domingo, 13 de fevereiro de 2022

Chamamento à luta

Vivendo os tempos anunciados, não vos surpreendais com os testemunhos.

Chegam as horas que foram preditas pelo Senhor, e todos vos encontrais convocados para a demonstração da fé interior nos arraiais da vossa própria conduta.

Nenhum juiz ou julgamento algum externo.

Vida interior acima de convenções. Atitudes além de aparências.

Na razão direta em que a dor estruge e as aflições assomam desesperadoras, cabe-vos o dever inalienável de porfiar, estampando no semblante o otimismo da paz, e, na vivência, colocando o selo da retidão.

Não mais engodos nem superficialidades como vernizes de comportamento.

Mais do que nunca se fazem imperiosas a atitude de justiça, a ação de enobrecimento e a definição de fé.

Já vos oferecestes para o banquete da luz da Era Nova. Traçastes a rota libertadora; portanto, não postergueis a vossa marcha.

Muitas vezes renteastes com o dever e malograstes.

Encarecestes o ensejo de reparação e fugistes.

Convocastes lidadores valiosos para vos representarem no Além, que intercederam pelo vosso retorno, e, agora que estais engajados na luta, não vos justifiqueis as fugas.

A fraqueza se transforma em força sob o valor da fé.

A fragilidade se robustece com os combustíveis da dignidade.

A ação impõe, inevitavelmente, o contributo da realização pessoal pela vivência íntima da prece e das ideias enobrecidas.

Vigiai as fontes do pensamento, por onde se adentram a perturbação e a desordem.

Coibi, para vosso uso, as licenças morais permissivas, não vos comprometendo com ninguém nem a ninguém deixando comprometer-se convosco.

Tendes a luz excelente para clarear-vos o roteiro.

Momento final, este, de avaliação de resultados.

Recebestes do Senhor as dádivas que nem sempre merecemos, todos nós, mas que a misericórdia divina nos faz chegar com robustecimento de força, para que nos não venhamos a entorpecer, alegando escassez de recursos.

Duas forças em antagonismo vigem em nós, duas naturezas no homem, que podem ser sintetizadas numa só: a paixão, que se bifurca em paixão do corpo, da ambição e paixão da alma, da libertação.

Esse conflito deve terminar na paixão pelo Cristo, que não apenas se imolou numa cruz, mas permanece imolado em nossos sentimentos, aguardando por nós.

Não adieis mais!

Que esperais da vida, nesse limite que a porta do túmulo determina?

Preferis a ilusão de um momento, seguida pela marcha penumbrosa dos remorsos e das dores, ou optareis pela superação de alguns instantes de ansiedade, para a plenitude de todos os momentos depois?

Participais do banquete da vida. É justo que pagueis o seu tributo.

Fruís das alegrias da fé. É compreensível que vos seja cobrado o ingresso da satisfação.

Na aduana da vida, o passaporte libertador é a conduta íntima.

Ninguém se poupe ao esforço de sublimar-se.

Pessoa nenhuma permita arrastar o próximo ao desequilíbrio de que se procura evadir.

Eia, agora, este é o momento da libertação; soa o instante azado da vossa devoção à causa espírita, que faz mártires na abnegação, heróis na luta e santos na renúncia.

Cristo, ontem imolado. Cristo, hoje libertador. Cristo, amanhã em que, com Ele, estaremos na plenitude do Reino dos Céus.

Vianna de Carvalho / Divaldo Franco – Livro: Reflexões espíritas 

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