Em 10.08.2019, em Assembleia Geral Extraordinária, aprovou-se a
alteração do artigo 1º, do Estatuto da FEB, cujo parágrafo único, assim
preconizava:
Parágrafo único – Além das obras básicas a que se refere o
inciso I, o estudo e a difusão compreenderão, também, a obra de J.B. Roustaing e outras subsidiárias e complementares
da Doutrina Espírita.(destacamos)
A seguir, apontamentos de Allan Kardec acerca da referida obra:
Os Evangelhos
explicados
(Pelo Sr. Roustaing)
(...) O autor desta
nova obra julgou dever seguir outro caminho; em vez de proceder por gradação,
quis atingir o fim de um salto. Assim, tratou certas questões que não
tínhamos julgado oportuno abordar ainda e das quais, por consequência, lhe
deixamos a responsabilidade, bem como aos Espíritos que as comentaram.
Consequente com o nosso princípio, que consiste em regular nossa marcha pelo
desenvolvimento da opinião, até nova ordem não daremos às suas teorias nem
aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de as sancionar ou as
contraditar. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões
pessoais dos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou
falsas, e que, em todo o caso, necessitam da sanção do controle universal, e,
até mais ampla confirmação, não poderiam ser consideradas como partes
integrantes da Doutrina Espírita.
Quando tratarmos destas
questões, fá-lo-emos categoricamente. Mas é que então teremos recolhido
documentos bastante numerosos nos ensinos dados de todos os lados pelos
Espíritos, a fim de poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de
acordo com a maioria; é assim que temos feito, toda vez que se trata de
formular um princípio capital. Já dissemos cem vezes: Para nós a opinião de
um Espírito, seja qual for o nome que traga,
tem apenas o valor de uma opinião individual; nosso critério está na
concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas
que não podemos controlar com os próprios olhos.
De que nos serviria dar
prematuramente uma doutrina como verdade absoluta se, mais tarde, devesse ser
combatida pela generalidade dos Espíritos?
Dissemos que o livro do
Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e de O
Livro dos Médiuns.
Nossas observações
assentam sobre a aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos
fatos. É assim, por exemplo, que ele dá ao Cristo, em vez de um corpo carnal,
um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e
dele faz um agênere. Aos olhos dos
homens que então não tivessem podido compreender sua natureza espiritual,
deve ter passado em aparência, expressão incessantemente repetida no curso de
toda a obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o
mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da
gravidez. Este ponto, posto como premissa e pedra angular, é a base sobre a
qual ele se apoia para a explicação de todos os fatos extraordinários ou
miraculosos da vida de Jesus.
Sem dúvida nada há
nisso de materialmente impossível para quem quer que conheça as propriedades
do invólucro perispiritual. Sem nos pronunciarmos a favor ou contra essa
teoria, diremos que ela é, pelo menos, hipotética, e que se um dia fosse
reconhecida errônea, faltando a base, o edifício desabaria.
Esperamos, pois, os
numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos,
e que contribuirão para elucidar a questão. Sem a prejulgar, diremos que já
foram feitas sérias objeções a essa teoria, e que, em nossa opinião, os fatos
podem perfeitamente ser explicados sem sair das condições da humanidade
corporal.
Estas observações,
subordinadas à sanção do futuro, em nada diminuem a importância desta obra,
que, ao lado de coisas duvidosas, em nosso ponto de vista, encerra outras
incontestavelmente boas e verdadeiras, e será consultada com proveito pelos
espíritas sérios.
Se o fundo de um livro
é o principal, a forma não é para desdenhar e também concorre com algo para o
sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito extensamente, sem proveito
para a clareza. A nosso ver, se a obra se tivesse limitado ao estritamente
necessário, poderia ter sido reduzida a dois, ou mesmo a um só volume, com
isso ganhando em popularidade.
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Allan
Kardec - Revista Espírita: junho/1866
MUITO BOA A DIVULGAÇÃO DESSA MUDANÇA. PRECISAMOS DIVULGAR MAIS, POIS INÚMERAS PESSOAS NÃO SABEM DESSES DETALHES. GRATIDÃO!!
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