Mestre e Senhor, depois de recebidas
numerosas expressões de tua misericórdia infinita, temos os corações
genuflexos, agradecendo a tua bondade.
Nada somos, nada temos senão boa
vontade, nada representamos senão instrumentos misérrimos de teu amor nas
Esferas espirituais que cercam o planeta, como também, quando encarnados,
envergando o envoltório perecível da vida material.
Muitos foram os corações que nos
buscavam ansiosos! Mas nós nos lembrávamos de quando distribuías as bênçãos de tua
bondade indefinível junto daqueles que se encontravam encarcerados nas
concepções do mundo. Recordávamos o tempo em que ias de Betsaida ou Cafarnaum
para Cesareia de Filipe abençoando as criancinhas. Eram velhos trêmulos, cujas
mãos enregeladas te pediam o calor da esperança, eram jovens simples e puros,
que solicitavam a verdade de teu Evangelho divino, crianças, que se agasalhavam
na tua ternura inesgotável… Rememorávamos tudo isso e suplicávamos a tua
assistência. Muito foi o que nos deste
dos celeiros infinitos da tua graça, não pelo que valemos ou merecemos, mas por
acréscimo de misericórdia, que nunca negaste aos espíritos de boa vontade.
Agora, Jesus, nós nos curvamos perante
a tua bondade! Dá-nos a força de compreender toda a tua exemplificação de
renúncia a caminho desse Reino de Deus, que constitui a esperança sagrada de
todas as criaturas. Concede, Mestre, que
os nossos amigos encarnados sintam a vibração de nosso esforço espiritual no
círculo fraterno.
Aos que nos buscaram, cheios de angústia
no coração, concede fortaleza para o encontro daquele bom ânimo que sempre
ensinaste aos teus discípulos. Dissipa as suas amarguras, como o sol radioso e
amigo das almas, desfazendo a neblina das ilusões e dos enganos fatais das
estradas terrestres!
Aos que vieram saturados de
conhecimentos científicos do mundo, muitas vezes submersos na suposta
infalibilidade do dogmatismo acadêmico, proporciona a claridade necessária para
que se façam simples e felizes, de modo a entenderem aquelas verdades aos
pequeninos.
A quantos chegaram atormentados pela
saudade de todos os que os precederam no caminho escuro e triste das
sepulturas, dá aquela luz maravilhosa da esperança em teu amor, para que,
recebendo a tua mensagem eterna no Evangelho, compreendam a redenção espiritual
que nos há de reunir um dia sob a árvore divina do teu desvelado amor no Plano
da vida imortal.
Que todos os trabalhadores de tua casa
se unam na fraternidade legítima e na edificação sincera do teu Reino de luz
imorredoura. Dá-lhes a fortaleza de
ânimo que realiza fortaleza recíproca, base segura de todas as obras do teu
amor. Eles são operários de teu jardim
no mundo, que se povoa de sombras antagônicas da destruição.
Seus esforços serão, muitas vezes,
perturbados pelos contrastes e surpresas do caminho, onde as multidões se
desorientam à distância da realização de seus ensinos. Por teu nome, hão de sofrer, naturalmente,
todas as hostilidades da estrada material, mas que todos eles se sintam unidos
contigo para a execução da tarefa divina.
Jesus, nós somos aquelas crianças que
te pedem proteção e amparo em todos os instantes da vida. No momento da
alegria, concede aos operários de tua oficina santa os recursos necessários
para a verdadeira compreensão, na vigilância e na oração que nos ensinaste. Nos
instantes de dor, sê a coragem da alma triste, que deverá despir todos os
desalentos do caminho para a perfeita união com os teus desígnios amorosos e
puros.
Mestre, seja a união fraternal de teus
trabalhadores o último apelo! Que os nossos irmãos desenvolvam a tarefa
santificada que lhes foi cometida sob a fraternidade verdadeira e sincera, onde
cada discípulo compreenderá sempre que o maior para o teu coração será sempre
aquele que se fizer o menor de todos os teus ensinos.
Que as tuas graças sejam para nós
novos motivos de esforço de redenção no sagrado caminho. E que todos nós, cooperadores do Plano
terrestre e operários da Esfera invisível, estejamos sempre unidos no teu
Evangelho para o mesmo trabalho de edificação, é a minha súplica humilde, são
os votos sinceros de meu coração de humilde servo.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Ação, Vida e Luz
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