sábado, 17 de agosto de 2024

Rotulagem

 


“Mas quem não possui o espírito do Cristo, esse não é dele.” — Paulo. (Romanos, 8:9)

 

A rotulagem não tranquiliza.

Procuremos a essência.

Há louvores em memória do Cristo, em muitos estandartes que estimulam a animosidade entre irmãos.

Há símbolos do Cristo, em numerosos tribunais, que, em muitas ocasiões, apenas exaltam a injustiça.

Há preciosas referências ao Cristo, em vozes altamente categorizadas da cultura terrestre, que, em nome do Evangelho, procuram estender a miséria e a ignorância.

Há juramentos por Cristo, através de conversações que constituem vastos corredores na direção das trevas.

Há invocações verbais ao Cristo, em operações puramente comerciais, que são escuros atentados à harmonia da consciência.

Meditemos na extensão de nossos deveres morais, no círculo das responsabilidades que abraçamos com a fé cristã.

Jesus permanece em imagens, cartazes, bandeiras, medalhas, adornos, cânticos, poemas, narrativas, discursos, sermões, estudos e contendas, mas isso é muito pouco se lhe não possuímos o ensinamento vivo, na consciência e no coração.

É sempre fácil externar entusiasmo e convicção, votos brilhantes e frases bem-feitas.

Acautelemo-nos, porém, contra o perigo da simples rotulagem. Com o apóstolo, não nos esqueçamos de que, se não possuímos o espírito do Cristo, dele nos achamos ainda consideravelmente distantes.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 170

 


sábado, 10 de agosto de 2024

Busquemos a Eternidade

 

“… Ainda que o homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia.” — Paulo. (II Coríntios, 4:16)

 

Não te deixes abater, ante as alterações do equipamento físico.

Busquemos a Eternidade.

Moléstias não atingem a alma, quando não se filiam aos remorsos da consciência.

A velhice não alcança o Espírito, quando procuramos viver segundo a luz da imortalidade.

Juventude não é um estado da carne.

Há moços que transitam no mundo, trazendo o coração repleto de pavorosas ruínas.

Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter.

O espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro.

Recorda que o estágio na Terra é simples jornada espiritual.

Assim como o viajante usa sandálias, gastando-as pelo caminho, nossa alma apropria-se das formas, utilizando-as na marcha ascensional para a Grande Luz.

Descerra, pois, o receptor de teu coração à onda sublime dos mais nobres ideais e dos mais belos pensamentos e aprendamos a viver longe do cupim do desânimo, e nosso Espírito, ainda mesmo nas mais avançadas provas da enfermidade ou da senectude, será como sol radiante, a exteriorizar-se em cânticos de trabalho e alegria, expulsando a sombra e a amargura, onde estivermos.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 169

 

 


domingo, 4 de agosto de 2024

sábado, 3 de agosto de 2024

Palestras CEJG - Agosto/2024

 


Na rota evolutiva

 

O Espírito jamais retrocede na viagem da evolução.

No entanto, muitas vezes, embora não perca na essência os tesouros adquiridos no campo da inteligência, o viajor da imortalidade é compelido à paradas necessárias ao justo refazimento, sempre que moralmente se envolva em compromissos escusos perante a Justiça da Vida.

Semelhante imperativo da regeneração, na senda do progresso, determina dificuldades e inibições no plano da forma, em que somos habitualmente internados, para essa ou aquela reparação no Plano Físico.

É assim que o malfeitor genial, não obstante trazer consigo o acervo da própria cultura devidamente arquivado, volta ao corpo enfermiço, quase sempre para sanar na idiotia os desequilíbrios com que se fez o empreiteiro da delinquência.

E é ainda aí que todos nós, apesar de conservarmos intactos, adentro do cérebro e do coração, os nossos valores íntimos, sem quebra de qualquer dos recursos que possuímos, padecemos, na Terra, a incursão de moléstias difíceis tanto quanto o domínio de circunstâncias constrangedoras a nos asfixiarem as melhores aspirações, pagando, através do vaso físico atormentado, os erros conscientemente cometidos no pretérito próximo ou remoto, perante a Lei de Amor que nos governa os caminhos.

Lembremo-nos de que o presidiário, por trás da grade que lhe desfigura o semblante, não perde a riqueza da instrução ou do ideal, da sensibilidade ou da memória, não obstante indicado à sentença que o segrega no resgate preciso.

E, sabendo que cada um de nós é o arquiteto do próprio destino, saibamos afeiçoar-nos ao serviço incessante do bem, porque todo bem é degrau de ascensão para o Alto, arrebatando-nos do império da sombra para a bênção da luz.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Linha duzentos, cap. 8

 


Entre o berço e o túmulo

 


“Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem, porque as que se veem são temporais e as que se não veem são eternas.” — Paulo. (2 Coríntios, 4:18)

 

 A flor que vemos passa breve, mas o perfume que nos escapa enriquece a economia do mundo.

O monumento que nos deslumbra sofrerá insultos do tempo, contudo, o ideal invisível que o inspirou brilha, eterno, na alma do artista.

A Acrópole de Atenas, admirada por milhões de olhos, vai desaparecendo, pouco a pouco, entretanto, a cultura grega que a produziu é imortal na glória terrestre.

A cruz que o povo impôs ao Cristo era um instrumento de tortura visto por todos, mas o Espírito do Senhor, que ninguém vê, é um sol crescendo cada vez mais na passagem dos séculos.

Não te apegues demasiado à carne transitória.

Amanhã, a infância e a mocidade do corpo serão madureza e velhice da forma.

A terra que hoje reténs será no futuro inevitavelmente dividida. Adornos de que te orgulhas presentemente serão pó e cinza. O dinheiro que agora te serve passará depois a mãos diferentes das tuas.

Usa aquilo que vês, para entesourar o que ainda não podes ver.

Entre o berço e o túmulo, o homem detém o usufruto da terra, com o fim de aperfeiçoar-se.

Não te agarres, pois, à enganosa casca dos seres e das coisas. Aprendendo e lutando, trabalhando e servindo com humildade e paciência na construção do bem, acumularás na tua alma as riquezas da vida eterna.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 168




sábado, 27 de julho de 2024

Observemo-nos

 

“Aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou.” — João. (1 João, 2:6)

 

Há quem afirme viver com a bondade de Jesus e não hesita em atirar-se contra os semelhantes, através da maledicência e da crueldade.

Há quem assevere compreender o otimismo do Divino Mestre e não vacila em concentrar-se nas sombras do pessimismo e do desespero.

Há quem proclame a fraternidade do Cristo, incentivando a separação e a discórdia.

Há quem exalte o trabalho incessante do Senhor na extensão do bem, acomodando-se na rede da preguiça e do comodismo.

Há quem louve a simplicidade do Eterno Amigo, complicando todos os problemas da estrada.

Há quem glorifique a paciência do Sublime Instrutor, agarrando-se ao pedregulho da agressividade e da intolerância.

Se nos confessamos aprendizes do Evangelho, observemos os nossos próprios passos.

Lembremo-nos de que o nome de Jesus está empenhado em nossas mãos.

Assim compreendendo, afeiçoemo-nos ao Modelo Divino.

Quando o apóstolo nos declara, — “aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou”, — deseja naturalmente dizer: — “quem se afirma seguidor de Jesus, decerto deverá imitar-lhe a conduta, buscando viver na exemplificação em que o Mestre viveu”.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 167




sexta-feira, 26 de julho de 2024

Uma força que atua para a união e a harmonia

 


Convulsões sociais e morais, alterações geológicas e atmosféricas, desenvolvimento tecnológico acelerado1, são algumas das características deste momento que vivenciamos hoje na Terra, e que por isso mesmo, é marcado por transformações profundas nos aspectos espiritual, social, ambiental e cultural. É a transição do mundo de expiações e provas para o mundo de regeneração.

Por todo lado, dores se acumulam2, tirania e insensatez, corrupção e paixões inferiores, volúpia pelo poder e extravagâncias sem conta. As grandiosas realizações da cultura e da civilização, da ciência e da tecnologia, parecem dar lugar às sombras espessas da violência, da destruição, da ignorância e da falta de amor.

Inobstante, a sede de paz impele o ser humano a buscar soluções para o estabelecimento do equilíbrio e do progresso no mundo. A necessidade de se criar laços de compreensão e solidariedade se torna cada vez mais premente.

Neste contexto, o Esperanto, uma língua construída no plano espiritual com o objetivo de promover entendimento rápido nas regiões espaciais vizinhas do Globo3, facilitando assim também a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades na Terra, surge como uma ferramenta poderosa para aproximar culturas e promover o entendimento mútuo.

Em um mundo onde as barreiras linguísticas muitas vezes contribuem para o distanciamento e a incompreensão entre os povos, gerando desarmonias e conflitos, o Esperanto representa uma ponte para a construção de um diálogo mais harmonioso e profundo. Por ser uma língua neutra, que não carrega as bagagens históricas e políticas de outras línguas naturais, o Esperanto se apresenta como um meio imparcial e inclusivo de comunicação.

O Movimento Espírita, revivescendo a mensagem do Evangelho, abraçou o Esperanto, através de trabalhadores valorosos, encarnados e desencarnados, que demonstraram a vontade de prosseguir na implantação do ideal do “gênio da confraternização humana, que conhecemos por Lázaro Luiz Zamenhof.”3

“[...] A trilogia abençoada, em forma de um triângulo equilátero: EEE — Evangelho, Espiritismo e Esperanto — encerraria a mensagem de Jesus, simples e inconfundível, a Doutrina dos Espíritos, profunda e clara, e o idioma da fraternidade, para unir todos os seres humanos em uma só́ família” [...].

Ismael Gomes Braga – Divaldo P. Franco – 08/10/1999

“[...] Sim, nesta hora o Esperanto é uma força que atua para a união e a harmonia, com o facilitar que se estabeleça a permuta dos valores universais do pensamento, em forma universalista. Sonho? Propaganda só de palavras? Novo movimento para criar um interesse econômico? Todas essas suposições poderão ser formuladas pelos espíritos desprevenidos; mas, somente pelos desprevenidos, que aguardam a adesão geral, para comodamente expressarem suas preferências. Os que, porém, buscam a luz da sinceridade para o exame de todos os assuntos, saberão encontrar, no movimento esperantista, essa claridade reveladora que, em realizações sagradas, desde agora, esclarecerá, mais tarde, as ideias do mundo, fazendo ressaltar a nobreza dos seus princípios, orientados por aquela fraternidade que nasce do pensamento divino de Jesus, para todas as obras da evolução humana.

Sim, o Esperanto é lição de fraternidade. Aprendamo-la, para sondar, na Terra, o pensamento daqueles que sofrem e trabalham noutros campos. Com muita propriedade digo: “aprendamo-la”, porque somos também companheiros vossos que, havendo conquistado a expressão universal do pensamento, vos desejamos o mesmo bem espiritual, de modo a organizarmos, na Terra, os melhores movimentos de unificação. [...]4

Emmanuel – Chico Xavier – A missão do Esperanto

Neste mês, em que o Esperanto comemora 137 anos (26/07/1887 – data de lançamento do “Unua Libro”), queremos convidar você leitor para conhecer mais sobre o idioma da fraternidade, que representa um passo em direção à regeneração e à construção de uma comunidade planetária mais unida e solidária.

Ana Paula Pose

(Artigo publicado no Boletim Eletrônico Mensal – BEM, do Centro Espírita Joseph Gleber em 07.07/2024)

 

 

Contatos para saber mais:
E-mail UEM: esperantocofemg@uemmg.org.br
E-mail 12º CRE: esperanto.teofilootoni@12cre.org

 

Referências:

1 – Artigo: A humanidade regenerada, escrito por Marta Antunes Moura – 06/06/2023 – Site FEB.

2 – Mensagem: A Missão do Esperanto no Terceiro Milênio, ditada a Divaldo P. Franco na reunião mediúnica de 8 de setembro de 1999, no Centro Espirita Caminho da Redenção, em Salvador, BA, pelo Espírito Ismael Gomes Braga.

3 – LORENZ, Francisco Valdomiro. O Esperanto como revelação – Psicografia Francisco C. Xavier

4 – Mensagem: A missão do Esperanto, ditada a Francisco C. Xavier pelo Espírito Emmanuel.



sábado, 20 de julho de 2024

Sigamo-lo

 


“Aquele que me segue não andará em trevas.” — Jesus. (João, 8:12)

 

Há quem admire a glória do Cristo. Mas a admiração pura e simples pode transformar-se em êxtase inoperante.

Há quem creia nas promessas do Senhor. Todavia, a crença só por si pode gerar o fanatismo e a discórdia.

Há quem defenda a revelação de Jesus. Entretanto, a defesa considerada isoladamente pode gerar o sectarismo e a cegueira.

Há quem confie no Divino Mestre. Contudo, a confiança estagnada pode ser uma força inerte.

Há quem espere pelo Eterno Benfeitor. No entanto, a expectativa sem trabalho pode ser ansiedade inútil.

Há quem louve o Salvador. Louvor exclusivo, porém, pode coagular a adoração improdutiva.

A palavra do Enviado Celeste, entretanto, é clara e incisiva: — “Aquele que me segue não andará em trevas.”

Se te afeiçoaste ao Evangelho não te situes por fora do serviço cristão.

Procuremos o Senhor, seguindo-lhe os passos.

Somente assim estaremos com o Cristo, recebendo-lhe a excelsa luz.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 166