos
protagonistas do drama evolutivo.
Remanescentes
da animalidade e da sombra...
Ossuários
na retaguarda, campos de luta no presente...
Meta
luminosa por atingir no futuro distante. Somos almas transitando em roupagens
diversas.
Cada
criatura renasce no Planeta vinculada às teias do pretérito. Problemas da vida
espiritual são filtrados no berço.
E,
por isso, na carne, somos cercados por escuros enigmas do destino.
Obsessões
renascentes. Moléstias congeniais. Dificuldades e inibições. Ignorância e
miséria.
Em
todos os escaninhos da estrada, o serviço a desafiar-nos.
Cristo
em nós, reclamando-nos o esforço. A renovação mental rogando a renovação da
existência.
O
Evangelho insistindo por expressar-se. Mas, quase sempre, esposamos a fantasia.
Cegos,
ante a Revelação Divina, suspiramos por facilidades.
E
exigimos consolações e vantagens, doações e favores. Suplicamos intercessões
indébitas. Requisitamos bênçãos imerecidas. Nossa Doutrina, porém, é um templo
para o coração, uma escola para o cérebro e uma oficina para os braços.
Ninguém
se engane. Não basta predicar. Não vale fugir aos problemas da elevação.
Muitos
possuem demasiada ciência, mas ciência sem bondade.
Outros
guardam a bondade consigo, mas bondade sem instrução.
No
trabalho, porém, que é de todos, todos devemos permutar os valores do concurso
fraterno para que o Espiritismo alcance os seus fins. Precisamos da coragem de
subir para aprender.
Necessitamos
da coragem de descer dignamente para ensinar. Caridade de uns para com os
outros. Compreensão incansável e auxílio mútuo.
Em
nossos lares de fé, lamentamos as aflitivas questões que surgem...
As
rogativas extravagantes, exibindo mazelas morais.
As
frustrações domésticas. Os desequilíbrios da treva. Os insucessos da luta
material. As calamidades do sentimento. As escabrosas petições.
E
proclamamos com azedia que semelhantes assuntos não constituem temas espíritas.
Realmente,
temas espíritas não são.
Mas
são casos para a caridade do Espiritismo e de nós outros que lhe recolhemos a
luz.
Problemas
que nos solicitam a medicina espiritual preventiva contra a epidemia da
obsessão.
Mais
vale atender ao doente, antes da crise mortal, que socorrê-lo, em nome do bem,
quando o ensejo da cura já passou. Em razão disso, o trabalho para nós é
desafio constante.
Trabalho
que não devemos transferir a companheiros da Vida Espiritual, algumas vezes
mais necessitados de luz que nós mesmos.
O
serviço de amparo moral ao próximo é das nossas mais preciosas oportunidades de
comunhão com Jesus, Nosso Mestre e Senhor, porque, comumente, uma boa
conversação extingue o incêndio da angústia. Um simples entendimento pode
ajudar muitas vidas.
No
reino da compreensão e da amizade, uma prece, uma frase, um pensamento,
conseguem fazer muito.
Quem
ora, auxilia além do corpo físico. Ao poder da oração, entra o homem na faixa
de amor dos anjos. Mas, se em nome do Espiritismo relegamos ao mundo espiritual
qualquer petição que aparece, somos servidores inconscientes, barateando o
patrimônio sagrado, transformando-nos em instrumentos da sombra, quando somente
à luz nos cabe reverenciar e servir.
Também
fui médium, embriagado nas surpresas do intercâmbio. Deslumbrado, nem sempre
estive desperto para o justo entendimento.
Por
esse motivo, ainda sofro o assédio dos problemas que deixei insolúveis nas mãos
dos companheiros que me buscavam, solícitos. Ajudemos a consciência que nos
procura, na procura do Cristo. Só Jesus é bastante amoroso e bastante sábio
para solucionar os nossos enigmas.
Formemos,
assim, pequenas equipes de boa-vontade em nossos templos de serviço,
amparando-nos uns aos outros e esclarecendo-nos mutuamente.
Assim
como nos preocupamos no auxílio às crianças e aos velhos, aos famintos e aos
nus, não nos esqueçamos do irmão desorientado que a guerra da treva expia.
Doemos,
em nome do Espiritismo, a esmola de coração e do cérebro, no socorro à mente
enfermiça, porque se é grande a caridade que satisfaz aos requisitos do corpo,
em trânsito ligeiro, divina é a caridade que socorre o Espírito, infatigável
romeiro da Vida Eterna.
Pascoal
Comanducci / Chico Xavier – Livro: Instruções Pisicofônicas
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