Auxilia-nos,
perante os companheiros impelidos à desencarnação violenta, por força das
provas redentoras.
Sabemos que
nós mesmos, antes do berço terrestre, suplicamos das Leis Divinas as medidas
que nos atendam às exigências do refazimento espiritual. Entretanto, Senhor,
tão encharcados de lágrimas se nos revelam, por vezes, os caminhos do mundo,
que nada mais conseguimos realizar, nesses instantes, senão pedir-te socorro
para atravessá-los de ânimo firme.
Resguarda em
tua assistência compassiva todos os nossos irmãos surpreendidos pela morte, em
plena floração de trabalho e de esperança e acende-lhes nos corações, aturdidos
de espanto e retalhados de sofrimento, a luz divina da imortalidade oculta
neles próprios, a fim de que a mente se lhes distancie do quadro de agonia ou
desespero, transferindo-se para a visão da vida imperecível.
Não ignoramos
que colocas o lenitivo da misericórdia sobre todos os processos da justiça, mas
tocados pela dor dos corações que ficam na Terra — tantos deles tateando a
lousa ou investigando o silêncio, entre o pranto e o vazio — aqui estamos a
rogar-te alívio e proteção para cada um!… Dá-lhes a saber, em qualquer recanto
de fé ou pensamento a que se acolham, que é preciso nos levantemos de nossas
próprias inquietações e perplexidades, a cada dia, para continuar e recomeçar,
sustentar e valorizar as lutas de nossa evolução e aperfeiçoamento, no rumo da
Vida Maior que a todos nos aguarda, nos planos da União Sem Adeus.
E, enquanto o
buril da provação esculpe na pedra de nossas dificuldades, conquanto as nossas
lágrimas, novas formas de equilíbrio e rearmonização, embelezamento e
progresso, engrandece em teu amor aqueles que entrelaçam providências no amparo
aos companheiros ilhados na angústia.
Agradecemos,
ainda, a compreensão e a bondade que nos concedes em todos os irmãos nossos que
estendem os braços, cooperando na extinção das chamas da morte; que oferecem o
próprio sangue aos que desfalecem de exaustão; que umedecem com o bálsamo do
leite e da água pura os lábios e as gargantas ressequidas que emergem do
tumulto de cinza e sombra; que socorrem os feridos e mutilados para que se
restaurem; e os que pronunciam palavras de entendimento e paz, amor e esperança,
extinguindo a violência no nascedouro!…
Senhor Jesus!…
Confiamos em
ti e, ao entregarmo-nos em Tuas mãos, ensina-nos a reconhecer que fazes o
melhor ou permites se faça constantemente o melhor em nós e por nós, hoje e
sempre.
Emmanuel – Livro Diálogo dos vivos
Esta prece foi ditada por Emmanuel na ocasião do incêndio
do Edifício Joelma, em São Paulo, em fevereiro de 1972, e nós a transcrevemos aqui,
neste momento, por ocasião da desencarnação das quatro crianças na creche em
Blumenau (SC). Que o Senhor nos ampare a todos!
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