quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Pedido e fuga

 

Dona Branca pediu a Irmão Silveira,

Guia e mentor do Centro de Traíra:

— “Rogo o seu passe, irmão! Veja se tira

Este mal que me segue a vida inteira!

 

“Sempre sonho que estou em perambeira,

Vejo os mortos, mas penso que é mentira,

Minha cabeça fraca gira, gira…

Sinto febre, cansaço, batedeira!”

 

O guia disse: “Irmã, venha… Não tema!

É só mediunidade o seu problema…

Venha! Serviço é luz! Não se embarace…”

 

Dona Branca fez prece e compromisso,

Mas nunca veio ao trato de serviço

E nunca mais voltou pedindo passe.

 

Cornélio Pires / Chico Xavier - Livro: Caminhos de volta



Na obra de salvação

 

“Porque Deus não nos tem designado para a ira, mas para a aquisição da salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:9)

 

Por que não somos compreendidos?

Por que motivo a solidão nos invade a existência?

Por que razões a dificuldade nos cerca?

Por que tanta sombra e tanta aspereza, em torno de nossos passos?

E a cada pergunta, feita de nós para nós mesmos, seguem-se, comumente, o desespero e a inconformação, reclamando, sob os raios mortíferos da cólera, as vantagens de que nos sentimos credores.

Declaramo-nos decepcionados com a nossa família, desamparados por nossos amigos, incompreendidos pelos companheiros e até mesmo perseguidos por nossos irmãos.

A intemperança mental carreia para nosso íntimo os espinhos do desencanto e os desequilíbrios orgânicos inabordáveis, transformando-nos a existência num rosário de queixas preguiçosas e enfermiças.

Isso, porém, acontece porque não fomos designados pelo Senhor para o despenhadeiro escuro da ira e sim para a obra de salvação.

Ninguém restaura um serviço sob as trevas da desordem.

Ninguém auxilia ferindo sistematicamente, pelo simples prazer de dilacerar.

Ninguém abençoará as tarefas de cada dia, amaldiçoando-as, ao mesmo tempo.

Ninguém pode ser simultaneamente amigo e verdugo.

Se tens notícia do Evangelho, no mundo de tua alma, prepara-te para ajudar, infinitamente…

A Terra é a nossa escola e a nossa oficina.

A Humanidade é a nossa família.

Cada dia é o ensejo bendito de aprender e auxiliar.

Por mais aflitiva seja a tua situação, ampara sempre, e estarás agindo no abençoado serviço de salvação a que o Senhor nos chamou.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 139



sábado, 6 de janeiro de 2024

Mais Luz - Edição 664 - 07/01/2024

 

Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/59d5226c5fd3/o-justo-remdio

 

A Gênese – Introdução à primeira edição

Ante o Evangelho: Objetivo desta obra

Mensagem da Semana: O justo remédio – Fonte Viva, 138

Poema: Divina Estrela – Auta de Souza

Oração: À Maria – Bittencourt Sampaio

 


sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

A Gênese

 


Introdução

À primeira edição publicada em janeiro de 1868 

Esta nova obra é mais um passo avante nas consequências e aplicações do Espiritismo. Assim como seu título indica, ela tem por objeto o estudo de pontos, até hoje, diversamente interpretados e comentados: A Gênese, os milagres e as predições, em suas relações com as novas leis que decorrem da observação dos fenômenos espíritas.

Dois elementos, ou, se o quiserem, duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material; da ação simultânea desses dois princípios nascem os fenômenos especiais, que são naturalmente inexplicáveis se fizermos abstração de um dos dois, absolutamente como a formação da água seria inexplicável se fizéssemos abstração de um dos seus dois elementos constituintes: o oxigênio e o hidrogênio.

O Espiritismo, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave de uma imensidade de fenômenos incompreendidos e, por isso mesmo, considerados como inadmissíveis por uma certa classe de pensadores. Esses fatos são abundantes nas Escrituras, e é por não conhecerem a lei que os rege, que os comentadores dos dois campos opostos tornam sem cessar ao mesmo círculo de ideias, uns fazendo abstração dos dados positivos da ciência e os outros do princípio espiritual, não podendo chegar a uma solução racional.

Essa solução está na ação recíproca do Espírito e da matéria. Ela tira, é verdade, à maioria desses fatos seu caráter sobrenatural; mas qual é melhor: admiti-los como resultado das leis da Natureza, ou lhes rejeitar tudo de fato? Sua rejeição absoluta resulta [na rejeição] daquela base mesma do edifício, enquanto que sua admissão a esse título, não suprimindo senão os acessórios, deixa essa base intacta. É por isso que o Espiritismo conduz tanta gente à crença em verdades que elas antes consideravam como utopias.

Esta obra é, pois, como já o dissemos, um complemento das aplicações do Espiritismo, de um ponto de vista especial. Os materiais se achavam prontos, ou, pelo menos, elaborados desde longo tempo; mas, ainda não chegara o momento de serem publicados. Era necessário, primeiramente, que as ideias destinadas a lhes servirem de base houvessem atingido a maturidade e, além disso, levassem em conta a oportunidade das circunstâncias. O Espiritismo não tem mistérios, nem teorias secretas; tudo deve ser dito em plena luz do dia, a fim de que todos o possam julgar com conhecimento de causa; cada coisa, entretanto, tem que vir a seu tempo, para vir seguramente. Uma solução dada à ligeira, antes da elucidação completa da questão, seria mais uma causa de atraso que de avanço. Na de que aqui se trata, a importância do assunto nos impunha o dever de evitar qualquer precipitação.

Antes de entrarmos em matéria, pareceu-nos necessário definir claramente os papéis respectivos dos Espíritos e dos homens na elaboração da nova doutrina; essas considerações preliminares, que a escoimam de toda ideia de misticismo, fazem objeto do primeiro capítulo, intitulado: Caracteres da revelação espírita. Pedimos séria atenção para esse ponto, porque, de certo modo, aí está o nó da questão.

Sem embargo da parte que incumbe à atividade humana na elaboração desta doutrina, a iniciativa [da obra] pertence aos Espíritos, não constitui, porém, a opinião pessoal de nenhum deles; ela é, e não pode deixar de ser, a resultante do seu ensino coletivo e concordante. Somente nesta condição, pode-se dizer a doutrina dos Espíritos, doutro modo, não seria mais do que a doutrina de um Espírito, e ela não teria senão o valor de uma opinião pessoal.

Generalidade e concordância no ensino, tal é o caráter essencial da doutrina, a condição mesma da sua existência, donde resulta que todo princípio que ainda não haja recebido a consagração do controle da generalidade não pode ser considerado como parte integrante dessa mesma doutrina, mas como uma simples opinião isolada, da qual o Espiritismo não pode assumir a responsabilidade.

Essa coletividade concordante da opinião dos Espíritos, passada; ao demais, pelo critério da lógica, é o que faz a força da Doutrina Espírita e lhe assegura a perpetuidade. Para que ela mudasse, seria necessário que a universalidade dos Espíritos mudasse de opinião e que eles viessem um dia dizer o contrário do que eles disseram; pois que ela tem sua fonte [de origem] no ensino dos Espíritos, para que ela sucumbisse, seria necessário que os Espíritos deixassem de existir. É também o que fará que sempre prevaleça sobre os sistemas pessoais, que não têm, como ela, suas raízes por toda parte. (...)





À Maria


Eis-nos, Senhora, a pobre caravana

Em fervorosas súplicas, reunida,

Implorando a piedade, a paz e a vida,

De vossa caridade soberana.

 

Fortalecei-nos a alma dolorida

Na redenção da iniquidade humana,

Com o bálsamo da crença que promana

Das luzes da bondade esclarecida.

 

Providência de todos os aflitos,

Ouvi dos Céus, ditosos e infinitos,

Nossas sinceras preces ao Senhor…

 

Que a nossa caravana da Verdade

Colabore no Bem da Humanidade,

Neste banquete místico do amor.

 

Bittencourt Sampaio / Chico Xavier

Livro: À Luz da Oração


 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Divina estrela

 

Ei-la!… Aparece e passa!… Onde fulge e transita

Nasce o bem, foge o mal, vem a paz, cessa a luta,

A lágrima se esvai, deixando, à face enxuta,

O sorriso do Céu em floração bendita!…

 

O bálsamo da fé asserena a alma aflita,

Unem-se os corações em sublime permuta…

Fala a consolação, a mágoa cede e escuta!…

A humilhação na dor faz-se glória infinita…

 

Ei-la! A Estrela Divina, em raios de esperança,

Abençoa, conforta, ergue, restaura e avança…

Tudo envolve na luz de esplendor jamais visto!…

 

Seu nome? Caridade!… Em si define e encerra,

Seja em qualquer lugar e com quem for na Terra,

O Eterno Amor de Deus e a presença do Cristo.

 

Auta de Souza / Chico Xavier

Livro: Poetas redivivos



terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O justo remédio

 

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 4:9)

 

Em sua missão de Consolador, recebe o Espiritismo milhares de consultas partidas de almas ansiosas, que imploram socorro e solução para diversos problemas.

Aqui, é um pai que não compreende e confia-se a sistemas cruéis de educação.

Ali, é um filho rebelde e ingrato, que foge à beleza do entendimento.

Acolá, é um amigo fascinado pelas aparências do mundo, e que abandona os compromissos com o ideal superior.

Além, é um irmão que se nega ao concurso fraterno.

Noutra parte, é o cônjuge que deserta do lar.

Mais adiante, é o chefe de serviço, insensível e contundente.

Contudo, o remédio para a extinção desses velhos enigmas das relações humanas está indicado, há séculos, nos ensinamentos da Boa Nova.

A caridade fraternal é a chave de todas as portas para a boa compreensão.

O discípulo do Evangelho é alguém que foi admitido à presença do Divino Mestre para servir.

A recompensa de semelhante trabalhador, efetivamente, não pode ser aguardada no imediatismo da Terra.

Como colocar o fruto na fronde verde da plantinha nascente?

Como arrancar a obra-prima do mármore com o primeiro golpe do cinzel?

Quem realmente ama, em nome de Jesus, está semeando para a colheita na Eternidade.

Não procuremos orientação com os outros para assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço.

Sabemos que não adianta desesperar ou amaldiçoar…

Cada Espírito possui o roteiro que lhe é próprio.

Saibamos caminhar, portanto, na senda que a vida nos oferece, sob a luz da caridade fraternal, hoje e sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 138



sábado, 30 de dezembro de 2023

Mais Luz - Edição 663 - 31/12/2023

 

Confira conosco nesta edição especial:

https://mailchi.mp/380a07468675/bagagem-de-ano-novo


Bagagem de Ano Novo – Passos Lírio

Ante o Evangelho: A nova era

Mensagem da Semana: Atendamos ao Bem – Fonte Viva, 137

Poema: Quadras do Ano Novo – Casimiro Cunha

Oração diante do tempo – Irmão X