Senhor
Jesus!
Quando
chegaste à Terra, através dos panos da manjedoura, aguardava-te a Escritura
como sendo a luz para os que jazem assentados nas trevas!...
E,
em verdade, Senhor, as sombras dominavam o mundo inteiro...
Sombras
no trabalho, em forma de escravidão...
Sombras
na justiça, em forma de crueldade...
Sombras
no templo, em forma de fanatismo...
Sombras
na governança, em forma de tirania...
Sombras
na mente do povo, em forma de ignorância e de miséria...
Pouco
a pouco, no entanto, ao clarão de tua infinita bondade, quebraram-se as algemas
da escravidão, transformou-se a crueldade em apreciáveis direitos humanos, transmudou-se
o fanatismo em fé raciocinada, converteu-se a tirania em administração e,
gradualmente, a ignorância e a miséria vão recebendo o socorro da escola e da
solidariedade.
Entretanto,
Senhor, ainda sobram trevas no amor, em forma de egoísmo!
Egoísmo
no lar...
Egoísmo
no afeto...
Egoísmo
na caridade...
Egoísmo
na prestação de serviço...
Egoísmo
na devoção...
Mestre,
dissipa o nevoeiro que nos obscurece ainda os horizontes e ensina-nos a amar
como nos amaste, sem buscar vaidosamente naqueles que amamos o reflexo de nós
mesmos, porque, somente em nos sentindo verdadeiros irmãos uns dos outros, é
que atingiremos, com a pura fraternidade, a nossa ressurreição para sempre.
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