sexta-feira, 7 de maio de 2021

Prece à mãe santíssima

 


Mãe Santíssima!...

Enquanto as mães do mundo são reverenciadas, deixa te recordemos a pureza incomparável e o exemplo sublime...

Soberana, que recebeste na palha singela o Redentor da Humanidade, sem te rebelares contra as mães felizes, que afagavam espíritos criminosos em palácios de ouro, ensina-nos a entesourar as bênçãos da humanidade.

Lâmpada de ternura, que apagaste o próprio brilho para que a luz do Cristo fulgurasse entre os homens, ajuda-nos a buscar na construção do bem para os outros o apoio de nossa própria felicidade.

Benfeitora, que te desvelaste, incessantemente, pelo Mensageiro da Eterna Sabedoria, sofrendo-lhe as dores e compartilhando-lhe as dificuldades, sem qualquer pretensão de furtá-lo aos propósitos de Deus, auxilia-nos a extirpar do sentimento as raízes do egoísmo e da crueldade com que tantas vezes tentamos reter na inconformação e no desespero os corações que mais amamos.

Senhora, que viste na cruz da morte o Filho Divino, acompanhando-lhe a agonia com as lágrimas silenciosas de tua dor, sem qualquer sinal de reclamação contra os poderes do Céu e sem qualquer expressão de revolta contra as criaturas da Terra, conduza-nos para a fé que redime e para a renúncia que eleva.

Missionária, salva-nos do erro.

Anjo, estende sobre nós as níveas asas!...

Estrela, clareia-nos a estrada com teu lume...

Mãe querida, agasalha-nos a existência em teu manto constelado de amor!...

E que todas nós, mulheres desencarnadas e encarnadas em serviço na terra, possamos repetir, diante de Deus, cada dia, a tua oração de suprema felicidade:

“- Senhor, eis aqui tua serva, cumpra-se em mim segundo a tua palavra”.

 

Anália Franco / Chico Xavier – Livro: Mãe

No apostolado feminino

 


O apostolado das Mães é o serviço silencioso com o Céu, em que apenas a Sabedoria Divina pode ajuizar com exatidão.

Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida, oculta à multidão, mas identificada pelas mãos de Deus.

Ele conhece o holocausto das mães sofredoras e desoladas e sustenta-lhes o ânimo através de processos maravilhosos de sua sabedora infinita, assim como alimenta a seiva recôndita das árvores benfeitoras.

Um instituto doméstico, em muitos casos, é cadinho purificador.

Aí dentro, as opiniões fervilham na contenda inútil das palavras, sem edificações úteis; velhos ódios surgem à tona das discussões e sentimentos, que deveriam permanecer esquecidos para sempre, aparecem à superfície das situações, embora muitas vezes imanifestos nos entendimentos verbais.

O que nos interessa, porém, é a nossa redenção.

O sacrifício é a nossa abençoada oportunidade de iluminação.

Sabemos, no entanto, que para o carinho maternal, o combate é intraduzível.

Na batalha sem sangue no coração.

No espinheiro ignorado.

Na dor que os olhos não visitam.

O devotamento feminino será sempre o manancial do conforto e da benção.

Quando se interrompe o curso dessa fonte divina, ainda mesmo temporariamente, a vida do lar sofre ameaças cruéis.

As experiências no sexo masculino conferem à alma um senso maior de liberdade ante os patrimônios da vida, e o homem sente maior dificuldade para apreciar as questões do sentimento como convém.

Para os que se confundem na enganosa claridade dos dias terrenos, a existência carnal é somente recurso a incentivar paixões e alegrias mentirosas, todavia, para quantos fixem o problema da eternidade, com a crença renovadora no altar do espírito, a romagem planetária é divino aprendizado para a redenção. O lar terreno é a antecâmara do Lar Divino, quando lhe aproveitamos as bênçãos do trabalho santificante, porque, na realidade, se o martelo e o buril são os elementos que aprimoram a pedra, a dor e o serviço são as forças que nos aperfeiçoam a alma.

Trabalhar e sofrer são talvez os maiores bens que nossa alma pode recolher nos pedregulhos da Terra.

Toda dor é renascimento, toda renúncia é elevação e toda morte é ressurreição na verdade.

O Tesouro Divino não se empobrece e, para Deus, os filhos mais ricos são aqueles que canalizaram os recursos do serviço a bem de todos, sem cristalizarem a fortuna amoedada nos cofres de ferro, que às vezes, cedo se convertem nos fantasmas de angústia além do sepulcro.

Aqui, entendemos, com clareza mais ampla, o caminho da eternidade.

Mais vale semear rosas entre espinhos para a colheita do futuro, que nos inebriarmos no presente, com as rosas efêmeras dos enganos terrestres, preparando a seara de espinhos na direção do porvir.

Não percamos o dia para que o tempo não nos desconheça.

A dificuldade é nossa benção.

Amemos, trabalhando nas sombras de hoje, a fim de que possamos penetrar em companhia do Amor, na divina luz do Amanhã.

Agar / Chico Xavier – Livro: Mãe

Depois...

 

“Depois, sobrevindo tribulação ou perseguição...” Jesus (Marcos, 4:17)


Toda a gente conhece a ciência de começar as boas obras.

Aceita-se o braço de um benfeitor, com exclamações de júbilo, todavia, depois... quando desaparece a necessidade, cultiva-se a queixa descabida, no rumo da ingratidão declarada, afirmando-se — “ele não é tão bom quanto parece”.

Inicia-se a missão de caridade, com entusiasmo santo, contudo, depois... ao surgirem os primeiros espinhos, proclama-se a falência da fé, gritando-se com toda força — “não vale a pena”.

Empreende-se a jornada da virtude e aproveita-se o estímulo que o Senhor concede à alma, através de mil recursos diferentes, entretanto, depois... quando a disciplina e o sacrifício cobram o justo imposto devido à iluminação espiritual, clama-se com enfado — “assim também, não”.

Ajuda-se a um companheiro da estrada, com extremado carinho, adornando-se-lhe o coração de flores encomiásticas, no entanto, depois... se a nossa sementeira não corresponde à ternura exigente, abandonamo-lo aos azares da senda, asseverando com ênfase — “não posso mais”.

Todos sabem principiar o ministério do bem, poucos prosseguem na lide salvadora, raríssimos terminam a tarefa edificante. Entretanto, por outro lado, as perigosas realizações da perturbação e da sombra se concretizam com rapidez.

Um companheiro começa a trair os seus compromissos divinos e efetua, sem demora, o que deseja.

Outro enceta a plantação do desânimo e, lesto, alcança os fins a que se propõe.

Outro, ainda, inicia a discórdia e, sem detença, cria a desarmonia geral.

Realmente, é muito difícil perseverar no bem e sempre fácil atingir o mal.

Todavia, depois...

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 180

sábado, 1 de maio de 2021

O trabalho

 

(Extraído do jornal espírita italiano La Voce di Dio – Traduzido do italiano)

A medida do trabalho imposto a cada Espírito, encarnado ou desencarnado, é a certeza de ter realizado escrupulosamente a missão que lhe foi confiada. Ora, cada um tem uma missão a cumprir: este, numa grande escala, aquele em escala menor. Entretanto, relativamente, as obrigações são todas iguais e Deus vos pedirá conta do óbolo posto em vossas mãos. Se ganhastes uma vantagem, se dobrastes a soma, certamente cumpristes o vosso dever, porque obedecestes à ordem suprema.

Se, em vez de ter aumentado este óbolo o tivésseis perdido, é certo que teríeis abusado da confiança que o vosso Criador tinha depositado em vós; por isso, sereis tratado como um ladrão, porque tomastes e não restituístes; longe de aumentar, dissipastes. Ora, se, como acabo de dizer, cada criatura é obrigada a receber e dar, quanto mais, espíritas, tendes de obedecer a essa lei divina, tanto mais esforço deveis fazer para cumprir este dever perante o Senhor, que vos escolheu para partilhar seus trabalhos e vos convidou à sua mesa. Pensai, meus irmãos, que o dom que vos é dado é um dos soberanos bens de Deus. Não vos envaideçais por isto, mas envidai todos os esforços para merecer este alto favor. Se os títulos que poderíeis receber de um grande da Terra, se os seus favores são algo de belo aos vossos olhos, tanto mais vos deveríeis sentir felizes com os dons do Senhor dos mundos; dons incorruptíveis e imperecíveis, que vos elevam acima de vossos irmãos e para vós serão a fonte de alegrias puras e santas!

Mas quereis ser os seus únicos possuidores? Como egoístas, quereríeis guardar só para vós tanta felicidade e alegria?

Oh! Não; fostes escolhidos como depositários. As riquezas que brilham aos vossos olhos não são vossas, mas pertencem a todos os vossos irmãos em geral. Deveis, pois, aumentá-las e distribuí-las.

Como o bom jardineiro que conserva e multiplica suas flores, e vos apresenta no rigor do inverno as delícias da primavera; como no triste mês de novembro nascem rosas e lírios, assim estais encarregados de semear e cultivar em vosso campo moral, flores de todas as estações, flores que desafiarão o sopro do aquilão e o vento sufocante do deserto; flores que, uma vez desabrochadas em seus pedicelos, não passarão nem jamais murcharão; mas, brilhantes e vivazes, serão o emblema da verdura e das cores eternas. O coração humano é um solo fértil em afeição e em doces sentimentos, um campo cheio de sublimes aspirações, quando cultivado pelas mãos da caridade e da religião.

Oh! Não reserveis apenas para vós esses pedúnculos sobre os quais crescem sempre tão doces frutos! Oferecei-os aos vossos irmãos, convidai-os a vir saborear, sentir o perfume de vossas flores, a aprender a cultivar os vossos campos. Nós vos assistiremos, encontraremos regatos frescos que, correndo suavemente, darão força às plantas exóticas, que são os germes da terra celeste. Vinde! Trabalharemos convosco, partilharemos vossa fadiga, a fim de que também possais acumular esses bens e deles fazer participar outros irmãos, em caso de necessidade. Deus nos dá e nós, reconhecidos por seus dons, os multiplicamos o mais possível. Deus nos incumbe da nossa própria melhoria e da dos outros; cumpriremos nossas obrigações e santificaremos sua vontade sublime.

Espíritas, é a vós que me dirijo. Preparamos o vosso campo; agora agi de maneira que todos que necessitarem possam fruir largamente. Lembrai-vos de que todos os ódios, todos os rancores, todas as inimizades devem desaparecer diante de vossos deveres: instruir os ignorantes, assistir os fracos, ter compaixão dos aflitos, defender os inocentes, lastimar os que estão no erro e perdoar aos inimigos. Todas essas virtudes devem crescer em abundância no vosso campo, e deveis implantá-las nos dos vossos irmãos. Recolhereis uma ampla colheita e sereis abençoados por vosso Pai, que está nos céus!

Meus caros filhos, quis dizer-vos todas essas coisas, a fim de vos encorajar a suportar com paciência todos aqueles que, inimigos da nova doutrina, buscam vos denegrir e vos afligir. Deus está convosco, não o duvideis. A palavra de nosso Pai celeste desceu ao vosso globo, como no dia da Criação. Ele vos envia uma nova luz, luz cheia de esplendor e de verdade.

Aproximai-vos, ligai-vos estreitamente a ele e segui corajosamente o caminho que se abre à vossa frente.

Santo Agostinho - Revista Espírita – junho/1866

Palavras

 

“Da mesma boca procede bênção e maldição”. (Tiago, 3:10)

Nunca te arrependerás:

De haver ouvido cem frases, pronunciando simplesmente uma ou outra pequena observação.

De evitar o comentário alusivo ao mal, qualquer que seja.

De calar a explosão de cólera.

De preferir o silêncio nos instantes de irritação.

De renunciar aos palpites levianos nas menores controvérsias.

De não opinar em problemas que te não dizem respeito.

De esquivar-te a promessas que não poderias cumprir.

De meditar muitas horas sem abrir os lábios.

De apenas sorrir sempre que visitado pela desilusão ou pela amargura.

De fugir a reclamações de qualquer natureza.

De estimular o bem sob todos os prismas.

De pronunciar palavras de perdão e bondade.

De explanar sobre o otimismo, a fé e a esperança.

De exaltar a confiança no Céu.

De ensinar o que seja útil, verdadeiro e santificante.

De prestar informações que ajudem aos outros.

De exprimir bons pensamentos.

De formular apelos à fraternidade e à concórdia.

De demonstrar benevolência e compreensão.

De fortalecer o trabalho e a educação, a justiça e o dever, a paz e o bem, ainda mesmo com sacrifício do próprio coração.

Examina o sentido, o modo e a direção de tuas palavras, antes de pronunciá-las.

Da mesma boca procede bênção ou maldição para o caminho.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 179

Prece de Aniceto

 


Senhor Jesus, ensina-nos a receber as bênçãos do serviço! Ainda não sabemos, Amado Jesus, compreender a extensão do trabalho que nos confiaste! Permite, Senhor, possamos formar em nossa alma a convicção de que a Obra do Mundo te pertence, a fim de que a vaidade não se insinue em nossos corações com as aparências do bem!

Dá-nos, Mestre, o espírito de consagração aos nossos deveres e desapego aos resultados que pertencem ao teu amor!

Ensina-nos a agir sem as algemas das paixões, para que reconheçamos os teus santos objetivos!

Senhor Amorável, ajuda-nos a ser teus leais servidores.

Mestre Amoroso, concede-nos, ainda, as tuas lições,

Juiz Reto, conduze-nos aos caminhos direitos,

Médico Sublime, restaura-nos a saúde,

Pastor Compassivo, guia-nos à frente das águas vivas,           

Evangelho Sábio, dá-nos teu roteiro,

Administrador Generoso, inspira-nos a tarefa,

Semeador do Bem, ensina-nos a cultivar o campo de nossas almas,

Carpinteiro Divino, auxilia-nos a construir nossa casa eterna,

Oleiro Cuidadoso, corrige-nos o vaso do coração,

Amigo Desvelado, sê indulgente, ainda, para com as nossas fraquezas,

Príncipe da Paz, compadece-te de nosso espírito frágil, abre nossos olhos e mostra-nos a estrada do teu Reino!

André Luiz / Chico Xavier – Livro: Os Mensageiros – capítulo 51