Senhor Jesus!
Junto dos
irmãos que reverenciam as mães que os amam, para as quais te rogamos os louros
que mereceram, embora atentos à lei de causa e efeito que a Doutrina Espírita
nos recomenda considerar, vimos pedir abençoes também as mães esquecidas, para
quem a maternidade se erigiu em purgatório de aflição!…
Pelas que
jazem na largueza da noite, conchegando ao peito os rebentos do próprio sangue,
para que não morram de frio;
pelas que
estendem as mãos cansadas na praça pública, suplicando, em nome da compaixão, o
sustento que o mundo lhes deve à necessidade;
pelas que se
refugiam, nas furnas da natureza, acomodando crianças enfermas entre as fezes
dos animais;
pelas que
revolvem latas de lixo, procurando alimento apodrecido de que os próprios cães
se afastam com nojo;
pelas que
pintam o rosto, escondendo lágrimas, no impulso infeliz de venderem o próprio
corpo a corações desalmados, acreditando erroneamente que só assim poderão
medicar os filhos que a enfermidade ameaça com a morte;
pelas que
descobriram calúnia e fel nas bocas que amamentaram;
pelas que
foram desprezadas nos momentos difíceis;
pelas que se
converteram em sentinelas da agonia moral, junto aos catres de provação;
pelas que a
viuvez entregou à cobiça de credores inconscientes;
pelas que enlouqueceram
de dor e foram trancadas nos manicômios;
e por aquelas
outras que a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as
quisesse; foram acolhidas como sombras do mundo, nos braços da caridade!…
São elas,
Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de
sofrimento…
Tu que reconfortaste a samaritana e secaste o pranto da viúva de Naim, que restauraste o equilíbrio de Madalena e levantaste a menina de Jairo, recorda as filhas de Jerusalém que te partilharam as agonias da cruz, quando todos te abandonavam, e compadece-te da mulher!…
Reunião
pública de 12-5-1961
Emmanuel /
Chico Xavier – Livro Justiça Divina
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