No momento em que os valores humanos padecem injunções
lamentáveis e os postulados éticos em que se devem estruturar os ideais de
engrandecimento da criatura malogram no báratro das paixões, o Evangelho, como
ocorreu no passado, constitui a única bússola, a segura rota mediante a qual a
hodierna civilização poderá encontrar a solução para os múltiplos problemas e
os graves compromissos que pesam negativamente na economia da felicidade geral.
As Religiões, na sua feição de Instituições Organizadas,
disputando as primazias e mais preocupadas com a dominação e promoção
transitórias do que com o “reino de Deus” que é “tomado de assalto” e se
estabelece nas paisagens ignotas da alma, fracassaram lamentavelmente, no
tentame de consolar e conduzir a Jesus.
Os seus triunfos aparentes se fixam no terreno falso dos
destaques mundanos, faltando-lhes as estruturas morais legítimas e os
comportamentos espirituais relevantes com que seja possível pôr cobro à
anarquia social e ao desequilíbrio moral que grassam, voluptuosamente, tudo
conduzindo de roldão... Isto, porque os padrões em que ainda se firmam asfixiam
o espírito do Cristo que deveria viger nas suas expressões e serviços.
Sem dúvida em todas elas, como em qualquer lugar, a presença
do Amor e a manifestação da Divina Misericórdia constituem sinal de esperança.
Sem embargo, a necessidade da vivência evangélica se impõe urgente,
impostergável.
Em decorrência de tal malogro, aos cristãos novos, os
adeptos da Revelação Espírita, está reservado significativo ministério, relevante
apostolado: viver o Cristo e representá-Lo em atos ao aturdido viandante destes
dias.
Não assume esta uma tarefa de absurda possibilidade, exceto
se o candidato se recusar integração com fidelidade real ao programa de
recristianização da Terra.
Nesse sentido, à mulher espírita se reserva preponderante
atividade, ou seja, a de transformar-se, médium da vida que é, em mensageira da
dignificação moral, da santificação da sexualidade, da redenção espiritual...
Arrostando diatribes e espezinhamentos chulos, deverá volver
às bases nobres do amor com a consequente valorização da maternidade, reconstituindo
a família e elevando os sentimentos.
Programada pelo Pai para o sagrado compromisso de
cocriadora, a sua libertação, ao invés do nivelamento nos fossos das sórdidas
paixões dissolventes, se deve caracterizar pela própria grandeza, que a alça à
condição de modelo e paradigma da Humanidade, que se inicia no lar, onde deve
reinar, soberana e respeitada.
Organizada essencialmente para o amor, no seu mais nobre
significado, dela muito dependem as novas gerações, o homem do futuro.
Conclamá-la à abnegação e ao laboratório da caridade com
elevação de propósitos, inspirando-a ao incessante prosseguimento das
realizações cristãs primitivas, eis um dever que a todos nos cabe desempenhar.
Pouco importem os contributos de renúncia e de sacrifício.
Nesta arrancada para os novos tempos do amanhã, a mulher espírita desempenhará
superior desiderato porque modelada, como todas para ser mãe, mesmo que suas
carnes não se enfloresçam com as expressões dos filhos, far-se-á o anjo tutelar
dos filhos sem mães, mãe pelo coração e pela dedicação a todas as criaturas.
Joanna de Ângelis / Divaldo
Franco – Livro: Sementes de Vida Eterna.
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