quarta-feira, 10 de maio de 2023

Carta às mães

 

Minha irmã, se Deus te deu

A luz da maternidade

Deu-te a tarefa divina

Da renúncia e da bondade.

 

Busca imitar no caminho

A Rosa de Nazaré,

Irradiando o perfume

De amor, de humildade e fé.

 

 Lembra sempre em tua estrada,

Que a paz de tua missão

É feita dessa ternura

Que nasce do coração.

 

 Contempla em cada filhinho

Um luminoso sorriso

Da alegria dolorosa

Que te leva ao paraíso.

 

 Porque, ser mãe, minha irmã,

É ser prazer sobre as dores,

É ser luz, embora a estrada

Tenha sombras e amargores.

 

Ser mãe é ser a energia

Que domina os escarcéus,

É ser nas mágoas da Terra

Um sacrifício dos céus.

 

 Pensa nisso e não duvides

Da grande misericórdia,

Que te deu na senda escura

A lâmpada da concórdia.

 

 Ouve ainda. Tem cuidado

Com o teu próprio coração.

Não deixes que se transforme

O teu amor em paixão.

 

 Muita vez, a mãe terrestre

Em vez de salvar, condena,

Porque do amor que redime

Faz a paixão que envenena.

 

Há muitas mães nos Espaços

Chorando na desventura,

Os perigosos desvios

De sua imensa ternura.

 

Ama o filho de outra mãe

Qual se fora teu também,

E estarás santificando

Teu lar nas luzes do Bem.

 

Castiga amando o teu filho

Em teu carinho profundo.

Prefere o teu próprio ensino

Às tristes lições do mundo.

 

Recorda que está contigo

A missão de renovar,

De corrigir perdoando,

De esclarecer e ensinar.

 

Nos teus exemplos repousa

A esperança do Senhor,

Que há de salvar este mundo

Por meio de teu amor.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Cartas do Evangelho e outros poemas


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