“Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.” (João, 11:23)
Há
muitos séculos, as escolas religiosas do Cristianismo revestiram o fenômeno da
morte de paisagens deprimentes.
Padres
que assumem atitudes hieráticas, ministros que comentam as flagelações do
inferno, catafalcos negros e panos de luto.
Que
poderia criar tudo isso senão o pavor instintivo e o constrangimento obrigatório?
Ninguém
nega o sofrimento da separação, espírito algum se furtará ao plantio da saudade
no jardim interior. O próprio Cristo emocionou-se junto ao sepulcro de Lázaro.
Entretanto, a comoção do Celeste Amigo edificava-se na esperança, acordando a
fé viva nos companheiros que o ouviam. A promessa d’Ele, ao carinho fraternal
de Marta, é bastante significativa.
“Teu
irmão há de ressuscitar” asseverou o Mestre.
Daí
a instantes, Lázaro era restituído à experiência terrestre, surpreendendo os
observadores do inesperado acontecimento.
Gesto
que se transformou em vigoroso símbolo, sabemos hoje que o Senhor nos reergue,
em toda parte, nas esferas variadas da vida. Há ressurreição vitoriosa e sublime
nas zonas carnais e nos círculos diferentes que se dilatam ao infinito.
O
espírito mais ensombrado no sepulcro do mal e o coração mais duro são arrancados
das trevas psíquicas para a luz da vida eterna.
O
Senhor não se sensibilizou tão somente por Lázaro. Amigo Divino, a sua mão
carinhosa se estende a nós todos.
Reponhamos
a morte em seu lugar de processo renovador e enchei-vos de confiança no futuro,
multiplicando as sementeiras de afeições e serviços santificantes.
Quando
perderdes temporariamente a companhia direta de um ente amado, recordai as
palavras do Cristo; aquela reduzida família de Betânia é a miniatura da imensa
família da Humanidade.
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