Companheiro, ponha-se de pé e siga os corações que rumam
confiantes.
Doe as aflições ao tempo, cubra-se com o manto da esperança e
avance intimorato.
A multidão chora e sorri. Misturam-se lágrimas e sorrisos,
abafados pelo retinir das taças finas que contêm vapores da morte e os fluidos
da loucura.
Possivelmente, os anseios atormentam-lhe o coração ansioso…
Mas os que buscaram a enganosa liberdade demoram-se nas prisões que a própria
delinquência ergueu, inquietados pelo tigrino clamor das multidões desvairadas
e o zurzir impiedoso da consciência em desalinho.
Alçando o pensamento ao Grande Bem, você pode chegar à paz
íntima, embora carregue as cicatrizes do sentimento, porfiando na conduta reta.
O tempo é mestre: benfeitor e justiceiro. Tudo refaz, tudo
apaga, tudo corrige.
Com o tempo, o grão de areia se transforma em valiosa pérola
aprisionada no íntimo da ostra, até um dia…
Com o tempo, o carvão humilde transforma-se em diamante
precioso encastelado na montanha poderosa, até um dia…
Com o tempo, a semente pequenina incha-se no seio da terra,
transformando-se, até um dia…
Com o tempo, o débil embrião da vida desenvolve-se modificando
a própria estrutura, até um dia…
Com o tempo, o regato humilde atinge o mar, vencendo distância
e obstáculo.
Com o tempo, a mensagem do Cristo se espalhou sobre a Terra
convidando o homem à tecelagem do manto nupcial para o matrimônio da Humanidade
com a Vida, um dia…
Enxugue o suor da ansiedade.
Guarde as lágrimas da inquietação.
Amanhã, talvez, o trabalho exija suor e lágrimas em honra à felicidade de ser feliz.
Escude-se na dor dos outros, e avance.
Lembre-se dos que caíram, somente para ajudá-los.
Olhe os vitoriosos da luta, e siga com eles.
Não se preocupe por você ter tombado ontem, na escuridão.
Agora brilha a luz da verdade em seu caminho.
Vença a tristeza nascida na recordação da própria fraqueza.
Encha a alma com a alegria de tudo poder no Cristo.
Todas as coisas passam, na Terra, à semelhança das belas
flores e dos espinheiros no mesmo jardim.
No Grande Além, no entanto, há sempre luz.
Não se aflija com as necessidades imperiosas de abandonar as
flores da ilusão, sofrendo os espinhos que conduzem à reflexão.
Aceite hoje os acúleos cobrando-lhe a cabeça, para que um
braseiro de remorsos não lhe arda na consciência mais tarde.
Atenda e socorra o próximo, atendido e socorrido pelo Céu.
Sem desfalecer nem recear, repita: Com Jesus vencerei! E mais
fácil lhe parecerá a redenção.
Amigo do Cristo, ponha-se de pé e siga arrimado ao espírito de
luta dos que se alçam à Vida, carregando, como você mesmo, sofrimentos e
aflições.
Divaldo Franco / Scheilla – Livro: Crestomatia da Imortalidade
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