Vivendo os tempos anunciados, não vos
surpreendais com os testemunhos.
Chegam as horas que foram preditas pelo
Senhor, e todos vos encontrais convocados para a demonstração da fé interior
nos arraiais da vossa própria conduta.
Nenhum juiz ou julgamento algum externo.
Vida interior acima de convenções. Atitudes
além de aparências.
Na razão direta em que a dor estruge e as
aflições assomam desesperadoras, cabe-vos o dever inalienável de porfiar, estampando
no semblante o otimismo da paz, e, na vivência, colocando o selo da retidão.
Não mais engodos nem superficialidades como
vernizes de comportamento.
Mais do que nunca se fazem imperiosas a
atitude de justiça, a ação de enobrecimento e a definição de fé.
Já vos oferecestes para o banquete da luz
da Era Nova. Traçastes a rota libertadora; portanto, não postergueis a vossa
marcha.
Muitas vezes renteastes com o dever e
malograstes.
Encarecestes o ensejo de reparação e
fugistes.
Convocastes lidadores valiosos para vos
representarem no Além, que intercederam pelo vosso retorno, e, agora que estais
engajados na luta, não vos justifiqueis as fugas.
A fraqueza se transforma em força sob o
valor da fé.
A fragilidade se robustece com os
combustíveis da dignidade.
A ação impõe, inevitavelmente, o contributo
da realização pessoal pela vivência íntima da prece e das ideias enobrecidas.
Vigiai as fontes do pensamento, por onde se
adentram a perturbação e a desordem.
Coibi, para vosso uso, as licenças morais
permissivas, não vos comprometendo com ninguém nem a ninguém deixando
comprometer-se convosco.
Tendes a luz excelente para clarear-vos o
roteiro.
Momento final, este, de avaliação de
resultados.
Recebestes do Senhor as dádivas que nem
sempre merecemos, todos nós, mas que a misericórdia divina nos faz chegar com
robustecimento de força, para que nos não venhamos a entorpecer, alegando
escassez de recursos.
Duas forças em antagonismo vigem em nós,
duas naturezas no homem, que podem ser sintetizadas numa só: a paixão, que se
bifurca em paixão do corpo, da ambição e paixão da alma, da libertação.
Esse conflito deve terminar na paixão pelo
Cristo, que não apenas se imolou numa cruz, mas permanece imolado em nossos
sentimentos, aguardando por nós.
Não adieis mais!
Que esperais da vida, nesse limite que a
porta do túmulo determina?
Preferis a ilusão de um momento, seguida
pela marcha penumbrosa dos remorsos e das dores, ou optareis pela superação de
alguns instantes de ansiedade, para a plenitude de todos os momentos depois?
Participais do banquete da vida. É justo
que pagueis o seu tributo.
Fruís das alegrias da fé. É compreensível
que vos seja cobrado o ingresso da satisfação.
Na aduana da vida, o passaporte libertador
é a conduta íntima.
Ninguém se poupe ao esforço de sublimar-se.
Pessoa nenhuma permita arrastar o próximo
ao desequilíbrio de que se procura evadir.
Eia, agora, este é o momento da libertação;
soa o instante azado da vossa devoção à causa espírita, que faz mártires na
abnegação, heróis na luta e santos na renúncia.
Cristo, ontem imolado. Cristo, hoje
libertador. Cristo, amanhã em que, com Ele, estaremos na plenitude do Reino dos
Céus.
Vianna de Carvalho / Divaldo Franco – Livro: Reflexões espíritas
Nenhum comentário:
Postar um comentário