Em favor da
alegria
“Assim também
não é vontade de vosso Pai que está nos Céus, que um destes pequeninos se
perca.” — Jesus — Mateus, 18:14.
“A verdadeira
caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem, mesmo, nas palavras de
consolação que lhe aditeis. Não, não é apenas isso o que Deus exige de vós. A
caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência de que
useis sempre e em todas as coisas para com o vosso próximo.” — Cap. XI, 14.
Muito grande
no mundo o cortejo das moléstias que infelicitam as criaturas, no entanto,
maior é o fardo de inquietação que lhes pesa nos ombros.
Onde haja
sinal de presença humana, aí se amontoam os supliciados morais, lembrando
legiões de sonâmbulos, fixados ao sofrimento.
Não apenas os
que passeiam na rua a herança de lágrimas que trouxeram ao renascer… Esmagadora
percentagem dos aflitos carrega temerosos no refúgio doméstico que, levantado
em louvor da alegria familiar, se transforma, não raro, em clausura flagelante.
Daí procede o acervo dos desalentados que possuem tão somente a fria visão da
névoa para o dia seguinte. São pessoas desacoroçoadas na luta pela aquisição de
suprimento à exigências primárias; pais e mães transidos de pesar, diante de
filhos que lhes desdouram a existência; mulheres traumatizadas em esforço de
sacrifício; crianças e jovens desarvorados nos primeiros passos da vida;
companheiros encanecidos em rijas experiências, atrelados à carga de labores
caseiros, quando não são acolhidos nos braços da caridade pública, de modo a
não perturbarem o sono dos descendentes…
Somemos
semelhantes desgostos às tribulações dos que clamam por equilíbrio nas grades
dos manicômios; dos que sonham liberdade na estreiteza do cárcere; dos que
choram manietados em leitos de expiação e dos milhares de Espíritos
desencarnados, ainda em pesadelos indescritíveis, que comunicam à Esfera Física
os rescaldos do próprio desespero, e verificaremos que a tristeza destrutiva é
comparável à praga fluídica, prejudicando todos os flancos da evolução na
Terra.
Ponderando
tudo isso, respeitemos a dor, mas plantemos a alegria e a esperança, onde nossa
influência logre chegar.
Falemos de
otimismo, cultivemos serviço, ensinemos confiança e exercitemos serenidade.
Ninguém espera
sejamos remédio a toda angústia e rio a toda sede, entretanto, à frente da
sombra e da secura que atormentam os homens, cada um de nós pode ser a
consolação do raio de luz e a bênção do copo d’água.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Livro da Esperança,
cap. 31
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