sexta-feira, 5 de junho de 2020
A missão profética do coronavírus
“Nada temais,
pequenino rebanho: aprouve ao Senhor Deus vos dar o seu Reino.”
Jesus [Lucas, 12:32]
Este artigo contém um breve relato histórico
da evolução de nosso planeta e de sua Humanidade, desde sua criação aos dias
presentes, tendo por objetivo explicar a razão de estar ocorrendo em todos os
seus quadrantes o atual surto de coronavírus. A explanação não tem o rigor de
um trabalho científico e, em suas referências, cita fontes gerais e não
específicas, pois se funda na fé e no conhecimento doutrinário e espiritual,
que estão muito acima das comprovações requeridas pelo intelecto humano, sempre
falível em seus fundamentos, não obstante sua pretensa precisão matemática.
Contamos, pois, com a compreensão do leitor, que deverá entender esta abordagem
como uma das muitas possíveis para esse intrincado problema.
Jesus
é cocriador da Terra com Deus
1. Jesus criou este planeta por agregação
atômica há aproximadamente quatro bilhões e setecentos milhões de anos,
revestiu-o de vida vegetal e animal, e colocou nele o homem, ou seja, esta
Humanidade que aqui se encontra até hoje. Pela lei da reencarnação, a
Humanidade que aqui está, desde o primeiro homem que habitou o mundo, é a mesma
que aqui permanecerá até o dia em que o planeta desaparecer no Universo, por
dissolução atômica. Isto deverá ocorrer talvez daqui a oito bilhões de anos,
como explano em meu livro O homem – da caverna à vida eterna, com forte
embasamento científico, filosófico e religioso.
O
homem tem um Espírito imortal
2. O homem – que é mortal e, em cada
encarnação, nasce num corpo gerado pela união de um espermatozoide com um óvulo
– tem um Espírito imortal, que nasceu das mãos de Deus, no Infinito, em um
tempo que foge à nossa limitada compreensão intelectual. À medida que os corpos
foram se multiplicando na Terra, os Espíritos, na mesma proporção, foram também
trazidos gradativamente por Jesus de outros orbes do Universo, de onde
precisaram ser excluídos por sua obstinação no mal.
A
Terra é hospital e penitenciária
3. A Terra é, portanto, um hospital e uma
penitenciária ao mesmo tempo – hospital, porque todos os seus habitantes estão
espiritualmente doentes; e penitenciária, porque todos estão impedidos de
ascender a mundos mais felizes até a quitação de seus débitos cármicos perante
a Lei Divina. Como Deus respeita o livre-arbítrio humano, não há prazo
determinado para a regeneração e cura da Humanidade, e esse prazo pode durar
ainda alguns milhares de anos. A despeito disso e contrariando a própria
palavra do Cristo, alguns formadores de opinião vêm, ao longo do tempo,
estabelecendo datas de forma temerária para essa realização.
Deus
envia Mensageiros de Luz
4. Desde que há algumas dezenas de milênios
começou a desabrochar na mente do homem as primeiras manifestações do
raciocínio e da razão, Deus também começou a enviar-lhe Mensageiros de Amor e
Luz que, de forma gradativa, lhe foram revelando a religião, a filosofia e a
ciência que regem os Planos Superiores da Vida. A missão desses Emissários era
acender luzes no espírito humano que lhe despertassem a alma para a fé,
encurtassem o tempo de suas provas e expiações, e o conduzissem à sua quitação
e plenificação espiritual.
Jesus
viveu entre nós
5. Essa estratégia da Misericórdia Divina
culminou, há dois mil anos, com a vinda do Cristo ao nosso meio, para nos
trazer o Evangelho Redentor, no qual se encontram semeadas e exemplificadas por
nosso Divino Mestre todas as virtudes capazes de fazer do homem um anjo de luz.
Essas virtudes, como diamantes a faiscar perante nossos olhos, se contrapunham
a todas as chagas morais que nos levaram, como Espíritos, a ser exilados na
Terra: a humildade para eliminar a nossa soberba; a caridade para eliminar o
nosso egoísmo; e a solidariedade para eliminar a guerra psíquica e física
enraizada dentro de nós.
Nós
escarnecemos de Jesus
6. E o que aconteceu? A Humanidade caiu de
joelhos, em lágrimas, diante da presença do Cristo, agradecida por essa
concessão da Bondade de Deus em prol de sua redenção? A Humanidade passou
imediatamente a viver esses princípios sagrados, agarrando-se a eles como o
náufrago se agarra a uma única tábua de salvação? Não. Não. Não. Mil vezes,
não! Ela cuspiu no Evangelho, escarneceu do Mensageiro Sublime que o trouxe e,
com instinto carniceiro, o levou à ignomínia da cruz. E não satisfeita com
isso, para deixar patente sua repulsa à interferência de Deus nos negócios
humanos, assumiu um débito cármico terrível perante a Vida, rogando que o
sangue d’Aquele Justo caísse sobre si e seus descendentes para sempre. E esse
sangue, de que estão retintas nossas mãos, está caindo sobre o mundo até hoje.
Hoje
nós temos o Evangelho
7. E não se diga que isto aconteceu por
culpa de romanos e judeus, e que nós nada temos com esse infausto acontecimento.
Seria o mais grosseiro sofisma. Na esteira da História, nós somos aqueles
romanos e judeus. Pela lei da reencarnação, nós é que estávamos lá esbravejando
contra o Cristo. E hoje, dois mil anos depois, ainda permanecemos em situação
pior que a deles, porque eles, até aquela data, não tinham as lições do
Evangelho para nortear as suas ações. Mas nós, faz dois mil anos que temos o
Evangelho diante de nossos olhos, sempre lembrado e recitado, mas não praticado
nem vivido, pois isto demandaria uma reforma espiritual dificultosa que o ser
humano não quer enfrentar nem assumir. Não temos, portanto, desculpas.
A
ganância tem enceguecido o homem
8. Hoje, o mundo permanece absurdamente
surdo à voz do Alto, envolvido pela trama da treva e voltado somente para o
poder, o sexo, a droga, o enriquecimento material, a diversão que anestesia a
mente, as fantasias que embriagam o coração, e todas as formas de prazeres
transitórios que a matéria lhe proporciona. As religiões que, em princípio,
deveriam ser o farol da Humanidade neste momento infeliz, também estão
enceguecidas pela ganância, porque, com as louváveis exceções de praxe, vivem
em sua maioria para extorquir seus adeptos financeiramente e subjugá-los
espiritualmente.
Deus
manda seus Ministros à Terra
9. Não é de admirar, portanto, que Deus
ponha em ação seus Ministros Redentores, que existem para dar direção segura à
Humanidade sempre que esta necessitar de correção em seus rumos. A meta é a
redenção do homem, não a sua destruição; a renovação do planeta, não o seu fim.
Para isso o arsenal de Deus está cheio de recursos a que nenhum poder humano
pode se opor. Dentre esses recursos, podem ser citados os Quatro Cavaleiros do
Apocalipse que, segundo os intérpretes mais acreditados, são a Luz, a Treva, a
Doença e a Morte; os rebates de guerra das Sete Trombetas que, de tempos em
tempos, a cada clarinada, revolvem as camadas da sociedade para arejá-las; e as
Sete Taças com as Sete Últimas Pragas, uma delas despejada no ar e disseminada
pela redondeza da Terra, talvez para atingir o homem na sua fonte de vida: a
respiração.
O
coronavírus tem missão reeducativa
10. É nossa firme convicção, com fundamento
nas profecias bíblicas, que o coronavírus, em sua versão de Covid-19, não
surgiu na Terra sem a determinação de Deus e não deixará a Terra sem a sua
autorização. Ele tem uma importante missão reeducativa a cumprir e somente
cessará essa atividade quando houver realizado integralmente a sua tarefa. Se,
como revelou Jesus, não há um fio de cabelo de nossa cabeça que caia sem que
Deus saiba, como é que vai cair um homem, milhares ou milhões de homens sem que
Deus o permita? O vírus é sem dúvida terrível, mas não mais terrível que o
carma virulento da Humanidade. Tudo isso encerra uma grande lição, muito bem
lembrada pelo Apóstolo Paulo e ainda não assimilada pela mente infantil do ser
humano: “Tudo aquilo que o homem semear, isto mesmo terá de colher”.
A
Humanidade será separada em joio e trigo
11. Mas não nos iludamos quanto à
resiliência da natureza humana. Quando Deus permitir à Ciência debelar o vírus
de hoje – que deverá ocorrer em breve –, a Humanidade retornará à normalidade
de seu curso. E então esquecerá a peste que a atormenta nos dias atuais e
retornará também às ações irresponsáveis de antes, exatamente como o cão
retorna ao vômito. Mas um dia que não vem longe, o gênero humano, por
amadurecimento, estará separado em trigo e joio, segundo a parábola do Senhor.
Nesse abençoado dia, Deus fará o banimento da Terra para planetas inferiores
daquela parcela do mundo que permanecer impermeável às suas Diretrizes Divinas.
Isto foi o que aconteceu no passado, de outros planetas para cá, e é o que
acontecerá de novo, daqui para planetas mais primitivos, porque a História se
repete nas regiões inferiores do Universo. É o que diz Jesus, em suas parábolas
do Evangelho (que muitos leram e poucos entenderam), e é o que diz também em
suas profecias do Apocalipse (que poucos leram e nada entenderam). Só restará
um pequeno rebanho que, em face de um Novo Céu e uma Nova Terra, dará início a
uma nova e gloriosa fase na História da Humanidade.
Fé e
caridade são a salvaguarda do homem
12. A fé em Deus, no Cristo e no Espírito
Santo ou Paráclito, e a prática permanente da caridade nos seus aspectos
físico, moral e espiritual são a salvaguarda dos verdadeiros operários do Bem
neste mundo, o único antídoto para o pânico que está tomando conta da
Humanidade neste momento. Deus não tem religião. Os Mandamentos Divinos
encontram-se revelados no seio das principais religiões, em muitas correntes
filosóficas e em partes mais saudáveis da Ciência. E como Deus é justo e dá a
cada um segundo suas obras, a vivência desses princípios em qualquer tempo ou
lugar, por crentes e ateus, é que dará segurança a cada um, situando-o dentro
de um casulo magnético protetor que o isolará de qualquer ataque a que não faça
jus. Tudo o que há de bom já está em trânsito entre Deus e nós.
Jesus
é o farol que resplandece nas trevas
13. Que as palavras do Cristo, portanto,
sejam o nosso farol no momento grave que estamos vivendo. Primeiro, Jesus
falando ao Pai Celestial e revelando que nem todos no mundo cerrarão fileiras
ao seu lado na hora da Transição Planetária: 1. Pai, Eu não te rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste do mundo, porque são teus. 2. E Eu não te peço que
os tires do mundo, mas que os guardes do mal [João, 17:9 e 15].
E agora, Jesus falando a cada um de nós e
revelando que Fé, Amor e Boas Obras são o diferencial para a nossa segurança e
salvação: 1. Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo
que, estando em mim, não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto, Ele
limpa, para que dê mais fruto ainda. 2. Como o Pai me amou, também Eu vos amei;
permanecei no meu amor [João, 15:1, 2 e 9]. 3. […] No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo: Eu venci o mundo. 4. Não se turbe, portanto, o
vosso coração nem se arreceie, porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o
fim do mundo [João, 16:33; 14:27; Mateus, 28:20].
Com
Jesus somos invencíveis
14. Jesus declarou que o Reino de Deus está
dentro de nós. Elevemos então a Ele esta súplica, nesta hora gravíssima para a
Humanidade: “Senhor Jesus, permite que o Reino de Deus que existe dentro de mim
esteja conectado ao Reino de Deus que existe dentro de ti, a fim de sermos um,
como tu desejas no teu Evangelho”. E completemos nossa sintonia espiritual com
o Cristo por meio desta chave luminosa de Casimiro Cunha: “O mundo faz
vencedores, mas Jesus faz invencíveis”.
Mário
Frigéri – Revista Reformador – junho/2020
Pandemia - Nota Oficial FEB - 04/06/2020
Brasília, 4 de junho de 2020
Em virtude das recentes recomendações dos Governos estaduais e do
Distrito Federal sobre a realização de atividades presenciais nas instituições
religiosas, a Federação Espírita Brasileira (FEB) orienta que adotemos atitudes
responsáveis e seguras, zelando pelo cumprimento da Lei de Justiça, Amor e Caridade e
pelo atendimento às legislações específicas das diferentes unidades da
Federação.
A FEB seguirá com as portas virtuais abertas, com vibrações, palestras
diárias, atendimento ao público, estudos, mantendo, no entanto, suspenso o
funcionamento ao longo deste mês das atividades presenciais. Devemos atender ao
imperativo de se evitar aglomerações, mas podemos desenvolver trabalhos
diversos para nosso auxílio individual e coletivo, preservando o amparo
necessário aos que necessitarem.
Sugerimos, neste momento, a continuidade de ações anteriormente
indicadas como medidas no atendimento espiritual que se façam necessárias, a
exemplo de se realizar o culto no lar nos horários das reuniões no Centro
Espírita; cultivar a leitura edificante; acompanhar palestras disponíveis nos
vários canais da internet; fazer estudos em casa com a participação de
familiares; realizar leituras para doentes ou pessoas com dificuldades que
morem no mesmo ambiente; estudar individualmente sobre temas que possam
melhorar e ampliar a compreensão do momento; orar pelos enfermos em geral; e
adotar outras estratégias que possam atender melhor a realidade de cada um.
Para o âmbito do Movimento Espírita, lembramos que é
fundamental que as instituições espíritas atendam às recomendações
governamentais de suas localidades para a manutenção do bem-estar coletivo.
Que o mundo se encontra em conflitos dolorosos, à maneira de
cadinho gigantesco em ebulição para depurar os valores humanos, é mais que
razoável, é necessário. Entretanto, acima de tudo, importa considerar que
devemos ser, não obstante as nossas imperfeições, um ponto de luz nas trevas,
em que a inspiração do Senhor possa brilhar. (Livro Encontro
Marcado, ditado por Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido
Xavier. FEB Editora)
Fraternalmente,
Federação Espírita Brasileira
Vigilância
“Vigiai, pois,
porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor.” Jesus (Mateus, 24:42)
Ninguém alegue o título de aprendiz de Jesus
para furtar-se ao serviço ativo na luta do bem contra o mal, a luz contra a
sombra.
A determinação de vigilância partiu dos
próprios lábios do Mestre Divino.
Como é possível preservar algum patrimônio
precioso sem vigiá-lo atentamente? O homem de consciência retilínea, em todas
as épocas, será obrigado a participar do esforço de conservação, dilatação e
defesa do bem.
É verdade indiscutível que marchamos todos
para a fraternidade universal, para a realização concreta dos ensinamentos
cristãos; todavia, enquanto não atingirmos a época em que o Evangelho se
materializará na Terra, não será justo entregar ao mal, à desordem ou à
perturbação a parte de serviço que nos compete.
Para defender-se de intempéries, de rigores
climáticos, o homem edificou o lar e vestiu-se, convenientemente.
Semelhante lei de preservação vigora em toda
esfera de trabalho no mundo.
As coletividades exigem instituições que
lhes garantam o bem-estar e o trabalho digno, sem aflições de cativeiro. As
nações requerem “casas” de princípios nobilitantes, em que se refugiem contra
as tormentas da ignorância ou da agressividade, do desespero ou da decadência.
E no serviço de construção cristã do mundo
futuro, é indispensável vigiar o campo que nos compete.
O apostolado é de Jesus; a obra pertence-lhe.
Ele virá, no momento oportuno, a todos os
departamentos de serviço, orientando as particularidades do ministério de
purificação e sublimação da vida, contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor
não prescinde da colaboração de sentinelas.
Emmanuel / Chico
Xavier – Livro: Vinha de Luz – Lição 132
Grãos de Luz
Usa palavras amigas
Nascidas do
afeto irmão.
O verbo que
reconforta
É bálsamo ao
coração.
Acende a luz no bom tempo!
Afirma a sabedoria
Que o Sol claro
da manhã
Não durará todo
o dia.
Nunca te deixes
levar
Somente pelos
ouvidos;
Enquanto o boi
sua e sofre,
O carro espalha
gemidos.
Pessoa muito importante
É qual estrela
mui rara
Que refulge para
todos
Mas não descansa
e nem para.
As forças da discussão
E o tempo gasto
em contenda
Só podem trazer
vantagem
Com pessoa que
te entenda.
Onde o gosto e a fantasia
São maiores que
o proveito,
Apresenta as
despedidas,
Dando o trato
por desfeito.
Que não te espante a aspereza
Do espírito
envenenado;
Quem bebe cicuta
e fel
Não pode cuspir
melado.
Alma nobre é
como nuvem,
Sem ponto de
vista algum,
Recebendo
benefícios
Para dar ao bem
comum.
Que teus gozos e
alegrias
Sejam simples e
frugais;
O pouco vive
contente,
O muito quer
sempre mais.
Embora algemado à carne,
Eleva-te aos
altos níveis…
O mundo faz
vencedores,
Mas Jesus faz
invencíveis.
Casimiro Cunha
Transformações
Todos estamos informados quanto às
transformações em desenvolvimento na Terra.
E são muitas, quais sejam:
– o progresso industrial intensivo;
– as conquistas no reino atômico;
– as lutas de competição por mais eficiência
no domínio das armas;
– a legalização do aborto, em muitos países;
– as pesquisas nas áreas genéticas;
– a delinquência juvenil, superando a
criminalidade nos adultos;
– os excessos de liberdade sem disciplina e
os chamados direitos sem obrigações que lhes correspondam;
– e a expansão da violência…
Emmanuel / Chico
Xavier – Livro: Confia e Segue
segunda-feira, 1 de junho de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Ante as crises do mundo
Tema – Comportamento
individual perante as crises da sociedade humana.
As crises, as dificuldades, os
desregramentos do mundo!...
De modo habitual, referimo-nos às provações
terrestres, mormente nas épocas de transição, como se nos regozijássemos em ser
folha inerte nas convulsões da torrente.
Em verdade, o mundo se encontra em renovação
incessante, qual sucede a nós próprios, e, nas horas de transformações
essenciais, é compreensível que a Terra pareça uma casa em reforma,
temporariamente atormentada pela transposição de linhas e reajustamento de
valores tradicionais. Tudo em reexame, a fim de que se revalidem os recursos
autênticos da civilização, escoimados da ganga dos falsos conceitos de progresso,
dos quais a vida se despoja para seguir adiante, mais livre e mais simples, conquanto
mais responsável e mais culta.
Natural que a existência em si mesma, nessas
ocasiões, se nos afigure como sendo um painel torturado de paixões à solta.
Costumamos olvidar, porém, que o mundo é o
mundo e nós somos nós.
Entre o passageiro e o comboio que o
transporta, há singulares e inconfundíveis diferenças. Se o veículo ameaça
desastre, é possível que o viajante, dentro dele, se converta em ponto de
calma, irradiando reequilíbrio.
Assim também, no Planeta. Somos todos
capazes de fazer cessar em nós qualquer indução à indisciplina ou à desordem.
Cada qual pode assumir as rédeas do comando íntimo e estabelecer com a própria
consciência o encardo de calafetar com a bênção do serviço e da prece todas as
brechas da alma, de modo a impedir a invasão da sombra no barco de nossos
interesses espirituais, preservando-nos contra o mergulho no caos, tanto quanto
auxiliando aqueles que renteiam conosco na viagem de evolução e de elevação.
Faze-te, pois, onde estiveres, um ponto
assim de tranquilidade e socorro.
O deserto é, por vezes, imenso; no entanto,
bastam algumas fontes isoladas entre si para garantirem a jornada segura
através dele. Na ausência do Sol, uma vela consegue acender milhares de outras,
removendo o assédio da escuridão.
Que o mundo se encontra em conflitos
dolorosos, à maneira de cadinho gigantesco em ebulição para depurar os valores
humanos, é mais que razoável, é necessário. Entretanto, acima de tudo, importa
considerar que devemos ser, não obstante as nossas imperfeições, um ponto de
luz nas trevas, em que a inspiração do Senhor possa brilhar.
Chico
Xavier / Emmanuel – Encontro marcado
Consciência
“Guardando o mistério
da fé numa consciência pura.” Paulo (I
Timóteo, 3:9)
Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à
fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção.
Em todos os lugares, observamos pessoas que,
em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou
aos oráculos novos, manifestando esperança no remédio das palavras.
O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é
apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido
pelos azorragues de experiências cruéis...
Claro que semelhante recurso pode constituir
um caminho para a edificação da confiança, sem ser, contudo, a providência
ideal.
Paulo de Tarso, em suas recomendações a
Timóteo, esclarece o problema com traço firme.
É imprescindível guardar a fé e a crença em
sentimentos puros.
Sem isso, o homem oscilará, na
intranquilidade, pela insegurança do mundo íntimo.
A consciência obscura ou tisnada inclina-se,
invariavelmente, para as retificações dolorosas, em cujo serviço podem nascer
novos débitos, quando a criatura se caracteriza pela vontade frágil e
enfermiça.
Os aprendizes do Evangelho devem recordar o
conselho paulino que se reveste de profunda importância para todas as escolas
do Cristianismo.
O divino mistério da fé viva é problema de
consciência cristalina.
Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao
Pai a retidão e a pureza dos pensamentos.
Chico
Xavier / Emmanuel – Vinha de Luz – cap.131
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