terça-feira, 7 de abril de 2020

Provas e expiações


A vida no corpo físico possui um significado profundo que deve ser observado, que é o da evolução.
Natural que se anele pela saúde perfeita, por ocorrências jubilosas, pelos encantamentos e distrações, que produzem o prazer e mantêm a leviana superficialidade das coisas nenhumas as quais contribuem para o bem-estar momentâneo.
É, normalmente, quando se está nas paisagens ricas de gozo que surgem os abusos, aumentam as aspirações do prazer, a fim de evitar-se o tédio e suas várias manifestações.
O Espírito, contudo, é criado sem experiências que lhe devem constituir o patrimônio imortal.
Toda e qualquer realização, quando repetida sem alteração, dá lugar à indiferença, deixando de produzir novas sensações e emoções. A monotonia substitui a alegria infrene inicial, e as novidades, graças à sua continuidade, perdem o brilho, o fascínio.
Surgem ambições mais audaciosas, o ócio estimula atitudes atrevidas, radicais, e acumpliciamento com o desrespeito ao comportamento dos outros, ao ludíbrio, ao crime, na busca de sensações novas e mais fortes.
Nascem, então, as intrigas, as traições, as infâmias, os problemas de alta gravidade, que entorpecem os sentimentos, ludibriam a dignidade e induzem a situações de conduta lamentável.
É inevitável, que se vivendo no Universo regido pela ordem e por leis de equilíbrio, o infrator não seja convidado ao resgate, à correção dos atos reprocháveis.
Eis a causa das atuais aflições.
Nada obstante, quando convocado à regularização, mas prossegue na marcha da desobediência e da soberba, seja recambiado à escola terrestre sob injunção penosa, amargurado nas expiações incoercíveis.
A verdade é que ninguém consegue ludibriar a divina legislação, aparentando uma força e um poder que não possui, já que a organização fisiológica, acostumada a suportar situações vigorosas é muito frágil em relação às infecções, aos processos degenerativos, à debilidade, reduzindo-a ao estado de fragilidade extrema.
Ademais, o fenômeno biológico da morte sempre está presente na maquinaria física, qual os transtornos emocionais de tão fácil ocorrência, como os distúrbios mentais e as limitações do soma, que o precedem.
Provas e expiações constituem os regularizadores da existência plena ou aparentemente desventurada.
Agradece a Deus a tua momentânea aflição, seja de qual expressão se constitua.
Auto penetra-te mentalmente em uma autoanálise honesta e pergunta-te qual é a mensagem que te está sendo enviada. Indaga-Lhe onde necessitas e como reparar a sua causa, a fim de libertar-te.
Com sinceridade, busca compreendê-la, e ao detectares a nascente, sem qualquer ressentimento, corrige o fator de desintegração e rejubila-te. No entanto, se não conseguires encontrá-la, de imediato, não te envolvas nos tecidos sombrios da melancolia ou do desespero, permanecendo alegre, isto é, consciente de que se trata de uma ocorrência transitória e benéfica.
Tenha a certeza de que sairás da situação melhor do que quando se te instalou, num momento em que não esperavas, tal acontecimento.
Notarás um amadurecimento psicológico fascinante, que te permitirá harmonia interior, compreensão do sentido de viver e estímulo para valorizar apenas aquilo que seja de duração real: os valores do Espírito.
É justo que se aspire pela paz, no entanto, apoiando-se no amor que é o seu alicerce.
De maneira alguma se pode desfrutar de serenidade sem o concurso da afetividade correta, do sentimento de amizade fraternal, sem a generosidade do sorriso rico de ternura, sem a consciência do dever cumprido corretamente.
O amor fomenta a compreensão das situações mais embaraçosas, porque dulcifica aquele que o cultiva.
Retira do psiquismo os miasmas do ressentimento e de outras paixões que vitalizam vidas microscópicas, na área das viroses e no sistema emocional. Porque, compreende, o amor é suave bálsamo para todas as feridas do corpo e da alma.
Quando tudo estiver bem na tua jornada, agradece a Deus e cuida-te, porque são concessões de bondade e de simpatia, beneficiando o solo dos corações para a ensementação da plenitude.
Não existe dor sem causa nem alegria sem título de merecimento.
Em ambas as situações, mantém-te vigilante, porque ninguém passa pelo mundo sem as suas vivências, e a dor faz parte do processo iluminativo.
O aperfeiçoamento moral do Espírito é da sombra para a luz, do bruto para o sublime.
O estado de angelitude começa na primeira molécula que irá constituir o ser, prosseguindo, indefinidamente, no rumo da perfeição relativa que a todos está destinada.
Jesus foi peremptório quando propôs: Sede perfeitos como o Pai Celestial é perfeito.
Se estás sob o ardor de alguma provação, alegra-te, por te encontrares no rumo libertador.
Se te encontras aureolado pela fortuna da alegria, da juventude, das facilidades, mantém-te atento e aplica com sabedoria esses bens da vida para apresentação de resultados, mais tarde.
Resguarda, pois, a tua consciência de remorsos e arrependimentos, enquanto brilha a luz da tranquilidade e da inocência nos teus sentimentos...
Mantém-te criança...

 Joanna de Ângelis / Divaldo Franco - Sessão da noite de 3 de janeiro de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em  Salvador, Bahia – Fonte: www.divaldofranco.com.br

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